Daniel Augusto Queiroz dos Santos nasceu a 15 de Julho de 1879. Foi educado na Real Casa Pia de Lisboa, onde adquiriu a paixão pelo desporto, tendo começado a jogar futebol em 1894.

Mais tarde passou pelo Grupo Sport Lisboa (que mais tarde viria a resultar no Benfica), que por alturas de 1907 não conseguia resolver o incómodo problema de falta de campo próprio. Os jogadores, quase todos de nível e estatuto social elevados, fartaram-se da instabilidade e decidiram abandonar o clube. Em Maio de 1907, numa Assembleia Geral, vários dos melhores jogadores foram autorizados a transferirem-se para o “abastado” Sporting Clube de Portugal, fundado 1 ano antes. A lista dos dissidentes incluía Daniel Queiroz dos Santos.

Estreou-se oficialmente no 1º jogo “a sério” da História do Sporting (como defesa-direito), frente ao Grupo Sport Lisboa (a 1 de Dezembro de 1907), para a 1ª jornada do Campeonato Regional, que os leões venceram por 2-1. Depois ainda jogou algumas vezes nessa temporada e na seguinte, sem conseguir títulos (os leões ainda davam os primeiros passos em competição). Desde logo foi visto como um líder, e por isso rapidamente se tornou capitão-geral da equipa, para além de membro do Conselho Técnico e instrutor do futebol leonino.

Desportista multifacetado, fez parte da 1ª equipa de Criquete do Sporting, que defrontou a do CIF a 24 de Maio de 1908.

A partir de 1910 fez também parte das equipas do Sporting de Luta de Tração que dominaram inapelavelmente o panorama nacional durante vários anos. Nesse mesmo ano (a 23 de Setembro) foi um dos fundadores da Associação de Futebol de Lisboa).

No ano seguinte fundou (a 11 de Fevereiro) o “Jornal de Sports” onde se destacava pela contundência dos seus textos.

Em 1912 surgiu pela 1ª vez em cargos diretivos no Sporting, como vice-presidente de Caetano Pereira. Em Novembro de 1914 chegou a Presidente e por lá se manteve até Abril de 1918. Com ele o futebol do Sporting conseguiu os seus primeiros grandes títulos – Jogos Olímpicos Nacionais em 1914 e Campeonato Regional de Lisboa em 1915.

Em 1916 foi considerado “sócio benemérito” do clube e foi com ele que, a 1 de Abril de 1917, os leões inauguraram as suas novas instalações no Campo Grande.

Entre Junho de 1918 e Novembro de 1920 e depois em 1920 e entre Março e Julho de 1927 foi Presidente da Mesa da Assembleia Geral do clube. Curiosamente, em 1920, foi o 1º Vice-Presidente eleito da Assembleia-Geral do Casa Pia AC.

Em 1922 integrou o Agrupamento Leonino (uma espécie de órgão consultivo constituído por sócios ilustres do clube). Foi também árbitro, Contabilista e Guarda-Livros da Sociedade Nacional de Fósforos.

Morreu a 12 de Agosto de 1948, e na ocasião dele escreveu o Jornal do Sporting: “Possuidor de primorosos dotes de caráter e inteligência, depressa conquistou a consideração e amizade dos seus consócios que numa das primeiras assembleias o quiseram distinguir concedendo-lhe o nº 1 na lista dos associados, primazia que numa atitude elegante transferiu para António Couto, pelo que ficou sendo o nº 2, que ainda o era à data do seu falecimento, embora pelo falecimento do arquiteto Couto, há dois anos, fosse hoje o primeiro da longa escala. Ocupou lugares nos corpos gerentes do clube, chegando a Presidente, onde marcou posição brilhante pelo seu aprumo moral, fino trato, argúcia e inteligência. Foi na sua ação diretiva que o Sporting encontrou um dos seus principais pilares para ser um clube imortal”.

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