John Toshack – O treinador mais difícil de derrotar na História do Sporting

John Benjamim Toshack nasceu a 22 de Março de 1949 em Cardiff – País de Gales. Como jogador passou os melhores anos da carreira no Liverpool onde ganhou diversos títulos nacionais e europeus. Foi internacional e marcou mais de duas centenas de golos. Como treinador começou no Swansea City – que levou da 4ª à 1ª divisão em  apenas 4 anos! Chegou ao Sporting no Verão de 1984 ficando com o histórico Pedro Gomes a adjunto. Logo cativou pelo discurso positivo e mentalidade ofensiva patenteada nos primeiros jogos. A 1ª partida oficial foi a 26 de Agosto de 1984 – 3-0 ao Vitória de Guimarães. Nos primeiros 6 jogos foi sempre a ganhar, com muitos golos e o Auxerre eliminado das provas europeias. Entretanto veio uma inesperada derrota em Penafiel (encarada como um “acidente de percurso”)… A eliminação (em Novembro) da Taça UEFA “aos pés” do Dinamo Minsk (nos penaltis) foi a primeira “machadada” na sua credibilidade entre os adeptos, enormemente agravada pela derrota em Alvalade frente ao Rio Ave para a Taça de Portugal (já em Março). Entretanto o Sporting fazia um bom Campeonato (que noutros anos até daria o título), mas o FC Porto (com Futre em grande) não cedia um palmo de terreno… A 19 de Maio de 1985 acabou por orientar pela última vez a equipa num triunfo por 2-1 sobre o Boavista. Saiu sem ganhar nada mas a verdade é que, com ele, o Sporting praticava um futebol vistoso e de pendor atacante. Ficou para a História do futebol do clube como o treinador com menor percentagem de derrotas de sempre (7,89% – 3 derrotas em 38...

Morato – A sobriedade como trunfo

António Henriques Morato nasceu a 20 de Março de 1937 em Lisboa. Começou no Charneca, mas chegou ao Sporting ainda nas camadas jovens. Estreou-se oficialmente na equipa principal (com o treinador Enrique Fernández) a 25 de Janeiro de 1959 num Sporting-Lusitano de Évora (3-1) para o Campeonato. Logo nessa 1ª temporada foi bastante utilizado (17 presenças) como alternativa a Galaz no posto de defesa/médio centro. Na temporada seguinte voltou a jogar com alguma regularidade (sem ser titular), mas em 1960/61, com Alfredo González (primeiro) e Otto Glória (depois), foi o jogador mais utilizado na sua posição (28 jogos), o mesmo acontecendo na época seguinte, na qual, finalmente, se sagrou Campeão Nacional (com Juca). Em 1963/63 perdeu o lugar para o luso-brasileiro Lúcio, jogando muito menos que nas épocas anteriores. Ainda assim valeu o título coletivo na Taça de Portugal. No ano seguinte esteve emprestado ao Vitória de Setúbal, regressando em 1964/65 para fazer a sua última época de “leão ao peito”. A 30 de Junho de 1965 jogou pela última vez pelo Sporting numa derrota por 2-0 com o Vitória de Setúbal para a Taça de Portugal. Esteve um total de 6 épocas no clube tendo realizado 106 jogos oficiais (curiosamente nunca fez nenhum golo). Ganhou 1 Campeonato Nacional e uma Taça de Portugal. Foi um bom defesa, que sem exuberâncias nem grandes momentos de brilhantismo conquistava (pela sua regularidade e sobriedade) a confiança dos seus treinadores. Depois passou por Lusitano de Évora e Oriental. Foi uma vez internacional A. O seu filho, também António Morato, também defesa e também internacional A, foi uma das figuras da equipa do...

Marinho Peres – Levou o Sporting às meias-finais da UEFA

Marinho Peres Ulibarri nasceu a 19 de Março de 1947 em Socoraba – Brasil. Foi um grande jogador de futebol (como defesa-central), destacando-se na Portuguesa e no Santos, tendo chegado  depois ao FC Barcelona. Foi internacional brasileiro por 15 vezes, sendo titular na “canarinha” que esteve no Mundial de 1974 na Argentina. Começou a carreira de treinador em 1981 no América do Rio de Janeiro. Em 1986 chegou a Portugal para o Vitória de Guimarães onde construiu uma equipa magnífica com um futebol agradabilíssimo à vista. Mais tarde esteve no Belenenses onde conquistou a Taça de Portugal. Chegou ao Sporting no Verão de 1990 como aposta forte do presidente Sousa Cintra. Orientou pela 1ª vez oficialmente o clube a 19 de Agosto de 1990 numa receção ao Vitória de Guimarães (3-0) para a 1ª jornada do Campeonato Nacional. O início do seu trabalho foi auspicioso. Os leões triunfaram nos primeiros 11 jogos do Campeonato, eliminando pelo meio Malines e Timisoara (com 7-0 em Alvalade!) da Taça UEFA. No entanto, na parte final da 1ª volta, as derrotas com FC Porto e Benfica mostraram que os leões não tinham “estofo” para chegar ao título. Na Europa as boas prestações continuaram, e só na meia-final os leões seriam vergados pelo fortíssimo Inter de Milão de Brehme, Mattheus e Klinsmann.  Nesta 1ª temporada em Alvalade Marinho Peres lançou Peixe e foi com ele que Filipe e Balakov despontaram no clube. Para a época seguinte os sportinguistas esperavam mais, mas a verdade é que as coisas correram pior que na anterior. Uma derrota em Aveiro logo à 5ª jornada do Campeonato e a...

Firmino Bernardino – Um especialista na montanha

Nasceu a 19 de Março de 1950 na Venda do Pinheiro. Começou a carreira de ciclista em 1968 no Sporting (que na altura tinha uma equipa fortíssima). Em Julho desse ano teve a sua 1ª contribuição para um triunfo coletivo, no Grande Prémio FC Porto – Robbialac, e 2 meses depois foi 10º no Campeonato Nacional de Fundo. O seu 1º grande triunfo individual aconteceu no Troféu “Jornal de Notícias” a 10 de Maio de 1970, batendo ao sprint 4 adversários que o acompanharam numa fuga iniciada pouco mais de 15km após a partida. Os leões venceram coletivamente. 1 mês depois foi o grande vencedor do Grande Prémio Robbialac. Na Volta a Portugal desse ano (1970) triunfou no Prémio da Montanha e foi 2º na geral, suplantado apenas por Joaquim Agostinho. Em Setembro estreou-se na VII Escalada de Montjuich, com um 18º lugar, e 15 dias depois venceu o Circuito de Alenquer e o Campeonato Regional de Rampa numa temporada a todos os títulos memorável. A 14 de Março de 1971 Firmino Bernardino ganhou o Campeonato Regional do Sul (o Sporting triunfou coletivamente), e em Junho contribuiu para a vitória coletiva no 3º Grande Prémio Riopele (com um 7º lugar). Na Volta a Portugal voltou a ser 2º, atrás de… Agostinho, e venceu, mais uma vez, o Prémio da Montanha. No Grande Prémio Internacional de Sintra, para não variar, foi 2º atrás de Joaquim Agostinho e em nova presença na Escalada de Monjuich alcançou o 21º posto. Em Outubro voltou a triunfar no Regional de Rampa, num verdadeiro festival sportinguista com 5 ciclistas nos 5 primeiros lugares! Na Volta...

Mário – O homem do golão nas Antas aos 120 minutos

Mário Marques Coelho nasceu a 18 (registado a 24, por isso algumas confusões) de Março de 1957 no Rio de Janeiro – Brasil. Começou no Fluminense (onde foi campeão carioca em 1980). Por lá se manteve 5 épocas até chegar ao Bangu, clube no qual atingiu o pico da carreira. Passou ainda por Vasco da Gama e Botafogo antes de chegar ao Sporting, já com 29 anos, no Verão de 1986. Sobre ele depositaram-se muitas expetativas, pois era um “nome de peso” no futebol brasileiro. Estreou-se oficialmente a 31 de Agosto num Rio Ave-Sporting (2-2) para a 2ª jornada do Campeonato Nacional. Marcou o seu 1º golo (bisou) a 1 de Outubro na receção ao Akranes (6-0) para a Taça UEFA. 15 dias antes tinha sido considerado pela generalidade da imprensa o “melhor em campo” na vitória por 9-0 frente ao mesmo adversário na Islândia, resultado que continua a constituir um recorde entre equipas portuguesas de goleadas “fora” em jogos das competições do “velho continente”. Nessa 1ª temporada sob o comando de Manuel José (primeiro), Marinho Mateus (depois) e Keith Burkinshaw (por fim) foi bastante utilizado na esquerda no meio campo, acumulando 29 presenças e 4 golos, o mais importante dos quais (um verdadeiro golão e o seu momento mais alto na curta estada em Alvalade) aos 120 minutos do Porto-Sporting para as meias-finais da Taça de Portugal que levou os sportinguistas ao Jamor. Na temporada seguinte (com Burkinshaw e António Morais) ganhou ainda mais protagonismo. Foi normalmente titular no meio campo, como “patrão da equipa”, e contribuiu para o triunfo na Supertaça frente ao Benfica. Entretanto chegou o novo...

Romagnoli – Um 10 com talento

Leandro Atilio Romagnoli nasceu a 17 de Março de 1981 em Buenos Aires – Argentina. No Mundo do Futebol tem a alcunha de “Pipi Romagnoli”. Começou por jogar no San Lorenzo (desde as camadas jovens), onde chegou às seleções (foi campeão do mundo de sub-20 em 2001) e ganhou alguns títulos já como sénior. Em 2002 chegou à seleção principal da Argentina (a sua única internacionalização) numa altura em que a Europa começou a reparar nele  e Maradona o elogiou com entusiasmo, mas pouco tempo mais tarde lesionou-se com muita gravidade. Regressou lentamente à competição, passando depois 2 anos no Vera Cruz – México, de onde chegou ao Sporting, por empréstimo, com direito de opção, no “mercado de Inverno” de 2005/06. Realizou a 1ª partida (estreou-se simultaneamente a Abel) a 11 de Janeiro de 2006 frente ao Vizela (2-1) para a Taça de Portugal. 10 dias depois marcou pela 1ª vez numa receção ao Marítimo (1-1) para o Campeonato. Logo os sportinguistas perceberam que estavam perante um jogador tecnicista, capaz de “inventar” espaços nas defensivas contrárias, mas algo débil em termos físicos. Esse “metade” de época foi positiva e o Sporting adquiriu o seu passe por cerca de 1 milhão de euros. Na temporada seguinte custou a “engrenar”, mas do meio da época para a frente assumiu-se como o 10 da equipa, ganhando resistência física e influência na equipa. Contribuiu para o triunfo da Taça de Portugal – a sua 1ª conquista de verde e branco. Em 2007/08 o Sporting venceu a Supertaça e a Taça de Portugal e o criativo argentino foi dos mais utilizados da equipa (51...

Douglas – Médio “todo-o-terreno” de altíssima qualidade

William Douglas Humia Menezes nasceu a 17 de Março de 1963 em Belo Horizonte – Brasil. Começou a carreira de futebolista na sua cidade, no Cruzeiro, onde conquistou títulos estaduais. Em 1988 mudou-se para a Portuguesa e no Verão do mesmo ano chegou ao Sporting como uma das “unhas do leão” de Jorge Gonçalves, numa altura em que já tinha sido várias vezes internacional pelo Brasil. Estreou-se oficialmente a 5 de Outubro com uma vitória histórica no Estádio do Ajax (2-1) em jogo a contar para a Taça UEFA. Marcou o 1º golo (e foi monumental) a 24 de Janeiro de 1989, na Madeira, frente ao Nacional (3-0) para a Taça de Portugal. Nessa 1ª temporada foi parte dum meio-campo de enorme qualidade que tinha ainda Oceano, Silas e Carlos Manuel (para além de outros valores como Carlos Xavier ou Litos). Ainda assim nada se ganhou. Nos anos seguintes continuou a ser “pedra basilar” das equipas leoninas, algumas de grande qualidade (ao lado de homens como Peixe, Figo, Balakov ou Filipe), mas nunca conseguiu ganhar qualquer título… A sua última partida pelo Sporting disputou-se a 10 de Maio de 1992 frente ao Paços de Ferreira (2-1) para o Campeonato. O último golo (tal como o 1º) fôra marcado na Ilha da Madeira, só que desta vez frente ao União, a 22 de Fevereiro de 1992, num triunfo por 5-1. Esteve um total de 4 épocas no Sporting. Realizou 124 jogos e marcou 14 golos. Deixou excelente imagem dum centrocampista “todo-o-terreno” com enormes qualidades técnicas e grande disponibilidade física. Não sendo muito robusto era duma resistência assinalável. Corria os 90...

Vidigal – Um centrocampista de grande pujança física

José Luís da Cruz Vidigal nasceu a 15 de Março de 1973 em Sá da Bandeira – Angola. 2º de 12 irmãos (vários dos quais futebolistas), começou por jogar no O Elvas, de onde transitou para o Estoril. Nos “canarinhos” (onde brilhou intensamente – na divisão de honra – chegando à Seleção de esperanças) esteve apenas uma época, pois no Verão de 1995 assinou pelo Sporting. Pelas suas caraterísticas físicas e estilo abnegado de jogar logo foi apelidado de “novo Oceano”. Estreou-se oficialmente na 1ª jornada do Campeonato, a 20 de Agosto, nas Antas (1-2). Nessa 1ª temporada, na qual o Sporting conheceu 3 treinadores (Carlos Queiroz, Fernando Mendes e Octávio Machado), foi entrando gradualmente na equipa, acabando por fazer 26 jogos e ganhando a Supertaça (foi titular na partida decisiva, em Paris, frente ao FC Porto). Na época seguinte voltou a jogar com alguma frequência mas sem assumir a titularidade (Oceano e Pedro Martins “reinavam” no miolo no terreno). Marcou entretanto o seu 1º golo a 23 de Agosto de 1996, num triunfo em Espinho por 3-1 – esta foi mesmo a sua época mais produtiva com 5 golos em 26 jogos. Na época terrível de 1997/98, com 4 treinadores (Octávio, Francisco Vital, Vicente Cantatore e Carlos Manuel) continuou a patentear as suas caraterísticas mais marcantes – a entrega e a força, e fez aquele que foi talvez o golo mais importante da temporada – o que garantiu a vitória frente ao Belenenses na penúltima jornada e consequente acesso às provas europeias. Com Mirko Jozic, em 1998/99, voltou a ser uma alternativa credível para médio defensivo ou defesa...

Duílio – Central de pontapé fortíssimo

Duílio Dias Júnior nasceu a 13 de Março de 1957 em Curitiba – Brasil. Começou a jogar futebol e a conquistar títulos no clube da sua terra (ele é filho do maior goleador da História do clube), passando depois por Portuguesa, América e Fluminense (onde teve grande sucesso individual e coletivo). Chegou ao Sporting proveniente do “Tricolor” no Verão de 1985. Era tido como um central possante, “autoritário”, de grande craveira. Estreou-se oficialmente a 28 de Setembro num Sporting-Académica (2-0) para o Campeonato. Nessa 1ª temporada, sob o comando de Manuel José, não conseguiu ganhar a titularidade no centro da defesa (que pertencia à dupla Venâncio-Morato). Pareceu sentir alguns problemas de adaptação ao futebol europeu (bem mais intenso que o brasileiro) e ele não era propriamente um jogador rápido. Ainda assim realizou 16 jogos. Na época seguinte, com Manuel José (primeiro) e Keith Burkinshaw (depois) foi mais utilizado, começando a demonstrar a sua apetência de remate, fortíssimo e muitas vezes colocado. Marcou o 1º golo a 18 de Janeiro de 1987 num triunfo (3-2) no terreno do Oriental para a Taça de Portugal. 1987/88 foi a sua melhor e, paradoxalmente, última época de verde e branco. Habitualmente titular (40 presenças), fez dupla com Morato e apontou 4 golos, contribuindo para o triunfo na Supertaça. A sua última partida realizou-se a 5 de Junho de 1988 frente ao Penafiel (7-0), tendo marcado 1 golo na despedida. Nessa altura surgiu o presidente Jorge Gonçalves que promoveu uma grande mudança no plantel. Totalizou 3 épocas, 81 jogos oficiais e 6 golos pelo Sporting, ao serviço do qual ganhou uma Supertaça. Saiu de...

Manuel Dias – O campeão franzino apaixonado pelo jornalismo

Nasceu a 13 de Março de 1904 em Lisboa, tendo começado muito novo a atividade de vendedor de jornais. Iniciou-se no GD Vendedor de Jornais e ingressou depois no Vendedor de Jornais FC onde nem sempre o deixaram correr por ser muito franzino. Afrontado, decidiu fundar ele próprio um clube – o Sport Picheleira Atlético Clube, na companhia de alguns amigos. Começou então a distinguir-se e foi convidado para ingressar no Sporting. Assim fez, mas surpreendentemente não marcou presença em diversas provas apesar de nelas estar inscrito pelos leões. A 1 de Agosto de 1926 disputava-se uma competição em que o prémio de vitória era uma medalha de ouro, mas o Picheleira recusou a sua inscrição. Consternado, dirigiu-se ao Estádio do Lumiar onde se disputavam os campeonatos nacionais e onde, como sempre, o Sporting o inscrevera. Alinhou nos 5.000 metros ao lado de grandes campeões, e ignorado no meio de toda aquela gente famosa ganhou a prova conquistando o seu 1º grande triunfo, com 16m29,4s. No ano seguinte estreou-se a ganhar no Regional de Crosse tendo recebido a seguinte apreciação do jornal “Os Sports”: “O seu estilo é mau, com um movimento de braços muito largo que lhe causa fadiga, assim como um exagerado balouçar de ombros. No entanto é extremamente rápido, o nosso melhor corredor de meio-fundo na atualidade. Precisa de preparar melhor o físico porque é muito frágil.” No final dessa época já era detentor do recorde nacional dos 3.000 metros com 9m16,8s, e o meio-fundo começou a ser notoriamente dominado por si. Em 1928 venceu pela 1ª vez o Nacional de Crosse, feito que viria a...
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