Serra e Moura

Francisco José de Serra Moura foi um grande desportista desde tenra idade. Começou por se notabilizar no Atletismo do Sporting – como saltador em comprimento (sem nunca, no entanto, conseguir resultados verdadeiramente notáveis), mas depressa saltou para a equipa de futebol.

Estreou-se oficialmente no mesmo dia de José Manuel Martins (outra “estrela” do seu tempo) – a 2 de Novembro de 1924 no Campo Grande frente ao Belenenses (2-3) para o Campeonato Regional (não jogaria mais nessa época) – competição que os leões viriam a vencer.

Na temporada seguinte sim, apareceu “a sério”, realizando todos os jogos da equipa (14) com a camisola 8 (interior-direito). Fez o primeiro dos 5 golos da temporada a 15 de Novembro de 1925, também no Campo Grande, perante o Carcavelinhos (5-2).

A partir de 1926/27 foi adaptado (por Augusto Saboo) a médio-centro, correspondendo com grande classe, e nunca mais de lá saiu.

O seu carisma irradiou e fizeram-no “capitão” da equipa de futebol a partir de 1927/28, posto em que alternava com Jorge Vieira. Nesse ano conquistou o seu 2º título regional numa altura em que era absolutamente imprescindível na equipa. De referir que, no jogo decisivo para o Regional perante o Benfica (3-0), foi ele que orientou a equipa por desinteligências entre a direção e o treinador Filipe dos Santos.

Cada vez mais notado pelas suas excelentes capacidades futebolísticas e humanas, chegou sem surpresa a internacional numa partida contra a Checoslováquia, no Lumiar, a 12 de Janeiro de 1930. Portugal ganhou por 1-0, com golo de Pepe (outro homem de destino aziago) sendo de imediato escolhido também para “capitão” da Seleção.

A 2 de Maio do mesmo ano jogou pela última vez oficialmente de verde e branco, numa derrota por 4-3 com o Vitória de Setúbal para o Campeonato de Portugal. O último golo marcara-o a 16 de Março num triunfo por 8-1 frente ao Chelas.
Ainda seria convocado para o Portugal-Espanha disputado a 30 de Novembro de 1930 no Porto, mas já não responderia à chamada. Sofrera pouco antes uma fortíssima infeção numa perna. Os antibióticos não a conseguiram vencer e, atacado de septicemia, morreria algumas semanas mais tarde.

Assim, jogou um total de 6 temporadas no Sporting – de 1924/25 a 1929/30. Marcou 8 golos. Conquistou 2 Campeonatos Regionais. Foi 3 vezes internacional por Portugal.

Ficou na memória como um dos grandes futebolistas do Sporting dos anos 20, e, mais do que isso, um enorme desportista e um homem respeitado por todos.

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