Dionísio da Silva Castro nasceu a 22 de Novembro de 1963 em Fermentões – Guimarães. Tal como Domingos, o seu irmão gémeo, deu os primeiros passos no Atletismo ao serviço do Lameirinho. Em 1984 passou para a equipa da Grundig e no ano seguinte ingressou no Sporting trazido por Moniz Pereira, que assim o juntou ao irmão. Deparou-se desde o início da sua estada em Alvalade com o problema de não ser tão talentoso como Domingos, mas manteve sempre uma excelente relação com o irmão, aproveitando todas as oportunidades (e foram muitas) para se afirmar como um atleta de eleição, dos melhores que alguma vez passou pelo Sporting. Ajudou a turma leonina a conquistar 7 títulos de Campeão Europeu de Crosse, chegando inclusivamente à vitória individual em 1990 e aí as suas afirmações foram elucidativas: “É uma vitória com um significado muito especial. Tenho sido marginalizado porque tenho ficado sempre em 2º lugar, só que sempre atrás de um dos melhores atletas do mundo. Provei aqui que tenho muito valor. Com esta vitória tenho de perder os meus complexos de inferioridade, e ver o Domingos mais como adversário que como irmão.” Nesse mesmo ano,a 31 de Março, atingiu um dos pontos máximos da sua carreira ao bater o recorde do mundo dos 20.000 metros em pista, com 57m18,4s, ficando, na mesma prova, a 1 metro do recorde do mundo da hora… Acrescente-se que Dionísio Castro foi convidado para a corrida para servir de “lebre” (até aos 15kms), só que o sportinguista prosseguiu em prova, aos 18kms isolou-se e nunca mais ninguém o apanhou! O máximo mundial de Dionísio só durou...
Domingos da Silva Castro nasceu a 22 de Novembro de 1963 em Fermentões – Guimarães. Começou a correr no Lameirinho em 1982, ingressando no Sporting 2 anos mais tarde. “Descoberto” por Moniz Pereira, por quem foi treinado até 1992, esteve depois sob a orientação de Bernardo Manuel. Sempre foi um atleta de grande raça e muito cedo começou a dar nas vistas de verde e branco. Em pista foi campeão ibérico dos 10.000 metros (1992), campeão de Portugal dos 5.000 metros por 3 vezes (1986, 1987 e 1989) e dos 10.000 metros em outras 3 ocasiões (1986, 1987 e 1992). Para além disso ajudou o Sporting coletivamente a sagrar-se campeão nacional de pista por 6 vezes. No Corta-mato foi campeão nacional por equipas 10 vezes (com 4 títulos individuais em 1990, 1993, 1994 e 1998). Teve presença ainda na conquista de 7 Taças dos Campeões Europeus (alcançando 5 triunfos individuais). Internacionalmente a sua 1ª grande vitória ocorreu nos Jogos da Boa Vontade em 1986, nos 10.000 metros. No ano seguinte foi 2º nos 5.000 metros dos Campeonatos do Mundo de Roma. Em 1992 fez parte da equipa nacional que se classificou em 2º lugar no Campeonato do Mundo de estafetas em estrada. No ano seguinte ajudou Portugal no 3º lugar obtido no Campeonato do Mundo de Crosse. Em 1995 foi 2º no Campeonato da Europa de Crosse de Ainwick. Finalmente, em 1999, foi um dos atletas que conquistaram para Portugal o 3º lugar nos Campeonatos do Mundo de Crosse. Em Jogos Olímpicos esteve muito perto da medalha em 1988 nos disputados em Seul na prova de 5.000 metros, mas...
Manuel Figueiredo de Oliveira nasceu a 20 de Outubro de 1940 em Mangualde, ingressando no Sporting 19 anos depois, em Outubro de 1959. Curiosamente, chegou a Alvalade para praticar Ciclismo, mas como não levou bicicleta tentou o Atletismo – em boa hora o fez! Acumulou vitórias importantes ao serviço dos leões (sob a orientação técnica de Moniz Pereira), tornando-se numa verdadeira “lenda” do Atletismo leonino. Entre 1962 e 1968 foi por 5 vezes Campeão Nacional de Crosse. Na pista brilhou a grande altura, alcançando 4 títulos nacionais de 1.500 metros, 1 de 3.000 metros obstáculos e 5 de 5.000 metros, para além de ter contribuído com vitórias para diversos títulos coletivos e de ter alcançado inúmeros recordes nacionais. Nas olimpíadas de Tóquio em 1964, nos 3.000 metros-obstáculos, chegou à final, onde obteve o 4º lugar com a marca de 8m36,2s (melhor marca europeia do ano). Nunca estivera nem nunca voltou a estar tão perto duma medalha olímpica. Aliás, já 2 anos antes fizera um bom Campeonato da Europa em Belgrado, ao conseguir o 5º lugar nos 5.000 metros. Ainda a nível internacional será de destacar a vitória obtida em Madrid, em 1962, nos 1.500 metros da Taça da Europa, competição na qual ainda obteve o 2º lugar nos 3.000 obstáculos e 5.000 metros. Como recordes pessoais obteve os tempos de 1m56,4s nos 800 metros em 1966; 2m26,1s nos 1.000 metros em 1961; 3m48,8s nos 1.500 em 1962; 5m14,6s nos 2.000 metros em 1964; 8m02,2s nos 3.000 metros em 1966; 8m36,2s nos 3.000 metros obstáculos em 1964; 13m50,8s nos 5.000 metros em 1968 e 30m03,6s nos 10.000 metros no mesmo...
Aniceto Silva Simões nasceu a 8 de Setembro de 1945 em Lorvão – Penacova. Começou no Atletismo no Salatinas do ACM de Coimbra, passando depois para o Santa Clara (da mesma cidade). Mais tarde correu pelo Benfica (entre 1973 e 1975). Em finais de 1976 ingressou no Sporting – após os Jogos Olímpicos de Montreal onde foi 8º classificado na final dos 5.000 metros batendo o recorde nacional que então pertencia a Carlos Lopes e que viria a ser batido 2 anos mais tarde por Fernando Mamede. A sua 1ª vitória de verde e branco foi o Grande Prémio do Natal de 1976. Logo a seguir, no Grande Prémio dos Reis, obteve o 2º triunfo em duas provas pelo Sporting! Em Fevereiro de 1977 ajudou a equipa de Crosse leonina a conquistar o seu 1º título europeu ao classificar-se no 8º lugar na prova realizada em Palência. Nos Nacionais de pista por equipas os leões ganharam folgadamente e Aniceto Simões contribuiu para o feito ao triunfar nos 5.000 e 10.000 metros. A época seguinte também começou bem para Aniceto Simões e para o Sporting. Os leões venceram o Crosse de Lyon, e Simões foi 5º. Nos Nacionais de Crosse o Sporting venceu e Aniceto Simões foi 3º. Nos Nacionais de pista o Sporting venceu pela 11ª vez consecutiva e Simões triunfou nos 5.000 metros. Em Fevereiro de 1979 a equipa de Crosse do Sporting foi Campeã Europeia (em Arlon) pela 2ª vez. Aniceto Simões foi 7º e dias depois venceu o Regional de Crosse. No Nacional foi 3º ajudando à vitória coletiva. Nos Nacionais Individuais de pista venceu os...
5 de Setembro de 1943. Nesse dia (e na véspera) disputaram-se os Campeonatos Nacionais de Atletismo, que inauguraram a nova pista do Sporting no Estádio do Lumiar. No setor masculino o Sporting obteve a vitória coletiva (pela 2ª vez), para além de 13 triunfos individuais (um espanto!), estando particularmente inspirados os atletas Fernando Lourenço – o homem mais rápido de Portugal (títulos em 100, 200 e 4X100), e João Jacinto (vitórias nos 400, 800 e 4X400) – estava vingada a injustiça da época anterior (devida a irregularidades várias que beneficiaram o Benfica). Os campeões: 100m – Fernando Lourenço – 10,8s 200m – Fernando Lourenço – 22,5s 400m – João Jacinto – 54s 4X100m – Evaristo, Abrunhosa, Núncio e Fernando Lourenço – 46s 400m barreiras – Araújo – 1m03,6s 800m – João Jacinto – 2m07s 4X400m – Campos, Araújo, Evaristo e João Jacinto 5.000m – Manuel Nogueira – 16m34,2s 10.000m – Manuel Nogueira – 36m06s Altura – João Durães – 1m75cm Comprimento – Álvaro Dias – 6m30cm Disco – Manuel da Silva – 35m85cm Peso – Emídio Ruivo – 12m42cm Nas senhoras mais uma prestação coletiva de luxo. Olga Ribeiro, endiabrada, bateu de novo o recorde nacional dos 80 barreiras, agora com 15,2s, para além de triunfar nos 60, 3X60 e 150 metros! A multifacetada e versátil Maria Ester Cabral também merece uma referência especial pelo facto de ter vencido os 3X60 metros, o salto em altura e o lançamento do peso. No entanto, ainda não havia classificação coletiva feminina oficial. As vencedoras: 60m – Olga Ribeiro – 8,4s 80m barreiras – Olga Ribeiro – 15,2s (RN) 3X60m – Maria...
15 de Agosto de 1965. Nesse dia o Atletismo do Sporting sagrou-se Campeão Nacional pela 10ª vez consecutiva (17ª no total). O Benfica deu boa réplica (ficou a 9 pontos), mas os leões estiveram irresistíveis! os triunfos individuais: 100m – Carvalho Santos – 10,7s 400m – José Pina – 49,4s 4X100m – Carlos Silva, M. Félix, Pedro Matos e Neves da Silva – 43,3s 800m – Valentim Baptista – 1.53,9m 1.500m – Valentim Baptista – 3.56,0m 5.000m – Manuel de Oliveira – 14.46,0m 10.000m – Manuel de Oliveira – 31.00,6m Altura – Júlio Fernandes – 1,80m Disco – Manuel Goulão – 46,98m Martelo – Carlos Sustelo – 54,67m Triplo-Salto – Júlio Fernandes – 14,76m A temporada de 1965 foi mais uma grandiosa na História da modalidade entre os leões, e a conquista do 10º título consecutivo foi apenas o ponto alto dum ano magnífico. Logo a 15 de Fevereiro os sportinguistas venceram pela 8ª vez consecutiva o Corta-Mato dos Dez, com o triunfo individual de Manuel Oliveira, seguido por Armando Aldegalega. Uma semana depois Manuel Oliveira e o Sporting venceram o Regional de Crosse, para depois os mesmos protagonistas alcançarem o triunfo no Nacional da mesma especialidade (pela 19ª vez) que decorreu nos terrenos anexos ao Estádio da Luz num terreno difícil e perante condições meteorológicas muita agrestes. Já na pista, o Sporting venceu o Torneio Primavera com pontuação recorde, a que se seguiu o 6º triunfo consecutivo na tradicional Taça Fernando Amado. No setor feminino desta competição Eulália Mendes bateu o recorde nacional dos 400 metros com 58,5s. A 20 de Junho as leoas sagraram-se Campeãs Regionais com 2 novos recordes...
Entre Maio e Junho de 1912 o Sporting mostrou ao país (mais uma vez) a sua força ao triunfar claramente (pela 2ª vez) nos 3ºs Jogos Olímpicos Nacionais. O próprio Presidente da República esteve presente numa competição dividida por várias jornadas que ganhava cada vez maior protagonismo a nível nacional. A importância do certame também se pôde atestar pela numerosíssima presença de público, sempre muito animado com as incidências das diversas provas. António Stromp (100m e 200m em 25,2s – recorde nacional), Gabriel Ribeiro (110m barreiras em 19,2s – recorde nacional), Matias de Carvalho (1.500m em 4m36s – recorde nacional e Crosse), Gabriel Ribeiro (salto em comprimento com corrida), Fernando Caetano Pereira (lançamento do disco) e António Soares Junior (1.000m em bicicleta) foram os vencedores individuais, duma equipa que, coletivamente, ainda triunfou na prova de estafetas, na Luta de Tracção (o momento da prova, na foto), no Crosse e na Maratona. Um verdadeiro regalo! Mais uma vez, António Stromp (agora com 17 anos) mostrava ser o homem mais rápido do país. Na 1ª corrida de âmbito nacional de Crosse, Matias de Carvalho triunfou, logo seguido de mais 2 sportinguistas – João Aguiar e J. M. Carvalho. Nas bicicletas António Soares Junior dominou como quis, mantendo-se invencível. Aliás, anos atrás, no velódromo de Palhavã, afirmaram-se vários atletas como valorosos corredores de fundo, meio-fundo e velocidade. As suas qualidades aprimoravam-se em competição, mas o velódromo fechou… Entre os sprinters sobressaia um, era Soares Junior. De amador invencivel passou a profissional, para se bater com as estrelas do cimento. Quando o velódromo fechou era Campeão de Portugal nas corridas de velocidade. Os seus...
7 de Maio de 1911. A disciplina desportiva que mais significativos títulos deu ao Sporting nos seus mais de 100 anos de História teve o seu eclodir neste dia, em que se realizou o 1º corta-mato em Portugal. A partida deu-se do campo de futebol do Sporting. A comissão organizadora foi formada por Cândido da Silva, Augusto Sabbo e João Figueiredo. O júri era constituído por José Pontes, César de Mello e Pedro del Negro, e teve como missão deferir ou não, em última instância, as desqualificações impostas pelos fiscais de pista (que fiscalizaram, cada um, uma parte do percurso para constatar que não haveria “batotice”), para alem de fazer a distribuição dos prémios no domingo seguinte ao da corrida. Os concorrentes do Sporting Clube de Portugal (alinhados na foto) a esta prova pioneira foram Matias de Carvalho (1), Joaquim Pires (26), Augusto Barros (40), Amadeu Barros (9), Ricardo del Negro (20) e Álvaro Ferreira (12). Além do Sporting, concorreram ainda as equipas do Império, CIF, Ginásio Clube Português, Sport Lisboa e Benfica, Atheneu Comercial de Lisboa, Sport Grupo Progresso e Escola Académica. No final, a vitória sorriu ao benfiquista (que ficaria tristemente célebre por morrer em pleno esforço na maratona dos Jogos Olímpicos de Estocolmo de 1912) Francisco Lázaro. O melhor sportinguista seria Matias de Carvalho, em 3º lugar. Por equipas venceu o Império, seguido do Sporting e do Benfica. Os prémios dados pela Comissão constaram de uma taça para a equipa classificada com menor número de pontos e objetos de valor artístico para os melhor classificados individualmente. Todos estariam, com certeza, muito longe de perspetivar o futuro explendoroso...
29 de Abril de 1923. Albano Martins, a fazer uma época notável, sagrou-se neste dia Campeão de Portugal de Crosse (pela 1ª vez e 3ª para um sportinguista). Pelo Sporting correram também Cecílio Costa, Tomaz Brandão e David Bernardes. Albano e Cecílio estiveram sempre à cabeça da corrida, doseando o esforço. Na parte final Domingos Jorge (dos Vendedores de Jornais) aproximou-se, mas para o sprint final já só partiram os 2 sportinguistas. A luta foi renhida sendo Albano o mais forte, triunfando por cerca de 6 metros. David Bernardes foi 12º. O regulamento deixava dúvidas, mas por equipas venceram os Vendedores de Jornais, pois em vez de contar (como habitualmente) a classificação dos 3 primeiros de cada equipa, contou a classificação de todos… Para Albano Martins esta magnífica época começara já no 2º crosse organizado pelo jornal “Os Sports”. O atleta sportinguista dominou como quis vencendo com grande àvontade uma prova que teve a partida e a chegada no campo do Sporting. Seguiu-se a prova por equipas em estafeta denominada Volta ao Porto, na qual foi a principal figura da equipa leonina, que triunfou com clareza. Já depois de Albano se ter sagrado Campeão Nacional de Crosse, venceu, no Campeonato Regional de Atletismo, os 400, 1.500 e 3.000 metros, enquanto nos Nacionais contribuiu para o triunfo na estafeta de 4X400 metros. Campeão do clube nos 800, 1.500 e 5.000 metros, Albano Martins seria recordista nacional destas disciplinas (com exceção dos 400 metros) de 1922 a 1925! Como se tudo isto não bastasse, e demonstrando a sua condição de excelente atleta, foi Campeão Regional do sul de Boxe em meios-médios,...
29 de Março de 1981. No Mundial de Crosse Fernando Mamede lutou com a “nata” do Atletismo mundial, incluindo os “diabólicos” etíopes e , como melhor europeu, só perdeu por 4 segundos para o norte-americano Craig Virgin e 2 para o etíope Kechir, derrotando inclusivamente o campeão olímpico de 10.000 metros, Yifter. A prova disputou-se em Madrid e Fernando Mamede (um dos melhores atletas mundiais – de meio fundo e fundo – de todos os tempos e seguramente o melhor, a par de Carlos Lopes, de Portugal) conquistou a sua única medalha em grandes competições. No final afirmou: “Nunca me passou pela cabeça que pudesse ganhar. Aquilo era uma luta doida entre etíopes e americanos e eu sozinho no meio deles… A cerca de duas voltas do fim fui empurrado e pisado, olhei para perna, sangrava, arrepiei-me, mas reagi… Só no final, me apercebi de que era muito profundo o golpe. Antes do pódio passei pelo posto de socorros, suturaram-me com pontos de plástico (!) e deram-me uma injeção contra o tétano, porque tínhamos corrido numa pista de...