1980 – 19º título nacional de Futebol e Jordão sagra-se melhor marcador

1 de Junho de 1980. Este foi um dos dias mais gloriosos de sempre para o Sporting. Em singelas 24 horas (em rigor bem menos que isso), o Sporting sagrou-se Campeão Nacional de Futebol, Andebol e Ténis de Mesa, triunfando ainda na Taça de Portugal de Basquetebol. Na última jornada do Campeonato Nacional de Futebol o Estádio Alvalade registou uma das maiores enchentes de sempre, com 60.000 pessoas a render 6.500 contos ao cofres do clube. A vitória significava o título nacional, 6 anos depois, após acesa luta com o FC Porto. Fernando Mendes era o treinador do Sporting, que alinhou com: Fidalgo (Vaz); José Eduardo, Bastos, Menezes e Barão; Eurico; Ademar e Fraguito; Manuel Fernandes (cap), Manoel e Jordão. O ambiente era o de um autêntico vulcão prestes a explodir em Alvalade. Talvez pelo clima criado, o Sporting entrou nervoso em campo, com lentidão, sem querer arriscar nada. A União de Leiria foi um adversário incómodo, muito bem organizado, que dificultou imenso a tarefa. Aos 6 minutos Jordão criou um lance de perigo para a baliza leiriense, mas o tão ansiado 1º golo só aconteceu aos 28 numa jogada de insistência do ataque leonino. Jordão desmarcou muito bem Ademar sobre a esquerda. De ângulo difícil o jovem médio rematou, Padrão defendeu para o poste, surgindo então Manuel Fernandes, quase sobre a linha de golo, a rematar para a baliza deserta. O tento teve um efeito tranquilizador na equipa, e Jordão, José Eduardo e Manoel tiveram clamorosas oportunidades para aumentar o score até ao intervalo, que, no entanto, desperdiçaram. Na 2ª parte foram 10 leões a tentarem dar o título...

Mokuna – O “fura-redes”

Léon Trouet Motombo Mokuna nasceu a 1 de Junho de 1935 no Congo. Em Agosto de 1954 os leões fizeram uma digressão por África, e no Congo defrontaram a Selecção de Leopoldville (vitória por 3-1) ficando impressionados com um jovem avançado de grande potência física chamado Mokuna e que tinha as alcunhas de “fura-redes” e “bombardeiro”! Logo os responsáveis leoninos trataram de o contratar ao Vita Club. A 23 de Outubro de 1954 chegou a Lisboa. Logo muito assediado pela imprensa pela sua fama avisou: “Não sou nenhum fenómeno, mas, de facto, já furei redes por duas vezes em Leopoldville, e não foi por elas estarem velhas!” Cheio de vontade de jogar, teve de esperar algumas semanas para o fazer, o que o levou a algum desespero. O motivo desse hiato teve a ver com o excessivo peso com que chegara. Estreou-se oficialmente a 9 de Janeiro de 1955 (com Jozef Szabo) numa receção ao Braga para o Campeonato (os leões venceram por 5-2 e o debutante marcou 1 golo). A 20 de Março marcou 4 golos num triunfo por 5-0 sobre o Boavista, numa altura em que já tinha menos 13 kg em relação ao peso com que chegara a Lisboa… Nessa altura os sportinguistas começaram a acreditar que poderiam estar, de facto, na presença dum extraordinário avançado. O seu final de época foi impressionante, apontando 19 golos em apenas 11 jogos! No entanto, contra todas as expetativas e de forma muito estranha (nunca foi explicada), foi praticamente votado ao ostracismo na temporada seguinte, jogando apenas duas vezes, a última das quais (a sua derradeira de verde e...

Benfica eliminado da Taça, na “negra”

31 de Maio de 1954. Foi fantástica a carreira da equipa de futebol do Sporting na Taça de Portugal. Depois de 3-2 e 1-2 com o Benfica veio o desempate, na Tapadinha. Este jogo completou uma série de 4 encontros seguidos entre as duas equipas (o 1º foi na última jornada do Campeonato Nacional – e de consagração para os leões). O Sporting, comandado por Jozef Szabo (Tavares da Silva era o secretário técnico), alinhou com: Carlos Gomes; Caldeira e Galaz; Travassos, Mário Gonçalves e Juca; Galileu, Vasques, Martins, Albano e Fernando Mendonça. De realçar a presença de Travassos como médio direito (onde muito raramente jogou) e a de Albano como interior esquerdo (deixando a extrema a Mendonça). O poderio físico leonino acabou por se impor numa partida em que Juca (foto) foi a grande figura, salientando-se também o regresso de Albano após uma longa lesão no menisco. Apesar dos benfiquistas terem inaugurado o marcador aos 30 segundos por Arsénio (Travassos empatou de penalty aos 12) e de terem chegado ao intervalo ainda em vantagem com outro tento de Arsénio (aos 24 minutos), o Sporting arrancou para uma bela 2ª parte, e por Vasques, Albano e Martins chegou a um triunfo muito festejado e natural, pois era de facto a melhor equipa. Com este resultado o Sporting seguiu em frente, para os 1/4 final da Taça de Portugal, onde defrontaria o FC...

2015 – 16ª Taça de Portugal para o futebol (e para corações fortes!)

31 de Maio de 2015. A final da Taça de Portugal era a grande hipótese de o Sporting conquistar um troféu oficial nessa temporada. Após um bom e difícil (porque permanentemente questionado) trabalho de Marco Silva ao longo do ano, toda a gente reconhecia que o técnico leonino merecia terminar a época da melhor forma. O adversário foi o Braga, um equipa bem orientada por Sérgio Conceição, que ficou no 4º lugar a 18 pontos dos leões no Campeonato, mas que tinha indiscutivelmente um belo conjunto de jogadores e que numa final poderia perfeitamente bater o pé aos leões. A equipa: Rui Patrício; Cédric, Paulo Oliveira, Ewerton e Jefferson; William Carvalho, João Mário (Miguel Lopes 15 – Fredy Montero 73) e Adrien; André Carrillo (Carlos Mané 53), Slimani e Nani. O Sporting entrou bem no jogo, mais dominador. Aos 5 minutos Nani rematou de longe por cima. Aos 14, na 1ª vez que o Braga subiu no terreno, grande jogada de Djavan e falta de Cédric para penalty e cartão vermelho. Eder converteu o castigo máximo e o Sporting viu-se muito cedo a perder e com menos um homem… A equipa leonina procurou reagir, e aos 18 minutos William, na recarga após um canto rematou com perigo mas a bola foi intercetada. Aos 23 minutos Marco Ferreira (o árbitro) perdoou claramente o 2º amarelo a Baiano que colocaria as equipas em igualdade numérica, e logo seguir livre de Nani e cabeçada de Carrillo para boa defesa de Kritciuk. Aos 25 minutos, erro crasso de Miguel Lopes e Rafa a desmarcar-se pela esquerda (perante alguma complacência de Jefferson) e a...

Lúcio – Um defesa goleador, de pontapé fortíssimo!

Lúcio Soares nasceu a 31 de Maio de 1934 em Manhuaçu – Minas Gerais – Brasil. Após alinhar na Portuguesa e no América, veio para o Sporting no final do ano de 1959. Estreou-se oficialmente (com o treinador Fernando Vaz) a 13 de Dezembro, e logo num Sporting-Benfica (1-1) para o Campeonato. Marcou o 1º golo (bisou) cerca de um mês e meio depois, a 30 de Janeiro de 1960, numa receção ao Sporting de Espinho (2-0) para a Taça de Portugal. Foi titularíssimo desde a sua chegada, como defesa central, apontando 10 golos (uma marca impressionante para um defesa vindo a meio da temporada). Estranhamente jogou menos na época seguinte (Alfredo González, primeiro, e Otto Glória, depois, preferiram Morato – outro futebolista de bom nível e mais regular). Em 1961/62 o Sporting chegou ao título, e Lúcio voltou a ter papel importante na equipa (embora jogando menos que Morato), mas na temporada seguinte voltou a ser protagonista, com 35 jogos oficiais (7 golos) e a conquista da Taça de Portugal. 1963/64 foi a sua última temporada de verde e branco. Em Portugal era acusado por alguns de ser pouco disciplinado, nunca seguindo à risca um modo de vida completamente de acordo com o exigido a um profissional de futebol. A pedido dos colegas de equipa, foi substítuido no “onze” principal por Alexandre Baptista, e a partir daí nunca mais se destacou em Alvalade, acabando mesmo por sair no final da época. O seu último jogo pelo Sporting aconteceu no dia 26 de Janeiro de 1964 – uma vitória no Seixal por 3-1. Uma semana antes marcara pela última vez,...

Bas Dost – O “trovão” holandês!

Bas Leon Dost nasceu a 31 de Maio de 1989 em Deventer nos Países Baixos. Começou por jogar no CVV Germanicus e aos 12 anos chegou ao FC Emmen (onde mais tarde se estreou como profissional), depois no Heracles, Heerenven (sempre com muitos golos) e chegou ao Wofsburgo onde realizou 4 razoáveis temporadas (chegou a internacional holandês) que o levaram ao Sporting. Ao Alvalade chegou na parte inicial da temporada 2016/17 (proveniente do Wolfsburgo), para substituir Slimani (idolatrado pelos sportinguistas, que saiu para o Leicester). Estreou-se oficialmente a 10 de Setembro de 2016 numa receção ao Moreirense a contar para a 4ª jornada do Campeonato Nacional (3-0 e um golo marcado). Nessa 1ª temporada no Sporting fez 36 golos (em 41 jogos), 34 dos quais no Campeonato Nacional (melhor marcador nacional, 2º melhor da Europa). Apesar de a equipa de Jorge Jesus nada ter conquistado, o holandês conquistou totalmente os sportinguistas pelo seu engodo pela baliza e alegria de jogar, e surgiu o cântico para ele baseado no Thundestruck dos AC/DC! Na temporada seguinte, 2017/18 manteve-se em alto nível, fazendo muitos golos e uma “sociedade” muito interessante com Bruno Fernandes. A 27 de Janeiro de 2018 marcou, em Braga, na final da Taça da Liga perante o Vitória de Setúbal (1-1, triunfo nos penaltis). No início de Abril, após uma derrota no Vicente Calderón por 2-0 para a Liga Europa (após a qual o presidente Bruno de Carvalho “explodiu” no Facebook) as coisas entraram por caminhos estranhos, com um ambiente tenso que veio a ter o seu climax na “invasão” à Academia onde o holandês foi dos futebolistas que...

1948 – Campeões Nacionais de Futebol, em Vila Real de Stº António

30 de Maio de 1948. Última jornada do Campeonato Nacional. O jogo disputou-se no Campo Francisco Gomes Socorro em Vila Real de Santo António e o Sporting tinha de ganhar para ser Campeão. Orientados por Cândido de Oliveira, os leões alinharam com: Azevedo; Álvaro Cardoso e Juvenal; Canário, Manecas e Veríssimo; Jesus Correia, Vasques, Peyroteo, Travassos e Albano. Este jogo era a última esperança do Benfica, do qual o Lusitano era antiga e dedicada delegação. Compreender-se-à, portanto, o ardor com que os algarvios procuraram contrariar os intentos leoninos. Todavia a superioridade técnica sportinguista era de tal modo flagrante que nada poderia opôr-se-lhe… Aos 13 minutos Jesus Correia fez o 1-0, à meia-hora Angelino empatou e aos 43 minutos Albano fez o 2-1. Na 2ª parte Jesus Correia decidiu a contenda com 2 golos aos 73 e 85 minutos. Entre os leões Peyroteo fez um grande jogo mas encontrou um Isaurindo muito inspirado. Canário, Manecas e Veríssimo foram a “alma” da equipa com magnífica exibições, tanto a defender como a lançar o ataque. A história do desafio foi a emoção que o rodeou – por ser decisivo, pois em termos de jogo jogado e de luta entre as equipas o Sporting nunca deu chances ao adversário. Esta foi o 8ª vez que o futebol sportinguista se sagrou Campeão de...

Triunfo leonino na 1ª Taça de Honra da AFL em Futebol

30 de Maio de 1915. Neste dia, pouco mais de 2 meses depois de se ter sagrado Campeão Regional pela 1ª vez, nova grande e significativa vitória leonina, agora na 1ª Taça de Honra da Associação de Futebol de Lisboa. O Presidente da República e vários ministros marcaram presença numa partida que era encarada pelos benfiquistas como uma desforra onde não poderiam falhar (isto depois dos leões terem batido o Lisboa FC por 4-0 na meia-final). No Stadium de Lisboa, sob a arbitragem do mítico jogador do Carcavelos Henry Frood, e com uma numerosíssima assistência, o Sporting alinhou com: Jorge Morice; Amadeu Cruz e Jorge Vieira; Raúl Barros, Artur José Pereira e Boaventura da Silva; António Stromp, António Rosa Rodrigues, Francisco Stromp (cap), Jaime Gonçalves e Armour. Segundo a imprensa da época o jogo não teve grande beleza, mas muita energia e coragem de parte a parte. Assistiu-se a várias jogadas de belo efeito que falharam quase sempre no momento final de atirar à baliza. Aos 28 minutos os leões inauguraram o marcador por Francisco Stromp, com um pontapé magistral após combinação com o seu irmão António. O Sporting, animado, ainda procurou aumentar a vantagem, mas antes do intervalo foi Jorge Morice, com uma excelente defesa, a negar o empate. No 2º período continuou o Sporting a ser dominador, mas o Benfica de quando em vez respondia perante a atenção do guardião leonino. A certa altura Alberto Rio conseguiu o empate, e poucas vezes se havia assistido nos campos de Lisboa a semelhantes manifestações de júbilo. O Sporting sentiu o tento adversário e vacilou um pouco, mas rapidamente se restabeleceu, acabando por...

Gabriel – Um defesa-direito experiente e regular

Gabriel Mendes nasceu a 30 de Maio de 1954 em Miragaia – Porto. Começou nas camadas jovens portistas, e num percurso feito a pulso chegou a protagonista na equipa comandada (na altura) por Pedroto. Foi duas vezes campeão nos azuis e brancos, acabando por chegar a Alvalade já depois do fecho oficial da época 1982/83, após ter rescindido com o seu clube de origem. Estreou-se oficialmente a 28 de Agosto de 1983 (com Jozef Venglos) num Sporting-Penafiel (5-1) para a 1ª jornada do Campeonato Nacional. A 1 de Outubro marcou o 1º (e único) golo de verde e branco, numa receção ao Sporting de Espinho (2-0) para o Campeonato. Nessa 1ª temporada foi titular indiscutível no lado direito da defesa, fazendo valer a sua grande experiência. No ano seguinte, com John Toshack, jogou menos, pois o inglês optou por colocar Carlos Xavier na direita da defesa, mas em 1985/86 voltou a ser praticamente intocável, constituindo uma firme aposta de Manuel José. 1986/87 foi a sua última época no Sporting. Até Dezembro jogou regularmente, mas a saída de Manuel José do comando técnico (substituído por Keith Burkinshaw) e a chegada do brasileiro João Luís para lhe fazer concorrência afastou-o completamente da equipa.  A 21 de Dezembro de 1986 jogou pela última vez de “leão ao peito” num triunfo (para a Taça de Portugal) em Aveiro frente ao Beira Mar por 1-0 após prolongamento. Curiosamente, o seu último jogo para o Campeonato foi o dos inesquecíveis 7-1 ao Benfica! Esteve um total 4 épocas no Sporting, realizando 108 jogos oficiais e marcando 1 golo. Foi um bom elemento de equipa, e...

1982 – Triunfo na Taça de Portugal e 5ª “dobradinha” do Futebol leonino

29 de Maio de 1982. O Campeonato estava ganho. Após uma carreira sem grandes dificuldades na Taça de Portugal, o Sporting encontrou na final do Jamor o Sporting de Braga, treinado por Quinito (que surpreendeu ao apresentar-se de fraque creme e laço castanho, em contraste com as “mangas de camisa” de Allison). A equipa leonina: Meszaros; Ademar, Bastos, Zezinho e Inácio; Virgílio (Menezes); Lito, Oliveira e Marinho (Nogueira); Manuel Fernandes e Jordão. O início da partida não foi brilhante. Ambas as equipas pareceram entrar um pouco receosas, apesar de ser desde logo o Sporting a mais dominadora. Aos 37 minutos o Sporting fez o 1º golo. Jordão conseguiu, pela direita, levar a bola até à linha final centrando depois com boa conta para o interior da área onde surgiu Oliveira a finalizar com categoria, de cabeça. Com este golo muito mudou pois os bracarenses tornaram-se mais afoitos, chegando inclusivamente a criar algumas sensações de perigo junto da área leonina. Aos 56 minutos a entrada de Nogueira revitalizou (e de que maneira) o futebol da equipa sportinguista, que atingiu então momentos muito positivos, equivalentes ao melhor que a equipa fizera durante a temporada e que a tornara campeã nacional. Assim, aos 67 minutos os leões ganharam alguma tranquilidade com o 2-0. Num livre direto, frontal à baliza de Valter, quando todos esperavam o remate de Oliveira, Manuel Fernandes atirou de surpresa, sem balanço, e Valter nem se mexeu – um golaço. 4 minutos depois Lito fugiu em grande velocidade pela esquerda, centrou bem para Jordão, que fintou um adversário e rematou com grande classe para o fundo das malhas. A 4...
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