31 de Janeiro de 1954. O Sporting tinha apenas 1 ponto de avanço do FC Porto, que tudo fazia para voltar aos títulos. Na caminhada para o 1º tetra do futebol português, os leões receberam os portistas no Alvalade para um jogo importantíssimo.

Com as bancadas completamente lotadas, proporcionando uma receita de 240 contos, a equipa de Jozef Szabo alinhou com: Carlos Gomes; Caldeira, Passos e Galaz; Janos Hrotko e Juca; Hugo, Vasques, Martins, Travassos e Mendonça.

A 1ª oportunidade de golo foi criada por Hernâni, logo nos primeiros momentos, anulada por Carlos Gomes, que arrojando-se aos pés do adversário interveio com decisão. O Sporting respondeu de pronto, jogando em rapidez e com profundidade, e mostrando uma maior capacidade ofensiva que o seu adversário. Apesar de tudo, os portistas defendiam-se com muitos homens e não menos bravura.

A certa altura Travassos teve um disparo potente ao lado (dando sinal do que pouco depois se iria passar) a que se seguiu um aparatoso golpe de cabeça de Martins a roçar o poste… As verdadeiras hostilidades foram abertas aos 14 minutos. Com um pontapé potentíssimo, após uma primorosa finta sobre Porcel, Travassos não deu hipóteses a Barrigana de sequer esboçar a defesa.

A verdade é que os nortenhos reagiram, e apenas 4 minutos depois, Passos agarrou Hernani e José Maria fez o empate, de penalty. Este golo, claramente contra a “corrente do jogo”, afetou um pouco os leões, que apesar de tudo mantiveram o domínio com um futebol ligado e bem urdido.

Ainda no 1º tempo, aos 33 minutos, na sequência dum pontapé de canto, Vasques, de cabeça, fez o 2-1, um golo muito contestado por Barrigana e Virgílio (alegando que o avançado verde e branco rematara com a mão), mas aparentemente sem razão. Até ao intervalo o Sporting “massacrou” o seu opositor mas sem conseguir elevar a vantagem para além do mínimo.

Para a 2ª parte, jogando a favor do vento, o FC Porto mostrou uma postura mais ofensiva tentando a todo o transe chegar ao empate, mas era notório que a equipa do Sporting desenvolvia um futebol muito mais prático, objetivo e direto. A partir dos 60 minutos os leões voltaram a ter maior controlo do jogo e Barrigana foi muito mais chamado à ação que o seu colega de seleção Carlos Gomes. Até final os leões estiveram várias vezes muito perto de aumentar a contagem perante um FC Porto quase inofensivo. A partida terminou com uma preciosa vitória sportinguista por 2-1.

Janos (foto de arquivo) e Juca foram as “traves mestras” da equipa leonina, comandando o jogo a meio campo, bem secundados por Travassos e Vasques (que de forma notória se sacrificaram, quando foi necessário, no auxílio à defesa).

No final, o técnico Josef Szabo afirmou: “Ninguém pode duvidar da justíssima vitória da minha equipa. Tanto na 1ª como na 2ª parte o Sporting foi sempre superior. Por isso continuamos, por direito próprio, no comando da classificação”.

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