Adrien Silva

Adrien Silva nasceu a 15 de Março de 1989 em Angoulême (França). Começou por jogar futebol nas escolas do Bordéus, até que os seus pais decidiram vir viver para Arcos de Valdevez, e aí passou a alinhar num clube da terra chamado Paço, destacando-se de tal maneira que acabou por ir parar ao Sporting com apenas 12 anos.

Em Lisboa começou inicialmente por sentir grandes dificuldades na língua e também pelo facto de pela primeira vez viver sozinho, longe da proteção paternal, mas desde muito novo mostrou um caráter forte, uma personalidade tranquila e responsável, acabando por ser campeão e internacional em todos os escalões jovens.

Em 2005 esteve dado como certo no Chelsea, que o tentou “roubar” ao Sporting, juntamente com mais 2 colegas que se destacavam na Academia leonina, mas foi o único que acabou por permanecer de verde e branco.

Estreou-se oficialmente pela equipa principal aos 18 anos, no dia 17 de Agosto de 2007 (com Paulo Bento) num Sporting-Académica (4-1) para a 1ª jornada do Campeonato Nacional. Nessa 1ª temporada fez 15 jogos, comprovou ser um futebolista que poderia ter futuro no clube (embora ainda demonstrasse muitas carências) e contribuiu para a conquista da Taça de Portugal e da Supertaça.

Na temporada seguinte continuou a evoluir, mostrando cada vez mais consistência. Paulo Bento utilizava-o sempre na posição 6. Fez 19 jogos e venceu a Supertaça.

Em 2009/10 jogou ainda mais (24 presenças) e marcou o seu 1º golo – foi a 1 de Outubro de 2009 numa receção ao Hertha de Berlim para a Liga Europa. Essa foi uma temporada muito atribulada no qual o Sporting teve 3 treinadores (Paulo Bento, Leonel Pontes e Carlos Carvalhal) e Adrien acabou por sair no final, emprestado ao Maccabi Haifa (onde não se destacou) e no ano seguinte foi para a Académica onde, aí sim, foi muito relevante. Em 2012 continuou em Coimbra onde ganhou a Taça de Portugal (precisamente frente ao Sporting…), realizando uma temporada notável.

Para 2012/13, com Sá Pinto, voltou finalmente a “casa” naquela que foi a pior temporada de sempre do futebol leonino. A verdade é que voltou a não convencer ninguém. Mostrava qualidade técnica mas parecia faltar-lhe “coração” e “nervo”, qualidades que paradoxalmente passou a mostrar indubitavelmente a partir do ano seguinte com a chegada de Leonardo Jardim. A partir daí sim, tornou-se figura fundamental da equipa do Sporting, na posição 8, realizando 33 jogos e marcando 9 golos. Ganhou até o Prémio Stromp para “futebolista do ano”.

Depois, com Marco Silva (2014/15), aumentou ainda o andamento (42 jogos e 10 golos – e vitória na Taça de Portugal). Nessa mesma temporada estreou-se na Seleção Nacional (18 de Dezembro de 2014 – 1-0 à Argentina).

Para 2015/16 chegou Jorge Jesus, e Adrien tornou-se capitão da equipa que esteve pertíssimo da glória mas só conseguiu conquistar a Supertaça logo na abertura da época oficial. Fez 41 jogos e 9 golos e após uma temporada magnífica sagrou-se campeão da Europa de seleções em Paris. No defeso esteve quase transferido para o Leicester (não se coibiu de mostrar essa firme pretensão) por 30 milhões mas o Presidente Bruno de Carvalho não abdicou dos valores que pretendia (cerca de 45 milhões – valor da cláusula de rescisão) e a transferência acabou por não se concretizar. Em Dezembro de 2016 foi distinguido com o Prémio Stromp na categoria “Europeu”.

Apesar de tudo manteve-se capitão da equipa em 2016/17, onde não esteve tão brilhante como em épocas anteriores. Ainda assim fez 36 jogos e 6 golos, mostrando-se sempre fundamental na posição 8. Apesar de tudo desvalorizou-se pois o seu rendimento esteve aquém do da época anterior.

Finalmente, ainda iniciou a época 2017/18. Fez 5 jogos e marcou 1 golo (o último de verde e branco) em Guimarães num triunfo por 5-0 a 19 de Agosto de 2017 (curiosamente no mesmo jogo, aquele que se pensou ser o seu sucessor natural na equipa – Bruno Fernandes – marcou pela 1ª vez). No final do “mercado” foi transferido para o Leicester, conseguindo concretizar o objetivo de alinhar na Premier League que não tinha concretizado no defesa anterior. A enorme visibilidade do campeonato inglês, associada a uma condição monetária muito superior à que tinha no Alvalade, conseguiram sobrepor-se à incorporação num clube que, embora campeão (surpresa) inglês 2 anos antes, estava longe de ser um dos grandes do país.

Tinha jogado pela última vez a 23 de Agosto de 2017, em Bucareste frente ao Steaua na eliminatória de acesso à Liga dos Campeões (triunfo por 5-1).

Adrien acabou por totalizar presenças em 9 temporadas na equipa principal de futebol do Sporting. Fez 241 jogos oficiais e marcou 39 golos (vários dos quais de penalty, onde é um executante de grande eficácia). Ganhou 2 Taças de Portugal e 3 Supertaças. Deixou a sua marca, sobretudo nas temporadas com Leonardo Jardim, Marco Silva e Jorge Jesus, onde foi peça fundamental na engrenagem do conjunto verde e branco. Em termos comunicacionais sempre foi ponderado (excetuando na altura em que quis sair e não saiu – surpreendendo um pouco pela negativa) .

Em suma foi um bom capitão, uma figura das mais destacadas no futebol leonino na 2ª década do século XXI.

A 1 de Outubro de 2017, já várias semanas depois de ter saído do Sporting (mas ainda aguardava autorização para alinhar pelo Leicester pelo facto de ter sido inscrito já após o fecho do “mercado”), no intervalo do Sporting-Porto para o Campeonato, despediu-se de forma comovida e comovente dos adeptos leoninos.

No Leicester não teve sucesso. Depois jogou no Mónaco, na Sampdoria, no Al Wahda e Rio Ave. Sem ser propriamente uma decepção, nunca voltou a conseguir atingir os níveis altíssimos que chegou a patentear no Sporting CP.

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