1917 – Vitória na 2ª Taça Amadora em Futebol

20 de Maio de 1917. A Taça Amadora continuava a ser um acontecimento ímpar, de grande prestígio em Lisboa, em que Sporting e Benfica esgrimiam forças, degladiando-se no objectivo de cada um provar ser mais forte que o outro. A 2ª edição da competição disputou-se em moldes diferentes da inaugural, com um jogo no recinto de cada um dos rivais.

A 1ª partida decorreu em Sete Rios, tendo o Sporting alinhado com: Carlos Ferrando Silva; Amadeu Cruz e Jorge Vieira; Gastão Ferraz, Artur José Pereira e Boaventura da Silva; Francisco Stromp, Jaime Gonçalves, Perdigão, Loureiro e Marcelino. Como já começava a ser habitual, e fruto duma desorganização que a muitos perturbava, a partida só se iniciou quase uma hora após o previsto. Ambas as equipas conseguiram explanar um bom futebol numa partida corretíssima, sendo no entanto a do Sporting superior em toda a linha durante todo o tempo, demonstrando mais treino, mais combinação e mais jogo. No jornal “O Século” disse-se que: “Os leões não venceram porque os seus adversários estiveram dotados duma parcela de sorte enorme”. O resultado final foi um empate a uma bola, ficando a decisão adiada para um emocionante desafio no Campo Grande.

Assim, a 20 de Maio, disputou-se o tira-teimas, tendo os leões apresentado o mesmo “onze”.

Depois da entrada dos jogadores os capitães procuraram um árbitro, tendo Boo Koolberg aceitado o desafio (fez uma bela arbitragem). Segundo o “Sport Lisboa”: “O jogo começou rápido e equilibrado com grande entusiasmo por parte do Benfica. Alguma violência surgiu, e o benfiquista Rio magoou-se. Pouco a pouco o Sporting aumentou a velocidade sob o comando de Artur José Pereira, um jogador duma energia imensa.

Numa das descidas leoninas, Jaime, Perdigão e Loureiro combinaram com muito apropósito e o primeiro rematou bem, obtendo o 1-0. Os leões acentuaram o domínio criando ocasiões para marcar, mas Marcelino teimava em rematar desastradamente. A dada altura Jaime caiu não se soube bem como, depois rasteirou Veloso – que em resposta, o esbofeteou. Koolberg, entretanto, conseguiu impedir males maiores…

O Benfica tentava responder e Rio reentrou quase no intervalo o que fez os encarnados animarem-se ainda mais, mas Amadeu Cruz, Jorge Vieira (brilhante) e Ferrando (muito seguro), estavam em dia muito positivo.

No início da 2ª parte notou-se muita energia em ambos os grupos. Os interiores do Sporting faziam muito bom jogo coadjuvados por Artur José Pereira, que distribuía otimamente e com serenidade. No meio campo sportinguista Boaventura defendia e atacava bem, enquanto Gastão Ferraz quase só se preocupava em defender. A dada altura do jogo Jorge Vieira e Ferrando mandaram bolas fora sem necessidade para queimar tempo, mas numa rápida descida é Jaime que faz o 2-0 aproveitando a escorregadela do guarda-redes Guerra… Logo a seguir Boaventura perdeu uma ótima oportunidade.

O Sporting continuou a dominar e aumentou para 3-0 noutra descida bem conduzida pelos interiores. Mais tarde o Benfica falhou um penalty e continuou a tentar reduzir, mas jogando de forma muito individual.

O Sporting venceu com a máxima imparcialidade. Os leões foram algo violentos, mas mostraram melhores qualidades, mais combinação, rapidez, colocação e ciência. Jorge Vieira, Artur José Pereira, Jaime Gonçalves (foto de arquivo), Perdigão e Loureiro foram os melhores de uma equipa em grande. Aliás, com um pouco mais de direção no remate, o Sporting poderia ter feito mais golos”.

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