13 de Novembro de 1963. Atualmente continuam a constituir recordes das competições europeias – não só os 15 golos de diferença como os 16 marcados e os 6 tentos de Mascarenhas!
A diferença entre o futebol português e o cipriota não era assim tão grande, mas os leões estiveram, de facto, numa noite de inspiração extra, para os oitavos-de-final da Taça das Taças. Curioso o facto de a equipa do Chipre ter acedido a fazer ambas as partidas em Lisboa, desde que o Sporting lhes pagasse a viagem. Assim foi.
Na 1ª partida, sob o comando de Gentil Cardoso, o Sporting alinhou com: Carvalho; Lino e Pedro Gomes; Péridis, Alfredo e Mendes; Figueiredo, Ferreira Pinto, Mascarenhas (cap), Augusto e Louro.
A história do jogo resume-se praticamente à história dos golos. Aos 5 minutos o 1-0. Figueiredo desceu pela direita até à linha de cabeceira e centrou para a cabeça de Mascarenhas. 2 minutos depois, uma excelente combinação pelo centro do terreno terminou num remate de Ferreira Pinto, com o pé direito, fazendo o 2-0. No fim da primeira vintena de minutos surgiu o 3-0. Figueiredo assistiu Ferreira Pinto que rematou à trave. Na recarga, à boca da baliza, Mascarenhas não falhou. Aos 24 minutos o Apoel teve o seu momento de glória. Pedro Gomes hesitou e Andreou marcou… 3 minutos mais tarde Mascarenhas fez o 4-1 a centro de Figueiredo, e mais uma vez com o guardião cipriota “colado” ao solo! Aos 35 minutos Lino aumentou a vantagem após um centro de Louro e “amortee” de Figueiredo. 1 minuto mais tarde aconteceu o último golo da 1ª parte, por Louro, de pé esquerdo, concluindo assistência de Ferreira Pinto.
Para o 2º tempo o Sporting entrou cheio de vontade de fazer História. Assim, logo aos 48 minutos, Péridis fez 7-1 num remate de longe, forte e a meia altura. 9 minutos se passaram e Mascarenhas voltou a facturar após uma insistência e belo cruzamento de Péridis. No minuto seguinte surgiu o 9-1, por Augusto, que após assistência “com açúcar” de Mascarenhas, driblou um adversário e o guarda-redes para marcar à vontade. Aos 65 minutos o Sporting chegou à dezena de golos! Louro galgou pela esquerda e deu a Ferreira Pinto a hipótese de bisar. Um par de minutos depois foi Figueiredo a recargar com êxito, para o mesmo jogador apontar um tento sensacional aos 72 minutos (talvez o melhor da sua carreira) concluindo todo no ar, em posição acrobática, um centro de Louro. Aos 76 minutos o Sporting fez 13-1. De novo Figueiredo foi o autor, de cabeça, concluindo uma combinação entre Louro e Mascarenhas. O Sporting chegou a 14-1 aos 81 minutos por Augusto a centro de Figueiredo. 3 minutos depois Mascarenhas fez 15-1, de novo a centro de Figueiredo. Para fechar o “massacre”, a passe de Péridis, Mascarenhas fez 16-1 as 88 minutos, completando 6 golos na partida.
Mascarenhas, capitão da equipa e recordista de golos, afirmou no final que “O Sporting de hoje foi muito diferente do do Barreiro (derrota frente à CUF, 3 dias antes, por 4-0!). Diferente em todos os capítulos. Houve agora ligação entre todos os setores e tal facto contribuiu para a goleada”.
Na 2ª mão, e num contexto completamente diferente, o Sporting voltou a triunfar, mas agora por um escasso 2-0.
Foto: A equipa que alinhou nessa noite memorável. Da esquerda para a direita e de cima para baixo: Mendes, Péridis, Pedro Gomes, Lino, Alfredo e Carvalho; Figueiredo, Ferreira Pinto, Mascarenhas, Augusto e Louro.