2 de Janeiro de 1921. O FC Porto deslocou-se a Lisboa para um despique frente ao Sporting, partida que despertou grande curiosidade pois da última vez que os 2 clubes se tinham defrontado, há mais de 1 ano, os portistas tinham obtido a 1ª vitória do seu historial frente ao leões. O jogo disputou-se em Palhavã perante uma numerosa assistência e sem violência.
O Sporting apresentou-se inicialmente apenas com 9 homens (!) algo que ninguém conseguiu compreender. Os portistas marcaram 2 golos na 1ª parte, período a meio do qual entrou em campo um 10º homem para a equipa sportinguista – “o half-centro que se atrasou devido a uma panne que sofreu o seu automóvel quando se dirigia para o campo, facto que foi aplaudido em vez de reprimido pela assistência”, segundo o jornal “O Século”.
Apesar de estarem em inferioridade numérica os sportinguistas dominaram claramente criando várias oportunidades para marcar, a melhor das quais num remate à trave de Torres Pereira. Boaventura e Francisco Stromp demonstraram uma energia extraordinária.
No 2º tempo, com a equipa mais equilibrada, o Sporting entrou a dominar o jogo tendo marcado por Torres Pereira (que jogou admiravelmente) e José Rodrigues, ou Jusa como era por muitos conhecido (um madeirense muito possante), com um belo remate.
Para o jornal “O Século”: “A linha de avançados do Sporting pecou pela falta de decisão na hora de atirar ao golo, sem a qual poderia ter vencido a contenda. O FC Porto jogou bem, mas duma forma muito dura, usando de “trucs” que um árbitro autorizado teria castigado severamente. Os seus avançados mostraram valor, combinando bem entre si. A arbitragem de Albertino Gomes foi imparcial, embora pouco autoritária”.
Foi uma bela tarde, que segundo o jornal “Os Sports” ficou para a História do futebol.
Foto (arquivo): Torres Pereira