Filipe dos Santos

Joaquim Filipe dos Santos nasceu em 1896 em Setúbal. Foi um dos grandes futebolistas e treinadores da História do Sporting. Começou a ter os primeiros contactos com a bola na Mouraria, em 1908, numa equipa de amigos denominada Sport Club Português. 2 anos depois, mais a sério, alinhou num clube sadino, o União Foot-Ball Avenidas e depois no Cruz Quebrada. Em 1921 passou para o Vitória de Lisboa e começou a dar nas vistas no Futebol da capital. O Sporting apercebeu-se do seu valor e convidou-o a ingressar nas suas hostes. Filipe começou aí a sua fase “dourada”. Estreou-se oficialmente pelos leões a 13 de Novembro de 1921 num Sporting-CIF (3-0) para o Campeonato de Lisboa na posição de médio-centro, aquela em que se notabilizaria. Teve o seu 1º momento de glória cerca de 1 mês depois quando os verde e brancos derrotaram o Benfica por 1-0 com um golo seu para a mesma competição. Ficou no Sporting como jogador durante 9 temporadas vencendo 1 Campeonato de Portugal e 5 Regionais lisboetas. Chegou a capitão da equipa graças à sua grande raça e atitude, bem como a uma forte capacidade de liderança. Foi internacional português em uma ocasião. Jogou pela última vez pelos leões a 26 de Janeiro de 1930 no Casa Pia-Sporting (2-1) para o Campeonato de Lisboa. Já antes dirigira a equipa leonina, em 1927/28, com vitória no Regional lisboeta (que não completou à frente da equipa), cargo a que voltaria em 1930/31 – época na qual o Sporting triunfou pela 7ª vez no Campeonato Regional. Nesse ano recebeu a Medalha de Mérito e Dedicação, condecoração atribuída por altura das...

Tomaz de Macedo

Tomaz Saraiva de Macedo Faria nasceu a 11 de Janeiro de 1917 em Lisboa. Muito jovem começou a praticar desporto no Sporting, passando pelo Andebol de 11, Atletismo e Basquetebol. Foi no Andebol de 11 que atingiu maior notoriedade. Era um desportista carismático, chamavam-lhe mesmo o “Peyroteo do Andebol” devido ao facto de ser terrivelmente eficaz. Em 1938 já era uma das principais figuras da equipa que conquistou o seu 5º Campeonato Regional. No ano seguinte marcou 7 dos 9 golos com que o Sporting venceu o Lisgás (9-1) sagrando-se, mais uma vez, campeão lisboeta. Outro título regional aconteceu em 1940, e mais uma vez Tomaz foi o melhor marcador da competição, com 30 golos. Nesse mesmo ano foi Campeão Nacional de Atletismo no lançamento do dardo com 46m31cm. O seu percurso desportivo sofreu então um interregno, mas em 1944 voltou a dar nas vistas ao sagrar-se Campeão Regional de Atletismo no lançamento do dardo com 48m54cm. No ano seguinte voltou a estar em foco ao, entre muitos outros, marcar o golo que deu ao Sporting o seu 8º titulo regional de Andebol de 11. No final da sua carreira desportiva terá ficado a mágoa de nunca se ter sagrado Campeão de Portugal na sua modalidade de eleição (o Andebol de 11), mas para a História ficou a sua excelente carreira, bem como no Atletismo – onde chegou a ser o melhor português no lançamento do dardo. Curiosamente, ao mesmo tempo que brilhava no Sporting, tornou-se uma famosa vedeta do cinema, para o qual entrou em 1938 estreando-se com “A Rosa do adro” (numa altura em que outros grandes sportinguistas como...

Salazar Carreira

José Salazar Carreira nasceu a 2 de Novembro de 1894 em Lisboa. Foi um dos mais carismáticos e eclécticos atletas e dirigentes do Sporting, atingindo prestígio nacional e internacional. Como atleta iniciou a sua atividade no Ginásio Clube Português, ingressando no Sporting em 1912, e para sempre. Durante 25 anos competiu em Atletismo, Esgrima, Andebol, Natação, Raguêbi e Ténis, sempre com as cores verde e branca. Foi ele que introduziu o Râguebi em Portugal em 1922, e foi com ele que o Sporting se sagrou tetra-Campeão Regional entre 1927 e 1930. Também a ele se deveu o aparecimento das camisolas listadas a verde e branco, que começaram a ser utilizadas no Râguebi e mais tarde se estenderiam ao Futebol e a todas as modalidades do clube. O modelo foi inspirado no equipamento do Racing Clube de France (listado a azul e branco) que Carreira trouxera duma visita a Paris. Como atleta começou, no entanto, a dar nas vistas no Atletismo. Em 1913 já participara na equipa vencedora na estafeta 3X300 metros dos Jogos Olímpicos Nacionais, mas no ano seguinte arrasou ao triunfar, na mesma competição, nos 100, 200, 400 e 800 metros. Após o período conturbado da 1ª Guerra Mundial, na qual o desporto português viveu um período de grande marasmo, Salazar Carreira foi Campeão Nacional dos 400 metros barreiras do Pentatlo, em 1922. Até 1924, última época no Atletismo, conseguiu somar 3 títulos nacionais de 400 metros barreiras (batendo nesse ano o recorde nacional da distância com 1m04,6s) e 2 de 4X400 metros. No Andebol de 11 fez parte da equipa que ganhou o 1º Regional disputado no nosso...

1965 – 2º título nacional de Andebol de 11

5 de Outubro de 1965. Em Leria, no Estádio Municipal, decorreu a finalíssima do Campeonato Nacional de Andebol de 11 entre Sporting e FC Porto. Numa fase final onde ainda estiveram presentes o Salgueiros e o Belenenses, leões e dragões tiveram de se haver com um jogo decisivo em virtude do facto de terem chegado empatados ao final da competição. O Sporting (orientado por Joaquim Chagas) fez uma 1ª parte excecional chegando ao intervalo a vencer por 9-2, diferença que se manteve num 2º tempo bem mais equilibrado. O resultado final foi de 13-6 A equipa que teve o grande mérito de conquistar o 2º título nacional da História do Sporting em Andebol de Onze foi a seguinte: Góis; Mesquita e Pardal; António Marques (3), Gonçalves e Martins (2); Branco, Castanheira (1), Pedro Feist (2), Manuel Marques, João (2) e Jorge Feist (2). Na foto (de cima para baixo e da esquerda para a direita): Madeira da Silva, Manuel Bastos, Alfredo Abreu , (um sócio), Carlos Castanheira, Adriano Mesquita, José Branco, Joaquim Chagas, Armando Pardal, Pedro Feist, Trindade da Silva, Victor Góis, Garcia França  e mais dois sócios; (um sócio), Manuel Marques, João Santos, Américo Martins, Jorge Feist, Alfredo Pinheiro, (outro sócio), António Marques, (outro sócio) e António Gonçalves...

José Manuel Martins

Nasceu a 2 de Setembro de 1906 em Sintra. Nado e criado numa família de sportinguistas, começou obviamente a sua carreira futebolística no Sporting, nos infantis, e passou por todas as categorias até chegar à 1ª equipa. Muito novo se dedicou às lides desportivas, e quase simultaneamente começou a dar nas vistas no Futebol, na Patinagem e no Hóquei em Campo. Estreou-se oficialmente pela 1ª equipa leonina a 2 de Novembro de 1924 (derrota por 3-2 com o Belenenses, onde marcou 1 golo). A 6 de Maio desse mesmo ano pôde festejar com os companheiros o triunfo no Regional (numa equipa ao qual era alternativa a João Francisco como interior-esquerdo, pelo que jogou pouco). A 20 de Setembro de 1925 realizaram-se os primeiros campeonatos nacionais de Patinagem. O Sporting praticava a modalidade há pouquíssimo tempo mas conseguiu um 2º lugar, com José Manuel Martins a triunfar nos saltos em altura e comprimento, para além de fazer parte da equipa vencedora da Luta de Tração. Em 1925/26 foi a grande revelação do futebol lisboeta. Então com 19 anos fez os 14 jogos do Regional como ponta-esquerda, sagrando-se um dos melhores marcadores da equipa, com 6 golos. Na Patinagem continuou a brilhar. Os leões foram Campeões Regionais, e no Nacional venceu nos 200 e 3X200 metros, para além de triunfar nos saltos em altura e comprimento e de fazer parte da equipa campeã na Luta de Tração. Por aí se ficou a sua meteórica mas brilhante carreira na Patinagem (onde foi recordista nacional do salto em altura e comprimento), para se dedicar mais ao Futebol. Acrescente-se que a Patinagem (nestes moldes)...

Vencedores do 1º Campeonato Regional de Andebol de 11

7 de Agosto de 1932. Com força de vontade e entusiástica preparação o Sporting atingiu a final do 1º Campeonato Regional de Andebol de 11 (também o 1º organizado no país) por iniciativa da Associação Lisbonense de Andebol. O palco das decisões foi o Campo Grande, e por adversário tivemos o onze do Lisbonense. Apesar de desfalcados pela ausência de alguns bons elementos como Salazar Carreira, José Manuel Martins e Oliveira Martins, o Sporting triunfou merecidamente, mas com grandes dificuldades, por 1-0. Nesse memorável jogo foram utilizados Manuel Nunes Henriques; Acácio Campos e Ildo Gomes; Cipriano, Filipe dos Santos e Ernesto Barros; Benigno Silva, Castro Freire, Epaminondas Gomes, Vasco Cayola e Joaquim Alvarez. Jorge Simões Saramago era o dirigente da secção. A competição iniciara-se a 8 de Maio. O Sporting organizara o seu grupo representativo principalmente com especialistas de desportos manuais (Basquetebol e Râguebi) aos quais se juntaram 3 antigos internacionais de futebol: Joaquim Filipe dos Santos, José Manuel Martins e Cipriano Nunes dos Santos, o último já familiarizado a trabalhar a bola com as mãos (era um dos guarda-redes da equipa de futebol). O 1º jogo dos leões ocorreu a 15 de Maio, com uma vitória por 2-0 sobre o Centro de Armas e Desporto (golos de Epaminondas Gomes). O Sporting venceu todos os jogos da competição: Centro de Armas (2-0), Avenidas (6-1), Os Treze (3-2), Portugal FC (2-1), Magistério Primário (vfc) e Lisbonense (1-0). Além do Sporting, foram pioneiros desta modalidade o Portugal FC, Club Desportivo das Avenidas, Centro de Armas e Desportos, Grupo dos 13 e Óquei Club de Portugal. A modalidade só começou a ser...

Oliveira Martins

Eduardo Oliveira Martins nasceu a 13 de Junho de 1911 em Lisboa. Desportista tremendamente eclético, representou o Sporting de 1925 a 1950 dentro do mais profundo amadorismo. Com 15 anos começou a jogar Futebol nos infantis verde e brancos, aos 17 passou para as 4ªs categorias, e no mesmo ano chegou à equipa principal. A 11 de Maio de 1929, sob o comando de Charles Bell, marcou o 1º golo pelo Sporting (bisou) em partidas oficiais, num triunfo por 2-1 sobre o União Lisboa para o Campeonato Regional. Iniciou aí um ponta final de época excecional, com golos (8) e em todos os jogos (5). Nesse período destaque-se o dia 26 de Maio, no qual, de manhã foi o capitão da Seleção de Lisboa que derrotou a do Porto, e de tarde alinhou pelo Sporting e marcou os 3 golos do triunfo por 3-2 sobre o FC Porto para os oitavos-de-final do Campeonato de Portugal! Nas 3 temporadas seguintes continuou a fazer parte da equipa sportinguista, mas com pouco fulgor. Ainda assim contribuiu para o 7º título Regional conquistado em 1931. Atingido com gravidade num joelho, abandonou o Futebol, mas continuou a representar o Sporting em diversas modalidades. No Basquetebol foi peça importante da equipa liderada por Acácio Campos que triunfou no 1º Regional de Lisboa em 1928 (e chegou a internacional português). No Andebol de Onze fez parte do coletivo que conquistou também o 1º Regional de Lisboa, em 1932, vencendo ainda outros títulos da capital. No Râguebi esteve presente nos 2 títulos regionais alcançados em 1928 e 1929. Para além de todos estes sucessos, praticou ainda Atletismo, Automobilismo,...

Correia César

Guilherme Correia César nasceu a 4 de Junho de 1912 em Torres Vedras. Sportinguista, começou por praticar Atletismo e Basquetebol no clube do seu coração. Em 1932 experimentou a prática do Andebol de 11 e nunca mais de lá saiu, mantendo-se cerca de 15 anos no clube leonino, normalmente no posto de médio esquerdo – onde se fixou quase desde o início. Várias vezes chamado para a Seleção de Lisboa, estreou-se na final do 1º Campeonato de segundas categorias onde os leões foram vencidos, mas desforrou-se depois largamente ao conquistar os títulos de segundas em 1935 e da categoria de honra em 1936, 1938, 1939, 1940, 1942 e 1945. Durante o largo período em que jogou nunca conseguiu ser campeão nacional, pois embora os leões dominassem com clareza o panorama do Andebol de 11 em Lisboa, falharam por várias vezes a conquista do ceptro a nível nacional (que só viriam a conseguir em 1961). Foi durante largos anos o melhor homem no seu posto, aliando às qualidades de defensor seguro as virtudes de perigoso atacante o que o fez ocupar diversas vezes o posto de interior esquerdo e de fazer vários golos – a sua capacidade de remate e drible eram excelentes. No forte conjunto sportinguista era um dos melhores, juntando à classe de jogador e lealdade de desportista o entusiasmo dum leão dedicado, digno de ser apontado como exemplo e figurar na galeria dos desportistas que honraram a sua modalidade e prestigiaram o clube. Mais tarde foi dirigente do Sporting, chefiando a secção de Andebol de 11. Foi de sua iniciativa a instituição da Taça César Vitorino em...

1966 – Andebol de Onze ganha Campeonato Nacional pela 3ª vez

24 de Abril de 1966. Neste dia o Sporting concluiu a sua participação no Campeonato Nacional de Andebol de Onze – que conquistou pela 3ª vez. Os leões terminaram a fase final da competição com 6 vitórias em 6 jogos, frente a FC Porto, Salgueiros e Almada. Na penúltima partida os leões garantiram o título ao derrotarem o FC Porto por 11-5 em Alvalade. No último confronto, os sportinguistas deslocaram-se a Almada e venceram por 9-7. O Sporting esteve a perder por 4-0 mas reagiu bem chegando ao intervalo já com uma desvantagem mínima. Na 2ª parte o equilíbrio foi evidente, conseguindo os leões, devido à sua melhor preparação física, uma bela vitória. A equipa presente nesse jogo decisivo foi a seguinte: Góis; Mesquita, Pardal e António Marques (2); Gonçalves (1) e Martins; Jorge Feist (1), Anaia, Pedro Feist (2), Castanheira (2) e M. Marques (1). Os sportinguistas marcaram 60 golos e sofreram 34 nos 6 jogos desta fase final. Depois de ter sido campeão em 1961 e 1965, o Sporting obteve o seu 3º título nacional, façanha que também obteve no escalão junior. De realçar ainda que, se a nível nacional o Andebol de Onze do Sporting ía apenas no seu 3º título, já no âmbito regional a superioridade era esmagadora, tendo a equipa verde e branca conquistado em Março de 1966 o seu 23º Campeonato (seguiam-se Benfica e Belenenses com apenas...

1961 – Finalmente, Campeões Nacionais de Andebol de Onze

23 de Abril de 1961. O Sporting foi a 1ª equipa a jogar Andebol de Onze em Portugal. Finalmente, neste dia, os leões alcançaram o objetivo máximo – título de campeões nacionais, ao empatarem com o Benfica por 8-8 na última jornada. A partida disputou-se no Campo Grande e o Sporting necessitava pelo menos dum empate para festejar finalmente o título quebrando uma longa hegemonia do FC Porto. Para esta partida decisiva, a equipa leonina não pôde contar com 2 dos seus principais jogadores – os irmãos Santos. O Benfica conseguiu ser mais perigoso na 1ª parte e chegou a 6-3 logo nos primeiros minutos do 2º tempo. O Sporting, fazendo entrar Gonçalves (uma grande promessa), voltou ao ataque e em poucos minutos ficou a ganhar 7-6. Os instantes finais foram de grande emoção, em parada e resposta, tendo os encarnados empatado a partida a 8 golos mesmo nos últimos segundos. No final foi natural a festa entre os jogadores sportinguistas e do seu dirigente Eduardo de Oliveira Martins, antigo praticante da modalidade. Durante este jogo viveram-se momentos de grande expetativa, os segundos eram longos como horas, vivia-se grande ansiedade e todos olhavam para o relógio. Quando o árbitro apontou o caminho dos balneários uma enorme salva de palmas ecoou pelo velhinho peão do Campo Grande. Seguiu-se uma volta ao campo de consagração, braços no ar, saltos de contentamento, lágrimas de alegria e muitos vivas nas hostes leoninas – um verdadeiro Carnaval. O treinador Raúl Vidal não tinha 1 segundo de descanso, retribuindo os abraços de parabéns. A rapaziada entretanto cantava o hino que fez seu: “Eu estava na peneira,...
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