A despedida emocionada de Slimani (marcou numa vitória frente ao Porto)

28 de Agosto de 2016. À 3ª jornada do Campeonato Nacional, Sporting e FC Porto eram as equipas que contavam por vitórias os jogos realizados. No Alvalade, perante 49.399 pessoas, jogou-se um clássico muito rotativo, com entrega máxima de ambas as partes. Os portistas, talvez ainda embalados pela excelente vitória em Roma na pré-eliminatória da Liga dos Campeões, entraram muito bem na partida perante um Sporting em transição, com Slimani a fazer a despedida, já sem João Mário e com um dos novos reforços – Joel Campbell já apto para entrar. Os primeiros minutos foram de alguma supremacia visitante. O Sporting tinha dificuldades para assentar o seu jogo, e após uma falta muito duvidosa (que aparentemente não existiu), Layún cobrou e Felipe emendou da melhor forma para a baliza – estavam decorridos 8 minutos. O Sporting não tremeu, e aos 14, após um bom lance, livre perto da área – Bruno César atirou ao poste, Gelson recargou para grande defesa de Casillas, a bola ficou sobre a linha e Slimani surgiu expedito a marcar, era o empate. A partir daí os leões começaram a ganhar prevalência, muito devido ao facto de Bruno César e Bryan Ruiz terem mudado de posições. Rúben Semedo estava imperial em termos defensivos, William com mestria e Adrien sempre em alta rotação no meio-campo. Aos 26 minutos veio o 2-1 – Bruno César centrou, Felipe cortou contra Bryan (no braço?), este dominou e solicitou Gelson que com um remate seco e colocado deu vantagem aos leões! O Porto procurou reagir e após um bom lance André André rematou em jeito com a bola ainda a...

Relações exemplares entre os 2 velhos rivais

28 de Agosto de 1923. Durante a presidência de Pedro Sanches Navarro o Sporting reembolsou finalmente Mário Pistacchini pelos 52.800$ que este adiantara do seu bolso para a construção do Estádio do Campo Grande. Graves problemas surgiram, no entanto, com o terreno de jogo dos sportinguistas. A madeira puída pela usura e pelo decorrer do tempo exigia constantes consertos. No entanto, ainda pior que isso, foi a questão levantada pelo senhorio que arrendara o terreno para a construção do campo em 1917, exigindo a denúncia do contrato e consequente despejo do clube. A polémica resultante de tal decisão seguiu a via judicial, começando-se a falar cada vez com maior insistência na possibilidade de o Sporting ficar sem Estádio… Num inesquecível gesto de desportivismo a direção do Benfica reunida nesse 28 de Agosto de 1923, sob a presidência de Bento Mântua, enviou para o Campo Grande a seguinte mensagem: “Tendo constatado que, por força de um pleito judicial, se pretende fazer sair essa coletividade dos campos atléticos que de há muito vem usufruindo com manifesta vantagem para o desporto nacional, esta Direção, lamentando profundamente o facto, tem a honra de vir informar V.Exªs de que foi aprovado por unanimidade pôr à disposição do Sporting, para continuação dos exercícios dos seus dignos sócios, os campos e salas do Sport Lisboa e Benfica que atualmente dispõe em Benfica e os campos que adquiriu por compra nas Amoreiras.” Sensibilizados por tal gesto, o presidente do Sporting e demais dirigentes enviaram, na volta do correio, ofício ao Benfica, referindo que: “Tal oferecimento provém do nosso mais leal e antigo adversário desportivo, pelo que esta...

Pela 1ª vez na Liga dos Campeões de Futebol

27 de Agosto de 1997. Nesse dia o Sporting jogou pela 1ª vez em Alvalade na sua 1ª participação na Liga dos Campeões. Após um empate a zero bolas em Israel perante o Beitar de Jerusalém, o Sporting venceu claramente por 3-0 (no seu 157º jogo e 68ª vitória na Europa), conquistando o direito a fazer parte da Fase de Grupos da competição. A equipa escalada pelo técnico Octávio Machado: De Wilde; Saber, Beto, Marco Aurélio e Pedrosa (Vinicius); Oceano e Lang; Hadji (Pedro Martins), Pedro Barbosa (Carlos Miguel) e Yordanov; Leandro. O Sporting abriu o ativo logo aos 3 minutos por Yordanov (a quem poucas semanas depois seria diagnosticada um esclerose múltipla que o impediu de jogar por algum tempo), que descaído para o lado direito do ataque galgou terreno, fletiu para o centro, e à entrada da área decidiu-se por um remate forte, de pé esquerdo, obtendo um belo golo. Foi preciso esperar até aos 55 minutos para os leões ficarem algo tranquilos quanto ao seu sucesso nesta pré-eliminatória. Didier Lang (veio do Metz onde deu nas vistas na eliminatória europeia da época anterior frente ao Sporting) marcou um canto da esquerda e Leandro (um brasileiro de grande talento recrutado ao Valência) cabeceou da melhor forma entre os centrais contrários. 14 minutos depois Leandro bisou, de novo a centro de Lang, e de novo de cabeça. Leandro, Hadji e Yordanov foram as principais figuras da equipa, que se pretendia pronta para entrar na alta roda do futebol europeu. Para Octávio Machado: “Esta foi uma vitória do futebol português”. Leandro assumia uma “Noite feliz em que começámos bem...

O início dos contactos internacionais do Futebol leonino

27 de Agosto de 1910. Semanas antes o CIF fôra convidado para ir jogar a Huelva com o Recreativo local. Eduardo Luiz Pinto Basto, capitão-geral da coletividade, reconhecendo que o seu clube não estava em condições para defrontar os espanhóis, sugeriu-lhes o Sporting como a alternativa mais adequada. João Bentes, o capitão-geral dos leões, foi contactado nesse sentido. Aceitou (apesar da nega da sua direção), com a condição, no entanto, de levar alguns reforços de outros clubes para cobrir os pontos fracos do seu grupo. Assim, após um número limitado de treinos, o Sporting foi para Huelva com Augusto de Freitas, António Couto, António Stromp, António Rosa Rodrigues, Francisco Stromp e João Bentes. Francisco Bellas (do Belenenses), Henrique Costa, Cosme Damião, António Costa e Luiz Vieira (do Benfica) constituiram os “reforços”. A viagem para Espanha foi feita em 2 coches por péssimas estradas e demorou 18 horas! No início do jogo não faltaram os hinos nacionais perante o entusiasmo e simpatia de 8.000 pessoas (que pagaram 1 tostão em dinheiro português para ver o jogo), uma assistência que era em quase metade do sexo feminino! Acolhidos com entusiasmo pela população local após longuíssima e estafante viagem, e com requintes de atenção pela direção do Recreativo e vários desportistas locais, os portugueses fizeram-se ao jogo vencendo por 4-0, apesar da energia imensa e boa tática dos locais. Luiz Vieira, António Rosa Rodrigues e Francisco Stromp (por duas vezes) fizeram os golos, arrebatando a assistência. O Sporting dominou inteiramente gerindo a vantagem que ia dilatando aos poucos. Os leões deixaram enorme cartel em Espanha. No final do prélio celebrou-se um animado banquete...

Os primeiros sinais daquele que viria a ser o Sporting Clube de Portugal

26 de Agosto de 1902. Nesse dia surgiram os primeiros sinais daquele que viria a ser o Sporting Clube de Portugal. Em Seteais juntou-se um grupo de rapazes para jogar Futebol (modalidade que por essa altura constituia uma verdadeira novidade no país) no Campo de Belas com a presença do Rei D. Carlos, da Rainha D. Amélia e do Infante D. Manuel, entre muita outra ilustre assistência. Nessa tarde quente de Verão os irmãos percursores, Francisco e José da Ponte e Horta Gavazzo, juntaram os amigos Alberto Machado e o irmão Henrique, Armando Gonçalves da Cunha Ferreira e o irmão João, Alfredo de Oliveira Belo, António Bebiano e o irmão Artur, Artur da Cunha Lemos e o irmão José, Eduardo Luís Pinto Basto e o irmão Fernando, Fernando de Sousa Coutinho e o irmão José Luís, Hermano Alves Braga, Pedro Joyce e o irmão António, Raul Aboim, Rodolfo Futcher Ferreira e um farmacêutico da vila, chamado Malheiro. Ao grupo deram o nome de Sport Clube de Belas, que na festa da Nossa Senhora do Cabo defrontaram uma equipa de Sintra num campo decorado com palanques e tribunas. Os de Belas equiparam com camisas de flanela branca com um escudo sobre o bolso, com uma contrabanda azul limitada a ouro sobre campo branco e as iniciais SC bordadas também a ouro no flanco direito e a inicial B no esquerdo, calções, cintos e meias azuis, chapéu (à inglesa) de gomos azuis debruados a branco com o escudo do clube e botas compradas na Casa Sena por seis mil e quinhentos réis. O Sport Clube de Belas alinhou nessa tarde com Francisco...

Reviravolta inédita em Brondby no 250º jogo na Europa

26 de Agosto de 2010. Com um novo treinador (Paulo Sérgio) e algumas caras novas (como Nuno André Coelho, Torsiglieri, Evaldo, Maniche, Zapater, Valdés e Diogo Salomão) o Sporting fazia um início de temporada irregular. No play-off de acesso à fase de grupos da Liga Europa os leões encontraram pela frente os dinamarqueses do Brondby. As coisas correram pessimamente em Alvalade (derrota por 2-0) e parecia que o percurso europeu ia ficar mesmo por ali. Apesar de tudo havia esperança numa reviravolta histórica (nunca o Sporting tinha recuperado numa situação similar). A equipa em Brondby: Rui Patrício; Abel, Daniel Carriço, Nuno André Coelho e Evaldo; André Santos; Vukcevic (Valdés 84), Maniche e Yannick Djaló; Liedson (Saleiro 90+3) e Hélder Postiga (Matias Fernández 67). O Sporting não entrou bem no jogo. Apesar da vontade, a equipa mostrava-se intranquila. Embora os locais tenham começado melhor, Liedson marcou um golo limpo, aos 28 minutos, anulado por uma fora-de-jogo inexistente… Ainda assim os leões animaram-se, e já no período de descontos da 1ª parte Evaldo marcou, de cabeça, correspondendo a um livre de André Santos. Quando se esperava que os sportinguistas entrassem no 2º tempo moralizados e à procura do empate na eliminatória, foi surpreendentemente o Brondby a prevalecer, valendo por várias vezes a excelente exibição de Rui Patrício, que negou sempre o golo aos locais. Pouco a pouco o Sporting foi melhorando, e aos 75 minutos Nuno André Coelho progrediu com a bola e decidiu-se por um remate de muito longe fazendo o golo (muito facilitado pelo guarda-redes Andersen que ainda tocou na bola) – estava empatada a eliminatória e o “milagre” parecia...

Esplendor em Bucareste!

23 de Agosto de 2017. Jogava-se a entrada do Sporting na fase de grupos da Liga dos Campeões. Depois dum empate surpreendente no Alvalade, o Sporting entrou em Bucareste a mandar no jogo, algo que aconteceu desde o início da partida. Doumbia, que surgiu surpeendentemente a titular em vez de Bas Dost foi rápido e incisivo ao aproveitar um ressalto na área (após toque decisivo de Acuña) e inaugurou o marcador aos 13 minutos. Aos 20 veio o inesperado empate após uma sucessão de erros de vários jogadores do Sporting, começando em Bruno Fernandes, passando por Piccini, Coates e Mathieu. Junior Morais apontou o golo de recarga após uma defesa incompleta de Rui Patrício. No que restou do 1º tempo o Sporting continuou a prevalecer na partida mas sem conseguir criar grande perigo. No início da 2ª parte o Steaua esteve bem, chegando a criar uma ou outra situação de algum frisson junto da defensiva sportinguista. Aos 59 minutos Bas Dost substituiu Doumbia, e coincidência ou não, a partida mudou completamente. Logo no minuto seguinte grande passe de Bruno Fernandes e Acuña a marcar na recarga após intervenção de Nita. Aos 64 mais um bom passe de Bruno Fernandes, agora para Gelson, que na direita fez um remate cruzado e colocado “acabando” com a eliminatória. Aos 75 minutos grande abertura de Bruno Fernandes para Gelson na direita que meteu muito bem na área para a conclusão de classe de Bas Dost (terá sido a melhor jogada do encontro). Finalmente, aos 88, veio o 5-1 – abertura excelente de Bruno César para Coentrão, este num lance de classe a solicitar...

O 1º jogo oficial no novo Estádio Alvalade

23 de Agosto de 2003. Esta foi a data do 1º jogo oficial disputado no novo Estádio José Alvalade. Disse respeito à 2ª jornada do Campeonato português. O treinador do Sporting era Fernando Santos, que escalou a seguinte equipa: Ricardo; Anderson Polga (Rodrigo Tello), Beto e Hugo; Luís Filipe, Custódio, Rochemback e Rui Jorge; Toñito (Clayton) e João Pinto; Lourenço (Miguel Garcia). Foi o Belenenses (de Manuel José) a equipa que teve a honra de defrontar o Sporting na inauguração oficial no novo Estádio Alvalade. O jogo foi emotivo, com fases alargadas de bom futebol praticado por futebolistas claramente motivados pelo belo ambiente que os rodeava. A equipa da casa começou muito bem a partida, jogando rápido, com movimentações constantes que desbarataram a defensiva belenense. Assim, foi sem surpresa que, aos 14 minutos, o brasileiro Fábio Rochemback fez o 1º golo oficial no novo estádio, de penalty. 14 minutos depois Toñito aumentou para 2-0 e tudo parecia muito bem encaminhado. Para surpresa geral, à passagem da meia-hora, o Belenenses fez um golo completamente fortuito – Sousa pretendia centrar e acabou por ver a bola entrar no ângulo contrário da baliza de Ricardo. O intervalo chegou com um 2-1 pouco tranquilizador, e mais se agudizaram as preocupações com o 2-2 logo no 1º minuto do 2º tempo, por Leonardo. Pouco depois Rodrigo Tello entrou na equipa leonina, que deixou o 3-4-3 e passou a jogar num mais tradicional 4-3-3. O chileno estava inspirado, mas foi numa jogada de grande insistência e confusão que Lourenço apontou o 3-2 à passagem dos 57 minutos. Logo a seguir, aproveitando uma ótima abertura de Tello,...

Os primeiros Estatutos do Sporting

22 de Agosto de 1907. Nesse dia o governador civil de Lisboa “despachou” finalmente a aprovação dos primeiros Estatutos do Sporting. Para tal o Sporting pagou 10$250 acrescidos de 17$686 de “direitos de mercê” e 18$071 de “emolumentos e adicionais da aprovação”. O texto foi assinado pelo visconde de Alvalade, António Ferreira Roquette, José Alfredo Holtreman Roquette (Alvalade), Frederico Ferreira, E. F. Mendonça, Fernando Barbosa, Nuno do Rego Botelho, José Cordeiro Ferreira Roquette, Sérgio Rolin Geraldes Barba, António Augusto Seguro, Henrique d’Almeida Serte Júnior, José Seguro Borges de Castro, Joaquim Avelino Martins, José Avelino Martins Júnior, José Stromp, Carlos Shirley e Guilherme de Lima O´Connor Shirley. Curiosamente, salvo ligeiras alterações de pormenor (e mudança de equipamentos) estes estatutos mantiveram-se no espírito e no corpo até 1947. O documento foi elaborado por José Alvalade e não disfarçava um espírito elitista e aristocrático. Mais de 1 ano antes, a 14 de Abril de 1906, na mansão dos Alvalade, se instalou uma secretaria, onde se iniciaram os trabalhos de lançamento. A 8 de Maio, em Assembleia Geral, foi eleita a 1ª Direcção do clube ainda sem nome, constituída pelo visconde de Alvalade (presidente), José Alvalade (vice-presidente), Frederico Seguro Ferreira (tesoureiro), José Gavazzo (primeiro-secretário, substituído por José Stromp logo que se ausentou para Paris) e Henrique Leite (segundo-secretário). 1 ano após a eleição da 1ª Direção – a 19 de Julho de 1907, os Estatutos foram apresentados à aprovação do Governo Civil de Lisboa em 3 exemplares de papel selado datilografado. Continham 38 artigos, divididos em capítulos. Eram já expressão da ânsia assumida dos fundadores em lançar as sementes dum clube “que se distinguisse dos outros quer...

A contratação de Jordão

Agosto de 1977. Cerca de 2 meses antes começou a falar-se no regresso de Jordão a Portugal. O futebolista, que havia brilhado ao serviço do Benfica, fôra transferido para o Saragoça de Espanha onde não se conseguiu adaptar, tendo até sido vítima de alguma “inveja” de outras colegas de equipa (veio a “lume” a má receção que teve do argentino Arrua). Tudo apontava então para o regresso do avançado a Portugal, e logo Benfica e Sporting foram apontados como prováveis destinos do angolano. “Por fora” corria o FC Porto, que nunca chegou a expressar o seu interesse pelo jogador, mas que reagiu com azedume à sua transferência para Alvalade (aliás Pinto da Costa voltaria a tentar contratá-lo meia dúzia de anos depois, de novo sem sucesso). Ferreira Queimado era o novo presidente encarnado e não se “pôs de fora” em relação ao interesse por Jordão. O líder encarnado referiu então que não fomentaria qualquer “guerra” com o Sporting, mas que também não fugiria a ela se o provocassem. Estranhas, ou talvez não (depois do seu passado benfiquista), foram as primeiras declarações de Jordão, afirmando que preferia o Sporting. Já em fins de Agosto, numa das suas mais profícuas jogadas estratégicas em termos dirigentes, João Rocha “abriu os cordões à bolsa” e conseguiu trazer o magnífico jogador para Alvalade (levando a melhor sobre os grandes rivais encarnados). Sousa Marques, vice-presidente leonino, referiria na ocasião que “pescar um espadarte não seria mais difícil”, dando a entender o quão difíceis foram as negociações com os espanhóis. Rui Jordão tornar-se-ia nos anos seguintes um dos maiores ídolos da falange de apoio leonina, entrando...
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