Uma retemperadora viagem ao Porto

1 de Janeiro de 1929. 2 dias antes o Sporting recebera os húngaros do Ferencvaros sofrendo meia-dúzia de golos e não marcando nenhum. Voltavam os sinais de crise numa equipa na qual Charles Bell, o treinador, encontrava grandes dificuldades em formar um onze, pois boa parte dos jogadores continuava a faltar sistematicamente aos treinos pela manhã…

Ainda “zonza” da goleada imposta pelos húngaros, a comitiva leonina correu a apanhar o combóio para o Porto, onde jogou no 1º dia de 1929 com os azuis e brancos. Foi uma animada “tournée” esta, que fez desanuviar um pouco os horizontes a uma equipa que vivia em permanente sobressalto, e que fazia, na altura, um péssimo Campeonato de Lisboa.

No próprio dia do jogo, após o almoço, os leões deram um passeio até à ponte D. Maria de onde admiraram um magnífico panorama por sobre o rio Douro. No regresso ao hotel os jogadores sportinguistas “tomaram de assalto” uma casa de bilhares onde se divertiram à farta. Mais tarde, no campo da Constituição, o Sporting apresentou-se com: Cipriano; Jurado e Martinho de Oliveira; Varela, Fernando Ferreira e Matias; Figueiredo, Mira, Abrantes Mendes, Gabriel Constante (substituído aos 30 minutos por Cervantes, pois jogava muito mal) e Carreira.

A assistência era numerosíssima, tendo ficado de fora centenas de pessoas (a lotação era escassa). O terreno de jogo, de pequenas dimensões, tinha uma espécie de musgo ao longo das linhas laterais que o tornava extremamente escorregadio. Devido a isso, menos adaptados ao recinto, os sportinguistas fartaram-se de cair.

Os futebolistas do Sporting estiveram bem, honrando a camisola que vestiam, tendo sido a sua conduta apreciada pelos desportistas nortenhos. Mira inaugurou o marcador aos 32 minutos mas pouco depois Waldemar estabeleceu o empate. A 2ª parte foi menos bem jogada e o jogo terminaria com uma igualdade a um golo por entre grande camaradagem e espírito desportivo de parte a parte.

Os jogadores do FC Porto, acompanhados pelo seu técnico, Jozef Szabo, foram jantar com os sportinguistas ao hotel onde estes estavam hospedados. Após o repasto os atletas ficaram livres para fazer o que bem lhes apetecesse (o que estava longe de ser regra). Juntaram-se em grupos e desfrutaram do convívio.

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