1958 – Consagração no Alvalade na conquista do 14º título nacional do Futebol

23 de Março de 1958. No Alvalade, na última jornada do Campeonato Nacional, o Sporting precisava de vencer o Caldas para se sagrar campeão. Sob o comando de Enrique Fernández os leões alinharam com: Carlos Gomes; Valente, Galaz e Pacheco; David Julius e Osvaldinho; Hugo, Vasques, Vadinho, Travassos (cap) e Martins.

O Sporting entrou “a todo o gás” para resolver rapidamente o problema e logo aos 10 minutos surgiu o 1º golo. Vasques e Martins combinaram sobre a esquerda solicitando depois Travassos no centro do terreno que rematou forte e com boa conta. A bola ainda roçou em Vadinho antes de se anichar no fundo da baliza.

O “velhinho” (Travassos) organizava todo o jogo leonino num 1º quarto-de-hora de futebol admirável. Prosseguindo em bom ritmo, os leões fizeram, à passagem da meia hora o tranquilizador 2-0. Desta vez a jogada foi sobre a direita entre Hugo e Vasques. Um centro daquele foi aproveitado por Martins, que com um tiro sesgado e muito violento não deu qualquer hipótese de defesa a Vítor.

Após o descanso uma chuva intensa abateu-se sobre o Alvalade, numa altura em que se começava a fazer a festa. O nível futebolístico baixou, mas o Sporting consolidou o triunfo com novo golo aos 55 minutos. Travassos abriu em profundidade para Martins, este centrou impecavelmente, correspondendo Vasques com um vôo magnífico. Até final Vadinho ainda perdeu duas ótimas oportunidades perante um adversário muito animoso que deu boa réplica.

Travassos foi considerado pela generalidade da crítica como o melhor dos campeões de 57/58. Nesta partida confirmou-o com uma excelente exibição, mas toda a equipa se exibiu em bom plano, mesmo o guarda-redes Carlos Gomes, chamado a duas ou três intervenções em que vincou toda a sua classe.

Minutos antes de terminar o desafio todos os jogadores do Sporting que não participaram no jogo aguardavam à entrada do túnel para serem os primeiros a felicitar os seus colegas. Impacientes e nervosos, apesar do resultado. Juca até pediu um cigarro para acalmar (!), Caldeira estava completamente pálido…

No final os adeptos invadiram o terreno. Já nas cabinas o treinador Fernández afirmava que “pretendia fazer uma equipa para o futuro, mas a partir da vitória frente ao Benfica sentira que já podia ser campeão este ano”. Uma onda de lesões chegou a perturbar. A certa altura Vasques e Travassos pareciam “presos por arames”, Carlos Gomes contraiu gripe, Hugo cobrira-se de mazelas. Osvaldinho dizia: “Isto ainda foi melhor que o Carnaval do Rio”. Os jogadores chegaram quase despidos ao balneário.

Para Enrique Fernández: “Os meus jogadores sacrificaram-se toda a época no intuito de viver este momento. É justo que sintam tão intensa alegria. Ao cabo de tantos anos e tantos títulos este é o momento mais alto da minha carreira”. Depois a direção do Sporting surgiu na cabina a felicitar os “rapazes”. Momentos antes, no camarote presidencial, viveram-se momentos altos com lágrimas de alegria. Cazal-Ribeiro, o presidente, conseguira aquilo que tanto desejava, um título de campeão: “Sinto-me compensado de todos os esforços, trabalhos e canseiras, e até da incompreensão dos homens. Hoje é o dia mais feliz da minha gerência e talvez o mais belo momento da minha vida de desportista”.

O Sporting mostrou que também era um clube do povo e não só das elites como muitos diziam. A festa foi enorme entre serpentinas vibrantes, confetis, balões, morteiros e foguetes, gaitas, rocas, matracas e bombos!

Na imagem, de cima para baixo e da esquerda para a direita: Enrique Fernández (treinador), Valente, Pacheco, David Julius, Osvaldinho, Carlos Gomes e Galaz; Hugo, Vasques, Vadinho, Travassos e Martins.

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