1959 – Vitória frente ao Benfica com David Julius em grande plano

15 de Março de 1959. O título já era uma miragem para os lados de Alvalade. À 25ª e penúltima jornada, receção ao Benfica, que lutava com o FC Porto pela liderança da prova. Comandado por Mário Imbelloni (que se estreava substituindo Enrique Fernández), o Sporting alinhou com: Octávio de Sá; Lino, Morato e Hilário; Mendes e David Julius; Hugo, Vasques, Caraballo, Travassos e Morais.

Este foi um espetáculo emotivo e vibrante, com ambas as equipas a baterem-se ao limite dos seus recursos técnicos e físicos. O início foi algo nervoso, mas os encarnados eram aqueles que conseguiam explanar melhor o seu futebol. Ainda assim foram os leões a inaugurar o marcador, ao minuto 13. David Julius ganhou a bola a Serra e endossou-a a Morais. O extremo esquerdo centrou, e Artur, ao tentar aliviar a bola, colocou-a à mercê de Hugo (Costa Pereira e Vasques chocaram), que rematando vigorosamente fez o 1-0. O tempo para festejar foi muito curto, pois apenas 4 minutos depois os benfiquistas chegaram ao empate. Palmeiro, junto da linha de cabeceira, entregou a bola a Coluna, este centrou com força e Cavém, bem desmarcado, rematou a contar. Até ao intervalo o Benfica conseguiu maior prevalência do jogo pois controlou o meio-campo. O Sporting vivia das arrancadas de Morais e Hugo, que perto do descanso chegaram a criar calafrios sérios aos apaniguados benfiquistas.

Na entrada para o 2º tempo a partida tornou-se mais equilibrada. O Benfica afrouxou o ritmo e as figuras do Sporting começaram a emergir. Estavam apenas decorridos 8 minutos quando Hugo atrasou para Travassos, este centrou alto e Vasques, depois de dominar a bola com a cabeça, tocou-a para o pé dando-lhe o caminho das redes – estava feito o 2-1 final. Este belo golo influenciou completamente aquilo que restava do encontro (e ainda era muito). O Benfica enervou-se e o Sporting ganhou alento, passando a jogar com uma energia imensa. O último quarto de hora teve grande emoção. O Benfica entrou numa virilidade excessiva até ao incidente com Ângelo que faria “correr muita tinta”. O jogador vermelho foi expulso, mas ao chegar à pista, quando se dirigia à cabina, envolveu-se em desordem grave com elementos do Sporting. Alguns jogadores do Benfica acorreram ao local da “rixa” e um deles, Artur, foi atingido violentamente perdendo os sentidos. Ângelo esteve para ser conduzido ao Governo Civil o que acabou por não acontecer. Posteriormente, a Direção-Geral dos Desportos ordenou que se realizasse um rigoroso inquérito aos incidentes. Benfica e Sporting fizeram exposições à Federação Portuguesa de Futebol. Quanto a medidas disciplinares, Ângelo e Caraballo, figuras principais dos incidentes, acabaram por ser suspensos preventivamente.

A partida acabou por terminar assim, com algum “sururu”. O Sporting ganhou bem um jogo muito emotivo. David Julius (foto de arquivo), Travassos e Mendes foram as “traves mestras” duma equipa leonina que soube sempre manter a serenidade (ao contrário do adversário) tendo residido talvez aí a “chave” do triunfo.

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