Mário Alberto Freire Moniz Pereira, o “senhor Atletismo”, nasceu a 11 de Fevereiro de 1921 em Lisboa. Esta é uma pequena resenha da História daquele que constitui uma das figuras cimeiras da vida do Sporting.
Em 1938 já jogava Ténis de Mesa pelo clube, e pela mesma altura começou a praticar Atletismo, destacando-se no comprimento e no triplo-salto. No Voleibol também se distinguiu, foi capitão de equipa e depois treinador nas equipas masculina e feminina. Conquistou vários campeonatos de Lisboa e de Portugal e foi chamado várias vezes à selecção de Lisboa. Recorda o tempo em que uma equipa do Sporting esteve 2 anos sem perder, acumulando 36 vitórias consecutivas. Nessa modalidade era o capitão da turma leonina quando ela conquistou o seu 1º título nacional, em 1954. Em 56 repetiu o feito, como jogador-treinador.
Licenciado em Educação Física pelo Instituto Nacional de Educação Física de Lisboa, foi lá professor durante 27 anos. Como técnico de Atletismo esteve presente em 11 Jogos Olímpicos, 13 Campeonatos da Europa e 21 Campeonatos do Mundo de Crosse. A sua versatilidade chegou para até no Futebol se impôr, pois foi o preparador físico da equipa campeã nacional de 1970.
De 1976 a 1983 foi director do Estádio Nacional e em 1982 presidiu à Comissão de Apoio à Alta Competição. Foi director técnico da Federação Portuguesa de Atletismo, Seleccionador Nacional de Atletismo e de Voleibol, Presidente da Comissão Central de Árbitros de Voleibol e Árbitro Internacional no Campeonato do Mundo de Paris, em 1956. É sócio honorário da Associação Internacional de Treinadores de Atletismo.
Treinou e “fez” grande parte dos melhores atletas portugueses que levaram a bandeira nacional a subir nas mais diversas competições internacionais.
Foi distinguido com a Medalha de Mérito Desportivo em 1976 e 1984, condecorado com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique (1980) e com a Comenda da Ordem de Instrução Pública (1984). Foi Galardoado com a Medalha de Mérito em Ouro (1985), foi nomeado Conselheiro da Universidade Técnica de Lisboa (1985), galardoado com a Ordem Olímpica (1988) e foi condecorado com o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (1991).
A 30 de Outubro de 2000 foi-lhe atribuído o Leão de Ouro com Palma, o mais alto galardão sportinguista. Em 2001 recebeu o Emblema de Ouro da Associação Europeia de Atletismo, a mais alta condecoração individual na modalidade.
A pista de Atletismo do Estádio José Alvalade (entretanto desaparecida) recebeu o seu nome, em homenagem ao homem que mais contribuiu para o desenvolvimento da modalidade no clube, de tal forma que a disciplina olímpica por excelência é o maior baluarte de conquistas para o clube leonino, onde se contam 15 títulos europeus (14 de Crosse e 1 de pista) e incontáveis títulos nacionais. A nova pista nascida em Lisboa tem também o seu nome.
Foi autor dos livros “Manual de Atletismo do Conselho Providencial de Educação Física de Angola” (1961) e “Carlos Lopes e a Escola Portuguesa do Meio-Fundo” (1980) e compositor de 114 temas musicais registados na Sociedade Portuguesa de Autores.
Morreu a 31 de Julho de 2016 com 95 anos.