9 de Abril de 1988. Num percurso muito abaixo do exigível no Campeonato Nacional o Sporting conseguiu finalmente dar uma alegria de monta aos seus adeptos na receção ao” já mais” que campeão e até aí invicto FC Porto.
O Sporting lutava por um lugar europeu e pela honra numa altura em que a equipa já era treinada por António Morais após o “flop” Burkinshaw. Em Alvalade, com uma assistência numerosa, numa noite fria, os leões alinharam com: Damas; João Luiz, Duílio, Morato e Fernando Mendes; Oceano (cap); Litos, Tony Sealy, Mário Jorge e Lima (Venâncio); Paulinho Cascavel.
O Sporting teve uma enorme virtude neste encontro – a rapidez do seu futebol. Jogando sempre em grande velocidade os leões obrigaram o FC Porto a manter-se quase sempre no seu meio-campo. Sem ter sido um grande 1º tempo pertenceram ao Sporting as melhores jogadas e as poucas oportunidades de golo. O FC Porto jogou “do alto do seu pedestal”, deixando (ou sendo obrigado a deixar) o Sporting fazer as despesas do jogo.
Os leões inauguraram o marcador no 1º minuto da 2ª parte. Lima conseguiu esgueirar-se pelo seu flanco (esquerdo), foi à linha e cruzou bem para Paulinho Cascavel, que com um remate potente e muito bem colocado ao ângulo superior esquerdo da baliza do polaco Mlynarczyk obteve um excelente golo. 6 minutos depois houve grandes dúvidas na área leonina, com um presumível derrube a Rui Barros, numa das raras escapadelas dos nortenhos para o ataque.
Faltavam 16 minutos para jogar quando Mário Jorge marcou um pontapé de canto muito chegado à baliza portista – a bola tocou no peito de Mlynarczyk e entrou na baliza, era o 2-0. Por algum tempo pairou no Estádio a hipótese de o Sporting poder obter uma vitória “gorda”, mas Alvalade ainda estremeceu quando, no minuto seguinte, Jorge Plácido (que ganhou posição depois dum falhanço inacreditável da defesa leonina) rematou muito bem fora do alcance de Damas, reduzindo a diferença.
Lima foi a grande surpresa do jogo, sendo mesmo considerado por muitos o melhor homem em campo, mas toda a equipa sportinguista esteve num bom plano, com destaque ainda para João Luís, Morato, Oceano, Tony Sealy e Paulinho Cascavel.
António Morais não estava a ter vida fácil como treinador do Sporting, mas desta vez ficou com um sorriso nos lábios: “Estamos satisfeitos sem estar eufóricos. Foi um grande jogo de duas belas equipas. Os meus jogadores mostraram aquilo que sabem e conseguimos quebrar a invencibilidade do FC Porto, o que constituía mais um fator de motivação. A nossa massa associativa bem mereceu esta alegria”.