2013 – A eleição de Bruno de Carvalho

23 de Março de 2013. Os resultados parciais das eleições no Sporting Clube de Portugal foram conhecidos por volta das duas horas da manhã (do dia seguinte), e divulgados  por Eduardo Barroso, presidente da Mesa da Assembleia-Geral.

Os resultados eram ainda provisórios porque, a juntar aos votos presenciais, foram considerados apenas os votos por correspondência enviados até sexta-feira. A contagem definitiva seria feita na terça-feira seguinte mas nada mudou. Já não havia volta a dar, Bruno de Carvalho já ganhara!

O novo presidente liderava a votação para o Conselho Diretivo com 45.327 votos, o que equivalia a 53,66 % dos votos e ainda 8.944 sócios votantes, o que correspondia a 59,54 %.

José Couceiro, candidato da Lista C, recebeu 38.327 votos, que correspondiam a 45,35 % e a 5.928 sócios (39, 46 %).

Quanto a Carlos Severino, da Lista A, recebeu 863 votos, que correspondiam a 1,02 % e 150 sócios votantes (1 %).

Na Assembleia-Geral, a liderança também era da Lista B, de Jaime Marta Soares, com 56,05% dos votos (39.105 votos). A lista C, de Tito Fontes, reunia 44, 46% dos votos (36186 votos) e a Lista A, de Carlos Teixeira, 5, 3% (4123 votos).

Quanto ao Conselho Fiscal e Independente, nova liderança da Lista B, de Jorge Bacelar Gouveia, com 43, 73% (36.218 votos). A Lista C, de Nuno Marques, tinha 35, 18% (29.104 votos), a Lista A, de António Lucas, 12,12% (312 sócios)e a Lista D (Independente) de Vicente Caldeira Pires, reuniu 18,89% das preferências.

Começava aí uma nova era no Sporting. As máximas prometidas por Bruno de Carvalho eram competência, rigor e inteligência. Augusto Inácio (que se manteria a treinar o Moreirense até final da época) e Virgílio Lopes foram os escolhidos como “braços-direitos” para o futebol (no qual continuou com Jesualdo Ferreira como treinador até ao final da época, que estava a ser “negra” – anunciando depois Leonardo Jardim para a nova temporada).

Os primeiros anos de Bruno de Carvalho foram um longo “arrumar de casa”, mudando pessoas e mentalidades. Com uma clara estratégia de impôr o Sporting para o lugar de liderança no desporto nacional, Bruno de Carvalho não se coibiu de afrontar os adversários diretos e as instâncias superiores, sempre numa defesa acérrima do clube. Em termos financeiros o clube começava a entrar num patamar organizacional talvez nunca visto.

Houve também uma preocupação enorme em recuperar percentagens de passes dos principais jogadores e de lutar pela “verdade” do futebol (o VAR é o melhor exemplo). Houve sempre também uma grande atenção dada às modalidades e o Sporting nunca ganhou tanto a nível nacional e europeu!

Os treinadores escolhidos para a equipa de futebol eram, em princípio, excelentemente selecionados (Leonardo Jardim – saiu para o Monaco no final da 1ª temporada, Marco Silva – que se viria a revelar uma personagem muito peculiar… – e Jorge Jesus – um flop quase total) mas depois na prática não correspondiam – com exceção de Leonardo Jardim, que fez um bom trabalho.

Ao mesmo tempo Bruno de Carvalho cometeu vários erros. A formação (futebol) do clube teve um período de queda de qualidade devido ao facto de (muitos o apontam) terem sido afastados técnicos competentes e escolhidos outros sem capacidades para este tipo de trabalho – entretanto foram havendo importantes correções neste campo. Por outro lado uma enorme (exagerada) exposição mediática também aconteceu com resultados, em alguns casos, discutíveis.

Os jogadores de futebol eram contratados em número muito exagerado (Bruno de Carvalho tinha prometido uma equipa baseada na formação com 3 ou 4 reforços cirúrgicos e isso nunca aconteceu).

O facto de ter sido ficado “refém” de Jorge Jesus nada ajudou no seu trabalho – o treinador cometia erros atrás de erros (tanto na parte técnica e tática propriamente dita, como em termos comunicacionais – aqui era mesmo confrangedor) e Bruno de Carvalho não encontrou forma de atuar e se impôr, sempre perseguido pelo fantasma de uma brutal indemnização caso despedisse o técnico – apesar de este ter tido as melhores condições de sempre alguma vez dadas a um treinador do Sporting e não ter ganho praticamente nada…

Nos últimos tempos, Bruno de Carvalho viu-se numa relação muito complicada na relação com vários futebolistas devido a críticas públicas feitas maioritariamente no Facebook. Depois veio a “invasão” de Alcochete, que dificultou ainda mais o seu trabalho.

Por outro lado as modalidades foram praticamente todas as campeãs (as que jogam no Pavilhão João Rocha foram todas, em 2018!), o Estádio Alvalade estava sempre cheio, os sócios e adeptos sabiam que tinham na presidência um acérrimo defensor do clube.

Em suma, no tempo em que Bruno de Carvalho presidiu o Sporting notou-se uma mudança grande em quase todos os setores do clube e o saldo foi claramente positivo em relação aos seus antecessores – como da noite para o dia! mas faltaram sobretudo os títulos no futebol (em 5 anos apenas 1 Taça de Portugal, 1 Taça da Liga e 1 Supertaça) e uma estratégica comunicacional mais assertiva.

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