Mário – O homem do golão nas Antas aos 120 minutos

Mário Marques Coelho nasceu a 18 (registado a 24, por isso algumas confusões) de Março de 1957 no Rio de Janeiro – Brasil. Começou no Fluminense (onde foi campeão carioca em 1980). Por lá se manteve 5 épocas até chegar ao Bangu, clube no qual atingiu o pico da carreira. Passou ainda por Vasco da Gama e Botafogo antes de chegar ao Sporting, já com 29 anos, no Verão de 1986. Sobre ele depositaram-se muitas expetativas, pois era um “nome de peso” no futebol brasileiro. Estreou-se oficialmente a 31 de Agosto num Rio Ave-Sporting (2-2) para a 2ª jornada do Campeonato Nacional. Marcou o seu 1º golo (bisou) a 1 de Outubro na receção ao Akranes (6-0) para a Taça UEFA. 15 dias antes tinha sido considerado pela generalidade da imprensa o “melhor em campo” na vitória por 9-0 frente ao mesmo adversário na Islândia, resultado que continua a constituir um recorde entre equipas portuguesas de goleadas “fora” em jogos das competições do “velho continente”. Nessa 1ª temporada sob o comando de Manuel José (primeiro), Marinho Mateus (depois) e Keith Burkinshaw (por fim) foi bastante utilizado na esquerda no meio campo, acumulando 29 presenças e 4 golos, o mais importante dos quais (um verdadeiro golão e o seu momento mais alto na curta estada em Alvalade) aos 120 minutos do Porto-Sporting para as meias-finais da Taça de Portugal que levou os sportinguistas ao Jamor. Na temporada seguinte (com Burkinshaw e António Morais) ganhou ainda mais protagonismo. Foi normalmente titular no meio campo, como “patrão da equipa”, e contribuiu para o triunfo na Supertaça frente ao Benfica. Entretanto chegou o novo...

Romagnoli – Um 10 com talento

Leandro Atilio Romagnoli nasceu a 17 de Março de 1981 em Buenos Aires – Argentina. No Mundo do Futebol tem a alcunha de “Pipi Romagnoli”. Começou por jogar no San Lorenzo (desde as camadas jovens), onde chegou às seleções (foi campeão do mundo de sub-20 em 2001) e ganhou alguns títulos já como sénior. Em 2002 chegou à seleção principal da Argentina (a sua única internacionalização) numa altura em que a Europa começou a reparar nele  e Maradona o elogiou com entusiasmo, mas pouco tempo mais tarde lesionou-se com muita gravidade. Regressou lentamente à competição, passando depois 2 anos no Vera Cruz – México, de onde chegou ao Sporting, por empréstimo, com direito de opção, no “mercado de Inverno” de 2005/06. Realizou a 1ª partida (estreou-se simultaneamente a Abel) a 11 de Janeiro de 2006 frente ao Vizela (2-1) para a Taça de Portugal. 10 dias depois marcou pela 1ª vez numa receção ao Marítimo (1-1) para o Campeonato. Logo os sportinguistas perceberam que estavam perante um jogador tecnicista, capaz de “inventar” espaços nas defensivas contrárias, mas algo débil em termos físicos. Esse “metade” de época foi positiva e o Sporting adquiriu o seu passe por cerca de 1 milhão de euros. Na temporada seguinte custou a “engrenar”, mas do meio da época para a frente assumiu-se como o 10 da equipa, ganhando resistência física e influência na equipa. Contribuiu para o triunfo da Taça de Portugal – a sua 1ª conquista de verde e branco. Em 2007/08 o Sporting venceu a Supertaça e a Taça de Portugal e o criativo argentino foi dos mais utilizados da equipa (51...

Douglas – Médio “todo-o-terreno” de altíssima qualidade

William Douglas Humia Menezes nasceu a 17 de Março de 1963 em Belo Horizonte – Brasil. Começou a carreira de futebolista na sua cidade, no Cruzeiro, onde conquistou títulos estaduais. Em 1988 mudou-se para a Portuguesa e no Verão do mesmo ano chegou ao Sporting como uma das “unhas do leão” de Jorge Gonçalves, numa altura em que já tinha sido várias vezes internacional pelo Brasil. Estreou-se oficialmente a 5 de Outubro com uma vitória histórica no Estádio do Ajax (2-1) em jogo a contar para a Taça UEFA. Marcou o 1º golo (e foi monumental) a 24 de Janeiro de 1989, na Madeira, frente ao Nacional (3-0) para a Taça de Portugal. Nessa 1ª temporada foi parte dum meio-campo de enorme qualidade que tinha ainda Oceano, Silas e Carlos Manuel (para além de outros valores como Carlos Xavier ou Litos). Ainda assim nada se ganhou. Nos anos seguintes continuou a ser “pedra basilar” das equipas leoninas, algumas de grande qualidade (ao lado de homens como Peixe, Figo, Balakov ou Filipe), mas nunca conseguiu ganhar qualquer título… A sua última partida pelo Sporting disputou-se a 10 de Maio de 1992 frente ao Paços de Ferreira (2-1) para o Campeonato. O último golo (tal como o 1º) fôra marcado na Ilha da Madeira, só que desta vez frente ao União, a 22 de Fevereiro de 1992, num triunfo por 5-1. Esteve um total de 4 épocas no Sporting. Realizou 124 jogos e marcou 14 golos. Deixou excelente imagem dum centrocampista “todo-o-terreno” com enormes qualidades técnicas e grande disponibilidade física. Não sendo muito robusto era duma resistência assinalável. Corria os 90...

Adrien Silva

Adrien Silva nasceu a 15 de Março de 1989 em Angoulême (França). Começou por jogar futebol nas escolas do Bordéus, até que os seus pais decidiram vir viver para Arcos de Valdevez, e aí passou a alinhar num clube da terra chamado Paço, destacando-se de tal maneira que acabou por ir parar ao Sporting com apenas 12 anos. Em Lisboa começou inicialmente por sentir grandes dificuldades na língua e também pelo facto de pela primeira vez viver sozinho, longe da proteção paternal, mas desde muito novo mostrou um caráter forte, uma personalidade tranquila e responsável, acabando por ser campeão e internacional em todos os escalões jovens. Em 2005 esteve dado como certo no Chelsea, que o tentou “roubar” ao Sporting, juntamente com mais 2 colegas que se destacavam na Academia leonina, mas foi o único que acabou por permanecer de verde e branco. Estreou-se oficialmente pela equipa principal aos 18 anos, no dia 17 de Agosto de 2007 (com Paulo Bento) num Sporting-Académica (4-1) para a 1ª jornada do Campeonato Nacional. Nessa 1ª temporada fez 15 jogos, comprovou ser um futebolista que poderia ter futuro no clube (embora ainda demonstrasse muitas carências) e contribuiu para a conquista da Taça de Portugal e da Supertaça. Na temporada seguinte continuou a evoluir, mostrando cada vez mais consistência. Paulo Bento utilizava-o sempre na posição 6. Fez 19 jogos e venceu a Supertaça. Em 2009/10 jogou ainda mais (24 presenças) e marcou o seu 1º golo – foi a 1 de Outubro de 2009 numa receção ao Hertha de Berlim para a Liga Europa. Essa foi uma temporada muito atribulada no qual o...

Vidigal – Um centrocampista de grande pujança física

José Luís da Cruz Vidigal nasceu a 15 de Março de 1973 em Sá da Bandeira – Angola. 2º de 12 irmãos (vários dos quais futebolistas), começou por jogar no O Elvas, de onde transitou para o Estoril. Nos “canarinhos” (onde brilhou intensamente – na divisão de honra – chegando à Seleção de esperanças) esteve apenas uma época, pois no Verão de 1995 assinou pelo Sporting. Pelas suas caraterísticas físicas e estilo abnegado de jogar logo foi apelidado de “novo Oceano”. Estreou-se oficialmente na 1ª jornada do Campeonato, a 20 de Agosto, nas Antas (1-2). Nessa 1ª temporada, na qual o Sporting conheceu 3 treinadores (Carlos Queiroz, Fernando Mendes e Octávio Machado), foi entrando gradualmente na equipa, acabando por fazer 26 jogos e ganhando a Supertaça (foi titular na partida decisiva, em Paris, frente ao FC Porto). Na época seguinte voltou a jogar com alguma frequência mas sem assumir a titularidade (Oceano e Pedro Martins “reinavam” no miolo no terreno). Marcou entretanto o seu 1º golo a 23 de Agosto de 1996, num triunfo em Espinho por 3-1 – esta foi mesmo a sua época mais produtiva com 5 golos em 26 jogos. Na época terrível de 1997/98, com 4 treinadores (Octávio, Francisco Vital, Vicente Cantatore e Carlos Manuel) continuou a patentear as suas caraterísticas mais marcantes – a entrega e a força, e fez aquele que foi talvez o golo mais importante da temporada – o que garantiu a vitória frente ao Belenenses na penúltima jornada e consequente acesso às provas europeias. Com Mirko Jozic, em 1998/99, voltou a ser uma alternativa credível para médio defensivo ou defesa...

Osvaldo Silva – Era “magia” com a bola nos pés

Nasceu a 13 de Março de 1934 em Belo Horizonte – Brasil. Começou a jogar futebol no Pompeia FC. O treinador Yustrich descobriu-o depois no América trazendo-o para Portugal para jogar no FC Porto, em 1957. Num período muito conturbado pelas Antas (onde ainda assim foi campeão nacional e venceu uma Taça de Portugal) acabou por ser dispensado para o Leixões onde foi a figura principal da maior proeza da História do clube matosinhense, ao apontar o golo solitário que derrotou o FC Porto nas Antas na final da Taça de Portugal de 1962. No final dessa mesma temporada veio para o Sporting por 200 contos, e com um ordenado de 4 contos. Estreou-se oficialmente (sob o comando de Juca) a 19 de Setembro de 1962, em Shelbourne, para a Taça dos Campeões Europeus, partida que o Sporting venceu por 2-0. 4 dias depois fez o seu 1º golo num Sporting-Oliveirense para a Taça de Portugal (4-1). Nessa sua 1ª época no Sporting o brasileiro (jogando a interior-direito) foi, a par de Morais, o mais utilizado da equipa (41 jogos) e conseguiu um número significativo de 21 golos, ganhando a Taça de Portugal, mas seria na temporada seguinte que “explodiria” definitivamente em Alvalade. O seu futebol imprevisível feito de passes rasgados, técnica sublime e muita certeza na hora de atirar ao golo conquistou definitivamente os apaniguados sportinguistas. Foi ele a principal figura da equipa na conquista da Taça das Taças onde espantou a Europa com a categoria mostrada em confrontos, por exemplo, face ao Manchester United (marcou 3 golos na célebre vitória por 5-0) ou com o Olympique de...

Negrete – “El zurdo de oro” deixou marcas no Alvalade

Manuel Negrete Árias nasceu a 11 de Março de 1959 em Altamirano – México. Começou a sua carreira no Pumas e ganhou destaque por marcar golos de grande espetáculo. No Mundial do México de 1986 fez um golo fantástico que chamou a si os olhos de todo o mundo mas foi João Rocha quem o conseguiu contratar para o Sporting. A sua chegada a Alvalade foi muito badalada, dele esperava-se grandes cometimentos. Estreou-se oficialmente num Sporting-Desp. Chaves (3-1) a 20 de Agosto de 1986. Na semana seguinte marcou em Vila do Conde um golo fantástico que deixou os sportinguistas de “água na boca” com enormíssimas expetativas em relação ao novo recruta. Nos primeiros tempos foi titular, com Manuel José. Era um jogador que alinhava pelo centro/esquerda do meio campo, com muito boa técnica, classe indiscutível, mas problemas evidentes de adaptação ao futebol europeu. Para além disso era débil fisicamente o que mais dificultou a sua presença na Europa. Ainda fez mais alguns golos, destacando-se o que marcou em Akranes que contribuiu para o recorde entre equipas nacionais de goleadas “fora” (9-0) para as Competições Europeias, que persiste, e também o que fez ao FC Barcelona em Alvalade que quase valeu a qualificação na Taça UEFA (não fosse um golo dos catalães quase no final a reduzir para 2-1). Aos poucos foi perdendo protagonismo na equipa (ainda por cima Manuel José também saiu) e jogou pela última vez pouco mais de 5 meses depois de se ter estreado, num 0-0 em Vidal Pinheiro frente ao Salgueiros numa tarde de dilúvio. Fez um total de 21 jogos oficiais pelo Sporting, com...

António do Couto

António do Couto nasceu a 8 de Março de 1884. Começou por jogar na Real Casa Pia de Lisboa (em finais do século XIX) passando depois para o Grupo Sport Lisboa onde se tornou o 1º capitão de equipa. Em meados de 1907 foi um dos jogadores atraídos pelas magníficas condições que o Sporting oferecia e mudou-se para o clube de Alvalade. Fez parte da 1ª equipa oficial leonina jogando como médio-centro – a sua posição de sempre. Foi um dos melhores futebolistas do seu tempo. Era fortíssimo fisicamente e tinha grande resistência. A 27 de Agosto de 1910 fez parte da equipa do Sporting (a que foram acrescentados alguns futebolistas convidados) que jogou pela 1ª vez no estrangeiro (durante algum tempo foi considerado, erradamente, o 1º jogo da Seleção Nacional), frente ao Recreativo Huelva (vitória por 4-0). Esteve 6 épocas no Sporting como futebolista, “arrumando” as botas em 1914. Foi membro do 1º Conselho Fiscal do Sporting, eleito a 4 de Janeiro de 1910, com as funções de relator. Concluiu os estudos em Arquitetura, e nesse papel foi autor do projeto das instalações do Campo Grande – inauguradas em 1917. Como Arquiteto foi ainda a principal figura de vários espaços como o parque de jogos do Casa Pia, o Campo do Restelo e a Estátua do Marquês de Pombal (aqui em parceria com Francisco Santos, seu amigo, e que com ele jogou no Sporting). Foi o sócio nº 1 do Sporting desde 1 de Janeiro de 1928 até à data da sua morte – 3 de Julho de...

Morais

João Pedro Morais nasceu a 6 de Março de 1935 em Cascais. Começou a jogar futebol no Torreense e chegou ao Sporting após o final da temporada 1957/58, tendo-se apresentado a 31 de Maio num jogo frente ao Vasco da Gama – no qual fez o passe para o golo solitário de Vadinho. Oficialmente, jogou pela 1ª vez a 14 de Setembro, no Barreiro, na 1ª jornada do Campeonato Nacional (1-0). O seu 1º golo foi apontado a 2 de Novembro numa vitória em Guimarães por 3-1. Sempre foi muito apreciada a sua capacidade para cruzar, por isso o posto de extremo (sobretudo à esquerda) foi aquele em que mais vezes alinhou. No entanto, necessidades da equipa fizeram-no jogar muitas vezes na defesa e mesmo no meio-campo, tendo-se destacado por uma grande capacidade de adaptação. Aliás, terá sido um dos mais polivalentes futebolistas que passou pelo clube, tendo inclusivamente referido um dia: “Só me faltou jogar a guarda-redes”. Também por esse motivo sempre foi muito utilizado, com exceção das duas últimas épocas. Fez o golo mais importante da História do Futebol do Sporting, de canto direto, na finalíssima da Taça das Taças de 1963/64, que deu a vitória aos leões frente aos húngaros do MTK Budapeste. Esteve para não alinhar nessa “epopeia”, mas uma lesão do defesa Hilário poucos dias antes (frente ao Vitória de Setúbal) levou a que Anselmo Fernández o convocasse à última hora, facto que o futebolista nunca encarou com “simpatia” e que lhe valeu algumas divergências mais ou menos graves com o arquiteto. Jogou pela última vez a 20 de Abril de 1969 em S....

Romeu – Esquerdino talentoso

Romeu Fernando Fernandes da Silva nasceu a 4 de Março de 1954 em Vila Praia de Âncora. Em criança foi com os seus pais para Moçambique e lá começou a jogar futebol. No início dos anos 70 regressou a Portugal, tendo-se iniciado no Vitória de Guimarães. Na “cidade berço” começou a mostrar grande potencial chegando mesmo à Seleção Nacional. Daí para o Benfica foi um pequeno passo, mas embora tenha tido sucessos coletivos na Luz não se afirmou – sobretudo por problemas físicos, regressando depois a Guimarães onde esteve mais 2 bons anos.  Em 1979 chegou ao FC Porto onde confirmou credenciais. Rumou ao Sporting no final da temporada de 1983, ainda a tempo de realizar alguns jogos de fim de época numa digressão aos EUA. Na altura já era um jogador “feito” (29 anos) com um passado importante no nosso futebol. Estreou-se oficialmente (com Jozef Venglos) a 28 de Agosto de 1983 num Sporting-Penafiel (5-1) para a 1ª jornada do Campeonato Nacional. Marcou o 1º golo em Penafiel (2-1) a 5 de Fevereiro de 1984. Nessa primeira época ganhou um lugar no lado esquerdo do meio-campo numa equipa que tinha excelentes executantes mas que não conseguiu títulos. Realizou 31 jogos e fez 3 golos. Na temporada seguinte (sob o comando de John Toshack), com a revelação Litos e as aquisições Jaime Pacheco e Sousa, o esquerdino perdeu espaço, realizando apenas 10 jogos. A sua última temporada foi a de 1985/86 na qual esteve grande parte da época lesionado, realizando apenas 14 jogos. Jogou pela última vez como “leão” a 20 de Abril de 1986 (com o treinador Manuel...
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