2018 – Campeões nacionais de Volei, 24 anos depois!

1 de Maio de 2018. Em temporada de regresso da modalidade, o Sporting, orientado por Hugo Silva, conquistou o tão desejado título de campeão nacional ao vencer o 5º e último jogo (na “negra”) frente ao Benfica.

Num campeonato que não podia ter sido decidido mais “à pele”, o Sporting venceu a fase regular, depois bateu o Castelo da Maia por 3 jogos a zero (à melhor de cinco) e depois defrontou na final o Benfica, perdendo o 1º jogo na Luz, ganhando os 2 seguintes em casa e perdendo o 4º jogo na Luz. O 5º e decisivo jogo foi um dérbi carregado de emoções do início ao fim, do primeiro ao último ponto. Os resultados dos sets –  25-19, 19-25, 22-25, 25-16 e 16-14.

Foi com quase 2.700 espetadores nas bancadas do Pavilhão João Rocha (onde se comemorou o 1º título!) – entre eles Jérémy Mathieu (defesa-central da equipa principal de futebol) – que o Sporting mostrou que estava decidido a vencer o braço-de-ferro final frente ao rival encarnado.

Com grande determinação, a formação leonina nunca deu qualquer ponto como perdido e fechou o primeiro set com um triunfo por 25-19. Muito por culpa, diga-se, da eficácia no serviço, da segurança no ataque à rede e da consistência do bloco.

O problema é que no segundo set os papéis inverteram-se e depois de uma entrada para esquecer (3-8 no primeiro tempo técnico e 8-16 no segundo), os leões não conseguiram recuperar a desvantagem para o Benfica, que aproveitou os erros defensivos alheios para fechar a contagem em 25-19.

Explorando a zona central – e algum nervosismo do outro lado da rede –, os visitantes mantiveram o ritmo e voltaram a ser mais felizes no terceiro set (25-22), acima de tudo pela capacidade de pontuar no sideout.

A perder por 2-1, as esperanças leoninas talvez se tenham reduzido, mas o 4º set tudo mudou. Galvanizados pelos incansáveis sportinguistas nas bancadas, que se fizeram ouvir a plenos pulmões, os comandados de Hugo Silva inverteram o rumo dos acontecimentos com um parcial esmagador (25-17). A vantagem chegou a ser mesmo de 10 pontos por várias vezes (17-7; 19-9; 20-10 ou 23-13), tal a intensidade colocada em campo pelo Sporting. Nada conseguiu fazer o Benfica, bastante permissivo tanto no serviço como no bloco – José Jardim até chegou a rodar a equipa já com o pensamento na “negra”.

Para o 5º e decisivo set, estava guardada a “cereja no topo do bolo”. Se bem que lhe poderíamos chamar também uma ponta final imprópria para cardíacos.  Os leões começaram por aproveitar os ataques falhados dos rivais para se colocarem em vantagem (8-5), mas uma longa pausa na partida, de forma a prestar assistência a um jogador do Benfica que ficou prostrado no chão, beneficiou a formação visitante, que chegou progressivamente ao 13-13. Funcionava, por esta altura, melhor o bloco das águias, o que aumentou os índices de nervosismo no João Rocha. Entretanto João Simões, que pegou de estaca no 4º set, lesionou-se e aumentou as dores de cabeça do mister Hugo Silva. Quando a ‘negra’ estava mais ‘negra’ do que devia (14-13 para os encarnados), surgiu Dennis a salvar o match point que podia ter levado o título para o outro lado da Segunda Circular (14-14). A sorte sorria finalmente. Mais sorriu logo a seguir, nos 2 serviços de Muagututia que deram o triunfo ao Sporting por 16-14 – no primeiro a bola bateu na rede e passou caprichosamente para o outro lado, no segundo Dennis aproveitou para finalizar o ataque… e o campeonato para o Sporting.

“É uma sensação indiscritível, como devem calcular. Já tinha sido campeão no Sporting há 23 anos e, agora, o Sporting regressou, ao fim de tantos anos, com um projeto novo e vencedor”, afirmou Miguel Maia após a conquista. “Conseguimos dar uma boa resposta e isso deve-se à competência do nosso treinador, pela exigência que incutiu em todos os atletas desde o primeiro dia. Representar o Sporting era uma maravilha para toda a gente, mas a exigência seria a triplicar tendo em conta todos os clubes por onde os meus colegas já passaram. Os meus parabéns para o nosso treinador, que conseguiu mudar o chip de toda a gente, incluindo o dos treinadores adjuntos e o restante staff. Estamos orgulhosos por tudo o que fizemos porque trabalhámos muito e não tenho dúvidas que fomos a equipa que mais treinou durante estes 8 meses” (…) “Gostaria de dar uma palavra de apreço ao Benfica. Apresentou-se muito bem, com uma equipa consolidada e a jogar um Voleibol de alto nível. Podiam muito bem ter conseguido vencer este campeonato. No entanto, fizemos tudo para estar à frente na 1ª fase e, por isso, acabámos em primeiro com a decisão a ser tomada em nossa casa. Uma casa maravilhosa, que me deixa bastante orgulhoso” (…) “Como todos sabem, sou sportinguista. Sou um dos adeptos que hoje entrou em campo para puder lutar pelas nossas cores e não me posso esquecer do nosso Presidente e do Dr. Rui Caeiro – as pessoas que deram a cara e que nos ajudaram desde o princípio. Tivemos uma conversa com o nosso Presidente ontem. Falou connosco mais de uma hora e, ao contrário do que muitas pessoas pensam e ventilam fora do Sporting, é um presidente sério, com um grande coração e que luta pelos valores do Clube. Esteve connosco a falar e a incutir-nos coragem e, no caso de alguns jogadores, a explicar-lhes o que significa ser do Sporting (…) “O voleibol deve estar orgulhoso pelo espetáculo que aconteceu hoje. Acho que não há nada melhor do que celebrar neste Pavilhão João Rocha. Somos os primeiros Campeões Nacionais aqui e vamos gravar, a ouro, tudo o que fizemos este ano para seremos relembrados para sempre”.

Hugo Silva, treinador leonino, foi uma das principais figuras desta conquista. “Quando esta Direção me desafiou a abraçar este projeto tão grande, disseram-me que só seria possível comigo. A partir daí, em que me deram esse voto de confiança, não podia dizer que não e começámos do zero, desde os jogadores até à estrutura. Foi, de facto, muito desafiante. Sabíamos das dificuldades que íamos ter como é óbvio. Tínhamos de respeitar todos, não podíamos ter a mentalidade de chegar, ver e vencer. São equipas com muita tradição no Voleibol, uma delas com a hegemonia dos últimos 10 anos, e, portanto, tinha de ter muita calma porque, em 8 meses, tirar uma hegemonia de 10 anos, não é fácil. Para o Voleibol, para o Sporting e para mim é um título inesquecível” (…) “Para ser o 1º título deste pavilhão, tinha de ser assim. Muitos queriam festejar o título na Luz, mas tinha de ser aqui, junto dos nossos adeptos. O Voleibol é mesmo isto – um jogo de emoções fortes e, portanto, só podia acabar desta maneira. Este título tem um sabor redobrado” (…) “Este é o melhor Benfica dos últimos anos e, isso, valorizou muito este título. Estão de parabéns pelo campeonato que fizeram e saem de cabeça levantada por aquilo que fizeram nesta final” (…) “O segredo está no dia-a-dia, não está no momento. Aquele momento só aconteceu porque trabalhámos para isso e, portanto, para aqueles que acham que é momentos de sorte: a sorte trabalha-se e procura-se. Fomos campeões pela raça que tivemos e pela vontade de dar este título ao Sporting”.

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