Emílio Ramos – O “rabiga”

Emílio Ramos começou muito cedo a jogar futebol, no infantis do Sporting, fazendo um percurso que o levaria à equipa principal. Tinha a alcunha de “Rabiga” devido ao seu estilo buliçoso pela esquerda do ataque, onde surgiu nos seniores a partir da temporada 1920/21. Logo nessa 1ª época assumiu o lugar de extremo-esquerdo. A partir da temporada seguinte o conceituado técnico Augusto Sabbo “puxou-o” mais para dentro (interior), e desde logo assumiu grande protagonismo na equipa que chegou à final do 1º Campeonato de Portugal (marcou em 2 dos 3 jogos da decisão perdida para o FC Porto) e conquistou o seu 3º Regional (também marcou no jogo decisivo – 2-0 ao Belenenses). Na época seguinte (1922/23) manteve-se como titularíssimo na equipa, fazendo parte do conjunto histórico que pela 1ª vez conquistou o título nacional, e que também voltou a triunfar no Regional.  A 29 de Março de 1923 marcou um dos golos com que o Sporting derrotou por 3-1 os afamados húngaros do III Ker Besirk T.V.E. A 15 de Maio do mesmo ano também marcou num empate que deu brado perante os fortíssimos checos do Nuselsky (3-3). Em 23/24 foi totalista na equipa. O coletivo não conquistou nenhum troféu oficial, mas venceu algumas provas particulares (que na altura tinham grande importância). Emílio Ramos marcou 3 golos ao Benfica na conquista do Troféu da Federação Portuguesa de Tiro, a 1 de Dezembro de 1923 (5-2 foi o resultado). Na temporada seguinte voltou a ser totalista, de novo como extremo-esquerdo e com mais um Regional conquistado. 1925/26 foi a sua última temporada como leão. Com o surgimento de José...

Wilson – O 1º homem que tentou substituir Peyroteo

Mário Wilson nasceu a 17 de Outubro de 1929 em Lourenço Marques (atual Maputo) – Moçambique. Verdadeiro desportista, praticou Basquetebol, Atletismo e Voleibol, mas foi no Futebol, ao serviço do Desportivo de Lourenço Marques, que mais se destacou. Ainda não tinha 20 anos quando chegou a Lisboa para representar o Sporting, que procurava um substituto à altura para o mítico Peyroteo, que entretanto abandonara o clube. Vinha rotulado de futebolista altamente credenciado e, valha a verdade, não dececionou – o problema é que a herança de Peyroteo era praticamente insuportável para quem o tentasse substituir. Estreou-se oficialmente a 16 de Outubro de 1949 (treinado por Sandór Peics) com um triunfo no Estoril por 4-0. 4 dias depois marcou pela 1ª vez oficialmente (bisou) numa vitória em Olhão por 4-2 (curiosamente no dia em que Jesus Correia marcou pela 100ª vez). Nessa 1ª temporada marcou 22 golos (melhor goleador da equipa) em 21 jogos mas o coletivo não foi além do 2º lugar no Campeonato. Na época seguinte voltou a ser o avançado-centro mais utilizado mas o rendimento não foi tão brilhante. Apesar disso marcou 14 golos em 19 jogos e contribuiu para o 1º título da série que viria a redundar na conquista do 1º tetra-Campeonato do Futebol português. A 24 de Junho de 1951 alinhou pela última vez de verde e branco numa derrota por 3-1 com o Atlético Madrid, em jogo disputado em Milão a contar para os 3ºs e 4ºs lugares da Taça Latina. Marcara o golo derradeiro a 18 de Março na última jornada do Campeonato (triunfo em Olhão por 4-0) Totalizou duas épocas, 40...

Lima

José António Ramalho de Lima nasceu a 16 de Outubro de 1966 em Lisboa. Começou por jogar no Mira de Sintra, mas muito cedo rumou ao Sporting onde fez quase toda a formação e se tornou internacional em todos os escalões. Após a saída de Futre houve quem comparasse os 2 talentos, criando a expetativa de Lima (até porque jogavam na mesma posição – bem encostados no flanco esquerdo do ataque) vir a ser uma espécie de substituto da então “estrela” do FC Porto. Estreou-se oficialmente (com Manuel José) a 24 de Agosto de 1985 num Sporting-Penafiel (6-0) para a 1ª jornada do Campeonato. Nessa temporada só acumulou mais uma presença, passando praticamente despercebido. No ano seguinte voltou a jogar pouquíssimo. Em 1987/88 marcou finalmente o seu 1º golo de verde e branco, numa deslocação à Covilhã (triunfo por 2-1). mas ainda assim jogou raramente (9 presenças). Para a temporada seguinte foi, com alguma surpresa, um dos que resistiu à revolução promovida no plantel pelo novo presidente Jorge Gonçalves. Acabou até por jogar com mais regularidade (22 jogos e 5 golos) e assumir maior protagonismo na equipa, fazendo a sua melhor temporada no Sporting. Permaneceu ainda mais 3 anos no plantel, mas nunca conquistou um lugar de habitual titular. A 22 de Dezembro de 1991 marcou pela última vez, num triunfo em Alvalade frente ao Marítimo por 2-1. A 10 de Maio de 1992 fez o jogo derradeiro de verde e branco numa receção ao Paços de Ferreira (2-1). Realizou um total de 72 jogos oficiais e marcou 8 golos de verde e branco. Ganhou uma Supertaça. Foi duas...

Fernando Mendonça – Em foco na histórica conquista do tetra-Campeonato

Fernando Manuel de Mendonça Paulino nasceu a 15 de Outubro de 1931 em Luanda – Angola. Com 2 irmãos mais novos (Jorge e João) que também viriam a ser futebolistas (Jorge foi o mais destacado, chegando a alinhar com grande sucesso no Atlético de Madrid e mais tarde no FC Barcelona), chegou bem cedo ao Sporting mas não se conseguiu impôr na equipa principal, acabando emprestado ao Juventude de Évora. Regressado do empréstimo no defeso de 1952, estreou-se oficialmente (com o treinador Randolph Galloway) a 30 de Novembro numa vitória no Estoril por 3-1. Marcou pela 1ª vez (bisou) a 1 de Março de 1953 numa goleada ao Lusitano de Évora por 7-0. Nessa época fez 15 jogos (normalmente como interior-esquerdo) e 3 golos, contribuindo para o 12º título nacional (3º consecutivo) do Sporting. Na época seguinte esteve ainda mais em foco e realizou a sua melhor temporada de sempre. Alinhando na extrema-esquerda, foi titular (29 jogos oficiais e 13 golos) numa equipa que conquistou o 1º tetra-Campeonato do Futebol português. Na final da Taça de Portugal marcou por duas vezes no triunfo por 3-2 sobre o Vitória de Setúbal, naquela que terá sido a sua tarde de maior glória. Para 1954/55, Joze Szabo, e mais tarde Alejandro Scopelli, promoveram muitas alterações na equipa. Mendonça foi uma das vítimas, acabando por realizar somente 9 jogos. No final voltou a ser emprestado, agora ao Torreense. A 20 de Março de 1955 fez a última partida de verde e branco (5-0 ao Boavista). Marcara o golo derradeiro a 21 de Novembro de 1954 (6-0 à CUF). Assim, no total, esteve 3...

Sá Pinto

Ricardo Manuel Andrade Silva Sá Pinto nasceu a 10 de Outubro de 1972 no Porto, e se existem futebolistas carismáticos, que deixaram uma imagem fortíssima a si associada, ele foi um forte exemplo disso mesmo. Começou a jogar no FC Porto, mudando-se depois para o Salgueiros onde atingiu notoriedade. Após um golo seu que derrotou o Benfica, na cidade da Maia, numa altura em que leões e águias discutiam palmo a palmo o título nacional de 1993/94, despertou definitivamente o interesse dos responsáveis sportinguistas. Mudou-se para o Alvalade no início da época 1994/95 e logo começou a popularizar-se entre a falange de apoio leonina devido à sua forma apaixonada de encarar o jogo. Estreou-se oficialmente no dia 20 de Agosto de 1994 em Faro, marcando um dos golos no triunfo por 2-0. Rapidamente se tornou um verdadeiro “símbolo” do Sporting, “arrastando” não raras vezes os seus companheiros para a vitória. Logo na 1ª época de verde e branco ajudou o clube a conquistar a Taça de Portugal, 13 anos depois, para no ano seguinte ser a grande figura na retumbante vitória na Supertaça, em Paris, frente ao FC Porto – por 3-0, na qual marcou 2 golos. Em 1996/97, quando era indiscutívelmente a principal figura da equipa, agrediu o selecionador nacional Artur Jorge após uma não convocação para a Seleção Nacional. 1 ano de castigo foi a sentença, e sem ambiente para continuar em Portugal mudou-se para a Real Sociedad de Espanha onde permaneceu 3 anos em bom nível. No início da temporada 2000/01 o grande desejo dos sportinguistas cumpriu-se – Sá Pinto regressou ao Alvalade. Nessa época começou um verdadeiro calvário...

Chico – Atacante versátil e eficaz

Francisco Delfim Dias Faria nasceu a 9 de Outubro de 1949 em Matosinhos. Começou por jogar no Leixões – uma equipa que chegou a ganhar grande protagonismo e de onde sairam excelentes jogadores apelidados de “Bebés de Matosinhos”. Na altura já era internacional português pelas camadas jovens. Chegou ao Sporting no defeso de 1968 por 1.900 contos – apenas uma época no 1º escalão do futebol português tinha bastado para o confirmar como um dos jovens de maior potencial na altura. Estreou-se oficialmente (com o treinador Fernando Caiado) a 8 de Setembro de 1968 num triunfo por 5-0 sobre o Varzim para a 1ª jornada do Campeonato. Marcou pela 1ª vez a 22 do mesmo mês, numa derrota frente ao União de Tomar por 2-1. Logo nessa 1ª temporada foi muito utilizado (35 jogos – 8 golos) a ponto de fazer os treinadores do Sporting derivarem o habitual extremo-direito Marinho para a ala contrária. Para a época seguinte foi contratado Dinis (para alinhar na extrema-esquerda). Marinho voltou ao seu posto habitual e Chico jogou menos (10 presenças), mas festejou o seu 1º título nacional (o treinador era Fernando Vaz). Em 1970/71 o Sporting conquistou a Taça de Portugal. Chico manteve-se como alternativa a Marinho, realizou 22 jogos (10 golos) e marcou por duas vezes na final da Taça de Portugal (4-1 ao Benfica). Ate 1975/76 (a sua última temporada no Sporting), manteve-se como um dos protagonistas da equipa leonina, ora à direita ora à esquerda do ataque. Na final da Taça de 1974 voltou a marcar ao Benfica e a contribuir, assim, de forma decisiva para o triunfo. Fez o...

Gabriel – Portuense que se destacou em Braga e ficou só uma época no Alvalade

Gabriel António Sousa Cardoso nasceu a 4 de Outubro de 1930 no Porto. Depois de se destacar no Leixões, alinhou 4 épocas no Braga, onde despertou o interesse dos principais clubes portugueses. Foi o Sporting a ganhar a “luta”, e Gabriel chegou ao Alvalade no Verão de 1956 por 340 contos – 70 para o futebolista. Estreou-se oficialmente a 16 de Setembro num empate na Luz para o Campeonato (1-1). Marcou o 1º golo a 7 de Outubro numa goleada ao Sporting da Covilhã (7-1). O seu dia mais fulgurante ao serviço do Sporting terá sido a 3 de Fevereiro de 1957, numa tarde em que o Sporting perdia ao intervalo no Restelo por 2-0 (numa altura em que o Belenenses ainda era visto como um “grande”) e terminou empatado a duas bolas com 2 golos seus. A 17 de Março de 1957 marcou pela última vez, numa derrota por 2-1 no terreno do Barreirense. A partida derradeira fê-la a 25 de Abril, e resultou num empate no Alvalade frente ao Vitória de Setúbal (0-0) para os quartos-de-final da Taça de Portugal. Normalmente alinhava como interior-direito, e a concorrência de Vasques ainda era muito feroz. Embora tenha dado boa conta de si, esteve apenas uma época no Alvalade, tendo realizado 17 jogos oficiais e marcado 9 golos. No ano seguinte foi Campeão Nacional da 2ª divisão pelo Sporting da Covilhã, clube onde depois fez vários anos no principal escalão do nosso...

Torres Pereira

Alfredo Torres Pereira nasceu a 3 de Outubro de 1896 em Lisboa. Começou a jogar futebol bem cedo, ingressando no Sporting em 1914 para as categorias inferiores. Estreou-se na categoria principal na temporada 1917/18 e logo na sua posição de sempre – extremo-direito. Desde essa altura, e durante longos anos, foi o “dono do lugar”, assumindo-se como digno sucessor de António Stromp nessa posição específica no terreno. Em 1918/19 conquistou o seu 1º grande título de verde e branco – o Regional de Lisboa. 3 anos depois voltou a sentir o doce sabor do triunfo nessa mesma competição, chegando ainda à final do 1º Campeonato de Portugal onde (apesar de 1 golo seu), o Sporting acabou perdendo com o FC Porto após 3 jogos intensos. 1922/23 (sob o comando de Augusto Sabbo) foi o seu melhor ano de sempre. Sagrou-se Campeão Regional (pela 3ª vez) e estreou-se como Campeão de Portugal (em cujos jogos – frente a Porto e Académica, foi um dos protagonistas). Para além disso contabilizou a sua única presença na Seleção Nacional – no 2º Portugal-Espanha, realizado no Lumiar a 17 Dezembro de 1922 (1-2). Em 1924/25 foi Campeão Regional pela 4ª vez e no ano seguinte já era capitão da equipa fruto da sua experiência e conduta. Nesse ano surgiu Abrantes Mendes, ainda muito jovem, para lhe fazer concorrência e em 1926/27 perdeu definitivamente o lugar para o novo e muito talentoso colega de equipa. Alinhou pela última vez a 20 de Fevereiro de 1927 num Império-Sporting (1-1) para o Regional. No total jogou 10 temporadas na categoria principal do Futebol do Sporting conquistando 1 Campeonato...

Marinho

Mário da Silva Mateus nasceu a 30 de Setembro de 1943 em Pedrouços – Lisboa. Começou nos principiantes do Atlético CP e já na categoria principal ajudou o clube (como sua principal figura) a subir à 1ª divisão. Certo dia partiu uma perna e foi no posto clínico do Sporting que fez a recuperação, ficando muito bem impressionado. O Sporting interessou-se por ele, tal como o Belenenses e o Vitória de Setúbal, mas as boas recordações de Alvalade fizeram-no assinar pelos leões por 500 contos, mais 4 de salário mensal. Estreou-se oficialmente no dia 10 de Setembro de 1967, num Leixões-Sporting (1-2) da 1ª jornada do Campeonato, logo se estreando a marcar. Fazendo uso das suas principais caraterísticas – a velocidade e o talento para a assistências, depressa conseguiu um “lugar ao sol” na turma verde e branca como extremo-direito. Em 1969/70 foi campeão pela 1ª vez realizando uma temporada fantástica com 39 presenças e 20 golos (e até marcou no jogo do título no Restelo). No ano seguinte e em 1972/73 ganhou a Taça de Portugal. A sua época mais eloquente terá sido a de 1973/74, na qual Yazalde conquistou a “bota de ouro” do futebol europeu muito à custa das suas assistências, para além das quais conseguiu ainda fazer 14 golos. Os leões fizeram a “dobradinha” e Marinho marcou o golo decisivo no prolongamento da final da Taça de Portugal frente ao Benfica. 1976/77 foi a sua última temporada no Sporting, de onde saiu com 33 anos. A sua partida derradeira foi jogada a 8 de Maio frente ao Académico em Coimbra (1-2). Uma semana antes tinha feito o último...

Pireza

Pedro Pireza nasceu a 30 de Setembro de 1911. Natural do Barreiro, começou por jogar no Luso (ao mesmo tempo que trabalhava nos caminhos de ferro como serralheiro), afirmando-se mais tarde no FC Barreirense que ajudou a levar a duas finais do Campeonato de Portugal. O Sporting interessou-se naturalmente pelos seus atributos, e após um curto período de experiência em que não convenceu, acabou por ingressar mesmo nos leões numa 2ª tentativa. Estreou-se oficialmente de verde e branco a 13 de Outubro de 1935 num Benfica-Sporting (4-0) para o Campeonato de Lisboa, o qual os leões, apesar do péssimo início, viriam a ganhar pela 10ª vez. Marcou o 1º golo (bisou) uma semana depois, na deslocação ao União Lisboa (7-1). Logo nessa 1ª época foi o melhor marcador da equipa com 28 golos. Na posição de interior-esquerdo ou direito, impôs-se desde logo na equipa leonina. Apesar de franzino, era um “artista” com a bola nos pés, com uma técnica, combatividade e facilidade de remate que encantavam as plateias. Fazia verdadeira magia em espaços muito curtos de terreno, sempre com grande calma e habilidade. Tinha uma personalidade muito brincalhona. Com o exigente técnico Szabo, por exemplo, fugia do pelotão que corria nos jardins do Campo Grande e depois escondia-se na vegetação para fumar. O técnico húngaro vinha no fim do grupo porque achava que os últimos é que seriam mais suscetíveis a fazer malandrices, e por vezes chegava a parabenizar Pireza (que na volta seguinte regressara à “cabeça” do pelotão), no final, pelo seu excelente esforço! Formou com Mourão, Soeiro, Peyroteo e João Cruz um quinteto magnífico no ataque sportinguista,...
Content Protected Using Blog Protector By: PcDrome.