24 de Agosto de 1941. Nesse dia terminou (no Porto) a Volta a Portugal em bicicleta, coroando o sportinguista Francisco Inácio como brilhante vencedor e o coletivo leonino com o melhor em compita.
Inácio tinha pouco mais de 1 ano como ciclista independente, era muito robusto, nenhum outro corredor dava tanta impressão de força e poder. Lutador, com brio, tenacidade e coragem, assumia-se como um dos melhores ciclistas portugueses de todos os tempos.
No 4º dia da corrida conquistou a camisola amarela ao seu colega de equipa Faísca num contra-relógio de Santiago do Cacém para Ferreira do Alentejo e nunca mais a despiu. Suportou depois os ataques impetuosos de Faísca. Sem ser brilhante foi prático: “Era o meu maior desejo vencer esta prova. Preparei-me com afinco e entusiasmo e fiz o que me era possível para chegar ao Porto como vencedor. Aproveitei o contra-relógio para atacar (foi fantástico), a sorte favoreceu-me”.
Segundo o jornal “Os Sports”: “Inácio até parecia outro, estava diferente. O rapaz calado e concentrado estava agora com o rosto iluminado e o seu sorriso abria-se como nunca”: “O Faísca não me deu um momento de repouso. Os seus golpes foram os mais difíceis de suportar e confesso que enquanto não saímos da montanha não descansei”.
Com a média de 31,082km/h, Inácio bateu o recorde da prova. Faísca foi 4º, João Lourenço 5º (venceu 10 das 24 etapas disputadas batendo um recorde que perdura) e António Duarte 10º. Coletivamente os leões também triunfaram.
Não poderá ficar sem menção o facto de, nesse ano de 1941, o Sporting ter ganho individual e coletivamente todas as provas velocipédicas em que participou!
Para além da Volta a Portugal, Francisco Inácio venceu o Distrital de Crosse Ciclo-Pedestre, os 100km (contra-relógio) da UVP, o Campeonato Nacional de fundo, o Circuito da Foz do Douro, o “Porto-Lisboa”, o “Lisboa-Ericeira”, a 1ª Subida do Vale de Stº António e o Circuito da Mealhada. Luís Longo triunfou nos 50km da UVP e no Distrital de fundo. João Lourenço venceu os 100km da UVP e o 2º Circuito da Bairrada, enquanto José Albuquerque (Faisca) foi o melhor no Grande Prémio da Anadia.