Joaquim Ferreira

Joaquim Rodrigues Ferreira nasceu em 1898. Foi um dos mais brilhantes futebolistas portugueses dos anos 20, fazendo a dupla defensiva (jogando à direita) mais badalada de sempre com Jorge Vieira (que alinhava à esquerda) no Sporting. Tremendamente calmo, era muitas vezes criticado por “brincar”, uma expressão que a comunicação social utilizava na época para definir as situações em que os futebolistas adornavam um pouco (às vezes demais e com consequências nefastas) as jogadas. Por outro lado, era ele normalmente o homem chamado para converter as grandes penalidades, precisamente devido à tranquilidade que quase sempre patenteava. Estreou-se na 1ª categoria do Sporting na temporada 1920/21, e logo começou a fazer dupla com Jorge Vieira. No ano seguinte conquistou o seu 1º título pelo clube – o Regional de Lisboa. A 24 de Junho de 1923 aconteceu o seu momento de maior glória ao converter 2 penaltis na vitória do Sporting por 3-0 sobre a Académica na final do Campeonato de Portugal, que os leões venceram pela 1ª vez. Nessa temporada foi também Campeão Regional, título que repetiria em 1924/25. Permaneceu no Sporting, sempre como elemento fundamental da defesa, até ao final da temporada 1925/26 (6 temporadas no total). Realizou cerca de 60 jogos e marcou vários golos, o último dos quais a 13 de Dezembro de 1925 num triunfo por 5-0 sobre o União Lisboa para o Campeonato Regional. Conquistou 1 Campeonato de Portugal e 3 Campeonatos Regionais. Depois jogou 7 anos no Vitória de Setúbal onde manteve uma posição destacada no panorama do futebol nacional. Foi duas vezes internacional A por Portugal. Em finais de Janeiro de 1945 substituiu...

O “folhetim” Di Stefano

11 de Setembro de 1974. Esse foi o dia em que o lendário Alfredo Di Stefano foi despedido do cargo de treinador do Sporting após um curtíssimo período no cargo. O Futebol do Sporting vinha da conquista da “dobradinha” mas havia confusão no comando técnico da equipa e não só. Mário Lino sagrara-se Campeão e saiu. Osvaldo Silva vencera a Taça mas ainda não merecia confiança total da direção para assumir o comando da equipa. Então, com laivos de algum sensacionalismo, João Rocha chegou a acordo com o conceituado Di Stefano (antiga legenda do Real Madrid) para dirigir a equipa. Por outro lado, e com alguma surpresa, Yazalde foi pretendido pelo Boavista, e com ainda maior surpresa o presidente sportinguista não fechou a porta ao negócio, pedindo 15.000 contos. O argentino acabou por permanecer em Alvalade, naquela que seria a sua última época de “leão ao peito” e onde continuou a provar os seus atributos, obtendo a expressiva marca de 36 golos, três dezenas dos quais no Campeonato Nacional. Com Di Stefano aos comandos da equipa a pré-temporada do conjunto, reconhecidamente de grande valor (onde a principal novidade era o lateral-esquerdo brasileiro Da Costa), foi péssima. Após derrotas claras no Troféu Cidade de Sevilha, os leões não conseguiram vencer o Torneio Internacional do Algarve face a clubes locais, e a derrota no Brasil frente ao Cruzeiro de Belo Horizonte por 6-0 (!) ajudou a tornar negro o cenário. O técnico argentino, já muito contestado, ainda mereceu o benefício da dúvida de João Rocha, mas a derrota por 1-0 no Algarve frente ao Olhanense (seria o 1º e único jogo...

Malcolm Allison – Treinador carismático e conhecedor

Malcolm Alexander Allison nasceu a 5 de Setembro de 1927 em Dartford – Inglaterra. Sempre foi uma pessoa com carisma, e como futebolista alinhou em clubes como o Charlton ou West Ham. Uma tuberculose obrigou-o a retirar um pulmão, mas mesmo assim voltou a jogar (a um nível inferior). Depois foi vendedor de automóveis e jogador profissional de cartas. Já tinha um longo percurso como treinador antes de chegar ao Sporting, de onde se destacara um importante período como adjunto do manager Joe Mercer no Manchester City, numa era em que o clube viveu os melhores anos da sua História. Chegou para treinar o Futebol do Sporting a 3 de Junho de 1981 após uma temporada muito irregular dos leões. À chegada afirmou: “Gosto de jogadores que trabalhem muito”. Acompanhou a equipa (ainda dirigida por Radisic) nesse final de época ao Torneio Internacional de Caracas – que o Sporting venceu deixando excelentes apontamentos ao novo técnico. Para a nova época indicou a contratação do guarda-redes Meszaros, para ele “um jogador fabuloso” – o que se viria a confirmar. Contou com outros novos jogadores muito importantes como Oliveira ou Nogueira e não se fez rogado em apostar fortemente em jovens como Carlos Xavier, Mário Jorge, Virgílio (o futebolista mais utilizado por Allison) ou Ademar. Apesar dum empate (2-2) na estreia com o Belenenses, as coisas começaram bem e rapidamente o Sporting se destacou no comando do Campeonato. Nem a eliminação europeia (com muita infelicidade) perante o Neuchatel Xamax (adversário muito inferior) obstou a que a carreira da equipa fosse muito positiva. O Campeonato foi confirmado na antepenúltima jornada e a...

Robert Waseige – Técnico experiente que não “vingou” em Alvalade

Nasceu a 26 de Agosto de 1939 em Rocourt – Bélgica. Como futebolista foi um defesa que representou o FC Liège, Racing White e Winterslag. Neste clube chegou a acumular a funções de jogador e treinador, carreira na qual começou em 1971 (e levou o clube da 3ª à 1ª divisão belga). Passou depois por Standard de Liège, Lokeren, FC Liège (onde conquistou uma Taça da Bélgica) e Charleroi. Chegou ao Sporting (a sua 1ª experiência no estrangeiro) no Verão de 1996 proveniente do Standard Liège, onde regressara em 1994. A sua contratação causou alguma estranheza, pois Octávio Machado tinha terminado em bom plano a sua missão como técnico principal na temporada anterior – o “Palmelão” regressou ao posto de adjunto. Por outro lado Waseige (ao que consta uma escolha do diretor desportivo da altura – Norton de Matos) não era propriamente um técnico titulado, embora tenha feito bons trabalhos em clubes de 2º plano no seu país. Estreou-se oficialmente na Maia (a 23 de Agosto), num Espinho-Sporting (1-3) para a 1ª jornada do Campeonato. Os seus primeiros tempos até foram razoáveis (esteve 7 jogos sem perder e eliminou o Montpellier da Taça UEFA), mas uma derrota em Alvalade frente ao FC Porto, a eliminação na Europa perante o Metz e as derrotas em Braga e Setúbal fizeram perder a paciência aos adeptos, acabando por sair após um nulo em casa perante a União de Leiria (deixando o Sporting no 3º lugar do Campeonato). Então foi o seu adjunto, Octávio Machado, a reassumir a equipa. 2 factos avultaram da sua curta passagem por Alvalade: a aposta em Yordanov como...

Mario Imbelloni – O treinador da maior goleada ao Porto para o Campeonato

António Mário Imbelloni di Leo nasceu a 25 de Agosto de 1924 em Lanús – Argentina. Com 15 anos tornou-se profissional de futebol alinhando no San Lorenzo de Almagro, clube pelo qual se sagrou campeão argentino. A sua equipa veio à Europa em 1951 espalhar o imenso “perfume” do seu futebol, e após ter derrotado a Seleção de Espanha por 6-1 no Santiago Barnabéu, Imbelloni foi contratado pelo Real Madrid onde não se conseguiu impor devido ao excesso de estrangeiros. Veio então para Portugal para alinhar no Atlético CP, e logo na altura começou (em determinadas fases) a acumular a função de jogador com a de treinador. A 10 de Junho de 1956 vestiu a camisola do Sporting (foi um dos jogadores convidados pelos leões) na inauguração do Estádio Alvalade de 2ª geração. Algum tempo depois passou a treinar as camadas jovens leoninas. A 15 de Março de 1959 estreou-se como treinador da equipa principal (na penúltima jornada do Campeonato) em substituição de Enrique Fernández. O início foi o melhor pois derrotou o Benfica por 2-1. Ficou em funções até ao final da temporada realizando toda a Taça de Portugal onde chegou até às meias-finais (eliminado pelo Benfica). Para a época seguinte a direção leonina comandada por Brás Medeiros contratou Fernando Vaz, pelo que o argentino voltou à orientação dos juniores. No entanto, a 24 de Janeiro de 1960, regressou como técnico principal. Reestreou-se magistralmente, com 6-1 ao FC Porto (a maior vitória de sempre do Sporting frente ao Porto para o Campeonato), e apesar de ter feito uma carreira perto da perfeição acabou substituído por Alfredo González após...

Anselmo Fernández

Anselmo Fernández Rodríguez nasceu a 21 de Agosto de 1918 em Lisboa. Era filho de pais espanhóis. Iniciou o seu percurso futebolístico nas camadas jovens do Sporting, com 16 anos, mas nunca se conseguiu impor no clube. 9 anos depois abandonou definitivamente o “desporto rei” (apesar de mais tarde ainda ter sido árbitro) para se dedicar ao Râguebi. Arquiteto de profissão, foi dele (e de Sá da Costa) o projeto do Estádio Alvalade 2ª geração (pelo qual não aceitou qualquer tipo de remuneração), do Hotel Tivoli e da Reitoria da Universidade das Faculdades de Letras e Direito de Lisboa. Era um homem de personalidade forte, muito discreto e quando chegou a técnico adorava causar o efeito surpresa no adversário, “inventando” o mais que podia, mas muitas das vezes com bons resultados. Dizia ele: “Julgo nunca ter atuado mais de 20 minutos seguidos com a mesma tática.” Tinha um estilo de treino muito próprio, e foi o 1º treinador em Portugal a recorrer ao vídeo para que os seus jogadores pudessem conhecer melhor as equipas adversárias. Apesar de algo austero tinha um curioso espírito liberal, permitindo, por exemplo, que os jogadores depois das refeições bebessem um pouco de uísque para ajudar à digestão. Na temporada 1963/64 substituiu o brasileiro Gentil Cardoso (de quem já era Secretário Técnico) no comando técnico da equipa do Sporting, que fazia uma época fraca. Contra todas as expetativas conseguiu a maior proeza que alguma vez um treinador logrou alcançar ao serviço dos leões, ao conquistar a Taça das Taças. No decorrer dessa época nunca aceitou 1 escudo que fosse de remuneração. Na temporada seguinte voltou...

Recorde no clube – Os 10 treinadores de futebol com melhor percentagem de derrotas

John Toschak dirigiu a equipa de futebol do Sporting CP em 38 jogos oficiais (todos na temporadada 1984/85) nos quais os leões foram derrotados apenas por 3 vezes – a melhor média de sempre de um treinador na História do Futebol leonino. Para esta classificação são considerados apenas os treinadores que estiveram no comando da equipa num mínimo de 30 jogos. A lista está atualizada até ao final da temporada 2022/23. Vejamos agora quem são os 10 melhores: CLA TREINADOR J D % 1º John Toschak 38 3 7,89 2º Robert Kelly 36 3 8,33 3º Malcolm Allison 43 4 9,30 4º Leonardo Jardim 35 4 11,43 5º Carlos Queirós 104 13 12,50 6º Armando Ferreira 38 5 13,16 7º Marco Silva 53 7 13,21 8º Fernando Vaz 117 16 13,68 9º Octávio Machado 51 7 13,73 10º Jozef Szabo 290 44...

Fernando Vaz – Um treinador de referência em Portugal

Fernando Gomes Ribeiro Vaz nasceu a 5 de Agosto de 1918 em Benguela – Angola. Com pouco mais de 1 ano, e após a morte do pai (empresário na área da borracha) veio para Portugal com a mãe (Trás-os-Montes). Alguns anos depois chegou a Lisboa com os 4 irmãos, pois a sua progenitora concluiu que no interior norte de Portugal não lhes conseguiria proporcionar um futuro radioso. Ingressou na Casa Pia com 9 anos. Lá começou a jogar futebol e aos 16 anos empregou-se no Banco Lisboa & Açores por intermédio de Cândido de Oliveira. Aos 22 deixou o futebol e aos 26 tornou-se gerente duma casa comercial que pouco tempo depois faliu. Por essa altura, já escrevia no “Diário de Lisboa” e na “Stadium”. Mal perdeu o emprego, Cândido de Oliveira convidou-o (em 1946) para redator de “A Bola”,  jornal no qual seria rapidamente chefe de redação. Chegou ao Sporting para exercer o cargo de treinador-adjunto da equipa técnica liderada por Cândido de Oliveira no início da temporada de 1947/48. Em 1949/50 passou a coadjuvar Sandór Peics e na época seguinte passou a ser Randolph Galloway o treinador principal dos leões. Essas foram temporadas de grande sucesso para o Futebol do Sporting, e onde o jovem técnico colheu preciosos ensinamentos que lhe seriam preciosos anos mais tarde. Em 1951/52 deixou o Sporting e tornou-se treinador principal do Belenenses. Depois veio o Vitória de Setúbal (que subiu à 1ª divisão). Passou a ser apenas colaborador de “A Bola” (que o tempo não dava para tudo) e foi para Braga onde construiu uma equipa que jogava explendorosamente. Chegou então à...

Radisic – Especialista na preparação física

Srecko Radisic nasceu a 26 de Julho de 1931 na ex-Jugoslávia. Chegou ao Sporting no Verão de 1979 para preparador físico do futebol, numa equipa comandada por Rodrigues Dias. Quando Fernando Mendes assumiu o comando técnico a 25 de Novembro de 1979, Radisic passou de ser apenas o preparador físico da equipa para número 2 do novo treinador. Os leões chegaram ao título e uma quota-parte desse sucesso foi atribuída ao jugoslavo, pois a equipa sportinguista apresentou índices físicos fantásticos. Na temporada seguinte as coisas começaram a correr muito mal desde o início, e numa altura em que os sportinguistas andavam pelo 4º lugar do Campeonato, João Rocha apostou em Radisic para treinador principal no que restava da temporada. Valha a verdade que as melhorias não foram muitas, mas, ainda assim, os leões garantiram o 3º lugar final. No seu curto período como treinador principal do Sporting, entre 21 de Dezembro de 1980 e 31 de Maio de 1981, Radisic foi vítima duma equipa destroçada, mas que, curiosamente, era a detentora do título nacional e voltaria a conquistá-lo no ano que se seguiu. Do seu “reinado” avulta a estreia de Carlos Xavier, que, aliás, Radisic promoveu logo aquando do seu 1º jogo como técnico principal (e o estreante até marcou num 5-0 ao Amora). Após a contratação de Malcolm Allison para treinador, Radisic manteve-se nos quadros técnicos do clube contribuindo para os sucessos no Campeonato, Taça de Portugal e Supertaça. Em 1983 foi para o Kuwait, onde exerceu a sua especialidade no Al-Quadsia, regressando a Portugal para treinador do Imortal de Albufeira em 1986. Em 1987/88 e 1988/89 voltou...

Recorde no clube – Os 10 treinadores de Futebol com melhor percentagem de vitórias

Robert Kelly é o treinador leonino com melhor percentagem de vitórias. O técnico britânico esteve à frente da equipa de Futebol do Sporting por 36 jogos, tendo conseguido 30 triunfos, a que corresponde um saldo de 83,3%. Vejamos agora quem são os 10 mais (tabela atualizada no final da temporada 2022/23). CLA TREINADOR J V % 1º Robert Kelly 36 30 83,3 2º Cândido de Oliveira 67 52 77,6 3º Joaquim Ferreira 16 12 75 4º Jozef Szabo 290 217 74,8 5º Sandór Peics 26 19 73,1 6º Mario Imbelloni 22 16 72,7 7º Filipe dos Santos 68 48 70,6 8º Wilhelm Possak 56 39 69,6 9º Alfredo González 32 22 68,8 10º Randolph Galloway 99 68...
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