1964 – Goleada histórica ao Manchester United

18 de Março de 1964. Quando saiu em sorte aos leões o Manchester United para os quartos-de-final da Taça das Taças muita gente houve que ficou imediatamente descrente face ao futuro sportinguista na competição. Na verdade, a 1ª partida disputada em Inglaterra correu muito mal à equipa leonina, que perdeu por 4-1, para o que muito contribuiu uma péssima arbitragem. Entre um e outro jogo o Sporting trocou de treinador – o brasileiro Gentil Cardoso foi substituído por Anselmo Fernandez. Como que sentindo uma força extra a empurrá-los para uma notável proeza, os jogadores leoninos, por sua própria iniciativa, entraram em estágio com grande antecedência junto ao Estádio Alvalade, e por esses dias não foi raro juntarem-se ao cair da noite para peladinhas em pleno relvado para afinar o seu entrosamento. Apesar da pesada derrota no encontro da 1ª mão, Alvalade registou uma grande enchente, que proporcionou ao clube (tão depauperado em termos financeiros) uma receita significativa de 1.000 contos. O Sporting jogou com: Carvalho; Pedro Gomes e Hilário; Mendes, Alexandre Baptista e José Carlos; Figueiredo, Osvaldo Silva, Mascarenhas, Géo e Morais. Os verde e brancos entraram em jogo com uma velocidade e um querer como muito raramente ou quase nunca se havia visto antes numa equipa portuguesa, abrindo a “conta” logo aos 3 minutos. Em consequência duma bela jogada individual Osvaldo Silva penetrou na grande área contrária e rematou. Gaskell ainda defendeu para perto, mas Dunne afastou a bola com a mão. O árbitro francês marcou o respetivo penalty cuja conversão Osvaldo Silva não falhou. 9 minutos depois a esperança cresceu com o 2-0. Mascarenhas ganhou a bola a meio do...

Com Vagner e Baltazar em destaque, suiços batidos sem apelo no Alvalade

6 de Março de 1974. Em jogo a contar para a 1ª mão dos 1/4 final da Taça das Taças (onde fazia uma bela carreira) o Sporting de Mário Lino recebeu os suíços do FC Zurich perante cerca de 50.000 pessoas que geraram um receita de 2.100 contos. Este foi o 62º jogo e a 29ª vitória do Sporting na Europa do Futebol. A equipa: Damas; Manaca, Bastos, Alhinho e Carlos Pereira; Vagner (cap), Nelson e Baltazar; Marinho, Yazalde e Chico. A equipa helvética entrou em Alvalade com a firme disposição de defender o nulo. A fama de Yazalde já era grande na Europa – à sua conta andavam 2 suiços…, e o 0-0 manteve-se até ao intervalo apesar da equipa leonina porfiar no ataque causando grande desgaste ao adversário. Na 2ª parte o Sporting foi brilhante, com um futebol rápido, imaginativo e eficaz. Aos 55 minutos surgiu o 1-0. Após uma falta sobre Vagner, o mesmo brasileiro picou a bola sobre a barreira e Nelson surgiu, oportuníssimo, a desviar para a baliza com um toque subtil. 2 minutos depois chegou o 2º numa excelente jogada de futebol corrido, com a bola a passar sucessivamente por Baltazar, Yazalde, Marinho, de novo Yazalde e Marinho a concluir. A 10 minutos do fim os leões construíram o 3-0 final num penalty cometido sobre Yazalde após um belo “slalom” do argentino. Ele próprio concretizou a grande penalidade. A classe de Vagner e a fibra de Baltazar (os dois na foto) foram os principais destaques duma equipa que, 15 dias depois, empataria na Suiça (1-1), seguindo em frente na competição. O técnico Mário Lino afirmou no final ao...

Golos de Yazalde e Fraguito eliminaram o Sunderland

7 de Novembro de 1973. Alvalade. 2ª mão dos oitavos-de-final da Taça das Taças. Em Inglaterra, frente ao Sunderland (detentor da Taça de Inglaterra numa final ganha frente ao Leeds United), o Sporting tinha saído derrotado por 2-1 (golo de Yazalde). O resultado deixou a eliminatória em aberto e aquela equipa de Mário Lino era capaz de tudo. Os leões estavam no 2º lugar no Campeonato (muito próximo da frente) e vinham dum triunfo por 8-0 sobre o Montijo com 6 golos (!) de Yazalde. Na UEFA o Cardiff City já tinha ficado pelo caminho e agora havia que eliminar mais uma equipa britânica. O “onze” leonino: Damas; Manaca, Carlos Alhinho, Laranjeira e Carlos Pereira; Nelson, Fraguito e Vagner; Chico, Yazalde (Tomé 64) e Marinho (Nando 76). Diz quem viu que o jogo foi de qualidade. O Sporting procurou o golo desde o início mas encontrou pela frente uma típica equipa inglesa com jogadores altos e fortes fisicamente que, se por um lado dificultavam muito nas chamadas “bolas aéreas”, por outro não tinham suficiente “jogo de cintura” para se oporem à qualidade técnica dos sportinguistas. Aos 28 minutos o inevitável Yazalde abriu o ativo com um remate fantástico “à meia volta” e colocou o Sporting na frente da eliminatória. Os ingleses tentaram então reverter as coisas mas encontraram um adversário sólido que não dava grandes espaços na defesa. A 21 minutos do fim Fraguito aumentou a conta e tranquilizou os muitos milhares de adeptos em Alvalade. Até final o Sporting manteve-se sereno ganhando assim uma eliminatória renhida perante um adversário forte. Foi o jogo 61 e a vitória 28...

Goleada na 50ª vitória nas Competições Europeias de futebol

3 de Novembro de 1987. Depois duma derrota inesperada na Suécia, o Sporting de Keith Burkinshaw recebeu o Kalmar para a 2ª mão dos oitavos-de-final da Taça das Taças. Não se esperava outra coisa que não fosse o apuramento leonino, apesar do 0-1 da 1ª mão no frio da Escandinávia. O técnico inglês optou pela tática habitual, um 4-1-3-2 muito ofensivo, que rapidamente se tornava em 4-2-4 quando em situação de ataque. A equipa: Damas; João Luís, Duílio, Morato e Vítor Santos; Virgílio (Carlos Xavier 67); Oceano (Litos 19), Mário e Silvinho; Tony Sealy e Paulinho Cascavel. O Sporting não vivia uma boa fase (vinha de 3 derrotas consecutivas e 5 jogos sem ganhar) e desde logo chamou à atenção a titularidade de Damas (até aí era o jovem Rui Correia que tinha merecido a aposta de Burkinshaw no que já se jogara da temporada). A intranquilidade verde e branca ficou bem patente na primeira meia-hora. Apesar de logo nesse período os leões terem criado várias oportunidades de golo, houve momentos complicados, como por exemplo uma fífia de Duílio que só não fez auto-golo porque Damas mostrou todos os seus reflexos. Aos 34 minutos surgiu finalmente o 1º golo (que igualou e eliminatória) num penalty (por falta sobre o rapidíssimo Silvinho) convertido por Paulinho Cascavel (a grande aquisição do defeso anterior). Até ao intervalo de destacar um remate forte de Mário ao poste. O 2º golo de Paulinho Cascavel (de cabeça, aos 53 minutos após livre de Mário) e o 3º logo a seguir (aos 57 – depois dum excelente trabalho de Silvinho – que, mais uma vez, “partiu a...

Damas herói numa noite sem glória…

3 de Novembro de 1971. Depois de ter ultrapassado com facilidade a 1ª eliminatória da Taça das Taças frente aos noruegueses do Lyn Oslo, a equipa do Sporting teve pela frente os escoceses do Glasgow Rangers. Depois de sairem derrotados da Escócia por um escasso 3-2, todas as ambições eram legítimas. Essa noite ficou para sempre na memória dos sportinguistas que viveram ao vivo ou pela rádio os acontecimentos. As coisas começaram bem, e o Sporting marcou primeiro, por Yazalde (uma grande contratação aos argentinos do Independiente por mais de 3.500 contos), aos 24 minutos, em recarga a um livre direto de Peres. No minuto seguinte os escoceses empataram, por Stein, sem hipóteses para Damas. Os verde e brancos não esmoreceram e aos 37 minutos voltaram a ganhar vantagem. Livre rasteiro apontado com força por Lourenço, McCloy voltou a largar e Tomé recargou bem, de cabeça. O “teimoso” Stein voltou a empatar a contenda no 1º minuto da 2ª parte, na sequência dum livre. O Sporting não desistiu e porfiou, até que a 8 minutos do fim igualou completamente a eliminatória num vôo espectacular de Pedro Gomes concluindo um centro da direita. Com a eliminatória empatada houve que recorrer ao prolongamento, no qual os escoceses voltaram a empatar o jogo, aos 100 minutos, após um centro sobre a linha de cabeceira (deu a impressão que a bola já estaria fora), na sequência do qual houve um desvio infeliz de Laranjeira. A 4 minutos do fim Peres, de penalty fez o 4-3 final. A confusão que depois se instalou teve a ver com o facto de o árbitro, Van Ravens...

Goleada aos austríacos do Swarovski Tirol (de Ivkovic)

15 de Setembro de 1987. Grande noite europeia no Alvalade na receção aos austríacos do Swarovski Tirol para os 1/16 avos de final da Taça das Taças. 40.000 pessoas estiveram presentes no Estádio do Sporting nessa noite proporcionando uma receita de cerca de 20.000 contos. Keith Burkinshaw parecia apostado em promover jovens em catadupa à equipa principal do Sporting. Jogaram: Rui Correia; João Luiz, Duílio, Venâncio (cap) e Vítor Santos (Mário Jorge); Oceano; Cadete (Marlon), Mário e Silvinho; Tony Sealy e Paulinho Cascavel. O Sporting entrou na partida de forma fulgurante inaugurando o marcador logo aos 7 minutos por Tony Sealy (um reforço vindo do Leicester) de cabeça, ao concluir uma magnífica jogada de combinação entre Mário e Silvinho pelo flanco esquerdo. Aos 23 minutos Paulinho Cascavel foi derrubado na área por Wazinger, e seria ele mesmo a apontar a respetiva grande penalidade, aumentando a contagem. A 4 minutos do intervalo o Sporting faria o 3-0 por Tony Sealy após um excelente passe em desmarcação de Silvinho (em noite inspiradíssima). A 2ª parte foi mais tranquila, com o Sporting a gerir o tempo e o resultado. Ainda assim, a 8 minutos do fim, Paulinho Cascavel fez o 4-0 após ganhar na luta física com o guardião Ivkovic (que alguns anos mais tarde jogaria no Sporting), concluindo depois com toda a calma. Ao cabo dos 90 minutos os leões conseguiram um magnífico 4-0. Individualmente, Oceano fez uma fantástica ocupação de espaços (abrangendo todo o meio-campo). Silvinho e Tony Sealy foram as grandes figuras da equipa pela exuberância de algumas das suas intervenções. O treinador Keith Burkinshaw era dos elementos menos...

1981 – Vitória na Taça das Taças de Hóquei em Patins

27 de Junho de 1981. Neste dia o Hóquei em Patins do Sporting “escreveu” mais uma brilhante “página” no seu palmarés, triunfando na Taça das Taças perante os espanhóis do Cibeles. Na 1ª mão da final, 13 dias antes, o Sporting perdeu por 4-1 em Oviedo (golo de Rosado). A equipa jogou intranquila pela doença do seccionista Gonzaga da Silva com dupla pneumonia, quebra de tensão e internamento no Hospital das Astúrias. António Livramento (o jovem treinador) prometeu que em Lisboa tudo seria diferente. Assim foi. Em Alvalade o Sporting atirou-se “com unhas e dentes” ao seu adversário. Fez 1-0, mas os espanhóis viraram para 1-2 e tudo ficou mais difícil. No entanto, Chana (a grande figura do encontro) empatou e no minuto seguinte fez 3-2. Antes do intervalo os leões ainda aumentariam para 4-2 aproximando-se da vantagem alcançada pelos espanhóis no jogo da 1ª mão. No 2º tempo o Cibeles abdicou pura e simplesmente do ataque. Chana ainda fez 5-2 mas “nuestro hermanos” entraram depois num verdadeiro anti-jogo que obrigou o árbitro a interromper a partida. No prolongamento os jogadores estavam visivelmente esgotados com um calor imenso num recinto com lotação máxima de 5.000 pessoas e onde estavam 7.000. Na 1ª parte os espanhóis mantiveram o estilo de posse de bola para levar a decisão para os penaltis, mas na 2ª o Sporting “explodiu”. Livramento apostou tudo no ataque e Chana fez um golo espetacular que deu pela 1ª vez vantagem ao Sporting nesta final. Os espanhóis foram então obrigados a abrir-se para tentar empatar a contenda, mas, a passe de Chana, Salema arrumou a questão (fazendo o...

1964 – A vitória na Taça das Taças de Futebol

15 de Maio de 1964. Após uma prova que foi um verdadeira epopeia e uma final empatada a 3 bolas não havia volta a dar, era mesmo preciso uma finalíssima para atribuir a Taça das Taças. Na noite anterior ao jogo Morais sonhou que marcara um golo de canto direto. Foi preciso Carvalho revelá-lo ao treinador (com quem o defesa-extremo andava de candeias às avessas, pois só devido à lesão de Hilário foi convocado para esta partida decisiva) e a situação deixou algumas marcas nos responsáveis sportinguistas. Ao fim e ao cabo lá decidiram – seria Morais a executar os pontapés de canto. A equipa do Sporting, entretanto, estava num caos. Geo e José Carlos tinham entorses e quase todos os elementos apresentavam uma ou outra mazela. O “milagreiro” massagista Manuel Marques fez o que pôde, e foi possível apresentar um onze em razoáveis condições nessa tarde, no Estádio de Deurne, em Antuérpia. Anselmo Fernández apresentou: Carvalho; Pedro Gomes, Alexandre Baptista, Mendes (cap) e José Carlos; Péridis e Géo; Osvaldo Silva, Mascarenhas, Figueiredo e Morais. Este jogo foi disputado com muito mais energia e rispidez que o anterior (o da final). As equipas entregaram-se à luta com o espírito do tudo ou nada, como se fosse o último jogo da vida de cada um daqueles jogadores. Um empate daria moeda ao ar, pelo que ambas as equipas fizeram tudo para ganhar. O Sporting estudou bem a “lição” de Bruxelas e quis mandar no jogo, retificando as marcações e aplicando maior rapidez ao seu futebol. Aos 20 minutos os leões obtiveram o único golo da partida. Num canto sobre a esquerda...

Apurados para a final da Taça das Taças ao eliminar o Olympique Lyon

5 de Maio de 1964. Ninguém esperava facilidades perante os franceses do Olympique Lyon, mas, de fato, foi um “bico de obra” conseguir chegar à final da Taça das Taças. A 1ª partida disputou-se em terras gaulesas. Um jogo belíssimo no qual a bola quase nunca saiu do terreno de jogo. Partida intensa, muito disputada por duas ótimas equipas. No final 0-0 e tudo adiado para Alvalade, mas a sensação que ficou foi que o Sporting poderia ter ganho, não fossem as duas bolas ao poste de Géo… Para a 2ª mão os leões entraram como favoritos, mas um estranho enervamento coletivo obstou a que se resolvessem as coisas. Ainda assim valeu o golo salvador de Géo, que levou os verde e brancos a 3º jogo. O encontro decisivo disputou-se no Vicente Calderon, em Madrid, a 5 de Maio. Sob o comando do arquiteto Anselmo Fernández, o Sporting jogou com: Carvalho; Pedro Gomes, Alexandre Baptista e Hilário; Mendes e José Carlos; Péridis, Osvaldo Silva, Mascarenhas, Géo e Morais. Mais uma vez Osvaldo Silva foi decisivo (marcou o único golo do jogo, aos 65 minutos), e os sportinguistas conseguiram, com a vitória magra, o “passaporte” para a final de Bruxelas. Fato curioso ligado a esta meia-final final foi o entusiasmo dos responsáveis franceses perante Osvaldo Silva. Na verdade, o médio-atacante sportinguista começava a deixar a sua marca por todos os sítios onde jogava, e os lioneses acenaram-lhe com 5.000 contos pela vinculação ao seu clube. O Sporting respondeu que Osvaldo era inegociável. O brasileiro não se importou, mas quando chegou a Lisboa inteirou-se de saber para que daria tanto dinheiro. Pois era...
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