Nasceu a 17 de Junho de 1906 em Lisboa. Com pai português e mãe espanhola, iniciou-se na prática desportiva com 15 anos na ginástica sueca, no Ginásio Clube Português. Aos 16 anos entrou numa prova da milha inter-sócios do seu clube, mas ainda muito “verde” na Natação, demorou cerca de uma hora a terminar a prova. Os dirigentes do clube não ficaram satisfeitos com a sua prestação e recusaram-lhe a inscrição na Travessia do Tejo. Ofendida, decidiu mudar de clube, para o Sport Algés e Dafundo, clube onde permaneceu 3 anos. Com uma sensibilidade muito delicada, abandonou depois este clube devido ao fato de alguns dos colegas não terem marcado presença num jogo de Polo Aquático, e para não pactuar com um ato de indisciplina.

Em Setembro de 1925 assinou “ficha” pelo Sporting (passando a treinar-se na Doca de Alcântara), depois de ter efetuado a prestigiada Travessia do Tejo onde obtivera um honrosíssimo 7º lugar (1º entre as mulheres). Pouco depois, na Travessia do Porto, no rio Douro, Estela foi 2ª entre meia centena de concorrentes! As glórias ao serviço dos leões ainda estavam por vir mas os primeiros sinais estavam dados.

Em Outubro de 1926 tornou-se a 1ª mulher Campeã Nacional pelo Sporting ao triunfar nos 100 metros livres e 200 bruços dos Nacionais de Natação. No mês seguinte levou a melhor dos 50 metros livres do prestigiado Festival do Estoril.

Nesse mesmo ano, uma história curiosa contada por ela própria ao jornal “Eco dos Sports” acerca da travessia do Douro, no Porto: “Seguia à frente, com o Cortez, ambos em luta pelo 1º lugar. A certa altura, olho em redor de mim e não o vejo. Calculei que estivesse fora de combate e se tivesse deixado atrasar. E ia já de antemão contando com o 1º lugar quando, ao chegar à meta, encaro com ele. Fiquei desolada. Fora o caso que ele se afastara de mim em busca de melhores águas e conseguindo encontrá-las fácil lhe foi vencer-me. Os barqueiros e outros marítimos que acompanhavam a prova queriam a todo o transe que eu ganhasse. Para isso não cessavam de me entusiasmar com toda a animação.Chegou a tal ponto o entusiasmo entre eles que chegaram a puxar de facas uns para os outros, para aqueles que não estavam a meu favor…”.

No ano seguinte (1927) brilhou nos Regionais ao vencer os 100 metros costas e livres e os 200 bruços. Com o símbolo do Sporting foi nadando e ganhando nos anos seguintes. Muitos criticavam-na por ser uma mulher com tal destaque no desporto. Era muitas vezes mal vista à época, e ela própria dizia: “Criticam-me por tudo e por nada, já estou habituada”.

Para além de Natação foi praticante de muito bom nível de Esgrima, Ténis e Remo.

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