5 de Outubro de 1925. Nesse dia disputou-se a 1ª Taça Benfica-Sporting, uma competição disputada sempre em início de época que se iria prolongar por alguns anos.

O jogo realizou-se no Campo Grande e despertou grande interesse entre o público, pois todos ansiavam, depois do defeso, conferir o real valor de cada uma das equipas, mais ainda depois dos resultados díspares frente aos espanhóis do Celta de Vigo (o Sporting derrotou os espanhóis por 2-1 e o Benfica perdeu por 4-0 frente ao mesmo adversário).

A constituição dos verde e brancos, orientados por Julius Lelovitch: Cipriano; Joaquim Ferreira e Jorge Vieira; José Leandro, Filipe dos Santos e Martinho de Oliveira; Torres Pereira, Jaime Gonçalves, Serra e Moura, João Francisco e José Manuel Martins.

Os leões criaram a 1ª oportunidade por João Francisco, mas Chico defendeu superiormente. Torres Pereira ía conseguindo bons raides pela direita que entusiasmavam os adeptos sportinguistas. Contra a corrente do jogo, íam decorridos 15 minutos, Mário Carvalho abriu o ativo para os vermelhos, sem hipóteses para Cipriano.

O Benfica animou-se um pouco, mas grossas bátegas de água arrefeceram jogadores e público. O jogo ficou então “taco-a-taco”, mas aos 25 minutos João Francisco abriu no extremo José Manuel, este centrou alto, Jaime falhou, mas Serra e Moura rematou muito forte não dando hipóteses ao guardião benfiquista.

O Sporting entusiasmou-se com a obtenção do empate e aumentou a pressão, criando diversas oportunidades até ao intervalo. Antes deste os leões fizeram mesmo o 2-1. Após bela jogada de José Manuel, este assistiu João Francisco que driblou um defesa contrário e atirou imparável.

Na 2ª parte surgiu António Rodrigues (também conhecido por Boer) no lugar de Joaquim Ferreira (magoado). O Benfica atirou logo de início um petardo à trave, mas o Sporting mostrava mais serenidade. Serra e Moura evidenciava-se pela forma inteligente de se desmarcar e ligar com os companheiros. Após uma bela jogada, Jaime atirou à trave. O Sporting intensificava cada vez mais o domínio e de penalty (duvidoso) fez o 3-1 por Filipe dos Santos. O jogo ganhou então alguma dureza, e numa simples escorregadela dum avançado benfiquista o árbitro marcou penalty (!). Os leões protestaram sem resultados mas Cipriano defendeu o pontapé de Vitor Hugo, merecendo uma grande ovação.

Em desespero o Benfica ainda criou algum perigo, mas foi Jaime a marcar mais um golo, agora anulado, porque o árbitro referiu ter apitado antes para marcar uma falta a favor do Sporting (a “lei da vantagem” ainda não existia…).

Nos leões, Jorge Vieira foi a “alma” da defesa. José Manuel Martins e Serra e Moura estiveram bem. O Sporting conquistava assim a 1ª taça Benfica-Sporting, que muito ajudaria a acicatar a enorme rivalidade entre as duas instituições.

Foto (arquivo): Jorge Vieira, o melhor em campo.

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