Um “escaldante” Sporting-Belenenses

2 de Maio de 1943. Neste dia o Sporting recebeu o Belenenses para o Campeonato Nacional. A luta entre estas duas equipas e o Benfica estava no ponto de ebulição. O Sporting havia conquistado a liderança há poucas semanas e vivia um período fulgurante, fazendo crer que uma vitória nesta partida poderia lançar definitivamente a equipa para o título. Para o Belenenses a situação era semelhante – um triunfo poderia significar o arranque para a conquista do título. O jogo era aliciante, e correpondeu à expetativas.

No Estádio do Lumiar viveu-se uma grande tarde de futebol com uma verdadeira enchente. O técnico Jozef Szabo escolheu a seguinte equipa: Azevedo; Octávio Barrosa e Álvaro Cardoso; João Nogueira, António Lourenço e Manecas; Mourão, Daniel, Peyroteo, Canário e João Cruz.

O Sporting jogou na 1ª parte a favor do vento, dominou claramente a partida neste período mas via passar o tempo sem conseguir marcar. Logo no início da 2ª parte a “sorte” mudou, e na 1ª avançada o Sporting marcou, o que foi um grande “balde de água fria” para os azuis. João Cruz centrou, Simões interveio desajeitadamente e a bola sobrou para Daniel, que efetuou um bom remate.

Os leões animaram-se, e perante a tarde endiabrada de Mourão, continuaram a assaltar a baliza belenense com afinco, mas Peyroteo não estava nos seus dias de rematador… Apesar disso o 2º golo surgiu aos 64 minutos. Peyroteo e Salvador correram à bola mas o sportinguista chegou primeiro e endossou-a a Canário no meio. Este assistiu João Cruz, que após driblar Simões concluiu o lance com um bom remate.

Perante a evidente consternação dos azuis julgou-se que a partida estaria resolvida, no entanto, um golo de Franklim logo a seguir voltou a baralhar as coisas e foi digna de ver a ardorosa luta entre a defesa sportinguista e o ataque belenense, que tentava empatar a todo o custo… O último quarto-de-hora foi alucinante, chegando-se a ver 21 homens na área verde e branca. O Sporting tentava e conseguia responder esporadicamente, sobretudo por ação de Mourão.

No final (2-1), pôde-se dizer que o Sporting foi mais prático e eficaz, fazendo jus à vitória. Na defesa então esteve irrepreensível, com Azevedo ao seu nível, Cardoso e Barrosa imperiais. Os médios mostraram uma extraordinária capacidade de luta e Mourão (foto de arquivo) fez a diferença no ataque. O Belenenses perdeu as ilusões do título e, para o Sporting, tudo continuava a ser possível!

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