2021 – Campeões nacionais de Basquetebol, 39 anos depois!

2 de Junho de 2021. A equipa de Basquetebol do Sporting CP sagrou-se nesta quarta-feira Campeã Nacional da modalidade pela 9ª vez, 39 anos depois do último título e menos de 2 anos desde o regresso da equipa ao ativo.

Depois de terem vencido a fase regular, os sportinguistas encontraram nos quartos-de-final o Vitória de Guimarães, tendo seguido em frente com os resultados c 94-58, c 85-67, f 71-84 e f 97-80. Seguiu-se o Benfica nas meias-finais. Aí os leões avançaram na competição com c 92-86, c 83-75 e f 95-82.

Veio então a final com o FC Porto. Até hoje, havia um empate 2-2, com os resultados c 74-72, c 69-81, f 73-87 e f 80-76.

Faltava a “negra”, e que jogo foi!… A partida começou com grande intensidade. Shakir Smith abriu a contagem para o Sporting CP, o FC Porto empatou e um afundanço de John Fields repôs a vantagem. Micah Downs acertou um lançamento triplo para o 7-4 e, pouco depois, um parcial de 8-0 colocou os dragões a vencer por 4-11.

O Sporting CP voltou a passar para a frente quando Travante Williams faturou da linha dos 3 pontos, mudando o resultado para 18-17, e um afundanço de João Fernandes em cima da buzina fechou o 1º quarto em 22-20.

Este foi mesmo o melhor jogo da final e um dos melhores da temporada! – Um triplo de Travante nos primeiros instantes do 2º quarto fez o 25-22 para os leões, mas o FC Porto voltou a reagir, desta feita com 11 pontos consecutivos (25-33).

Os azuis e brancos estavam muito bem da linha dos 3 pontos, mas depois foi a vez do Sporting CP fazer o mesmo. Só no 2º quarto, Travante Williams, Micah Downs (duas vezes), Diogo Ventura (duas vezes) e Pedro Catarino acertaram lançamentos triplos e o Sporting CP passou para a frente nos 43-41. A vantagem aumentou ligeiramente ao intervalo, com o resultado a fixar-se nos 51-47. Com 14 pontos até então, Travante Williams estava a ser a figura da partida.

O jogo voltou para o 3º quarto com o equilíbrio habitual, mas menos lançamentos convertidos com sucesso. John Fields deu início às hostilidades para os 59-53, João Fernandes protagonizou um vistoso afundanço, mas o FC Porto respondeu em força mais uma vez, passando para a frente nos 59-60.

O Sporting CP, no entanto, não deixou os visitantes fugirem no marcador. Os triplos de Travante Williams e Micah Downs voltaram a virar o resultado e o primeiro dos dois norte-americanos fechou mesmo o quarto em 68-63.

A vantagem de 5 pontos era, claro, agradável à entrada para o último quarto, mas nada estava resolvido, como provou o triplo bem-sucedido de Garrett Nevels, do FC Porto, para o 68-66. Os portistas estavam com tudo e conseguiram empatar a partida a 75 pontos e passar para a frente nos 77-78. A vida tornou-se mais complicada para o Sporting CP, principalmente quando a desvantagem passou a ser de 6 pontos (78-84).

Os leões não desistiram e foram atrás da vitória nos últimos instantes. James Ellisor, Travante Williams e Micah Downs pontuaram e a 42 segundos do final o marcador apontava 83-84, estando tudo em aberto. Jalen Riley acertou um lance livre que fez o 83-85 para o FC Porto e o Sporting CP ficou com 18 segundos para o tudo ou nada.

A 6 segundos do fim, Shakir Smith penetrou a defesa portista e conseguiu mais 2 pontos para os 85-85. Restava um ataque do FC Porto, mas o Sporting CP recuperou a bola e Micah Downs sofreu falta. Lances livres para o camisola 33 com menos de 1 segundo para jogar e o leão acertou um deles – o suficiente para vencer o jogo por 86-85 de forma épica e dar o título nacional ao emblema de Alvalade. A festa então, explodiu!

A equipa: Travante Williams (21), Francisco Amiel, John Fields (9), Jorge Embaló, Shakir Smith (6), Diogo Ventura (12), João Fernandes (8), Cláudio Fonseca, Diogo Araújo, Pedro Catarino (3), Micah Downs (16) e James Ellisor [C] (11).

No final, Luís Magalhães não escondeu a emoção de ter atingido o sucesso ao comando técnico do Sporting Clube de Portugal: “O meu irmão era um sportinguista ferrenho e o meu sobrinho também é. Eles tiveram muito peso na minha vinda para cá. O sonho do meu irmão, que faleceu, era que eu viesse para o Sporting CP. Vim e estamos, há 2 anos, a trabalhar de forma muito intensa, com muita dedicação. Os jogadores foram fabulosos. A direção, o Miguel Afonso e o presidente [Frederico Varandas], que já esteve connosco em vários treinos, deram-nos todo o apoio. Não nos podemos queixar de nada, temos excelentes condições de trabalho. Os jogadores dedicaram-se de forma impressionante. Conseguimos construir uma equipa do nada (…) Os jogadores chegaram ao topo à custa deles próprios, que acreditaram. Toda a gente deve fazer isso: ter um sonho, acreditar e investir nisso. Uma palavra para o FC Porto, que dignificou muito a nossa vitória. Qualquer equipa podia ter ganho e felizmente caiu para nós. Estamos muito satisfeitos por isso (…) Onde vai um, vão todos e acreditou um, acreditaram todos. Ganhou um e ganhámos todos. Nós, os adeptos e a direção. Toda a gente está de parabéns. É mais um título e o Sporting CP vive de títulos. Este tem um sabor tremendo porque há 39 anos que não entrava no Museu Sporting. Agora vai entrar”.

James Ellisor, capitão verde e branco: “Estou feliz e é uma mistura de emoções. Acima de tudo, estou feliz pelos rapazes que ganharam o seu 1º Campeonato. Todos trabalhámos muito para chegar a este ponto e estou feliz por celebrar com eles. (…) Estou feliz por ter feito história com o Sporting CP. Foi a minha 3ª Liga e agora vou celebrar”.

Francisco Amiel, outro dos capitães leoninos: “Tenho vindo a pensar nisto nos últimos dias. (…) Uma das primeiras coisas que disse [quando cheguei ao Sporting CP] foi que um dos meus maiores sonhos era ser Campeão no [Pavilhão] João Rocha. Foi o destino. Toda a minha passagem tem sido o destino. O culminar de uma época, com o 5º jogo a acabar, no último segundo, no nosso Pavilhão… Não se pode pedir muito mais. Estou sem palavras. É o culminar de muito trabalho. Estou super-orgulhoso deste grupo de jogadores”.

Para Francisco Amiel, continuar o legado e festejar com o pai Álvaro, que foi treinador-adjunto do Basquetebol do Sporting CP, foi duplamente especial. “O meu pai, que está aqui comigo, teve a oportunidade de vir ver o jogo de hoje. (…) É gratificante e um sonho realizado”.

Cláudio Fonseca, que fecha o lote de capitães: “Sonhei com isto desde o ano passado. Há 39 anos eu nem era nascido, é incrível. Agradeço a toda a gente, deste treinadores, diretores, o público, que esteve sempre connosco mesmo não estando cá. Quem nos veio apoiar [fora do Pavilhão] foi incrível. Agradeço às nossas famílias, que estiveram sempre connosco e em especial à minha namorada. Foi uma luta desde o ano passado, desde o 1º dia. Deixámos o sangue no campo. Treinámos com cada vez mais intensidade e isto é o resultado do nosso trabalho. Foi para isto que o Basquetebol voltou: para trazer títulos, outra vez, ao Sporting CP”.

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