1940 – “Faísca” e Sporting triunfam na Volta a Portugal em bicicleta

8 de Setembro de 1940. Nesse dia terminou a 9ª Volta a Portugal em bicicleta. Depois de Alfredo Trindade, em 1933, o Sporting conseguiu finalmente voltar a ter um ciclista seu como vencedor da competição. José Albuquerque, mais conhecido por “Faísca”, triunfou brilhantemente com 3m20s de avanço do benfiquista Aguiar Martins. Os leões venceram por equipas (também pela 2ª vez) e o final foi apoteótico com milhares e milhares de pessoas a aplaudir os atletas no Estádio do Lumiar. João Lourenço foi 4º classificado e Francisco Inácio 5º, tendo a média de 30,533km/h constituído novo recorde. Em entrevista ao jornal “Os Sports” José Albuquerque afirmou: “Antes de partir fiz para mim o estudo do percurso e dos adversários. A minha tática de ataque (para me desembaraçar de alguns competidores) resultou em pleno na 2ª etapa. Depois planeei atacar a caminho da Guarda aproveitando as subidas das serras da Gardunha e da Estrela. Antes da Guarda tive fome… Tinha-me abastecido insuficientemente pelo facto de a algibeira ser pequena, pelo que por alturas do Teixoso senti fraqueza. Para o dia seguinte já arranjei outra camisola amarela, com uma algibeira maior! Na etapa para Vila Real podia ter perdido tudo pois partiram-se-me 3 aros duma roda à passagem por Lamego e depois tive um furo. Quando me disseram na Régua que o meu atraso era de 3 minutos receei. Valeu-me depois as subidas, nas quais ataquei com decisão beneficiando das minhas faculdades de trepador. Em Santa Marta de Penaguião já tinha os fugitivos à vista. Na descida do Marão os 2 benfiquistas aumentaram muito o ritmo esperançados que eu, leve como sou,...

1957 – Campeões Nacionais de Fundo (por equipas – contra-relógio) em Ciclismo

1 de Setembro de 1957. A equipa de Ciclismo do Sporting sagrou-se Campeã Nacional de Fundo por Equipas (depois de ter alcançado o ceptro regional), numa prova disputada em sistema de Contra-Relógio. O coletivo formado por Pedro Polainas, Américo Raposo e Manuel Graça (campeão regional de fundo) venceu com uma diferença de 11m09s para o Académico e 17 minutos para o FC Porto. A prova foi disputada no percurso Porto-Caminha-Porto, na distância de 185km, e se na ida os leões chegaram no 3º posto, na volta foram absolutamente imparáveis, ascendendo à liderança. No mês seguinte, no Estádio do Lima, também no Porto, disputou-se o Campeonato Nacional de Velocidade. Com bancadas à pinha torcendo pelo ciclista local (Onofre Tavares), Américo Raposo, um jovem ainda com 24 anos, venceu pela 4ª vez a competição mostrando à saciedade que mais rápido em Portugal, pura e simplesmente não existia. Nessa temporada de 1957 outros triunfos se conseguiram. Manuel Graça foi Campeão Regional, Américo Raposo foi o brilhante vencedor do Festival de Ciclismo de Alpiarça e Pedro Junior triunfou no Circuito das Libras (Figueira da Foz). Na foto: Américo Raposo e Pedro Polainas, duas das principais figuras do Ciclismo do Sporting à...

De revelação no “Tour” ao estranho doping na Volta a Portugal

31 de Agosto de 1969. Este foi o dia em que terminou mais uma volta a Portugal a bicicleta, mas a história começa mais de 1 mês antes: Joaquim Agostinho recebeu um convite da equipa francesa “Frimatic” para participar na Volta a França. A Comissão diretiva do Sporting apresentou o assunto à secção de Ciclismo, que não se opôs. O prestigiado jornal desportivo francês “L’Équipe” deu grande realce a esse facto, classificando o português como “uma atração no Tour”, afirmando que ele tinha “qualquer coisa de primitivo e talvez de selvagem, mas uma enorme vontade e força impressionante de pedalada.” Agostinho foi chefe de fila da sua equipa, afirmando no início que chegar a Paris era o seu objetivo principal. A verdade é que o português foi um dos grandes animadores da prova e a sua principal revelação. Triunfou em duas etapas e apesar duma queda conseguiu chegar ao fim num brilhante 8º lugar, conseguindo a maior proeza de sempre do Ciclismo português. Os franceses chamaram-lhe “homem de ferro” e foi recebido em Paris como um grande ídolo. Mais tarde veio então a Volta a Portugal onde Joaquim Agostinho enfrentou um grande desafio pois para ele a competição era de vitória obrigatória. Não era à toa que um ciclista chegava a uma prova como o “Tour”, arrancava um 8º lugar, cotava-se como um dos mais brilhantes concorrentes e ganhava duas etapas, tinha de confirmar esse estatuto no nosso país. Na verdade, fê-lo categoricamente. Agostinho ganhou com um magnífico contra-relógio final. Mas, surpreendentemente, depois duma apoteótica consagração em Alvalade, surgiu o “golpe de teatro” – o ciclista leonino foi acusado de...

1967 – 6ª vitória coletiva na Volta a Portugal em bicicleta

27 de Agosto de 1967. Nesse dia terminou mais uma Volta a Portugal em bicicleta. Os leões entraram na competição com legítimas aspirações. Emiliano Dionísio venceu a etapa inaugural e os verde e brancos provaram sempre ser a equipa mais homogénea da prova (chegando ao final com o triunfo coletivo – pela 6ª vez). Apesar de tudo o triunfo individual escapou para o belga Houbrechts, da Flandria, com 1m10s de vantagem sobre o leão João Roque. Manuel Correia foi 3º, Leonel Miranda foi 5º e “rei” da montanha. Para o jornal “A Bola”: “A Volta foi brilhante e o Sporting foi o principal ´culpado` de assim ter sido”. João Roque foi mesmo principal figura do velocipedismo sportinguista em 1967, mas Emiliano Dionísio chamou a si o único título nacional. Em Abril João Roque começou a dar nas vistas, ao sagrar-se Campeão Regional de fundo numa prova disputada em duas etapas mais contra-relógio. O também leão Leonel Miranda venceu as provas em linha, mas Roque arrasou no confronto decisivo. 1 mês depois o triunfo foi coletivo, no Regional por equipas em contra-relógio. A equipa formada por Leonel Miranda, Emiliano Dionísio e Sérgio Páscoa dominou a corrida, relegando os benfiquistas para o 2º posto. Também na clássica “Porto-Lisboa” os leões triunfaram coletivamente, aí com Vítor Tenazinha (2º), Sérgio Páscoa (3º) e Emiliano Dionísio (8º). No 3º Grande Prémio do FC Porto, Leonel Miranda dominou como quis, sendo 1º na geral, na montanha e na regularidade – o Sporting também venceu por equipas. Nova vitória individual (por João Roque) e coletiva surgiu no Grande Prémio da Associação de Ciclismo do Sul, prova que...

1972 – A glória para Joaquim Agostinho e Ciclismo leonino

27 de Agosto de 1972, dia memorável para o Ciclismo do Sporting. Terminou a 35ª Volta a Portugal em bicicleta que deu a 3ª vitória consecutiva ao campeoníssimo Joaquim Agostinho (igualando a marca de Alves Barbosa) e o triunfo coletivo (10º) para os leões. No contra-relógio final Agostinho afirmou mais uma vez a sua classe ímpar. Em Alvalade, houve um verdadeiro “mar” de loucura em redor do ciclista leonino, o “menino bonito” dos sportinguistas: “Naturalmente que estou muito satisfeito com mais este triunfo pois tudo fiz para chegar aqui a Alvalade com a minha camisola amarela. A princípio nem tudo correu bem, mas os outros também cá andavam e sabiam o que estavam a fazer. Eu nunca desanimei, esperando sempre pelas etapas mais ao meu jeito para jogar as minhas cartadas, e assim aconteceu. Esta foi uma das mais difíceis Voltas a Portugal em que participei, e já foi a 5ª. Um corredor pode ser muito bom, mesmo um grande campeão, mas se o trabalho da equipa não corresponder, sozinho nunca pode resolver todos os problemas. A minha equipa ajudou-me sempre e bem, e eu aproveitei muito o trabalho de todos. Devo-lhes esta homenagem porque ela corresponde à verdade”. Manuel Graça, o técnico sportinguista, também estava felicíssimo: “Estou satisfeito com o comportamento dos rapazes porque obtivemos os objetivos que tinhamos em vista. A tarefa foi árdua e a certa altura cheguei a ter receio porque era tudo e todos contra nós, especialmente a equipa da Messias, uma formação capaz de criar problemas a qualquer outra seja ela qual fôr. Agostinho venceu o último contra-relógio entre Sintra e Lisboa na...

1968 – 7º triunfo colectivo na Volta a Portugal em bicicleta

25 de Agosto de 1968. Nesse dia terminou a Volta a Portugal em bicicleta, que o Sporting voltou a vencer coletivamente (pela 7ª vez), tendo Joaquim Agostinho (na estreia) sido o melhor da equipa ao obter um 2º lugar que espantou o país. Dizia-se já por esses dias que Agostinho era uma força da natureza como nunca se vira no Ciclismo nacional. O leão chegou a andar de amarelo e ganhou 18.200$ na competição. O “campeão do dinheiro” foi, contudo, Leonel Miranda (outro sportinguista, que se classificou no 3º lugar) – para casa levou 42.500$. O vencedor individual da Volta foi o benfiquista Américo Silva. Foto: Carro de apoio à equipa do...

1941 – Sporting e Francisco Inácio ganharam a Volta a Portugal em bicicleta

24 de Agosto de 1941. Nesse dia terminou (no Porto) a Volta a Portugal em bicicleta, coroando o sportinguista Francisco Inácio como brilhante vencedor e o coletivo leonino com o melhor em compita. Inácio tinha pouco mais de 1 ano como ciclista independente, era muito robusto, nenhum outro corredor dava tanta impressão de força e poder. Lutador, com brio, tenacidade e coragem, assumia-se como um dos melhores ciclistas portugueses de todos os tempos. No 4º dia da corrida conquistou a camisola amarela ao seu colega de equipa Faísca num contra-relógio de Santiago do Cacém para Ferreira do Alentejo e nunca mais a despiu. Suportou depois os ataques impetuosos de Faísca. Sem ser brilhante foi prático: “Era o meu maior desejo vencer esta prova. Preparei-me com afinco e entusiasmo e fiz o que me era possível para chegar ao Porto como vencedor. Aproveitei o contra-relógio para atacar (foi fantástico), a sorte favoreceu-me”. Segundo o jornal “Os Sports”: “Inácio até parecia outro, estava diferente. O rapaz calado e concentrado estava agora com o rosto iluminado e o seu sorriso abria-se como nunca”: “O Faísca não me deu um momento de repouso. Os seus golpes foram os mais difíceis de suportar e confesso que enquanto não saímos da montanha não descansei”. Com a média de 31,082km/h, Inácio bateu o recorde da prova. Faísca foi 4º, João Lourenço 5º (venceu 10 das 24 etapas disputadas batendo um recorde que perdura) e António Duarte 10º. Coletivamente os leões também triunfaram. Não poderá ficar sem menção o facto de, nesse ano de 1941, o Sporting ter ganho individual e coletivamente todas as provas velocipédicas em que...

1973 – 11º triunfo coletivo na Volta a Portugal, mas doping voltou a ensombrar Agostinho

19 de Agosto de 1973. Nesse dia terminou mais uma edição da Volta a Portugal em bicicleta. Joaquim Agostinho venceu com total autoridade e mais de 17 minutos de vantagem de Jesus Manzaquene, mas a História repetiu-se e o triunfo do leão foi anulado… A equipa sportinguista alardeou uma superioridade impressionante, triunfando coletivamente com mais de 40 minutos (!) de avanço do Messias. Individualmente as classificações: Vítor Rocha (8º), António Marçalo (12º), Leonel Miranda (13º), João Curto (25º), Francisco Miranda (27º), Manuel Luís (31º), Emiliano Dionísio (40º). O pior estava reservado para o fim. A ingenuidade de Agostinho levou-o a tomar um medicamento que continha uma substância proibida pela União Ciclística Internacional, pelo que foi desclassificado. A 5ª vitória consecutiva do ciclista na Volta não contou, tal como tinha acontecido 4 anos antes. Assim, para o seu palmarés, fica o registo de 3 triunfos na mais prestigiada prova nacional. De realçar ainda que, cerca de 1 mês antes, Joaquim Agostinho sagrou-se campeão nacional de fundo pela 6ª vez consecutiva! Para os 256km da prova, o ciclista leonino gastou 7h06m31s a uma média de 36,012km/h. O leão dominou como quis, tendo deixado o 2º classificado, Herculano Oliveira do Sangalhos, a mais de 3 minutos. Ainda nesta temporada, na qual o Ciclismo sportinguista era fortíssimo, Firmino Bernardino venceu o “Lisboa-Algarve” derrotando ao sprint o benfiquista Venceslau Fernandes. Emiliano Dionísio também esteve em foco ao vencer o 16º Circuito de Rio Maior (triunfo colectivo do Sporting), o 3º Circuito da Serra de Tomar (mais um triunfo coletivo leonino) e o Regional de pista (que também foi arrebatado pelo...

1985 – Sporting e Marco Chagas dominaram a Volta a Portugal em bicicleta

18 de Agosto de 1985. Nesse dia terminou a Volta a Portugal em bicicleta. O Sporting dominou claramente a competição. Marco Chagas manteve-se sempre perto dos primeiros esperando pelo contra-relógio decisivo, a sua especialidade. Nele “voou” a 44,302km/h de média, dando 2m04s de avanço a Venceslau Fernandes, que acabou por se quedar pelo 3º lugar final devido à excelente prova também de Eduardo Correia, que foi 3º a 25 segundos de Chagas. Coletivamente o Sporting venceu com 11m33s de avanço do Lousa/Trinaranjus/Akai. Marco Chagas, com uma média final de 36,203km/h para os 1.875km da prova, ainda venceu o Combinado e Carlos Santos a classificação por pontos. Depois das fortes emoções da tarde Marco Chagas seguiu para o local onde a equipa do Sporting/Raposeira estava instalada. Referiu então que: “Vencer a Volta a Portugal pela 3ª vez era a minha meta, pois assim fiquei na História ao lado de Joaquim Agostinho e Alves Barbosa – embora eu saiba que o meu valor não se pode comparar ao deles. Penso em correr apenas mais 2 anos pois esta vida é de muito sacrifício”. Esta foi uma temporada de muitos sucessos para o Ciclismo leonino. Em Maio, Eduardo Correia e o coletivo verde e branco ganharam o Grande Prémio do Vouga (“Comércio do Porto”). No mês seguinte Marco Chagas sagrou-se Campeão Nacional. Ainda em Junho, Paulo Ferreira foi o melhor no prestigiado Grande Prémio JN e em Julho Eduardo Correia triunfou no 2º Grande Prémio de Ciclismo de Setúbal. O culminar perfeito para uma época de grande nível foi mesmo o grande domínio patenteado na Volta a Portugal, a “prova rainha” do...

Vitória coletiva e individual na Taça Portugal em Ciclismo

17 de Agosto de 1913. Nesse dia realizou-se a prova mais importante do calendário velocipédico português na altura – a Taça Portugal em Ciclismo, que já ia na sua 3ª edição. A prova tinha a extensão de 100km e era organizada pela União Velocipédica Portuguesa. A equipa do Sporting esteve presente e obteve uma brilhante vitória coletiva (a que juntou o título individual). Para além dos leões, estiveram representadas as melhores equipas portuguesas da modalidade – Benfica, Nacional Sport Clube e Sport Clube Progresso. Segundo o jornal “O Século”: “Sob um calor abrasador, o pelotão fracionou-se logo no 1º quilómetro. Ao 55º, depois de algumas escaramuças, incidentes e desistências, começou a notar-se a boa forma de António Cristiano, que adiantando-se com enorme vantagem alcançava João da Silva, o qual em vigorosas pedaladas tentou fugir-lhe mas não o conseguiu devido à quebra de corrente da sua máquina, no conserto da qual perdeu meia-hora. António Cristiano aproveitou para desaparecer deixando atrás de si todos os competidores, (entre os quais Carlos Fernandes, que desistiu), e em passo firme fez o resto do percurso sozinho, acabando com o tempo de 3h53m. João da Silva, também do Sporting, ficou em 2º com 4h12m. Os leões venceram por equipas à frente do Benfica”. No final, o vencedor declarou: “Tinha a impressão antecipada da vitória dado a excessiva superioridade do Sporting. Com a avaria do João da Silva e os problemas do Carlos Fernandes as coisas complicaram-se, mas com o considerável esforço do João, que passou de penúltimo a 2º, foi possível a equipa ganhar”. António Cristiano chegou à meta fresco e na melhor disposição, dizendo...
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