Robert Kelly – Estatisticamente, o melhor treinador de sempre do futebol leonino

Robert (“Bob”) Kelly nasceu a 16 de Novembro de 1893 em Inglaterra. Como futebolista foi internacional inglês por 14 vezes entre 1920 e 1928 apontando 8 golos. Em 1925 bateu o recorde o transferências no seu país ao mudar-se do Burnley para o Sunderland por 6.550 libras. Jogou ainda no Huddersfield Town e no Preston North End. Como treinador esteve no Carlisle United e no Stockport County. Chegou ao Futebol leonino em Agosto de 1946. O Sporting não era campeão há 2 anos e pretendia inverter a situação. Formando equipa com Cândido de Oliveira (supervisor técnico – à direita na foto) e José Manuel Martins (ao centro na foto) realizou uma temporada fantástica em Alvalade ganhando o Campeonato Nacional (3º do clube – iniciando um período de 7 títulos em 8 anos) e o último Campeonato Regional de Lisboa (18º) em ambos os casos com grande superioridade sobre todos os adversários. Pode dizer-se que só não ganhou a Taça de Portugal porque ela não se disputou. Lançou na ribalta Vasques e Travassos, ambos recém-chegados da CUF, que se viriam a tornar figuras lendárias do clube. Estes 2 atacantes juntaram-se na linha ofensiva sportinguista a Jesus Correia, Peyroteo e Albano, pelo que Kelly foi o 1º treinador dos famosos “cinco violinos”. Dizem os números que foi o melhor treinador da História do Futebol leonino. Com ele os leões tiveram um saldo de aproveitamento de 87,5% (a melhor marca de sempre). Para além disso é o treinador com melhor média de golos marcados (4,44!), maior percentagem de vitórias (83,33%) e o 2º com menor percentagem de derrotas (8,33%). Depois do Sporting treinou ainda em Portugal...

Milorad Pavic – O “gentleman com mão de ferro”

Milorad Pavic nasceu a 11 de Novembro de 1921 em Valjevo – Servia. Na sua juventude foi feito refém pelos alemães na 2ª Guerra Mundial. Como jogador alinhou pelo Estrela Vermelha de Belgrado, clube onde também se iniciou nas lides de treinador com grande sucesso (durante 7 temporadas), conquistando 3 títulos nacionais (1959, 1960 e 1964) e 3 Taças de Jugoslávia (1958, 1959 e 1964). No seu país passou depois pelo FK Vojvodina. Mais tarde emigrou –  esteve no FC Brugges e no Standard Liège (onde ganhou duas Taças da Bélgica – 1966 e 1967), no Atlético de Bilbau (ganhou a Copa do Rei em 1973), no Benfica (Campeão em 1975) e no Málaga. Chegou ao Sporting (contratado por João Rocha) no Verão de 1978 para tentar devolver o clube aos grandes triunfos. Estreou-se a 26 de Agosto com uma derrota no Bessa por 2-0. À 10ª jornada os leões já estavam no 5º lugar (com 3 derrotas) e afastados da Taça das Taças. No entanto, o presidente João Rocha foi paciente e “aguentou” o técnico jugoslavo até ao final da temporada. A certa altura, com o avolumar dos maus resultados, Pavic decretou “estado de sítio” em Alvalade. O telefone era objeto proíbido, e entrevistas, só o capitão Manuel Fernandes as poderia dar. Apesar de tudo as coisas foram melhorando – os leões acabaram no 3º lugar e chegaram à decisão da Taça de Portugal (perderam na finalíssima por 1-0 frente ao Boavista). Sem conquistas, acabou por ser substituído no final da época pelo seu adjunto Rodrigues Dias. Aliás, logo no final do desaire na Taça, Pavic afirmou: “Devo ir amanhã...

Recorde no clube – Os 10 treinadores de Futebol com melhor média de golos sofridos

Octávio Machado esteve à frente do Futebol do Sporting em duas fases diferente. Primeiro em 1995/96 substituindo Fernando Mendes (que já havia substituído Carlos Queiroz), depois em 1996/97 em vez de Robert Waseige (do qual fôra adjunto) e 1997/98, época que iniciou mas não completou. No total dirigiu a equipa em 51 jogos oficiais sofrendo apenas 31 golos, a melhor média de sempre dum treinador na História do Futebol do Sporting. Para esta classificação são considerados apenas os treinadores que estiveram no comando da equipa num mínimo de 10 jogos. A lista está atualizada até ao final da temporada 2021/22. Vejamos agora quem são os 10 mais: CLA TREINADOR J GS MÉDIA 1º Octávio Machado 51 31 0,61 2º Milorad Pavic 40 27 0,68 3º Robert Waseige 16 11 0,69 4º Armando Ferreira 38 27 0,71 5º Marinho Peres 80 57 0,71 6º Fernando Riera 23 17 0,74 7º Carlos Queirós 104 77 0,74 8º Leonardo Jardims 35 26 0,74 9º Fernando Vaz 117 87 0,74 10º Malcolm Allison 43 33...

Lima

José António Ramalho de Lima nasceu a 16 de Outubro de 1966 em Lisboa. Começou por jogar no Mira de Sintra, mas muito cedo rumou ao Sporting onde fez quase toda a formação e se tornou internacional em todos os escalões. Após a saída de Futre houve quem comparasse os 2 talentos, criando a expetativa de Lima (até porque jogavam na mesma posição – bem encostados no flanco esquerdo do ataque) vir a ser uma espécie de substituto da então “estrela” do FC Porto. Estreou-se oficialmente (com Manuel José) a 24 de Agosto de 1985 num Sporting-Penafiel (6-0) para a 1ª jornada do Campeonato. Nessa temporada só acumulou mais uma presença, passando praticamente despercebido. No ano seguinte voltou a jogar pouquíssimo. Em 1987/88 marcou finalmente o seu 1º golo de verde e branco, numa deslocação à Covilhã (triunfo por 2-1). mas ainda assim jogou raramente (9 presenças). Para a temporada seguinte foi, com alguma surpresa, um dos que resistiu à revolução promovida no plantel pelo novo presidente Jorge Gonçalves. Acabou até por jogar com mais regularidade (22 jogos e 5 golos) e assumir maior protagonismo na equipa, fazendo a sua melhor temporada no Sporting. Permaneceu ainda mais 3 anos no plantel, mas nunca conquistou um lugar de habitual titular. A 22 de Dezembro de 1991 marcou pela última vez, num triunfo em Alvalade frente ao Marítimo por 2-1. A 10 de Maio de 1992 fez o jogo derradeiro de verde e branco numa receção ao Paços de Ferreira (2-1). Realizou um total de 72 jogos oficiais e marcou 8 golos de verde e branco. Ganhou uma Supertaça. Foi duas...

Pedro Gomes

Manuel Pedro Gomes nasceu a 16 de Outubro de 1941 em Torres Novas. Nunca representou outro clube senão o Sporting (com exceção de 2 jogos realizados pelo Nacional da Madeira quando era treinador da equipa insular), onde começou nos “Principiantes”, em 1957, como interior (Alexandre Baptista era ponta-de-lança na mesma equipa!) Estreou-se oficialmente na 1ª equipa (com o técnico Juca) a 31 de Dezembro de 1961, frente ao Cova da Piedade (5-1) para a Taça de Portugal. Nessa 1ª temporada jogou pouco, mas ainda assim festejou o seu 1º Campeonato Nacional. Na temporada seguinte foi um suplente (de Mário Lino, como defesa-direito) utilizado com alguma regularidade (ganhou a Taça de Portugal) e em 1963/64 afirmou-se totalmente (32 presenças), ajudando a ganhar a inesquecível Taça das Taças. Daí para frente, umas vezes mais, outras vezes menos utilizado, foi sempre um valor seguro, permanentemente pronto para atuar com a raça e competência que o caraterizavam. A 20 de Outubro de 1971, à 11ª época no clube, marcou finalmente o 1º golo, numa derrota em Glasgow frente ao Rangers por 3-2 para a Taça das Taças. Curiosamente, repetiu o feito no encontro da 2ª mão (4-3) e nunca mais voltou a marcar. A 26 de Novembro de 1972 atuou pela última vez oficialmente pelo Sporting, no Estádio Nacional, numa derrota por 1-0 frente à CUF do Barreiro. Totalizou 12 épocas, 235 jogos oficiais e 2 golos pela principal equipa sportinguista. Ganhou uma Taça das Taças, 3 Campeonatos Nacionais e 3 Taças de Portugal. Era um jogador eficaz, voluntarioso e leal, forte na marcação e muito disciplinado taticamente. Foi 9 vezes internacional A. Em 1973/74 iniciou...

Sándor Peics – Vítima da retirada de Peyroteo…

Sándor Peics nasceu a 10 de Outubro de 1899 em Pécs – Hungria. Como futebolista destacou-se no Ujpest e Verona, chegando inclusivamente a jogar pela fortíssima (na altura) Seleção do seu país. Mais tarde assumiu-se como treinador percorrendo vários clubes e países. Cozenza, Verona, Perugia, FC Chaux-de-Fonds, Belenenses (Campeão Regional em 1944) e Vitória de Setúbal foram alguns locais por onde passou antes de chegar ao Sporting numa altura em que os leões eram tri-campeões Nacionais – e substituindo o já consagrado Cândido de Oliveira que tinha partido para novas aventuras. Peics (que manteve o adjunto de Cândido – Fernando Vaz) apanhou a equipa do Sporting “orfã” de Peyroteo, uma situação muito difícil de gerir, embora a 1ª tentativa para substituir o maior goleador de sempre do futebol mundial até tenha em parte resultado  – Wilson fez 22 golos em 21 jogos – mas Peyroteo só houve um e a sua eficácia transcendia todos os parâmetros habituais… Por outro lado, Travassos andou grande parte da temporada lesionado… O húngaro estreou-se oficialmente a 9 de Outubro de 1949 com um triunfo em casa por 3-1 sobre o Lusitano VRSA para a 1ª jornada do Campeonato Nacional. Numa temporada em que a única competição oficial em disputa foi mesmo o Campeonato, o Sporting começou a perder terreno com as derrotas frente a Porto e Benfica na 1ª volta, e as “desforras” conseguidas na 2ª já não vieram a tempo para conseguir conquistar o Campeonato, até porque os leões cederam inesperadamente perante Vitória de Setúbal, Lusitano VRSA, Atlético CP e Belenenses… No final  o melhor que se conseguiu foi um 2º lugar...

Sá Pinto

Ricardo Manuel Andrade Silva Sá Pinto nasceu a 10 de Outubro de 1972 no Porto, e se existem futebolistas carismáticos, que deixaram uma imagem fortíssima a si associada, ele foi um forte exemplo disso mesmo. Começou a jogar no FC Porto, mudando-se depois para o Salgueiros onde atingiu notoriedade. Após um golo seu que derrotou o Benfica, na cidade da Maia, numa altura em que leões e águias discutiam palmo a palmo o título nacional de 1993/94, despertou definitivamente o interesse dos responsáveis sportinguistas. Mudou-se para o Alvalade no início da época 1994/95 e logo começou a popularizar-se entre a falange de apoio leonina devido à sua forma apaixonada de encarar o jogo. Estreou-se oficialmente no dia 20 de Agosto de 1994 em Faro, marcando um dos golos no triunfo por 2-0. Rapidamente se tornou um verdadeiro “símbolo” do Sporting, “arrastando” não raras vezes os seus companheiros para a vitória. Logo na 1ª época de verde e branco ajudou o clube a conquistar a Taça de Portugal, 13 anos depois, para no ano seguinte ser a grande figura na retumbante vitória na Supertaça, em Paris, frente ao FC Porto – por 3-0, na qual marcou 2 golos. Em 1996/97, quando era indiscutívelmente a principal figura da equipa, agrediu o selecionador nacional Artur Jorge após uma não convocação para a Seleção Nacional. 1 ano de castigo foi a sentença, e sem ambiente para continuar em Portugal mudou-se para a Real Sociedad de Espanha onde permaneceu 3 anos em bom nível. No início da temporada 2000/01 o grande desejo dos sportinguistas cumpriu-se – Sá Pinto regressou ao Alvalade. Nessa época começou um verdadeiro calvário...

Damas

Vítor Manuel Afonso Damas de Oliveira nasceu a 8 de Outubro de 1947 e é considerado um dos melhores guarda-redes de sempre. Foi trazido para o Sporting aos 14 anos por um vizinho que jogava Ténis de Mesa no clube. Queria ser avançado como os seus ídolos Vasques e Travassos, mas como era o mais baixo foi “empurrado” para guarda-redes, de onde nunca mais saiu. Estreou-se oficialmente com 19 anos num Sporting-FC Porto a 12 de Fevereiro de 1967 (2-2) para o Campeonato Nacional. Cerca de um ano e meio depois sucedeu definitivamente a Carvalho como titular na baliza do Sporting. Destacava-se pela magnífica agilidade e intuição. Era um espetáculo dentro do próprio espetáculo, e ficaram célebres alguns duelos “imortais” com o benfiquista Eusébio. Esteve nos leões até 1975/76, conquistando 2 Campeonatos Nacionais (1969/70 e 1973/74) e 3 Taças de Portugal (1970/71, 1972/73 e 1973/74). No Verão de 1976 saiu para o Racing Santander onde pôde atingir uma posição económica mais confortável tendo granjeado prestígio em Espanha pela sua indiscutível qualidade. Voltou 5 anos depois a Portugal (jogou no Vitória de Guimarães e no Portimonense), mas só em 1984/85 cumpriu o sonho mútuo de regressar ao Sporting, onde conquistou a Supertaça de 1987/88. A 27 de Novembro de 1988, com 41 anos, fez a sua última partida (devido a uma lesão), em Viseu frente ao Académico (2-2). Somou 15 épocas no Sporting onde foi utilizado em 444 jogos oficiais (sofreu 376 golos) – o 3º mais utilizado de sempre a seguir a Hilário e Rui Patrício. Estreou-se pela Seleção Nacional em 1969, para se despedir no Mundial do México em 1986. Foi 29...

Rodrigues Dias – Também ele foi Campeão em 1980

José Rodrigues Dias nasceu a 7 de Outubro de 1924 em Almada. Como futebolista foi guarda-redes, passou pelo Sintrense, mas nunca atingiu grande relevo. Ainda jovem formou-se em Educação Física iniciando a seguir uma longa carreira como preparador físico e treinador. Destaque aqui para o seu trabalho na Federação Portuguesa de Futebol, tanto nas camadas jovens como na Seleção A. Estreou-se oficialmente como treinador do Sporting a 7 de Janeiro de 1978 (substituindo o brasileiro Paulo Emílio). A decisão não causou grande surpresa até porque o treinador brasileiro decidiu partir para o Brasil em época natalícia sem disso informar o presidente João Rocha – o que não caiu bem em Alvalade. Num processo de avanços e recuos, Paulo Emílio foi mesmo despedido e Rodrigues Dias assumiu. Ao que constou os jogadores ficaram satisfeitos. O defesa-direito Artur até afirmou na altura: “Era o prof. Rodrigues Dias que fazia todo o trabalho, pelo que… não há grande mudança” No 1º jogo uma vitória em Alvalade por 3-0 sobre o União de Coimbra para os 1/16 final da Taça de Portugal. Na altura o Sporting ia em 3º no Campeonato e assim ficou no final, mas a 24 de Junho de 1978 conseguiu ganhar na finalíssima a sua 10ª Taça de Portugal, frente ao FC Porto. Nesse 1º período como técnico principal, Rodrigues Dias lançou na 1ª equipa o jovem Ademar, que viria a ter algum protagonismo nos anos seguintes. Apesar do sucesso na Taça, João Rocha preferiu contratar um novo técnico para a época seguinte – Milorad Pavic (que, aliás, já estava “apalavrado” há vários meses), ficando Rodrigues Dias como adjunto...

Cândido de Oliveira – O melhor treinador português do seu tempo

Cândido Fernandes Plácido de Oliveira nasceu a 24 de Setembro de 1896 no Alentejo, em Fronteira. Novíssimo foi para a Casa Pia, e mais tarde para o Benfica pela mão de Cosme Damião, o casapiano que se tornara seu ídolo. Em 1919, com a fundação do Casa Pia Atlético Clube, não resistiu ao apêlo e mudou de camisola. Alinhou na 1ª Seleção Nacional (como capitão), contra a Espanha (1-3), em 1921, ao lado dos leões Jorge Vieira e João Francisco, e treinado pelo também leão Augusto Sabbo. Entretanto trabalhava nos Correios e já escrevia em jornais. Era um homem da cultura que nunca perdeu o sentido da ação social e da política. Em Abril de 1942 foi preso pela PIDE no Tarrafal (onde sofreu violentas torturas) com a suspeita de ser o líder duma organização antifascista ligada aos serviços secretos ingleses vocacionada para orientar a luta de guerrilha contra os alemães no caso de estes se apoderarem da Península Ibérica. Sobre esse episódio escreveu um livro chamado “Tarrafal – o pântano da morte”, publicado a título póstumo após o 25 de Abril de 1974. Com a vitória dos Aliados foi libertado. Depois de passar pelo comando técnico do Casa Pia, Belenenses e Seleção Nacional, o “Chumbaca” (como era apelidado pelos amigos pela sua figura corpulenta) chegou ao Sporting no decorrer da temporada 1945/46, exigindo no entanto que Abrantes Mendes (o técnico substituído), se mantivesse na estrutura do Futebol leonino. O seu “dedo” logo se fez notar, e os leões acabariam por ganhar a Taça de Portugal (4-2 ao Atlético CP) na 1ª final realizada no Jamor. Para o ano seguinte...
Content Protected Using Blog Protector By: PcDrome.