Dias da Cunha

António Augusto Serra Campos Dias da Cunha nasceu a 13 de Julho de 1933 na cidade da Beira – Moçambique. A sua família instalou-se em Portugal quando tinha apenas 9 anos. Licenciou-se em Direito e praticou muito desporto na juventude – do Futebol ao Basquetebol, do Andebol ao Râguebi. A sua ligação a Moçambique foi-se mantendo e lá estabeleceu negócios e apoiou instituições sociais. Pela “mão” de Emídio Pinheiro (um antigo presidente da Assembleia Geral), associou-se ao Sporting, clube ao qual chegou aos corpos diretivos por influência dum amigo de longa data – José Roquette. Em Agosto de 2000 assumiu mesmo a presidência do clube e da SGPS leonina, sucedendo precisamente a José Roquette, que transformara o futebol do Sporting numa SAD. Na altura já era visto com uma voz algo incómoda, por vezes para o próprio clube, não se coibindo de criticar mesmo em alturas inoportunas. Sob a sua presidência foram construídas e inauguradas as obras mais marcantes do chamado “Projeto Roquette” – a Academia Sporting e o novo Estádio Alvalade. Também sob o seu comando os leões foram Campeões Nacionais e vencedores da Taça de Portugal de Futebol em 2002 e conquistaram a Supertaça na temporada seguinte, para além de outros êxitos em diferentes modalidades. O seu mandanto como presidente do Sporting ficou ainda marcado pelo facto de nunca se ter cansado de falar do malfadado sistema que controla(va) o nosso Futebol, nomeando mesmo as “caras” desse sistema (Pinto da Costa e Valentim Loureiro). A sua ação ajudou a abrir consciências e a, indiretamente, despoletar processos como o “Apito Dourado”. Julgou-se então que o Futebol nacional pudesse...

Júlio de Araújo

Júlio Barreiros Cardoso de Araújo nasceu a 11 de Julho de 1891. Começou muito cedo a praticar os mais variados desportos como Hóquei em Campo, Atletismo, Ténis, Natação e Futebol (onde nunca chegou à equipa principal mas foi capitão das 3ªs categorias). Presidente do Sporting por duas vezes (entre Julho de 1922 e Julho de 1923, e entre Julho de 1924 e Janeiro de 1925), foi um trabalhador incansável que figura hoje-em-dia como um dos mais brilhantes dirigentes com que o clube pôde contar (apesar do pouco tempo em funções efetivas). Em 1916 já fazia parte dum núcleo duro de personalidades que se opunha a José Alvalade quando este, no cumprimento do sonho de construir o Stadium de Lisboa, prejudicava as instalações leoninas. Alguns anos mais tarde, quando se vivia uma fase de algum marasmo no clube pós-guerra 14-18, foi ele que deitou mãos a um elaborado trabalho que continha estatutos assentes em novas bases e regulamentos que marcaram o efetivo ressurgimento do Sporting Clube de Portugal. Já em 1922 Júlio de Araújo teve a ideia de criar um Boletim do Sporting com a ideia de “bater e rebater”, nas próprias palavras do seu ideólogo, uma imprensa lisboeta dominada pelo “Sport Lisboa” – um jornal que na prática era do Benfica, mas com informações gerais e que se arrogava de ser para todos os desportistas. A sua presidência foi decisiva no aumento da massa associativa leonina, que passou de 300 sócios a mais de 3.000, o que consolidou marcadamente o clube. A ele também se deveu a construção do Posto Náutico na doca de Alcântara a partir duma ideia...

João Rocha

João António dos Anjos Rocha nasceu a 9 de Julho de 1930 em Setúbal. Com 13 anos apenas começou a trabalhar numa instituição bancária para estudar à noite. Poucos anos se passaram até se tornar um bom jogador de Voleibol e um brilhante praticante de Remo onde chegou a treinador da Escola Naval. Como bancário foi pouco a pouco fazendo carreira até chegar a administrador. Com um jeito muito próprio para os negócios, rapidamente chegou à alta finança portuguesa. A 7 de Setembro de 1973 tomou posse como presidente do Sporting e tornar-se-ia o líder mais tempo consecutivo em exercício na coletividade. A sua ambição era muito grande pois nas suas próprias palavras pretendia “erguer uma grande obra, apoiada por milhares ou milhões de pessoas e que possa representar uma viragem histórica na vida dos nossos clubes desportivos.” Nos inícios de 1974 a sua ansiada Sociedade de Construções e Planeamento (uma espécie de embrião de clube-empresa em que pretendia transformar o Sporting) foi autorizada, mas com a revolução de Abril o projeto esfumou-se. No seu “reinado”, as modalidades sportinguistas conseguiram feitos inéditos. O Sporting assumiu-se como um dos maiores clubes desportivos europeus ao conquistar 8 Taças dos Clubes Campeões Europeus de Crosse, uma Taça dos Campeões Europeus de Hóquei em Patins, duas Taças das Taças e uma Taça CERS da mesma modalidade, para além de inúmeros títulos nacionais em Andebol, Basquetebol, Atletismo, Ciclismo, etc. No Futebol conseguiu ganhar 3 títulos nacionais, e foi graças à sua argúcia que os leões puderam contar com futebolistas da estirpe de Manuel Fernandes, Keita, Jordão ou Oliveira. Falhou claramente a sua sensibilidade ao lidar...

Amado de Freitas

João Amado de Freitas nasceu a 24 de Junho de 1929 em Aveiro. Admitido como sócio do Sporting em Maio de 1955, foi economista e vice-presidente leonino para a área financeira entre 1973 e 1979 (com o presidente João Rocha). Fez também parte do Conselho Leonino entre 1969 e 1988. Entre 1981 e 1984 foi presidente do Grupo Stromp, pelo qual fôra galardoado em 1978 na categoria “Dirigente”. Em 1985 voltou à Direção do Sporting, como vice-presidente para o Futebol, e a 26 de Setembro de 1986 assumiu a presidência substituindo João Rocha, que decidiu abandonar o clube por questões de saúde. Manteve-se no cargo até Junho de 1988, não disputando sequer a eleição que levou Jorge Gonçalves para a presidência do clube. No seu curto “reinado” debateu-se sempre com inúmeros problemas de tesouraria. As suas máximas eram ”Estabilidade, trabalho, método e dedicação”. A 3 de Outubro de 1986, sentou-se à mesa com Pinto da Costa (presidente do FC Porto), durante o dia do sorteio das competições europeias, que decorreu na Suíça. O presidente do Sporting jantou com o homólogo portista numa altura em que estavam cortadas as relações entre os 2 emblemas. Esse ato do líder leonino foi visto como o 1º passo para a normalização de relações entre os clubes. Com ele o Futebol leonino não conseguiu grandes cometimentos, com exceção da conquista da Supertaça (frente ao Benfica). Também perante os encarnados teve uma das melhores tardes da sua vigência no famoso jogo dos 7-1. Foram tempos de grande instabilidade, nos quais o presidente despediu técnicos como Manuel José e Keith Burkinshaw (que contratara) e foi buscar António Morais....

Visconde de Alvalade

Alfredo Augusto das Neves Holtreman nasceu a 6 de Abril de 1837 em Santarém. Formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, tendo-se tornado um dos mais prestigiados advogados de Lisboa. Por decreto de 22 de Junho de 1898 foi-lhe concedido o título de Visconde pelo rei D. Carlos. Ao contrário de muitos outros homens da sua estirpe, numa altura em que Portugal vivia momentos difíceis, Alfredo Holtreman não estava na classe dos numerosos fidalgos arruinados. Pertencente a “boas famílias”, era proprietário de inúmeras casas e terrenos possuindo uma assinalável fortuna pessoal. Tinha uma maneira de ser muito “aberta” e cultivava o gosto por estar rodeado de jovens. A solicitação do seu neto, José Holtreman Roquette (José Alvalade), cedeu o terreno onde foi construído o 1º campo de jogos e sede do Sporting (no Sítio das Mouras), financiando com grande entusiasmo todas as despesas para as respetivas instalações. Aliás, era curioso o facto de ser apelidado de “anjo bom” por outros dos entusiastas no novo clube. Fez parte do núcleo de fundadores do Sporting e redigiu os seus primeiros estatutos, aprovados pelo Governo Civil de Lisboa a 22 de Agosto de 1907. Foi o 1º presidente da coletividade, posto onde se manteve até 3 de Janeiro de 1910. Nesse ano foi declarado Sócio Benemérito e 2 anos depois Sócio de Honra. Morreu a 22 de Junho de 1920 numa fase em que vivia com grande desgosto pela morte prematura do seu neto, José Alvalade, 2 anos...
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