João Roque venceu as duas provas mais importantes de 1963

15 de Agosto de 1963. Nesse dia terminou a 26ª Volta a Portugal em bicicleta (a grande prova do Ciclismo nacional), e a vitória foi para o sportinguista João Roque. O “leão” venceu com muito mérito e tornou-se no 18º nome na galeria dos vencedores da Volta (o 4º do Sporting, depois de Alfredo Trindade, Faísca e Francisco Inácio). Coletivamente a vitória foi para o Benfica, quedando-se os leões pelo 2º lugar. Pedro Junior foi 5º e Pedro Carvalho 9º. Roque foi categórico no momento crucial da prova, vencendo o contra-relógio Tavira-Loulé, “explodindo” aí e demonstrando antes e depois a sua enorme capacidade de ciclista poderoso e resistente. Bateu o recorde de média da prova, com 36,765 km/h, arrecadando 25 contos pelo triunfo. “Entrei na Volta deste ano muito bem preparado e convencido de que podia ganhá-la. Sentia-me em excelentes condições físicas e moralizado pela vitória no “Porto-Lisboa”, que me foi preciosa. As coisas correram-me como estava à espera. Em toda a prova só tive um ligeiro período de quebra – foi na etapa para o Porto, quando o Vítor Tenazinha e o Jorge Corvo fugiram e eu não me senti bem com o empedrado da estrada. Valeu-me então o técnico do meu clube – Manuel Graça, que com as suas palavras não permitiu que me faltasse o alento. Houve quem ficasse assustado por eu não dar muito nas vistas durante grande parte da competição, mas era assim que o Manuel Graça queria que eu fizesse. Devia não me deixar atrasar, mas poupando-me para as provas de contra-relógio. No primeiro estive nervoso, nem foi mau nem foi bom. No segundo...

Leonel Miranda

Nasceu a 15 de Agosto de 1944 em Carregueira, Torres Vedras. Experimentou o Ciclismo mais a sério numa prova popular, em 1962, e logo ganhou a competição! Ingressou então no Lousa, clube pelo qual venceu várias competições de âmbito popular. Depois chegou ao Sporting, onde esteve de 1964 a 1975. Em Setembro de 1965 fez parte da equipa Campeã Nacional de Perseguição. A 9 de Outubro de 1966 classificou-se no 8º lugar na Volta ao Estado de S. Paulo e poucas semanas depois sagrou-se Campeão Nacional de Rampa. Em Julho de 1967 foi o melhor no Grande Prémio do FC Porto. Na Volta a Portugal ficou em 5º e foi “Rei da Montanha”, ajudando à vitória coletiva. No ano seguinte (1968) voltou a triunfar no Grande Prémio do FC Porto. Dias mais tarde venceu o Grande Prémio da Associação de Ciclismo do Sul. Na Volta a Portugal ficou em 3º mas foi o “campeão do dinheiro” (venceu por Pontos), levando para casa 42.500$! Em Setembro triunfou no 8º Circuito do Cartaxo e em Novembro sagrou-se mais uma vez Campeão Nacional de Rampa – numa luta memorável com Joaquim Agostinho a quem derrotou por 1 segundo! Na Volta ao Estado de S. Paulo foi 7º e os leões triunfaram coletivamente. A 30 de Março de 1969 (com Agostinho e Emiliano Dionísio), ajudou o Sporting a sagrar-se Campeão Nacional de Clubes em contra-relógio. Em Junho venceu o 1º Grande Prémio Famel Zundapp. Na Volta a Portugal voltou a vencer a Classificação por Pontos. A 5 de Abril de 1970 o Sporting voltou a ser Campeão por Equipas com o seu contributo (mais...

1961 – 4ª vitória coletiva na Volta a Portugal em bicicleta

13 de Agosto de 1961. Nesse dia terminou a mais importante prova do calendário velocipédico nacional e o Sporting voltou às vitórias coletivas 20 anos depois, e com alguma surpresa. O triunfo individual foi para o portista Mário Silva, mas a equipa constituída por João Roque (5º), Pedro Carvalho (6º), Pedro Junior (8º), Arlindo Carvalho (16º), Manuel Graça (17º), Agostinho Brás (48º), Fernando Bandarra (49º), Joaquim Rato (62º), Hélio Rato (65º) e António Pedro Jorge (desistiu na etapa Malveira-Sintra devido a uma indisposição) alcançou um brilhante 1º lugar. Os sportinguistas arrebataram duas etapas, por Arlindo Carvalho e Pedro Junior. Dias depois a direção do Sporting homenageou os seus ciclistas e o seu treinador (o grande campeão Américo Raposo) por esta bela vitória. Tratava-se duma equipa jovem mas de grande futuro, que constituiram a sensação da competição e que deram ao ciclismo leonino uma das suas maiores vitórias dos últimos anos. O 4º triunfo coletivo dos leões na Volta a Portugal foi o prenúncio para grandes vitórias que surgiriam alguns anos mais...

Marco Chagas volta a triunfar na Volta a Portugal

10 de Agosto de 1986. Nesse dia Marco Chagas ganhou a sua 4ª Volta a Portugal em bicicleta, agora por “apertados” 15 segundos sobre o lutador Benedito Ferreira, da Torriense/Sicasal. Tudo se decidiu no contra-relógio individual Praia da Amorosa-Praia da Amorosa na extensão de 28km e no qual Marco Chagas obteve o 2º lugar, numa demonstração poderosa da equipa do Sporting/Laranjina C. Na classificação final Manuel Correia foi 8º, Jacinto Paulinho 10º, Eduardo Correia 13º, José Xavier 15º, Fernando Fernandes 26º, Alexandre Ruas 27º, Joaquim Gomes 30º, e Serafim Vieira 33º. Por equipas o Sporting ficou em 2º lugar, a 2m44s do Lousa/Trinaranjus/Akai. A prova ficou marcada pela prestação do inglês Cayn Theahston, que, no entanto, caiu numa das últimas etapas. O britânico conquistou a simpatia de todos e na apoteose final subiu ao palco com as ligaduras resultantes do acidente e foi aplaudido com entusiasmo. Marco Chagas ganhou ainda o prémio do combinado. Foi a última vez que um ciclista do Sporting triunfou na mais importante das provas velocipédicas disputadas em Portugal até Joni Brandão, em 2018, na secretaria. Nessa temporada Marco Chagas já vencera o Grande Prémio do Minho –  na altura o Sporting triunfou...

1970 – 1º triunfo na Volta a Portugal para Agostinho e vitória coletiva do Sporting

9 de Agosto de 1970. Finalmente, Joaquim Agostinho chegou ao triunfo na Volta a Portugal em bicicleta (o ano anterior o título tinha-lhe sido usurpado por, estranhamente, ter acusado doping…), provando que não precisava de recorrer a meios ilícitos para ser, de longe, o melhor. O 2º classificado, Firmino Bernardino (também do Sporting), ficou a 6m59s. Coletivamente o Sporting também venceu (pela 8ª vez) deixando o FC Porto (2º) a 19m42s. O domínio de Agostinho e do Sporting evidenciou-se desde a primeira pedalada. Os leões obtiveram outras honras: Classificação por pontos – Leonel Miranda; Prémio da Montanha – Firmino Bernardino; Combinado – Joaquim Agostinho. Na última etapa, nesse dia, contra-relógio de 35km entre Vila Franca de Xira e Lisboa. Enquanto os outros pedalavam, Agostinho parecia deslizar pela estrada tal a elegância e a eloquência do seu andamento. Ao longo dos 35km Agostinho foi aplaudido incessantemente com um alarido tremendo. Com uma pedalada forte, decidida, cara fechada e sentido de responsabilidade, Agostinho chegou em glória a Alvalade onde se perdeu num “mar” de abraços, alvo de uma apoteose fantástica. A classificação de todos os leões na competição: 1º Joaquim Agostinho (à média de 37,864km/h), 2º Firmino Bernardino, 5º Leonel Miranda, 13º Regis Delepine, 16º José Vieira, 19º Vítor Rocha, 20º Albert Fritz, 21º Emiliano Dionísio, 33º Manuel Luís, 36º Manuel Mendes. O técnico do Sporting era Sérgio Páscoa, de 31 anos, que ainda no ano anterior tinha feito a Volta a Portugal como ciclista. No final declarou-se satisfeitíssimo: “Tudo correu de forma maravilhosa. Obtivémos os melhores prémios, as posições mais honrosas. A Volta foi bem disputada, o Sporting ía mentalizado para...

1971 – Joaquim Agostinho e Sporting triunfaram na Volta a Portugal mais dura até então

8 de Agosto de 1971. A Volta a Portugal mais dura de sempre (até à altura) terminava no Alvalade perante 40.000 espectadores e 50 contos de receita. Foi a maior enchente de sempre em Portugal (mesmo com chuva), pelo Ciclismo e sobretudo por Joaquim Agostinho, um verdadeiro ídolo no nosso país. No final da competição Agostinho “deu” 11m05s ao 2º classificado – Firmino Bernardino. Quanto aos outros sportinguistas, Vítor Rocha foi 9º a 19m54s, António Marçalo foi 14º, a 27m49s, Francisco Miranda foi 15º, Manuel Luís 17º, Emiliano Dionísio 19º, João Curto 31º e António Teixeira 32º. Agostinho imitou um feito conseguido anos antes por Alves Barbosa – vestir a amarela do princípio ao fim da Volta. Numa das última etapas, Brás Medeiros, presidente do Sporting, deslocou-se propositadamente a Alcobaça para assinar um novo contrato com o ciclista por mais 3 anos com a ressalva de o deixar correr em França mas a obrigatoriedade de vir a Portugal participar em todas as provas mais importantes. No final, Agostinho afirmou: “Encontrei dificuldades mas não tantas como na Volta a França. O problema não é de subidas e descidas, de adversários difíceis ou fáceis, o problema é que em França corro sozinho. Aqui tive uma equipa a ajudar-me, um conjunto magnífico que me permitiu sair de Lisboa em 1º e chegar na mesma posição. Pena foi que o tempo não tivesse ajudado à festa. Terei uns dias para descansar mas depois regresso ao trabalho. Ou aproveito agora ou nunca”. Gribaldy, o empresário de Agostinho, também marcou presença: “Vim a Portugal porque não se justificava faltar a mais este triunfo desse grande...

Mario Fazio – “Sprinter” vigoroso

Mario Fazio nasceu a 26 Julho 1919 em Catania – Itália. Apaixonado pelas bicicletas desde muito cedo, chegou à categoria de profissional em 1941, mantendo o estatuto até 1953. Foi um grande especialista em sprints. Em representação da equipa italiana Bottechia venceu, em 1949, uma etapa do “Giro” de Itália, entre Palermo e Catania – a sua terra natal (envergando a camisola rosa de líder por 3 dias e conseguindo no final a sua melhor classificação de sempre – 11º lugar). Em 1950 repetiu o feito, entre Bolzano e Milão. Triunfou também em 5 etapas da Volta a Portugal de Bicicleta. Numa carreira de 13 anos, ganhou o “Giro di Romagna” (1943), a “Coppa Caldirola” (1944), o “Circuit de la Vienne (1948), o “Tour du Calvados” (1948) e o “Tour de Lorraine” (1948). Chegou ao Sporting em 1949 e foi o melhor leão na Volta a Portugal desse ano ao obter o 6º posto. Ainda em Agosto triunfou na Volta dos Campeões (Figueira da Foz) e nas “24 horas de Lisboa” (fazendo dupla com Félix Bermudez). Em Setembro foi o melhor nas “Cinco Voltas a Mafra” e no Circuito da Malveira. No ano seguinte brilhou no 1º Festival de Ciclismo sob a égide das organizações Benfica-Sporting (é verdade, os 2 rivais uniram-se na organização de provas ciclísticas!), triunfou no Circuito da Figueira da Foz e repetiu o feito nas 24 Horas de Lisboa (de novo em dupla com Bermudez). Nas “Cinco Voltas a Mafra” os leões venceram coletivamente e Fazio foi o melhor de verde e branco (2º lugar). Na Volta a Portugal esteve perto da glória ao obter...

A 1ª equipa portuguesa no “Tour”

Julho de 1975. O sonho de João Rocha concretizou-se. O Sporting apresentou uma equipa na principal prova ciclística mundial. Para isso, o presidente leonino incluiu na formação um treinador estrangeiro (Raphael Geminiani, que não se relacionou muito bem com a principal figura da equipa – Joaquim Agostinho, que até ameaçou abandonar a competição por desavenças com o técnico) e alguns franceses. Ainda assim, dos 10 ciclistas do Sporting que partiram chegaram 5. A equipa passou quase despercebida na competição, alcançando o 10º lugar entre 14 formações, o que para um coletivo com a inexperiência dos leões se pôde considerar digno. Infelizmente, Joaquim Agostinho fez o seu “Tour” mais fraco com a pior classificação (15º), e falhou completamente na montanha, que até era uma das suas principais especialidades. Ferdinand Julien mostrou ser um bom ciclista, terminando no 20º posto. Francis Campaner foi uma deceção – depois de ter ganho uma etapa o ano anterior e ter feito um bom papel pela França no Campeonato do Mundo no Canadá, não foi além do 49º lugar. Fernando Ferreira, de 23 anos, sem experiência nestas andanças, acabou por ser uma boa surpresa, alcançando o 61º lugar. José Amaro demonstrou boa vontade e pouco mais, quedando-se por um modesto 83º lugar. Na turma leonina desistiram André Mollet, Firmino Bernardino, Bernard Labourdette, Joaquim Carvalho e Manuel Silva. Apesar de tudo, valeu pela experiência, muito enriquecedora. Acrescente-se que o vencedor da prova foi o francês Thévenet. Agostinho ficou a 50m46s do vencedor. Na foto, Joaquim Agostinho com Eddie Merckx (para muitos, o melhor ciclista mundial de todos os...

João Lourenço (temporada fantástica) ganhou CN fundo em Ciclismo

12 de Julho de 1942. O Campeonato Nacional de Fundo em Ciclismo disputou-se neste dia e consistiu numa prova de 200km entre Lisboa, Caldas da Rainha e regresso. Triunfou João Lourenço (6ª vitória do Sporting e 1ª deste magnífico ciclista). Foi em Carriche que se desmanchou o pelotão para satisfação do juri a quem não agradava 14 homens na pista para a chegada… Eduardo Lopes e José Martins foram os primeiros a ceder. Francisco Inácio teve um furo na calçada de Carriche e saltou-lhe a corrente à entrada do Estádio. Outros pura e simplesmente não aguentaram o ritmo… Na dianteira ficaram 4 ciclistas com Lourenço “à cabeça” e desde aí deixou de haver dúvidas. João Lourenço ganharia o seu 1º título nacional de fundo. Na pista o seu sprint foi vigoroso e os adversários não lhe resistiram… Alfredo Trindade (de novo no Sporting) foi 8º e Francisco Inácio 13º… Aliás, os 2 títulos nacionais obtidos pelos ciclistas do Sporting tiveram só um nome – João Lourenço. No Nacional de Velocidade, a 28 de Junho, Lourenço bateu com grande categoria Eduardo Lopes (do Iluminante), nas duas mãos da final. Para além destes 2 importantíssimos triunfos, João Lourenço foi campeão regional de velocidade e de fundo. Arrecadou ainda o 1º lugar nos 50km da União Velocipédica Portuguesa, no Circuito da Mealhada, no Circuito do Comércio em Palma de Maiorca e no Circuito de Malveira. Uma época em...

Américo Raposo e Sporting dominaram a grande “clássica” do Ciclismo português

11 de Julho de 1954. No 25º Porto-Lisboa (uma prova que na altura tinha um prestígio enorme, constituindo a grande “clássica” do nosso Ciclismo), o sportinguista Américo Raposo venceu após vigoroso e disputado sprint na pista do Estádio José Alvalade. A prova foi muito tática, com os melhores ciclistas a vigiarem-se mutuamente. Só na Calçada de Carriche se destacou um pequeno grupo, parte do qual perdeu vantagem por se ter enganado no percurso à entrada do Estádio, e Américo Raposo (treinado por Eduardo Lopes – um antigo ciclista que também passara pelo Sporting) acabou por não dar hipóteses a ninguém. Pedro Polainas em 2º e Fernando Moreira em 4º ajudaram a garantir o triunfo coletivo do Sporting, que venceu assim em toda a linha. Individualmente esta foi a 6ª vitória leonina na...
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