1997 – Triunfo nas Antas sob o comando de Octávio

15 de Março de 1997. Com a eliminação na Taça UEFA aos pés do Metz e as derrotas em Braga e Setúbal às 9ª e 11ª jornadas, ao Sporting já só restava a Taça de Portugal para ganhar algo numa época futebolística de frustrações. O treinador belga Robert Waseige foi naturalmente afastado e Octávio Machado assumiu definitivamente as funções de técnico principal. A equipa melhorou muito e fixou-se no 2º lugar atrás do FC Porto, que caminhava rapidamente para o seu primeiro tri-campeonato. À 23ª jornada deslocação do Sporting às Antas naquela que foi talvez a melhor exibição da equipa treinada por Octávio Machado e uma das vitórias mais saborosas dessa era. O Sporting não ganhava no reduto dos portistas para o Campeonato há 20 anos. Os azuis e brancos tinham 10 pontos de avanço do Sporting e este encontro entre os 2 primeiros da classificação poderia arrumar já, de vez, a questão do título a 11 jornadas do fim… O Sporting apresentou-se com: De Wilde; Luís Miguel, Beto, Marco Aurélio e Pedrosa; Oceano e Pedro Martins; Pedro Barbosa (Saber – estreou-se essa noite), Sá Pinto (Vidigal) e Hadji; Yordanov (Dominguez). Desde o primeiro pontapé na bola da partida que o Sporting mostrou uma grande personalidade, controlando com grande apropósito o jogo no meio campo mercê da belíssima exibição de Pedro Martins. A estratégia leonina passou por “dar” algum aparente domínio de jogo ao adversário mas fazendo marcações muito “altas” que não davam grandes hipóteses aos portistas – de António Oliveira, de conseguir criar jogadas com princípio, meio e fim. Aos 29 minutos surgiu o 1º golo da noite na sequência...

1944 – Triunfo quase decisivo no Porto

12 de Março de 1944. O Sporting tinha mais 1 ponto que o Benfica e 2 que o Atlético CP. O FC Porto já não sonhava com o título – andava pelo 4º lugar já a 6 pontos de distância. Neste dia FC Porto e Sporting defrontaram-se no Estádio do Lima para a antepenúltima jornada dum Campeonato emocionante. A partida poderia deitar por terra boa parte das aspirações leoninas se os verdes não lograssem a vitória. O Benfica torcia por fora pelo azuis e brancos… Jozef Szabo escalou a seguinte equipa: Azevedo; Álvaro Cardoso e Manecas; Canário, Barrosa e Eliseu; Mourão, João Cruz, Peyroteo, António Marques e Albano. Tecnicamente o jogo não foi bom. Ambas as equipas se preocuparam muito com o resultado. Toda a 1ª parte foi equilibrada, com um pouco mais de domínio do Sporting mas mais perigo do lado dos portistas. O único golo deste período foi marcado aos 23 minutos por António Marques, que respondeu bem a um centro medido de Mourão. Logo aos 5 minutos da 2ª parte Peyroteo aumentou a vantagem leonina com grande oportunismo, mas o golo, longe de desanimar os locais, espevitou-os para uma reação enérgica, e foi com naturalidade que surgiu 5 minutos depois o 1-2 por Araújo, de penalty, a castigar falta de Azevedo. O FC Porto manteve algum domínio, mas pouco a pouco o Sporting conseguia libertar-se até chegar ao ponto de, à passagem da meia-hora, ganhar claramente o controlo territorial da partida. Aos 79 minutos Albano resolveu a contenda com um remate certeiro, próximo da baliza, sem hipóteses para Barrigana. Até final o Sporting geriu muito bem a bola...

2010 – A grande exibição no Campeonato de 2009/10

28 de Fevereiro de 2010. Com Carlos Carvalhal no comando técnico da equipa, Costinha chegado há poucos dias para liderar o departamento de Futebol e 3 dias depois duma excelente exibição e resultado a condizer (3-0) que eliminaram o Everton da Liga Europa, o Sporting recebia um FC Porto que não podia perder pontos em Alvalade sob pena de dizer um adeus definitivo ao título e mesmo à pré-eliminatória da Liga dos Campeões (Benfica e Sp. Braga já levavam um avanço significativo). Sobre este jogo pairava também um outro entre as duas equipas, no Dragão, 26 dias antes, no qual os portistas tinham ganho por 5-2… A equipa: Rui Patrício; Abel, Tonel, Daniel Carriço (Anderson Polga) e Grimi; Pedro Mendes; Izmailov (João Pereira), João Moutinho e Miguel Veloso (Adrien Silva); Yannick Djaló e Liedson. Há muito que os adeptos leoninos não sorriam assim. Tal como sucedera com o Everton, o Sporting foi agressivo, rigoroso e bem sucedido. Logo aos 6 minutos um cruzamento de João Moutinho foi mal cortado por Rolando, a bola sobrou para Yannick Djaló e este bateu Helton na 1ª oportunidade. 5 minutos depois só uma excelente intervenção de Helton negou o 2º a Liedson. Entretanto a defesa e meio-campo defensivo do Sporting funcionavam na perfeição, não dando veleidades ao ataque azul e branco. Praticamente “em cima” do intervalo Izmailov aumentou a parada. Um cruzamento de Grimi da esquerda à procura de Liedson foi mal aliviado por Bruno Alves e a bola sobrou para o russo que não perdoou. O intervalo chegou com 2-0 e os portistas ainda não tinham perdido as esperanças, mas logo no início...

2021 – Um empate no Dragão que abriu (ainda mais) as portas do título!

27 de Fevereiro de 2021. 21ª jornada do Campeonato Nacional. No Estádio do Dragão o Sporting (de Rúben Amorim) visitava o 2º classificado da prova, a 10 pontos de distância. Perder não era dramático para o Sporting (ficaria com 7 pontos à maior), empatar seria muito bom (mantendo os 10 pontos após visitar o rival), ganhar seria absolutamente extraordinário. A nossa equipa entrou muito bem no jogo, com muita personalidade e posse de bola, mas aos poucos os portistas (que tinham obrigatoriamente que ganhar e por isso esperava-se que entrassem com a “corda toda” fazendo deste jogo o das suas vidas) foram ganhando uma ligeira predominância. Este jogo é relativamente fácil de resumir, pois foi muito “amarrado”, muito tático, com o Sporting no seu figurino habitual e o Porto, tendo que ganhar, a arriscar um pouco mais (embora nada de especial – Sérgio Conceição mostrou um respeito tremendo pela nossa equipa – por exemplo, quando entrou o avançado Evanilson nos últimos 20 minutos, saiu… Marega!) e a criar durante todo o jogo, 2 muito boas oportunidadades para marcar, ambas por Taremi (aos 58 e 76 minutos), e ambas mal concluídas, por cima da baliza. O Sporting acabou por ter a oportunidade mais flagrante de todo o jogo (73 minutos), com uma arrancada “do outro mundo” de Matheus Nunes pelo corredor direito, conseguindo-se isolar (foi o único lance de atacante vs. guarda-redes de todo o jogo) e concluindo com um remate fortíssimo mas ligeiramente por cima… Até final nada de muito significativo se passou, terminando a partida com um nulo, claramente mais agradável para o Sporting. Individualmente, toda a defesa...

1917 – Demonstração de força e “fair-play” nos primeiros jogos no Porto

26 de Fevereiro de 1917. A convite do FC Porto, o Sporting deslocou-se à “cidade invicta” (pela 1ª vez na sua História) a fim de jogar 2 desafios, sendo um contra um grupo misto portuense e outro (o de maior cartaz) contra o FC Porto. À 1ª partida assistiu pouca gente. Os leões triunfaram por 10-0 num jogo com pouco interesse. Os portuenses, sem qualquer categoria, acabaram por ter até um comportamento anti-desportivo e não fizeram sequer com que os leões se empregassem a fundo. O 2º jogo teve uma quantidade impressionante de gente a assistir numa tarde esplendorosa de sol. O Sporting apresentou-se com: Paiva Simões; João Bentes e Jorge Vieira; Marcelino, Artur José Pereira e Boaventura da Silva; António Stromp, Francisco Stromp, José Diogo, Perdigão e Loureiro. O desafio foi melhor que o da véspera, mas ainda assim um pouco abaixo das expetativas. O Sporting atacou mais do início ao fim, tendo Jorge Vieira e José Diogo deixado excelente cartel no norte do país. Aos portistas faltou profundidade atacante, não tendo conseguido dar a réplica desejada. No final a vitória leonina por 4-1 fez terminar em beleza uma mini-digressão que se saldou num êxito em todos os aspetos. Na chegada a Lisboa o capitão do Sporting, Francisco Stromp (na foto – de arquivo), afirmou: “Não se pode receber com mais gentileza. Um verdadeiro e sincero entusiasmo nos acolheu na capital do norte. Vencemos os 2 desafios, mas não deixo de dizer que o team do FC Porto, de que tivemos a honra de ser hóspedes, está forte e muito bem treinado. Os 4 golos que conseguimos foi à custa...

1969 – A redenção numa tarde inspirada

23 de Fevereiro de 1969. O Sporting estava no 7º lugar fazendo uma das suas piores temporadas de sempre no Campeonato Nacional. Fernando Caiado já fôra substítuído no comando técnico da equipa, que estava agora entregue a Armando Ferreira (orientador técnico) e Mário Lino (treinador). No Alvalade havia que limpar a honra na receção ao FC Porto (liderava a prova), que tinha mais 10 pontos e estava na luta com Benfica e Vitória de Guimarães pelo 1º lugar. Com um piso enlameado e assistência reduzida para aquilo que era habitual o Sporting alinhou com: Damas; Celestino, Armando Manhiça, José Carlos (cap) e Pedro Gomes; Alexandre Baptista, José Moraes e Pedras (João Carlos); Chico, Lourenço e Marinho. Foram os portistas, mais confiantes e personalizados, a iniciar melhor a partida e Djalma criou a 1ª grande oportunidade de golo ao rematar muito perto do poste da baliza de Damas. O Sporting reagiu de pronto, e só uma grande atrapalhação de Lourenço, isolado na frente de Américo, evitou que os leões marcassem. A partida decorria já numa toada de franca pressão sportinguista quando, aos 35 minutos de jogo, o Sporting abriu o ativo. José Moraes captou a bola no centro do terreno e tocou-a para Lourenço. Este abriu em Marinho, na direita do ataque, e o jovem extremo fugiu a Atraca a centrou rasteiro para a emenda oportuníssima de Pedras. 1-0 era o resultado ao intervalo, curto para a bela exibição dos rapazes de verde e branco. Para a 2ª parte o FC Porto entrou na firme disposição de mudar as coisas, mas foram os leões a criar as melhores oportunidades. Lourenço (muito...

1976 – Uma exibição irresistível frente ao FC Porto

22 de Fevereiro de 1976. Sporting e FC Porto não faziam das suas melhores épocas e estavam envolvidos na luta pelo 3º lugar. No encontro entre os dois, em Alvalade, os nortenhos tentavam chegar-se aos leões, mas pela frente encontraram uma equipa verde e branca em tarde verdadeiramente irresistível, fazendo uma exibição portentosa. Apesar de as equipas não estarem no topo no Campeonato, as bancadas de Alvalade estiveram repletas, perante uma temperatura amena dum domingo soalheiro. Orientado por Juca, o Sporting apresentou: Damas; Tomé, Laranjeira, José Mendes e Inácio; Nélson, Fraguito e Baltazar; Marinho (Libânio), Manuel Fernandes e Chico (Vítor Gomes). O Sporting entrou na partida com toda a força, e logo no 1º minuto a multidão se levantou, mas o remate de Chico (foto de arquivo) fez a bola passar muito perto do poste. Os portistas foram os primeiros a marcar. Estavam decorridos apenas 5 minutos quando Octávio teve uma excelente abertura a desmarcar Cubillas, que vindo de trás se conseguiu isolar, fugiu a Damas, perdeu ângulo, voltou a ganhá-lo e rematou certeiro. Um belo golo. O Sporting reagiu de pronto, e no minuto seguinte chegou ao empate. Marinho fugiu pela direita, centrou alto e, em grande estilo, surgiu Chico a cabecear para as redes. A razão de ser da goleada pode bem ter estado neste empate tão pronto. O Sporting continuou a mostrar excelente disposição, praticando um futebol de grande qualidade, a aos 29 minutos ganhou vantagem. Tomé fugiu pelo flanco direito, centrou alto, e Chico apareceu rápido a marcar novamente de cabeça. O intervalo chegou com 2-1 e um espetáculo de futebol ao mais alto nível. Dum lado...

1950 – Vitória clara frente ao FC Porto numa época de transição

19 de Fevereiro de 1950. O Sporting, no 2º lugar do Campeonato atrás do Benfica, recebeu o FC Porto para a 18ª jornada do Campeonato Nacional. Os leões eram tri-campeões nacionais e nas temporadas que se seguiram a esta conseguiram o tetra. No entanto, apesar de não ter sido uma época de conquistas, os sportinguistas fizeram uma grande exibição na receção aos nortenhos. Orientados por Sándor Peics, os leões em campo foram: Azevedo; Octávio Barrosa e Juvenal; Canário, Passos e Juca; Jesus Correia, Vasques, Wilson, Travassos e Albano. O Estádio do Lumiar registou uma enchente magnífica numa boa partida de futebol. O Sporting começou com muita velocidade e logo a criar perigo, mas só perto do intervalo, aos 43 minutos, Canário atirou forte para as imediações da baliza portista e Wilson (que se estreava esta época na equipa – vindo de Moçambique – e que constituía a 1ª tentativa para fazer esquecer Peyroteo) fez o 1-0 num fulminante salto de mergulho. A 2ª parte continuou com o domínio sportinguista. Aos 76 minutos Travassos serviu Wilson, que com um pontapé rasteiro fez o 2-0. 4 minutos depois Barrigana, que durante toda a 1ª parte defendera até o… impossível, acabou por sofrer um “frango monumental”, num pontapé, de quase meio campo, de Albano – reza a História que o guardião portista terá exclamado: “Senhora da Hora! Como é que foi aquilo?!”, ao que o rapidíssimo extremo sportinguista ripostou: “Como foi?… Foram as tenazes do Barrigana que não suportaram a brasa do Albano…” . A 5 minutos do fim Wilson passou a Vasques, que se internou perigosamente marcando o 4-0 em toque de...

1953 – Goleada ao FC Porto em tarde de luto

15 de Fevereiro 1953. O Sporting estava em luto pela morte (2 dias antes) do seu presidente, António José Ribeiro Ferreira, mas havia que defrontar o FC Porto, em Alvalade, para a 17ª jornada Campeonato Nacional. Os nortenhos eram, aliás, o único adversário que parecia poder fazer frente ao Sporting na luta pelo título. Os leões tinham 3 pontos de avanço dos azuis e brancos, e em Alvalade jogou-se muito na luta pelo cetro máximo do futebol português. Orientado por Randolph Galloway, o Sporting jogou com: Carlos Gomes; Caldeira e Pacheco; Barros, Passos e Juca; Galileu, Vasques, Martins, Albano e Fernando Mendonça. Com as equipas alinhadas para o pontapé inicial guardou-se um minuto de silêncio em homenagem à memória do antigo presidente leonino. O Sporting começou a partida em bom ritmo, e aos 20 minutos inaugurou o marcador. O golo resultou dum livre bem executado por Albano, que em vez de rematar (como todos esperavam), tocou para Martins que se desmarcava sobre a direita e que rematou de surpresa por entre as pernas de Barrigana. 6 minutos se passaram e os portistas chegaram à igualdade. Quim arrancou um “bico” a 25 metros da baliza que surpreendeu todos, inclusivé Carlos Gomes. Aos 37 minutos o Sporting voltou à liderança do marcador por Vasques, de cabeça, na sequência de mais um livre, e já perto do intervalo, de novo na sequência dum livre, Martins recebeu a bola pela meia-esquerda e à saída de Barrigana atirou para o melhor sítio. A vantagem já dava margem para algum conforto no descanso, mas na 2ª parte a partida continuou na mesma toada de domínio sportinguista. Ainda...

1967 – A estreia oficial de Damas (e José Moraes)

12 de Fevereiro de 1967. O Sporting era o detentor do título nacional, mas apesar disso a dupla técnica campeã, composta por Otto Glória e Juca foi desmembrada, tendo sido contratado o espanhol Fernando Argila (ex-técnico do Espanyol de Barcelona) que havia eliminado os leões na Taça das Cidades com Feira da época anterior. A época futebolística começou muito mal, e nunca mais se recompôs. Depois da derrocada em Budapeste para a Taça dos Campeões Europeus, o Sporting andou a maior parte do Campeonato Nacional na 2ª metade da tabela, só “levantando cabeça” na parte final quando Armando Ferreira chamou a si a responsabilidade de dirigir a equipa. À 15ª ronda, um momento para recordar. Vítor Damas, que já há muito dava nas vistas nos escalões mais jovens, foi chamado à titularidade para o grande clássico em Alvalade com o FC Porto. Também o brasileiro José Moraes se estreou na equipa nessa tarde. Perante cerca de 25.000 espetadores o Sporting jogou com: Damas; Morais, Armando Manhiça, José Carlos e Hilário; Gonçalves, José Moraes e Sitoe; Carlitos, Manuel Duarte e Peres. O Sporting ia a 12 pontos dos líderes, Benfica e Académica, e a 9 do FC Porto, por isso os azuis e brancos eram favoritos à partida, mas algum excesso de confiança  e inexperiência acabou por fazê-los perder os 2 pontos da vitória que chegou a parecer certa. Apesar de tudo, Manuel Duarte (a aquisição mais sonante dos sportinguistas para esta temporada, vindo do Leixões depois de ter sido um dos “Magriços” na magnífica campanha do Mundial de 1966 em Inglaterra) teve uma excelente oportunidade para abrir o ativo logo...
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