9 de Dezembro de 1979. O Sporting seguia, a par do Belenenses, na 4ª posição do Campeonato Nacional com 15 pontos (mas menos um jogo) a 4 do FC Porto e 1 do Benfica. O Sporting-FC Porto em Alvalade era de primordial importância para os leões. A vitória não podia escapar.

Numa tarde de chuviscos, relvado molhado e escorregadio, perante grande assistência (cerca de 55.000 pessoas) o Sporting, de Fernando Mendes, apresentou-se com: Fidalgo; Artur, Bastos, Eurico e Barão (Inácio); Fraguito (Marinho), Menezes e Ademar; Manuel Fernandes (cap), Manoel e Jordão.

O espetáculo foi interessante porque as equipas expuseram formas de jogar muito antagónicas. Enquanto os portistas funcionaram como uma “máquina”, sempre ao mesmo ritmo mas com funções bem definidas e excelente organização, o Sporting jogou de uma forma mais “humanizada” deixando ao critério do talento dos seus elementos a decisão das jogadas. Talvez à primeira vista o método portista fosse mais eficaz (é dos livros), mas neste caso os leões levaram a melhor porque o “coração” venceu a “razão”.

Faltavam 2 minutos para o intervalo quando o Sporting marcou o único golo da partida. Menezes avançou no terreno e abriu na direita em Artur (que se adiantara pelo seu flanco). O defesa-direito centrou muito bem e Jordão, rápido e ágil, voou para a bola, obtendo um belíssimo golo de cabeça.

Na 2ª parte os portistas tiveram um domínio consentido pelos leões, mas raramente conseguiram criar perigo até uma jogada a 5 minutos do fim, em que Duda surgiu em excelente posição para marcar mas acabou por cair. Para sempre ficou a dúvida… rasteirado? desequilibrado pelo estado escorregadio do terreno? A verdade é que o portista estava num cacho de jogadores e qualquer das duas versões pode ter acontecido. Os nortenhos, sobretudo pela boca de José Maria Pedroto (o seu treinador), não calaram a revolta, afirmando que o árbitro influenciara o resultado da partida. Pelos sportinguistas, Fernando Mendes afirmou que: “Apesar do jogo não ter sido famoso houve um aspeto muito agradável, a competitividade. Houve sempre algum perigo criado pelas duas equipas, mas o Sporting construiu as melhores situações. Na 2ª parte o FC Porto fez o que lhe competia, mas o seu domínio foi mais consentido que alcançado. Jogaram sempre no meio-campo, sem criar perigo. Vencemos com inteira justiça”.

As principais figuras dos leões nesta partida foram os seus defesas e ainda a dupla habitual da frente (que formava com Manoel um trio excitante). Artur (sobretudo este), Bastos e Eurico demonstraram grande humildade e espírito de sacrifício. Manuel Fernandes (a segurar a bola no meio-campo) e Jordão (a marcar e criar boas oportunidades para os seus companheiros) também se destacaram, num conjunto consistente que obteve aqui uma vitória de primordial importância para o desenrolar do Campeonato Nacional (que viria a vencer).

foto – Jordão a festejar o golo da vitória

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