Salif Keita Traore nasceu a 6 de Dezembro de 1946 em Bamako – Mali. Começou muito cedo a revelar grande potencial para o futebol, e ainda ao serviço do Real Bamako (clube da terra) chegou a internacional maliano com apenas 16 anos. Em 1967 chegou a França – Saint-Étienne, onde teve uma carreira fantástica conquistando 3 Campeonatos e duas Taças. Em 1970 foi considerado o melhor jogador africano e em 1971 foi o 2º melhor marcador do “Championat” (42 golos). Depois de 1 ano no Marselha (1972/73) foi para Espanha (Valência) onde voltou a demonstrar todo o seu virtuosismo, a ponto de o terem batizado de “La perla negra de Mali”. Numa altura em que o número de estrangeiros por equipa era limitado, acabou por não renovar contrato (após 3 temporadas) e chegou a Alvalade fruto da sagacidade de João Rocha, no Verão de 1976. Estreou-se oficialmente (com o treinador Jimmy Hagan) a 4 de Setembro na 1ª jornada do Campeonato (3-0 ao Benfica). Fez o 1º golo (bisou) 8 dias depois num triunfo em Guimarães por 3-1. Nessa 1ª temporada de verde e branco formou com Manuel Fernandes e Manoel um trio atacante de grande categoria, mas apesar dos leões terem chegado a estar confortavelmente no comando do Campeonato acabaram por perdê-lo para o Benfica. Somou 27 jogos e 15 golos na época de estreia (2º melhor marcador da equipa a seguir a Manuel Fernandes – 22 golos). Para a temporada seguinte chegou Jordão, e o Sporting passou a contar com 4 atacantes de grande classe. No entanto, o novo avançado lesionou-se gravemente mais ou menos a meio...
Cândido Rosa Rodrigues nasceu em Lisboa. Os amigos chamavam “Candinho” e com os seus irmãos António (Neco), José e Jorge eram conhecidos pelos “manos Catatau”. Foram das primeiras grandes figuras do futebol português. Em 1904 foi um dos fundadores e dos primeiros 24 associados do Grupo Sport Lisboa – um dos clubes de que viria a resultar o Benfica, mas em meados de 1907 fez parte do grupo de futebolistas do GSL que se mudou para o Sporting, atraído pelas melhores condições proporcionadas pelo clube leonino. Cândido estava proibido pelo seu pai – o “velho Catatau”, tal como o seu irmão Neco, de jogar pelo Grupo Sport Lisboa, pois o clube de Belém treinava às escuras, e o seu irmão chegara a fraturar um braço… Fez parte da primeira equipa oficial do Sporting, a que defrontou o Grupo Sport Lisboa no dia 1 de Dezembro de 1907 e que venceu por 2-1. Mais do que isso, foi Cândido a fazer o 1º golo oficial da História leonina, nesse mesmo jogo! Por essa altura era mesmo a principal figura da equipa no seu posto de interior-direito, posição onde jogou quase sempre na sua carreira, com exceção de uma ou outra época em que derivou para interior-esquerdo para que António Stromp jogasse na extrema-direita e António Rosa Rodrigues (anterior extremo) como interior do mesmo lado. Em 1911/12 foi um dos capitães da equipa sportinguista, um posto que tinha enorme importância na altura. A 3 de Novembro de 1912 o Sporting inaugurou o seu novo Estádio. Para tal instituiu a Taça Visconde Alvalade a disputar com o Boavista (a duas mãos) e os...
Joaquim António Dinis nasceu a 1 de Dezembro de 1947 em Luanda – Angola. Chegou ao Sporting no defeso de 1969, contratado ao ASA por 550 contos (após uma luta cerrada entre os 3 grandes do nosso futebol). Estreou-se oficialmente (com o treinador Fernando Vaz) a 9 de Novembro de 1969 num triunfo por 1-0 sobre o Benfica em Alvalade para a 7ª jornada do Campeonato Nacional. Marcou pela 1ª vez logo uma semana depois (vitória em Guimarães por 2-1). No jogo que decidiu matematicamente o título para o Sporting, marcou no triunfo por 2-1 no Restelo (a 15 de Março de 1970). Logo nessa 1ª temporada em Alvalade ganhou um lugar na extrema-esquerda do ataque (30 presenças e 7 golos). Na época seguinte ganhou a Taça de Portugal, e marcou na final frente ao Benfica (4-1). Em 1972/73 voltou a ganhar a Taça (3-2 ao Vitória de Setúbal) e no ano que se seguiu fez parte da magnífica equipa de Mário Lino que conquistou a “dobradinha”, tendo-se assumido como um dos principais municiadores de Yazalde que bateu um recorde (que permanece) de 46 golos no Campeonato. Depois de 5 anos em grande destaque na equipa do Sporting acabou por não se salientar tanto em 1974/75, aquela que acabou por ser a sua última época no clube, de onde saiu de forma algo litigiosa para o Porto (ao abrigo duma nova lei de transferências e fazendo algumas acusações “à posteriori” sobre o ambiente interno em Alvalade). Alinhou pela última vez a 29 de Maio de 1975 na meia-final da Taça de Portugal perdida por 1-0 (após prolongamento) com o...
Raphael Joseph Meade nasceu a 22 de Novembro de 1962 em Islington – Inglaterra. Foi “formado” nas escolas no Arsenal de Londres, e chegado aos seniores começou a destacar-se pela quantidade de golos que marcava nas reservas. Com o caminho tapado na equipa principal por futebolistas já “feitos” (embora já levasse 51 presenças e 16 golos), acabou por ser contratado pelo Sporting no Verão de 1985. Estreou-se oficialmente (com o treinador Manuel José) a 2 de Novembro numa derrota nas Antas por 2-1 para o Campeonato. 8 dias depois fez o 1º golo num triunfo por 3-0 sobre o Marítimo. Numa equipa em que Manuel Fernandes e Jordão ainda eram a dupla habitual do ataque mostrou-se sempre uma alternativa credível e eficaz (26 presenças e 13 golos). Nessa época teve momentos altos, como por exemplo a sua influência decisiva na eliminação do Atlético Bilbau da Taça UEFA ou os 3 golos que marcou em Coimbra e em Alvalade com o Vitória de Guimarães. Para a temporada seguinte Jordão foi dispensado e o possante atacante britânico ganhou espaço junto a Manuel Fernandes na frente de ataque. Realizou uma época em muito bom nível (33 jogos e 22 golos) estando presente na inesquecível goleada por 7-1 ao Benfica (marcou 1 golo). Para além disso marcou por duas vezes na goleada (que ainda é recorde entre equipas portuguesas, fora de casa, para provas da UEFA) por 9-0 em Akranes. Em Fevereiro chegou Keith Burkinshaw ao comando técnico da equipa. O treinador inglês gostava de jogar num declarado 4-4-2 e derivou Meade para a ala direita colocando Houtman ao lado de Manuel Fernandes....
Fernando Gomes nasceu a 22 de Novembro de 1956 no Porto. Começou nos Salesianos de Pinto Bessa, mas foi no Futebol de Salão (ao serviço do Sport Clube da Lomba) que despertou o interesse do FC Porto. Esteve no clube da “invicta” desde as camadas jovens (1970/71) até 1989 (com 2 anos, entretanto, passados em Gijon). Pelos portistas ganhou tudo o que havia para ganhar a nível individual e coletivo, mas desentendimentos internos fizeram-no abandonar o “clube do seu coração”. Perante este desfecho Sousa Cintra não perdeu tempo e contratou-o. Chegou ao Sporting no Verão de 1989 estreando-se oficialmente (com o técnico Manuel José) no 1º jogo oficial da temporada, frente ao Vitória de Guimarães (3-2) a 20 de Agosto. Marcou o 1º golo a 10 de Setembro numa receção ao Nacional da Madeira (2-0). Logo nessa 1ª temporada assumiu lugar de destaque na equipa fazendo uma dupla interessante com Cadete no ataque (remeteram Paulinho Cascavel para o banco de suplentes), uma simbiose entre a experiência e a juventude. Numa época que correu muito mal em termos coletivos foi, ainda assim, o melhor marcador da equipa – mas com apenas 8 golos. No ano seguinte, com Marinho Peres, os sportinguistas fizeram uma temporada bem mais produtiva (apesar de terem terminado sem títulos) sobretudo fruto da boa campanha na Taça UEFA. Apesar de ter sido essa a sua última época como futebolista profissional, Gomes foi (a par de Leal) o jogador com mais presenças na equipa (50) apontando 29 golos. Despediu-se a 26 de Maio de 1991 com 1 golo no triunfo sobre o Gil Vicente (2-0). Totalizou duas épocas, 79 jogos...
Sílvio Paiva nasceu a 13 de Novembro de 1958 em Francana – Brasil. Começou por alinhar no América de São Paulo, mas foi no Internacional de Porto Alegre que se tornou um dos jogadores brasileiros em maior destaque no seu país a ponto de chegar à ”canarinha”. Em 1979 conquistou os Jogos Panamericanos e em 1984 ganhou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles (como titular na seleção brasileira). Pelo meio foi 4 vezes Campeão Gaúcho. Chegou ao Sporting (proveniente do Internacional) no Verão de 1986 num início de época muito conturbado em Alvalade pois a equipa leonina tinha um plantel curtíssimo que demorou muito tempo a compôr. Alinhou pela 1ª vez de verde e branco na apresentação da equipa aos sócios, a 3 de Agosto (0-0 com o Arsenal). Estreou-se oficialmente (com o treinador Manuel José) a 6 de Setembro num Sporting-Salgueiros (1-0) para o Campeonato. Marcou o 1º golo a 26 de Abril de 1987 numa goleada ao Marítimo por 6-1. Nessa 1ª temporada de verde e branco jogou muitas vezes (25 presenças – a maioria das quais saído do banco) mas não conseguiu superar a concorrência de Mário Jorge (numa das suas melhores épocas) na esquerda do meio-campo. Já bem dentro da 2ª metade da época chegou ao comando técnico da equipa o inglês Keith Burkinshaw que apostava claramente na utilização de extremos “puros” e o brasileiro começou a ganhar mais espaço na equipa. Na meia-final da Taça de Portugal realizada nas Antas (triunfo por 1-0 com um golaço do também brasileiro Mário aos 120 minutos), Silvinho realizou talvez a sua mais extraordinária...
Mário Rodrigues Porto foi um desportista multifacetado que atingiu grande relevo no Atletismo sportinguista, mas que também atuou na equipa principal de futebol. Em Junho de 1929 deu pela primeira vez nas vistas ao fazer parte da equipa leonina que venceu os 3×80 metros na Taça Salazar Carreira (na qual os leões triunfaram coletivamente). No Concurso “Os Sports” venceu os 100 e os 10×200 metros. Nos Regionais (em Julho) foi o melhor nos 4×100 metros Em Junho de 1930 venceu (a par de Denis, do CIF), os 100 metros no Concurso de Atletismo “Os Sports”, bem como a prova dos 10×200 metros. A 28 de Setembro do mesmo ano esteve absolutamente brilhante nos Campeonatos Nacionais realizados no Porto, ao vencer os 100 e 200 metros da competição. Na altura era já considerado um verdadeiro “ás” do Atletismo leonino, sendo detentor dos recordes nacionais de 100 e 4×400 metros. Era recordista do clube nos 100, 200, 4×100 e 4×200 metros. Em Outubro, venceu os 100 metros no 1º Coimbra-Lisboa em Atletismo. No mesmo mês, a 26, estreou-se oficialmente como futebolista num jogo da 2ª jornada do Regional (vitória por 2-1 no terreno do Casa Pia). Embora tenha jogado pouco, pôde festejar no final a conquista do 7º Campeonato Regional para os leões. Neste mesmo ano de 1930 ganhou responsabilidades no clube ao desempenhar o cargo de secretário da secção de Atletismo. No ano seguinte voltou a atuar na equipa principal (última época), sempre como extremo-direito, constituindo uma alternativa, pouco utilizada, ao fantástico Adolfo Mourão. Nunca chegou a marcar nenhum golo a nível oficial, mas a 10 de Junho de 1931...
Andrzej Juskowiak nasceu a 3 de Novembro de 1970 em Gostyn – Polónia. Começou muito cedo a brilhar no Lech Poznan (depois de ter feito a formação no Kania – um clube da sua região), onde se sagrou campeão por duas vezes e melhor marcador em 1990. Foi contratado pelo presidente Sousa Cintra no final da temporada 1991/92. Vestiu pela 1ª vez a camisola verde e branca num amigável realizado em Paris a 23 de Maio de 1992 numa denominada “Taça Lucídio Ribeiro” na qual o Sporting venceu o Aston Villa por 3-0 com 2 golos do polaco. Depois esteve nos Jogos Olímpicos de Barcelona onde se destacou ao serviço da sua Seleção (sagrou-se melhor marcador da prova e conquistou a medalha de prata) deixando “água na boca” aos sportinguistas, plenos de expetativas em relação às suas capacidades. Apesar de boas propostas para vender o seu passe (após os Jogos Olímpicos), o presidente leonino segurou-o no clube esperando ter encontrado um avançado na linha do melhor que o clube já tivera. Estreou-se oficialmente (com o treinador Bobby Robson) a 22 de Agosto de 1992 na 1ª jornada do Campeonato, em Alvalade, frente ao FC Tirsense (0-0). Marcou pela 1ª vez a 5 de Setembro numa receção ao FC Famalicão (4-3). Nessa 1ª temporada alternou com Yordanov como parceiro de ataque do titularíssimo Jorge Cadete. Realizou 29 jogos e marcou 10 golos (algo aquém do esperado). No ano seguinte Robson iniciou a época mas rapidamente foi substituído por Carlos Queiroz. Juskowiak ganhou alguma vantagem em relação a Yordanov mas voltou a não convencer (28 jogos e 8 golos). Na época...
João Pedro Cruz nasceu a 31 de Outubro de 1915 em Évora, mas foi no Vitória de Setúbal que começou a fazer-se notar. Apenas com 1m65cm, mas com 2 pés magníficos, um arranque portentoso e um domínio de bola notável, chegou ao Sporting no Verão de 1936 e logo se firmou na principal equipa do clube. Estreou-se oficialmente a 11 de Outubro de 1936 (com o técnico Wilhelm Possak) num Sporting-Carcavelinhos (2-2) para o Campeonato Regional de Lisboa, marcando o 1º golo uma semana depois numa vitória em casa do Benfica por 5-0. Logo nessa 1ª temporada “pegou de estaca” na equipa, a ponto de ser um dos mais utilizados do conjunto (a par de Mourão e Pireza). Em 1937/38 foi Campeão de Portugal pela 1ª vez (final ganha ao Benfica por 3-1) numa época em que esteve em plano altíssimo (2º melhor marcador da equipa com 23 golos, atrás apenas do “fenómeno” Peyroteo). Em 1940/41, a melhor temporada de sempre do Futebol leonino, marcou 3 golos na final da Taça de Portugal ganha ao Belenenses por 4-1. Na temporada seguinte voltou a destacar-se pela capacidade de concretização ao marcar 26 golos em 34 jogos (mais uma vez só Peyroteo marcou mais). No jogo decisivo do Campeonato Regional fez 2 golos no triunfo por 5-0 no terreno do Benfica. No ano seguinte (1942/43) marcou 25 golos em 30 jogos, confirmando a sua enorme apetência goleadora, apesar de ser um extremo. No Verão de 1943 chegou ao Sporting “um tal de” Albano com enorme potencial. O treinador Jozef Szabo optou então por fazer derivar Cruz para interior-direito. Manteve-se em boa...
João Francisco Maia nasceu a 24 de Outubro de 1899 em Lisboa. Estreou-se na 1ª equipa leonina muito jovem (como avançado-centro), a 19 de Abril de 1918, com um triunfo por 3-1 sobre o Benfica. Na temporada seguinte derivou para interior-esquerdo (ainda sem ser 1ª opção) e ajudou a conquistar o Regional (o seu 1º título). Jogador polivalente, foi também várias vezes utilizado como médio-direito, e nessa condição voltou a ser Campeão de Lisboa, em 1921/22. A 24 de Junho de 1923 os leões chegaram ao título de Campeões de Portugal (o 1º), e João Francisco, de novo como avançado-centro, foi um dos protagonistas da equipa. Entretanto praticava também Atletismo, modalidade pela qual atingiu o ponto mais alto em 1925, ao sagrar-se Campeão Nacional dos 4X400 metros, ao lado de Afonso Salcedo, Ápio de Almeida e Salazar Carreira. Sempre com um pequeno lenço a prender os calções (o cinto da sua superstição), ficou no clube até 1928/29. Jogou pela última vez a 18 de Novembro de 1928 numa derrota por 2-0 frente ao Bom Sucesso. Marcara o último golo a 13 de Maio desse mesmo ano, num triunfo por 5-0 sobre o Barreirense. Esteve um total de 12 temporadas na equipa principal do Sporting, pela qual fez cerca de 75 jogos. Ganhou 1 Campeonato de Portugal e 5 Campeonatos Regionais de Lisboa. Em 1923/24 foi o melhor marcador da equipa com 7 golos, repetindo o feito 2 anos depois (ex-aequo com Emílio Ramos e José Manuel Martins), aí com 6 remates certeiros. Na Seleção Nacional também pontificou. A 19 Dezembro de 1921 esteve presente no 1º jogo da “equipa das quinas”, frente...