Triunfo fulcral no caminho para o título de 1980

9 de Dezembro de 1979. O Sporting seguia, a par do Belenenses, na 4ª posição do Campeonato Nacional com 15 pontos (mas menos um jogo) a 4 do FC Porto e 1 do Benfica. O Sporting-FC Porto em Alvalade era de primordial importância para os leões. A vitória não podia escapar. Numa tarde de chuviscos, relvado molhado e escorregadio, perante grande assistência (cerca de 55.000 pessoas) o Sporting, de Fernando Mendes, apresentou-se com: Fidalgo; Artur, Bastos, Eurico e Barão (Inácio); Fraguito (Marinho), Menezes e Ademar; Manuel Fernandes (cap), Manoel e Jordão. O espetáculo foi interessante porque as equipas expuseram formas de jogar muito antagónicas. Enquanto os portistas funcionaram como uma “máquina”, sempre ao mesmo ritmo mas com funções bem definidas e excelente organização, o Sporting jogou de uma forma mais “humanizada” deixando ao critério do talento dos seus elementos a decisão das jogadas. Talvez à primeira vista o método portista fosse mais eficaz (é dos livros), mas neste caso os leões levaram a melhor porque o “coração” venceu a “razão”. Faltavam 2 minutos para o intervalo quando o Sporting marcou o único golo da partida. Menezes avançou no terreno e abriu na direita em Artur (que se adiantara pelo seu flanco). O defesa-direito centrou muito bem e Jordão, rápido e ágil, voou para a bola, obtendo um belíssimo golo de cabeça. Na 2ª parte os portistas tiveram um domínio consentido pelos leões, mas raramente conseguiram criar perigo até uma jogada a 5 minutos do fim, em que Duda surgiu em excelente posição para marcar mas acabou por cair. Para sempre ficou a dúvida… rasteirado? desequilibrado pelo estado escorregadio do terreno? A verdade...

Triunfo na Europa com duas estreias a marcar

7 de Dezembro de 2012. 282º jogo do Sporting nas Competições Europeias de futebol. Em jogo da 6ª e última jornada da Fase de Grupos da Liga Europa os leões receberam a equipa húngara do Videoton em partida que serviu apenas e só para cumprir calendário… O Sporting fazia a pior época da sua História, e as coisas corriam mal não só a nível interno como na Europa do futebol (nem uma só vitória na Fase de Grupos…). O treinador Frank Vercauteren (que tinha substituído Oceano, que por sua vez já tinha substituído Sá Pinto, e que ainda viria a ser substituído por Jesualdo Ferreira – esteve apenas 11 jogos à frente da equipa) apresentou a seguinte formação: Marcelo Boeck ; Cédric, Boulahrouz, Xandão e Insúa; Rinaudo e Gelson Fernandes; Ricardo Esgaio, Labyad e Diego Capel (Pranjic 85); Viola. Destaque para a estreia oficial do jovem Ricardo Esgaio (que vinha dando boa conta de si na equipa B) numa equipa leonina que podia ter marcado logo no 2º minuto após uma assistência magnífica de Labyad para Viola, que rematou de forma desastrada por cima. Quem esperava um Sporting entusiasmante após esse bom início logo se desiludiu, pois foram os húngaros a mostrar mais capacidade no 1º tempo. Aos 17 e 20 minutos Marcelo Boeck fez duas magníficas defesas. Aos 23 Renato Neto rematou à trave, aos 26 Boulahrouz salvou um golo quase feito oferecendo as costas à bola… Até ao intervalo o Sporting nada mais de significativo conseguiu fazer numa 1ª parte medonha dos leões. Felizmente as coisas mudaram no 2º tempo. A equipa verde e branca surgiu mais...

Vitória de Carlos Fernandes na Taça Portugal, num ano fantástico para o ciclista leonino

6 de Dezembro de 1914. Nesse dia realizou-se a 4ª Taça Portugal em Ciclismo, uma prova de grande prestígio a nível nacional, talvez de todas as organizadas entre nós, na altura, a que maior entusiasmo despertava. O itinerário contemplava o Mercado Geral de Gados (partida), Lumiar, Amadora, Belas, Algueirão, Ericeira, Mafra, Malveira, Venda do Pinheiro, Loures, Lumiar, Campo Grande e Mercado Geral de Gados (chegada). Sporting, Benfica e Lusitano Clube Ciclista foram os emblemas concorrentes, tendo o sportinguista Carlos Fernandes triunfado com grande brilho, totalizando 3h23m. Aliás, nesse ano, Carlos Fernandes impressionou com a quantidade de vitórias obtidas, tornando-se praticamente imbatível a nível nacional. Tudo começou em Junho, na prova de 30km em volta do Campo Grande organizada pela União Velocipédica Portuguesa onde uma enorme multidão aplaudiu frenéticamente os concorrentes. Após a largada João Silva tomou a cabeça da prova, tendo conservado a liderança por uma volta, mas um furo obrigou-o a perder muito tempo. Os restantes concorrentes, mostrando uma boa forma, seguiam em pelotão. À 6ª volta, Carlos Fernandes, devido a um furo no pneumático, teve de trocar de máquina, o que o fez perder 200 metros que recuperou depois numa bela embalagem. Até à 9ª volta, 7 corredores disputavam ardentemente a vitória, mas ao iniciar-se a última, Carlos Fernandes embalou e tomou uns 20 metros de avanço aos restantes concorrentes, que foi aumentando, até chegar à meta com 100 metros de vantagem do 2º classificado. Ao terminar a corrida, Carlos Fernandes foi calorosamente aplaudido e com justiça, pois fez uma magnífica corrida. Joaquim Dias Maia, também do Sporting foi 6º classificado. Com a vitória de Carlos Fernandes...

Solidariedade para com um “oficial” do mesmo “ofício”

5 de Dezembro de 1915. O Sporting defrontou o CIF naquela que seria a sua vitória mais “gorda” da temporada. Esta partida teve a curiosidade de marcar o regresso de 2 dos melhores futebolistas lisboetas, que há algum tempo estavam ausentes por doença – António Stromp e Picão Caldeira (do CIF – que 2 anos mais tarde, curiosamente, viria a jogar no Sporting). O desafio não teve grande interesse face à superioridade do Sporting. No “Sport Lisboa” disse-se que: “Os jogadores do Sporting tomaram uma resolução que achámos altamente cortez e desportiva (…) resolveram não carregar Picão Caldeira (na foto), fraco ainda da recente doença, a fim de não o magoar, ainda que lealmente (…) A determinada altura, num momento em que um jogador do Sporting apontou à rede, Picão defendeu mas não segurou a bola. Os jogadores do Sporting acorreram, mas quando chegaram perto da baliza pararam. Picão viu-se rodeado de jogadores contrários, mas como nenhum carrega, fica sem saber o que se passa e supõe que o juíz parou o jogo. Esta atitude mantém-se até que alguém lhe grita e Picão resolve enviar a bola para meio do campo”. Quanto ao jogo propriamente dito, o jornal “Sport Lisboa” referiu: “Dos avançados do Sporting estiveram em destaque Francisco Stromp e Jaime Gonçalves. António Stromp mostrou-se naturalmente destreinado, Perdigão inoportuno e Armour pouco diligente – como de resto é seu hábito. Artur José Pereira e Jorge Vieira estiveram bem tal como Paiva Simões, que apenas fez uma defesa”. O Sporting ganhou facilmente por...

Excelente triunfo na Luz com Matheus Nunes a “encher o campo”!

3 de Dezembro de 2021. 13ª jornada do Campeonato Nacional. Numa prova super-competitiva entre os 3 grandes, com FC Porto e Sporting empatados na frente e o Benfica a 1 ponto, e já depois de saber da vitória dos portistas em Portimão, o Sporting foi à Luz sem duas das suas principais figuras, verdadeiras “traves mestras” do processo defensivo, Coates (com COVID) e João Palhinha (lesionado). Rúben Amorim apresentou a seguinte equipa: Adán; Neto, Gonçalo Inácio e Feddal (Ricardo Esgaio 55); Pedro Porro, Ugarte (Daniel Bragança (90+3), Matheus Nunes e Matheus Reis; Pote (Nuno Santos 90+3), Paulinho e Sarabia (Tiago Tomás 83). Os leões viram logo nos instantes iniciais 2 jogadores amarelados por Artur Soares Dias (Feddal e Paulinho), mas isso não condicionou a equipa, que começou melhor, mais empreendedora que o adversário. Aos 8 minutos, belíssima jogada sobre a direita com Pote a levantar com toda a intenção para Sarabia que rematou sem deixar a bola cair fazendo um golo de belo efeito – 0-1. O Benfica criou depois uns lampejos, com Adán a mostrar segurança total. Aos 38 minutos Sarabia solicitou Pote que rematou colocadíssimo – Vlachodimos ainda tocou na bola que foi esbarrar no poste! Logo a seguir mais um belo lance de Pote que atirou por cima – com muito perigo. Antes do intervalo mais uma grande jogada leonina com a bola a sobrar para Paulinho que rematou de primeira com o pé esquerdo para o fundo da baliza, mas o VAR anulou o golo por um fora-de-jogo de 60cm. Logo nos primeiros minutos da 2ª parte Feddal ficou em dificuldades e entrou Ricardo Esgaio....

1º jogo oficial de Futebol, frente ao Grupo Sport Lisboa

1 de Dezembro de 1907. Este foi um jogo que iniciou uma rivalidade com mais de 1 século de existência. Era a 1ª partida dos leões no 2º Campeonato de Lisboa, 1º no qual os sportinguistas participaram. Disputou-se na Quinta Nova, em Carcavelos, sob muita tensão devido à polémica que meses atrás causara a mudança de vários jogadores do Grupo Sport Lisboa (futuro Benfica) para o Sporting. A equipa de Belém recorreu a diversos elementos provenientes da 2ª categoria, campeões da época anterior, promovidos à equipa principal. O Sporting jogou com: Emílio de Carvalho; Daniel Queirós dos Santos e José Bello; Albano dos Santos, António Couto e Fritz; António Rosa Rodrigues, Cândido Rosa Rodrigues, James Eagleson, Viegas e Henrique Costa. A equipa sportinguista apresentou 6 jogadores que pouco tempo antes pertenciam ao seu adversário, mais um ex-CIF, José Bello. O jogo começou sob muitos nervos, num clima de conflito e muita rijidez. Dominados pela emotividade, os jogadores não conseguiram explanar um bom futebol, principalmente os do Grupo Sport Lisboa, que acusaram muito o facto de defrontarem ex-colegas, que há bem pouco tempo eram as suas referências no futebol, e com quem haviam aprendido quase tudo o que sabiam. Foi o ambiente gerado em torno deste jogo que “acendeu a chama” da rivalidade que o tempo exponenciaria. O Sporting fez-se valer da superior estatura e condição física dos seus elementos, pois no seu futebol notou-se alguma falta de ligação. Num embate renhidíssimo, os leões marcaram 1 golo na 1ª parte por Cândido Rosa Rodrigues (1º golo em provas oficiais da História do Futebol do Sporting) e depois veio uma chuva torrencial,...

8-2 aos campeões suecos do Norköpping

1 de Dezembro de 1948. Mais uma página gloriosa do futebol sportinguista e lusitano se escreveu. No Estádio Nacional, o Sporting “esmagou” os campeões suecos do Norköpping por 8-2! Os nórdicos vinham de uma digressão a Inglaterra onde mereceram os maiores elogios, mas o Sporting deu uma verdadeira lição de futebol tanto no aspeto técnico como na vertente tática. A equipa: Azevedo; Octávio Barrosa e Juvenal; Canário, Manecas e Mateus; Armando Ferreira, Vasques, Peyroteo, Travassos e Albano. Ribeiro dos Reis escreveu em “A Bola” que “está de parabéns o nosso prezado camarada de redação Cândido de Oliveira. O momento glorioso que o Sporting atravessa constitui um triunfo das suas qualidades pessoais de orientador técnico. Há que conhecer nos mais pequenos pormenores a metodologia do ensino para poder tirar desse ensino o melhor rendimento possível”. Os primeiros 10 minutos ainda mostraram alguma da classe dos suecos, com bom toque de bola, cobrindo-a bem com o corpo, não jogando à toa. Ainda assim, um “tiro” de Travassos ao poste constituiu um aviso para aquilo que se seguiria… Aos 14 minutos, depois dum primoroso trabalho de Armando Ferreira, Albano concluiu um centro do mesmo da direita com um forte remate indefensável. 3 minutos se passaram e começou o “show” da “sociedade Travassos e Peyroteo” (na foto). O possante avançado-centro fez o 2-0 aproveitando uma confusão em frente da baliza. A rapidez do Sporting perturbava os adversários, que não atinavam com as marcações. Aos 23 minutos Travassos fez o 3-0, 6 minutos depois Peyroteo voltou a marcar e aos 31 o mesmo avançado fez o 5-0. Antes do intervalo os suecos estiveram muito perto de reduzir, numa...

O 1º plantel do Futebol sportinguista

Novembro de 1907. Apesar da concorrência quase insuperável do Carcavelos, o Sporting entrou na 1ª prova futebolística oficial da sua História (o Campeonato Regional de Lisboa de 1907/08) com legítimas ambições a uma boa prestação. Na base das ilusões estava um conjunto muito reforçado, formado por alguns dos melhores jogadores lisboetas da altura. Assim, como guarda-redes, os leões contavam com Emílio de Carvalho (nesta altura esta posição no terreno não era considerada importante. Normalmente, quem não tinha “jeito” para jogar à frente era “empurrado” para a baliza…). A defesa tinha Daniel Queirós dos Santos (vindo do Sport Lisboa, que ajudara a fundar – chegaria a presidente do Sporting), António Bentes, George Taylor e José Bello (um homem de grande postura e credibilidade, que à ultima hora trocara o CIF pelos leões). Para o meio-campo o Sporting contava com Albano dos Santos (um ex-Sport Lisboa, muito aguerrido, por vezes até demais!), António Couto (também ex-Sport Lisboa, jogador que fazia duma grande disponibilidade física o seu principal trunfo, e que foi dos melhores futebolistas do seu tempo – para além de artista – co-autor da estátua do Marquês de Pombal, um dos ex-libris lisboetas) e Fritz (ou Júlio Nóbrega de Lima, que era chamado por aquele nome por ter a aparência dum alemão e que praticava várias modalidades). No ataque os leões possuiam mais quatro ex-Sport Lisboa: os irmãos Catatau (António e Cândido Rosa Rodrigues), José da Cruz Viegas e Henrique Costa, para além de Charles Etur (o capitão), James Eagleson, Guilherme Shirley, Carlos Shirley, João Bentes (viria a ganhar grande destaque) e Jacob Eagleson. Com este conjunto de jogadores, o...

Leões à solta no Azerbaijão!

29 de Novembro de 2018. No Azerbaijão (na capital, Baku) o Sporting procurava garantir a passagem aos dezasseis-avos de final da Liga Europa perante o Qarabag. O holandês Marcel Kaiser (aposta forte do novo presidente Frederico Varandas) fazia apenas o 2º jogo como treinador da equipa, que no entanto já apresentava em vários aspetos o “dedo” do novo treinador. A equipa: Renan Ribeiro; Bruno Gaspar (Thierry Correia 73), Coates, André Pinto e Jefferson; Gudelj; Bruno Fernandes e Wendel; Diaby, Bas Dost (Jovane Cabral 71) e Nani (Carlos Mané 79). O Sporting começou bem o jogo e marcou logo aos 5 minutos – Bas Dost rodou dentro da área mas foi derrubado por Rzezniczak. O holandês apontou o penalty com a eficácia habitual. Ainda assim veio o empate logo a seguir, aos 14 minutos – Guerrier surgiu solto no lado esquerdo da área, amorteceu de peito para trás, e apareceu Zoubir a rematar para dentro da baliza! Foi um início frenético de jogo mas as coisas ainda estavam a começar… Aos 20 minutos, contra-ataque rápido dos leões. Bruno Fernandes ganhou espaço à entrada da área, rematou com força e algum efeito – Haldórsson deixou a bola bater no chão e foi traído pela sua trajetória – não ficou muito bem na “fotografia” o guardião islandês. A partida continuava animada – este Sporting dos primeiros tempos de Marcel Kaiser mostrava alegria a jogar um futebol de toada marcadamente ofensiva – lá atrás ainda havia muito a trabalhar… Aos 33 minutos, troca de bola rápida com Wendel a entregar a Nani em zona central, este a passar por vários adversários com dribles...

A 1ª goleada do Futebol leonino em jogos oficiais

29 de Novembro de 1908. Nesse dia o Sporting deslocou-se ao Campo da Feiteira para defrontar o Ajudense, em jogo a contar para a 3ª jornada do Campeonato Regional de Lisboa (o 2º no qual os leões participavam). Nessa altura as equipas de Futebol ainda não tinham propriamente um treinador. No caso do Sporting a orientação da equipa era responsabilidade dum Conselho Técnico formado por Charles Elm, José Bello (capitão), Emílio de Carvalho, Daniel Queiroz dos Santos e José Alvalade. A equipa leonina (que estreara a camisola bipartida – atual “equipamento Stromp” na jornada anterior) tinha nessa época nomes novos onde avultavam o guarda-redes Augusto de Freitas, os irmãos Stromp (Francisco e António) e António das Neves Vital. Nessa partida perante o Ajudense os leões conseguiram a 1ª goleada da sua História em jogos oficiais, ao triunfarem por 6-0. O mais curioso no meio disto tudo é que o goleador da partida (Emílio de Carvalho – 3 golos) era o guarda-redes da equipa na temporada anterior (!), mas com a chegada do novo recruta para a baliza derivou para o centro do ataque. Fritz, António Rosa Rodrigues e um jogador local na própria baliza fizeram os golos restantes dum jogo que ficou para a História! Foto (arquivo): Emílio de...
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