Carlos Silva

Nasceu a 15 de Maio de 1951 em Lisboa. Praticou Ginástica no Sporting dos 3 aos 11 anos. Tentou iniciar-se no Andebol no “clube do seu coração” com 16 anos, mas disseram-lhe que o escalão era destinado apenas a filhos de dirigentes(!) pelo que rumou ao Encarnação. No ano seguinte já o Sporting o tentava recuperar, mas o pai não deixou pelo fato de o terem mal tratado no ano anterior. 1 ano depois, finalmente, o apelo sportinguista foi mais forte e chegou (em boa hora) a Alvalade.

Esteve presente em 3 dos 5 históricos títulos nacionais consecutivos que os leões conquistaram entre 1969 e 1973. Depois de vencer 3 Campeonatos Nacionais e 3 Taças de Portugal de “leão ao peito” passou 1 ano pelo Benfica – e segue-se o motivo pelo qual rumou ao rival: Naquela altura era comum os clubes arranjarem bons empregos aos atletas. No entanto Carlos Silva via os colegas serem colocados em bancos e escritórios de empresas e para ele… nada. Ficou magoado e então decidiu permanecer a trabalhar no Instituto Nacional de Estatística e continuar a jogar Andebol num clube mais modesto como o Encarnação ou Campo de Ourique. No entanto esse era ano de Mundial, em Lisboa, e a Federação não queria que o guarda-redes da Seleção jogasse na 2ª divisão pelo que o pressionou a aceitar o convite do Benfica…

Esteve depois 1 ano no Belenenses para regressar ao Sporting em 1978/79 (rejeitando para isso uma proposta do Atlético de Madrid). A partir daí ganhou mais 5 Campeonatos Nacionais e 4 Taças de Portugal em Alvalade, tendo terminado a sua carreira com 40 anos no Clube TAP. Foi 5 vezes internacional esperança e 97 vezes internacional A (chegou também a ser treinador dos guarda-redes da Seleção), e em 25 anos de carreira nunca sofreu qualquer punição disciplinar!

Como jogador esteve 20 anos no Sporting (onde foi capitão após a saída de Manuel Brito), tendo vencido no total 8 Campeonatos Nacionais e 7 Taças de Portugal – números verdadeiramente impressionantes. Era claramente “gordo” para os padrões normais de um desportista, mas compensava esse “handicap” com agilidade e reflexos extraordinários.

Obteve louvores da Federação Portuguesa de Andebol em 1973 e 1976 e do Ministério da Educação em 1986. Em 1992 recebeu do Governo a Medalha de Mérito Desportivo. Passou anos mais tarde pela equipa técnica leonina na companhia de outro “histórico” – Luís Hernani, tendo ganho uma Supertaça em 1998.

Um belo dia, quando lhe pediram para descrever o que era para si o Sporting, respondeu com a expressão “Amor de Perdição”, afirmando que nasceu sportinguista e assim haveria de morrer.

Nota: A elaboração deste texto teve a preciosa colaboração de Hugo Malcato.

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