Hugo Sarmento

Hugo Dias Sarmento nasceu a 25 de Fevereiro de 1933. Sobrinho duma das figuras emblemáticas dos primeiros anos do Sporting (com o mesmo nome) chegou à equipa leonina no Verão de 1953 proveniente do Estrelas de Vendas Novas (onde se iniciara) e logo ficou conhecido como o “menino bonito” da equipa. Nessa 1ª temporada, como extremo-direito (a sua posição de sempre), realizou 25 jogos e marcou 6 golos numa equipa (orientada por Álvaro Cardoso – até ao fim do ano civil, e Jozef Szabo – com Tavares da Silva a secretário técnico) que fez a “dobradinha” e conquistou o 1º tetra-campeonato do Futebol nacional. Marcou o 1º golo a 25 de Outubro de 1953 no Sporting-Lusitano de Évora (9-0) para o Campeonato, e as suas qualidades de extremo buliçoso com capacidades que iam para além das assistências (também fazia golos com alguma frequência) fizeram-no conquistar “um lugar ao Sol” por muitos e bons anos. A 4 de Setembro de 1955 esteve presente no 1º jogo da História da Taça dos Campeões Europeus, no Estádio Nacional, frente ao Partizan de Belgrado (3-3). A 23 de Dezembro de 1956 voltou a ficar na História ao marcar o único golo do 1º Sporting-Benfica no novo Estádio Alvalade de 2ª geração. Em 1957/58 foi campeão pela 2ª vez e em 1961/62 voltou a festejar o título marcando um dos golos no jogo decisivo frente ao Benfica (3-1). Até 1962/63, última época em que jogou no Sporting, foi sempre o titular no lado direito do ataque com duas únicas exceções (em 1955/56 jogou habitualmente Rocha e em 1962/63 – última época – o mais...

Diego – Craque do “país do tango”

Diego Arizaga nasceu a 21 de Fevereiro de 1936 na Argentina. Chegou ao Sporting no defeso de 1958 proveniente nos Estudiantes de la Plata, tendo-se estreado oficialmente (com 1 golo) numa receção ao Sp. Braga (3-4) a 21 de Setembro de 1958 (era Enrique Fernández o técnico leonino). Vasques já ía nos 32 anos, por isso o atacante argentino ganhou a titularidade, sendo o jogador mais utilizado da época como interior-direito. Fez 23 jogos e marcou 10 golos nessa 1ª época, adaptando-se com relativa facilidade e provando ter sido uma boa aposta. Em 1959/60 o Sporting teve 3 treinadores – Fernando Vaz, Mário Imbelloni e Alfredo González, e qualquer um deles apostou forte em Diego. Os leões estiveram perto da glória, classificando-se em 2º no Campeonato e perdendo a final da Taça de Portugal. O argentino realizou uma época notável (agora como interior-esquerdo) fazendo 20 golos em 28 jogos. O quinteto atacante dos leões nessa época ficou célebre, sendo constituído por Hugo, Faustino, Fernando, Diego e Seminário. Este conjunto proporcionou aos sportinguistas muitos jogos de grande espetáculo e só por uma daquelas vicissitudes da vida não conseguiu qualquer conquista de monta. No ano seguinte chegou Géo, e o brasileiro ganhou a titularidade. Ainda assim Diego foi bastante utilizado e voltou a mostrar ”veia goleadora” ao fazer 13 golos em 16 jogos. O que corria mesmo mal era o aspeto coletivo. Após o  seu 3º ano em Alvalade o argentino continuava sem nada ganhar, mas as coisas iriam sofrer uma reviravolta logo no ano seguinte. Em 1961/62, com Otto Glória numa 1ª fase e Juca durante quase toda a temporada, Diego foi...

Valadas – Canhoto entusiasmante “empurrado” para o grande rival…

Alfredo Valadas Mendes nasceu a 16 de Fevereiro de 1912 nas Minas de S. Domingos. Começou a carreira de futebolista muito cedo no Luso de Beja (aos 14 anos já dava nas vistas), e concretizou o seu sonho de menino (era um sportinguista de coração) ao chegar ao Sporting no defeso de 1931. Estreou-se oficialmente no dia 13 de Dezembro  (sob o comando de Arthur John) num empate frente ao Chelas (2-2) para o Regional de Lisboa. Marcou o 1º golo a 10 de Janeiro de 1932 num triunfo por 10-2 perante o Luso do Barreiro para a mesma competição. Logo nessa 1ª temporada de verde e branco ganhou um lugar como interior-esquerdo fruto das suas magníficas potencialidades. Não era um virtuoso em termos técnicos mas jogava com um entusiasmo e querer contagiantes. Chegou nessa altura a internacional e marcou logo na estreia frente à Jugoslávia. Na 2ª temporada de verde e branco Valadas confirmou tudo o que dele se esperava. Agora com Rudolf Jeny como treinador, foi mais utilizado como extremo-esquerdo e marcou presença assinalável na equipa que chegou à final do Campeonato de Portugal. Entretanto os responsáveis do Sporting haviam-lhe prometido um emprego que lhe permitisse ter mais estabilidade, mas a promessa não foi cumprida. Com alguma mágoa saiu do clube e esteve quase 1 ano sem jogar até chegar ao Benfica, onde lhe proporcionaram excelentes condições. No rival este sportinguista ferrenho construiu uma carreira magnífica recheada de títulos. O seu último jogo (grande exibição) pelo Sporting aconteceu no dia 2 de Julho de 1933 na final do Campeonato de Portugal frente ao Belenenses (1-3). Marcara o golo...

Diego Capel – Raça e irreverência

Diego Ángel Capel Trinidad nasceu a 16 de Fevereiro de 1988 em Albox – Espanha. Começou a jogar no Barcelona mas ainda menino transferiu-se para Sevilha marcando presença assídua nas seleções espanholas (foi campeão de Europa de sub-19 e sub-21). Já senior começou rapidamente a brilhar a grande altura despertando a cobiça dos maiores clubes espanhóis, mas a transferência acabou por nunca se concretizar. Foi contratado pelo Sporting ao Sevilha no defeso de 2011, uma contratação que deu brado porque se tratava de um futebolista internacional de grandes créditos em Espanha. O seu estilo fazia lembrar um pouco o de Paulo Futre pela forma como rompia pelo corredor esquerdo e entrava sem contemplações na área contrária “esburacando” defesas. Estreou-se oficialmente a 13 de Agosto de 2011 na 1ª jornada do Campeonato em Olhão (1-1) com o treinador Domingos Paciência. Marcou o 1º golo oficial a 2 de Outubro do mesmo ano, em Guimarães (foi mesmo o único golo da partida). Nessa 1ª temporada foi uma das grandes figuras da equipa somando 49 jogos (o 2º mais utilizado a seguir a Schaars) e 7 golos ajudando o conjunto a fazer uma meritória carreira na Liga Europa (chegou às meias-finais) e na Taça de Portugal (chegou à final, sendo surpreendentemente batida pela Académica). A época seguinte foi a pior da História do futebol do Sporting, que não passou de um constrangedor 7º lugar no Campeonato. Ainda assim, e logo a seguir a Rui Patrício, o espanhol foi a principal figura da equipa, sendo aliás muitíssimo estimado pelos adeptos que sempre viram nele um exemplo de abnegação. Fez 5 golos em 36...

Manoel – Possante e batalhador

Manoel da Silva Costa nasceu a 14 de Fevereiro de 1953 em Uruguaiana – Rio Grande do Sul – Brasil. Chegou a Alvalade proveniente do Internacional de Porto Alegre (onde havia feito toda a carreira até ao momento) já na parte final da temporada 1975/76. Disse na altura o jornal “A Bola” que Manoel chegou “dos 35 graus do Brasil para os 11 de Lisboa sem uma simples camisola porque não pensava embarcar tão de repente.” Na sua 1ª entrevista referiu que levou muito tempo a estudar o convite do Sporting, hesitando, com medo da revolução, mas acrescentou: “No Brasil, jornais, rádio e TV falam das vossas brigas mas tudo o que há cá de bom não passa lá, não!” Estreou-se oficialmente (sob o comando de Juca) a 11 de Abril em Braga (1-2) para o Campeonato Nacional, marcando o seu 1º golo (que valeu o apuramento) a 15 de Maio nos 1/4 final da Taça de Portugal frente ao Varzim (1-0). Na temporada seguinte (já com Jimmy Hagan) formou um trio de ataque magnífico com Keita e Manuel Fernandes. Os leões tiveram uma 1ª metade de temporada excelente mas depois baixaram muito de rendimento acabando por não conseguir qualquer título. A 13 de Março de 1977 Manoel teve o momento mais alto ao serviço do Sporting, marcando os 3 golos com que os leões eliminaram o Benfica da Taça de Portugal. Para 1977/78 chegou Jordão e o trio virou quarteto. É evidente que não jogavam todos ao mesmo tempo (até porque Jordão esteve muito tempo lesionado), mas Paulo Emílio e, posteriormente, Rodrigues Dias, não se podiam queixar de falta de...

Jaime Gonçalves

Nasceu a 6 de Fevereiro de 1899. Com 15 anos surgiu na 1ª equipa do Sporting, na temporada 1914/15, que coincidiu com uma grande conquista do clube – o seu 1º Campeonato Regional de Lisboa. Foi um futebolista muito mediático, o mais fotografado do seu tempo e durante um largo período o “menino mimado” da equipa, pois tinha boa aparência e espalhava classe no ataque leonino. Dotado de excelente técnica individual, as suas jogadas eram desconcertantes, possuindo um pontapé muito forte que aplicava sem contemplações de qualquer ângulo o que o tornava um verdadeiro “terror” dos guarda-redes. Normalmente na posição de interior-direito, ficaram famosas as suas combinações com outros ídolos do seu tempo como Torres Pereira ou João Francisco, que lançavam o pânico nos antagonistas. Jogou 13 épocas no Sporting, até 1927, conquistando 1 Campeonato Nacional e 5 Regionais de Lisboa. Foi o melhor marcador da equipa em 5 temporadas – 1917/18, 1919/20, 1921/22, 1922/23 e 1924/25. Internacional por duas vezes, marcou o 1º golo da História da Seleção portuguesa no nosso país, no 2º Portugal-Espanha (1-2) disputado a 17 de Dezembro de 1922. Dedicou toda a sua vida desportiva ao clube de Alvalade, onde também foi atleta em destaque no lançamento do dardo e praticante de Ciclismo, no início dos anos 20. Acabou a carreira com discrição deixando na memória de todos inúmeros lances geniais que o definiram como um dos melhores futebolistas do seu tempo. A sua filha, Délia Gonçalves, também foi uma “leoa de raça”. Praticou desde muito cedo Ginástica no clube e conseguiu destacar-se no Automobilismo, chegando a vencer o 2º Rali Internacional de Lisboa! Morreu a...

Cristiano Ronaldo – O “super-puto”

Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro nasceu a 5 de Fevereiro de 1985 em Stº António – Funchal. Desde sempre que o futebol lhe correu no sangue. Só queria bolas de presente e começou muito cedo a jogar num clube chamado Andorinha. Passou depois para o Nacional da Madeira, mas lá só permaneceu 1 ano, pois aos 11 foi detetado pelo Sporting. Nas camadas jovens dos leões logo se começou a destacar apesar das naturais dificuldades de adaptação de quem tinha saído de casa tão jovem para uma realidade completamente diferente. Cedo começou a jogar nas seleções nacionais, normalmente no escalão acima do seu. O romeno Laszlo Bölöni chegou para treinar o Sporting no Verão de 2001 e pouco depois apercebeu-se do “diamante” que tinha nas camadas jovens. Ainda assim preferiu mantê-lo nos juniores, lançando-o só na temporada seguinte. Estreou-se oficialmente a 14 de Agosto de 2002 num Sporting-Inter de Milão (0-0) para a pré-eliminatória da Liga dos Campeões.  Marcou o 1º golo a 7 de Outubro num Sporting-Moreirense (3-0) para o Campeonato – aliás, bisou nesse jogo, sendo 1 dos golos (de grande espetáculo) prenunciador daquilo em que se viria a transformar como futebolista. Durante a época foi ganhando destaque e protagonismo na equipa, tornando-se, naturalmente, a sua grande revelação. Fez a pré-temporada seguinte com os leões, mas uma exibição fantástica na inauguração do novo Estádio Alvalade frente ao Manchester United (3-1) levou o clube inglês a contratá-lo de imediato por cerca de 15 milhões de euros – ao que se diz já havia entendimento entre o Sporting e o Manchester para a transferência do jovem prodígio, mas ela só...

Abrantes Mendes

António Abrantes Mendes nasceu a 5 de Fevereiro de 1908 em Lisboa. Toda a sua carreira futebolística teve lugar no Sporting, tendo-se estreado pela equipa principal (pela mão de Julius Lelovitch) a 25 de Outubro de 1925 (com apenas 17 anos) num Sporting-V. Setúbal (2-0) para o Campeonato de Lisboa. Nessa temporada jogou pouco (Torres Pereira ainda era o “dono” da extrema-direita) mas na época seguinte foi, a par do guardião Cipriano, o único elemento a fazer todos os jogos da equipa. Nessa temporada marcou o seu 1º golo oficial, no dia 24 de Outubro de 1926, frente ao Benfica  (1-2). Constituiu um caso raro no seu tempo, pois formou-se em Direito. Nas fichas dos jogos impressas na comunicação social era tratado como dr. Abrantes Mendes. Apesar do seu estatuto continuou apaixonadamente a jogar futebol mau grado os preconceitos da sociedade da época. Para além disso tornou-se uma espécie de “sex-symbol” do seu tempo – as senhoras diziam dele que era “doutor e mais bonito que outros”. Manteve-se em grande plano até ao final da época 1932/33 (chegou inclusivamente a capitão da equipa) abandonando então a carreira, mas surpreendeu ao regressar de forma apoteótica em 1936 para jogar no Campeonato de Portugal, que o Sporting venceu pela 3ª vez. A sua última temporada foi a de 1936/37, tendo marcado pela última vez no Sporting-Benfica (1-1) para o Campeonato de Lisboa a 22 de Novembro de 1936. Fez o seu derradeiro jogo pelos leões a 31 de Janeiro de 1937 no FC Porto-Sporting (2-2) para o Campeonato da Liga. No total alinhou 10 temporadas pelo Sporting (quase sempre como ponta ou...

António Marques – Um interior-esquerdo “explosivo”

Nasceu a 1 de Fevereiro de 1920. Passou a infância na “cidade invicta” e foi no Académico do Porto que começou a dar nas vistas como futebolista de muito boa capacidade. O Sporting contratou-o no defeso de 1943. Estreou-se oficialmente a 3 de Outubro de 1943 numa partida para o Campeonato Regional frente ao Benfica (2-2) e marcou o seu 1º golo precisamente frente ao mesmo adversário a 7 de Novembro. Nessa 1ª época, sob o comando de Jozef Szabo, não demorou a ganhar protagonismo na equipa (como interior-esquerdo). Foi utilizado em 27 partidas e marcou 13 golos, dando um importante contributo para a conquista do 6º Campeonato Nacional do clube. As épocas seguintes voltaram a ser positivas em termos coletivos, com várias conquistas. António Marques manteve-se em muito bom plano ao jogar regularmente e marcar golos com alguma frequência. Szabo, Abrantes Mendes e Cândido de Oliveira (os treinadores que o orientaram) sempre mostraram apreço pelo seu jogo e qualquer um deles lhe deu, normalmente, a titularidade. À 4ª temporada no Sporting, 1946/47, as coisas mudaram radicalmente com a chegada de Vasques e Travassos à equipa. O novo técnico, Robert Kelly, apostou forte nos 2 jovens (e com magníficos resultados), pelo que António Marques perdeu espaço sendo muito pouco utilizado. O seu último jogo (e também o de João Cruz) realizou-se a 8 de Junho de 1947 frente ao Benfica (1-3). Uma semana antes tinha marcado pela última vez (bisando) num triunfo por 4-1 perante o Boavista. No total esteve 4 épocas no Sporting com presença em 92 jogos oficiais e 39 golos marcados. Ganhou 2 Campeonatos Nacionais, duas Taças...

Vukcevic – Talento e mau feitio!

Simon Vukcevic nasceu a 29 de Janeiro de 1986 em Titogrado (actual Podgorica) no Montenegro. Começou no FK Buducnost e aos 16 anos chegou ao Partizan de Belgrado. Aí deu muito nas vistas e conquistou grande popularidade entre os adeptos, embora começassem a surgir as primeiras “nuvens” de individualismo e falta de profissionalismo. Ainda assim foi por 7 milhões de euros para o Saturn (Rússia) onde não teve os melhores dias, acabando remetido para as reservas e acusado, mais uma vez, de falta de profissionalismo. Apesar de tudo foi visto pelo presidente Filipe Soares Franco como uma boa aposta e contratado pelo Sporting no defeso de 2007. Estreou-se oficialmente (no mesmo dia que Adrien), sob o comando de Paulo Bento, a 17 de Agosto, na 1ª jornada do Campeonato, num Sporting-Académica (4-1). Marcou pela 1ª vez a 16 de Setembro do mesmo ano num triunfo por 2-0 na Amadora, também para o Campeonato. A 16 de Abril esteve presente e até marcou um excelente golo (o 5º) num mítico Sporting-Benfica (5-3) para a Taça de Portugal. Fez uma boa temporada. Foi  o 2º melhor marcador da equipa (14 golos) e parceiro habitual de Liedson na frente de ataque (beneficiando das lesões de Derlei e Yannick Djaló) e ganhou a Taça de Portugal e a Supertaça (onde não alinhou). Nessa 1ª temporada como leão mostrou potencial, poderio físico e o “velho” mau feitio (ele achava que, sendo esquerdino, o seu lugar ideal seria na ala direita do ataque para fletir para o meio – Paulo Bento raramente o punha nessa posição)! No ano seguinte surgiram conflitos mais sérios com o...
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