Patrícia Mbengani Bravo Mamona nasceu a 21 de Novembro de 1988 em São Jorge de Arroios – Lisboa.
Muito cedo (desde os 12 anos) se destacou como atleta, na Juventude Operária do Monte Abraão (JOMA) onde conquistou muitos títulos nacionais e bateu inúmeros recordes!
Em 2008 ingressou na Universidade Clemson no estado americano da Carolina do Sul, para tirar o curso de engenharia biomédica, passando a competir no circuito universitário americano, ao mesmo tempo que continuava a vir a Portugal para participar nas principais provas.
Em Julho de 2009 durante o Meeting de Salamanca, bateu pela 1ª vez o Recorde Nacional absoluto do Triplo Salto, com a marca de 13m83cm, superando em 6 centímetros o anterior máximo que pertencia a Susana Costa, para poucos dias depois, obter o 5º lugar nos Campeonatos Europeus de sub-23, que se disputaram em Kaunas na Lituânia.
Ainda como atleta do JOMA, foi Tricampeã de Portugal no Triplo Salto entre 2008 e 2010, abrindo este ultimo ano com um salto a 13m85cm, que era simultâneamente Recorde Nacional em pista coberta e absoluto, uma marca que foi obtida durante os NCAA Indoor Track & Field Championships, que se disputaram em Fayeteville nos Estados Unidos.
Ainda em 2010, Patrícia Mamona viria a melhorar mais 3 vezes o Recorde Nacional do Triplo Salto, tornando-se na 1ª portuguesa a ultrapassar a barreira dos 14 metros, nessa altura apenas por 1 centímetro, durante a fase final dos NCAA, a competição universitária de maior destaque nos Estados Unidos da América, que ganhou superando algumas das melhores atletas norte-americanas.
Nos Campeonatos da Europa (Barcelona) saltou 14m12cm durante as qualificações, batendo assim novamente o Recorde Nacional e garantindo um lugar na Final da competição, onde foi 8ª classificada com 14m07cm.
No final de 2010 Patrícia Mamona transferiu-se para o Sporting CP, e logo na sua 1ª época (2011), estabeleceu um novo Recorde Nacional do Triplo Salto com a magnifica marca de 14m42cm, obtida nos Campeonatos de Portugal, onde foi novamente Campeã, feito que repetiu nas 7 épocas seguintes, chegando assim aos 10 títulos consecutivos, aos quais somou outros 6 obtidos na pista coberta, entre 2012 e 2017.
Em 2011 conquistou a Medalha de Prata no Triplo Salto das Universíadas, que se disputaram em Shenzhen na China.
Em 2012 começou por melhorar o seu Recorde Nacional do Triplo Salto em pista coberta, fixando-o em 13m94cm, mas o grande momento estava guardado para o dia 29 de Junho de 2012, quando conquistou a Medalha de Prata no Triplo Salto dos Campeonatos da Europa de Atletismo, que se disputaram em Helsínquia na Finlândia, numa prova onde estabeleceu um novo Recorde Nacional, com a marca de 14m52cm.
No dia 1 de Março de 2013 Patrícia Mamona bateu o Recorde Nacional do Triplo Salto em pista coberta, com a marca de 13m99cm, conseguida durante a fase qualificação do Europeu de Pista Coberta, que se disputou em Gotemburgo na Suécia, onde acabou no 8º lugar, com um salto de 13m72cm.
A 23 de Fevereiro de 2014, no decorrer do Campeonato Nacional de Pista Coberta, Patrícia Mamona bateu por duas vezes o seu Recorde Nacional do Triplo Salto, nesta variante do Atletismo, primeiro com um salto de 14m01cm (tornando-se assim na primeira portuguesa a ultrapassar a barreira dos 14 metros em pista coberta) e depois melhorando para 14m36cm, que era a 3ª melhor marca mundial do ano.
Ainda nesse ano fez parte da equipa do Sporting que conseguiu o histórico 2º lugar na Taça dos Campeões Europeus de Atletismo em 2014, vencendo o Triplo Salto.
Em 2015 foi 5ª classificada no Europeu de Pista Coberta que se disputou em Praga, ficando muito perto das medalhas e a apenas 4 centímetros do seu Recorde Nacional, ao saltar a 14m32cm.
Fez parte a equipa leonina Campeã Europeia em 2016, contibuindo com uma vitória no Triplo Salto.
No dia 10 de Julho de 2016 conquistou a Medalha de Ouro nos Campeonatos da Europa de Atletismo disputados em Amesterdão, fixando um novo Recorde Nacional do Triplo Salto, com a marca de 14m58cm.
A 14 de Agosto de 2016 nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Patrícia Mamona estabeleceu um novo máximo nacional com 14m65cm, marca que lhe deu o 6º lugar final no Triplo Salto, a apenas 9cm do pódio.
Iniciou 2017 num grande momento de forma, realizando 4 concursos consecutivos sempre acima dos 14 metros, um dos quais lhe valeu o seu 6º título de Campeã de Portugal no Triplo Salto em pista coberta, com um novo recorde dos campeonatos (14m05cm).
No dia 4 de Março de 2017 conquistou a Medalha de Prata no Triplo Salto no Campeonato da Europa de Atletismo de Pista Coberta, que decorreu em Belgrado na Sérvia. A atleta leonina saltou 14m32cm, então o seu melhor registo da época, e ficou a apenas 5cm da nova campeã, a alemã Kristin Gierisch.
Fez parte da equipa novamente Campeã Europeia, em 2018, contribuindo novamente com uma vitória no Triplo Salto.
Ainda em 2018 esteve presente nos Europeus de Berlim, onde não conseguiu chegar à Final pois vinha de uma paragem motivada por uma lesão que também a impediu de ser mais uma vez Campeã de Portugal, título que recuperou em 2019.
No dia 2 de Fevereiro de 2019 igualou o Recorde Nacional do Triplo Salto em pista coberta no Meeting de Karlsruhe e poucos dias depois em Madrid confirmou o grande momento de forma que atravessava com um concurso brilhante, com saltos a 14m11cm, 14m31cm, 14m38cm que já era novo Recorde Nacional, marca que logo a seguir melhorou para 14m44cm.
Iniciou 2020 novamente em excelente forma vencendo o Meeting de L’Eure de pista coberta, em França, obtendo a 2ª melhor marca mundial do ano com a marca de 14m33cm. Poucos dias depois fez 14m28cm no Meeting de Madrid e logo a seguir foi Campeã de Portugal no Triplo Salto em pista coberta pela 7ª vez, com o magnifico registo de 14m31cm, para no Verão obter o seu 12º título ao ar livre com a marca de 14m26cm.
Em Fevereiro 2021 foi Campeã de Portugal no Triplo Salto em pista coberta pela 8ª vez. No mês seguinte conquistou a Medalha de Ouro no Triplo Salto dos Europeus de Pista Coberta, fixando o Recorde Nacional desta variante em 14m53cm. Seguiu-se mais um título de Campeã de Portugal (13º) com um salto de 14m75cm que seria Recorde Nacional se o vento não fosse irregular, mas poucos dias depois na Diamond League, confirmou a sua grande forma estabelecendo um novo máximo nacional com 14m66cm.
Chegou aos Jogos Olímpicos de Tóquio que se disputaram em 2021 devido à pandemia covid 19, com 32 anos de idade e na sua melhor forma de sempre, começando por garantir nas qualificações um lugar na Final, com apenas um salto de 14m54cm. Dois dias depois a 1 de Agosto de 2021, Patrícia Mamona realizou um concurso excecional e logo no seu 1º salto estabeleceu um novo Recorde Nacional com o registo de 14m91cm, que a colocava em 2º lugar apenas atrás da magnifica atleta Yulimar Rojas que abrira a prova com 15m41cm. Depois ainda saltou a 15m01cm, entrando no restrito grupo de atletas que saltaram acima dos 15 metros, garantindo assim a Medalha de Prata, num histórico concurso onde ainda saltou a 14m66cm, um registo que igualava o seu anterior recorde e a 14m97cm, mesmo antes da gigante venezuelana ter batido o Recorde Mundial do Triplo Salto, com a sensacional marca de 15m67cm .
Em 2022 e 2023 foi Campeã de Portugal no Triplo Salto em pista coberta, atingindo os 10 títulos conquistados nesta variante.
Em 2023 conquistou a Medalha de Bronze no concurso do Triplo Salto dos Europeus de pista coberta, disputados na Turquia.
Foi distinguida com o Prémio Stromp na categoria Atleta em 2012, 2016 e 2021 e em 2017 na categoria Europeu.
Em 2017 recebeu o prémio Leões Honoris Sporting na categoria Atleta Feminina do Ano.
Falando de si própria numa entrevista ao Jornal Sporting em 2020: “Sou superdescontraída, bastante trabalhadora e lutadora. Por ser assim, até há quem ache que sou arrogante porque, por exemplo nos treinos, estou sempre muito focada, mas quando falo ficam surpreendidos… acham-me simpática e bastante extrovertida (…) Gosto muito de ver séries e anime [animação japonesa], dormir, falar com a minha família, brincar com o meu gato, fazer desafios matemáticos – sempre gostei e até fui às olimpíadas quando era nova –, passear, ir às compras, maquilhar-me e experimentar os produtos que a minha irmã me envia, que é editora de beleza de um jornal em Inglaterra (88.) O café é um vício desde que me lembro. Recordo-me de uma vez que competi sem beber e senti-me estranha e a prova não correu bem. Desde esse dia que levo sempre café comigo e tenho de beber antes de uma competição (…) sinto que quando estou com meias brancas a prova me corre melhor. As meias brancas funcionam como um amuleto (…) O peso é essencial no triplo salto, é importante que sejamos leves e eu tenho muito peso para a minha estatura, porque ganho muito músculo. Por isso, só seguindo a dieta à risca é que consigo ser leve. Mas, na pré-época, posso comer mais doces – ai o pastel de nata… – e uma vez por semana posso prevaricar sem abusar (…) bacalhau é o prato português que eu gosto mais. Uma vez que a minha família está no estrangeiro, não como muamba há muito tempo, mas também gosto de comer porque é uma forma de viver a cultura dos meus pais, que também é minha (…) Se não tivesse ido para os EUA, se calhar, não seria a atleta que sou hoje. Provavelmente não estaria a treinar a tempo inteiro e não teria sido Campeã da Europa (…) sempre tive um dote natural para as ciências e, confesso, os meus pais também me incentivaram a ir para Medicina. E, sinceramente, foi a melhor decisão e a razão para ter ido para os EUA. Ganhei uma bolsa e consegui conciliar o curso com o Atletismo. Antes disso ainda fiz um ano de Medicina em Portugal, mas não foi nada fácil de conciliar com a vida de atleta. As ciências sempre me interessaram e escolhi Engenharia Biomédica porque envolve a parte humana e a tecnologia, que é algo que me agrada. Ainda assim, depois de acabar o curso sou um livro aberto, tenho vários interesses e também ainda não sei o que é que, além do Atletismo, realmente gosto. Sei sim que um dia o atletismo vai acabar, e já tenho o plano B, mas tudo pode acontecer (…) Em criança
queria ser médica, ou melhor veterinária, por causa de um sonho que tive e que até hoje não esqueci. Nesse sonho vi um sapo quase morto, fiz-lhe uma cirurgia e ele começou a saltar (risos). Não sei se o sapo a saltar também já era um pré-indicador de que iria ser saltadora (risos), mas a partir daí comecei a dizer que queria ser médica para salvar animais e pessoas (…) Lembro-me de ser uma criança bastante animada, livre e ativa. Gostava muito de brincar, que era basicamente correr, saltar e fugir da bola, e chegava muitas vezes magoada a casa porque subia às arvores. Era uma criança rebelde e queria sempre fazer um bocadinho de tudo. Por isso, também andava de patins, bicicleta e experimentei karaté e ballet – que detestei porque era muito de menina e eu era mais maria-rapaz. Tive uma infância bastante feliz (…) O
Atletismo surgiu num corta-mato, eu era melhor do que os rapazes em quase tudo – até a jogar à bola! – e os professores disseram-me para participar e ganhei. Mal cortei a meta, apareceu o meu atual treinador, o José Uva, a perguntar se eu queria fazer parte da JOMA. Os meus pais não gostaram muito da ideia e não me deixaram ir, mas eu fui ver uns treinos, adorei e comecei a ir treinar sem eles saberem. Como vivia no Cacém e o clube era em Monte Abraão, tinha de ir de comboio, mas sem bilhete… um dia fui apanhada e levada para a esquadra porque era menor. Os meus pais passaram uma vergonha imensa e foi assim que descobriram que andava a treinar às escondidas deles, mas nesse momento perceberam que eu gostava mesmo muito de Atletismo e começaram a deixar-me ir treinar (…) Durante a formação na JOMA e até 2012 fiz um pouco de tudo, mas em 2007 já tinha o bichinho do triplo salto porque era uma disciplina difícil e eu sempre gostei de desafios. Mas em 2012, depois de me ter qualificado para os JO e de não ter ido à final por 1 centímetro, percebi que era isto que queria fazer a sério. Queria ir a outros JO, fazer uma grande performance (NDR – e assim aconteceu, como já vimos!) e queria que me conhecessem como uma grande triplista (…) O treino baseia-se em corrida, saltos e força, mas também faço musculação e um treino com uma variante mais cardiovascular, muito parecida ao crossfit. E faço duas vezes por semana cada uma dessas coisas (…) Ao saltar sinto que estou a voar. É essa a sensação e é espetacular, mas por exemplo o meu salto nos Europeus de Amesterdão foi tão bom que eu nem me lembro do que senti (risos), estava tão ‘zen’ que saltei e nem sei o que fiz (…) Havia o estereótipo de que nós mulheres não nos podíamos produzir e eu ajudei um pouco a quebrar esse tabu. As mulheres são diferentes dos homens, mas não acho que nos devam impor certo tipo de tarefas. Desde que tenhamos pernas, braços e cabeça podemos fazer aquilo que quisermos independentemente do sexo (…) Para mim o importante é não ter medo de mostrar quem somos ou quem queremos ser. Cada pessoa tem a sua personalidade e tem o direito de se expressar da melhor forma (…) Antes aborrecia-me que me chamassem “menina bonita”, mas não vou negar que agora até utilizo isso a meu favor. Uma vez li o título de uma notícia que começava com ‘a menina bonita do atletismo…’ e parecia que o que vinha a seguir na frase não era importante. Ok, posso ser [bonita], mas sou campeã da Europa e tive de trabalhar muito para isso durante vários anos e com imensos sacrifícios. Detesto quando me resumem a isso. É importante transmitir que há muito trabalho e esforço associado ao sucesso, porque as pessoas dão demasiada importância à aparência, mas para mim, aquilo que valem é o mais importante. Sinceramente, não gosto muito da maneira como a sociedade está a levar as coisas e a resumir tudo ao que parece e às redes sociais. Estamos a reduzir tudo à aparência e não ao trabalho em si. Por isso, quando tenho esta oportunidade para rematar, digo sempre ‘Patrícia Mamona, campeã da Europa, obrigada (..s) as mulheres que me inspiram são Oprah Winfrey ou Michelle Obama, porque têm impacto mundial, mas inspiram-me sobretudo aquelas que se têm superado e que foram bem-sucedidas, o que não se resume a dinheiro ou fama e sim a terem conseguido atingir objetivos que lhes disseram que não eram capazes. Por exemplo, também me disseram que não conseguia saltar mais de 14 metros, mas afinal faço-o facilmente (…) Senti racismo quando era mais nova. Embora tenha tido uma infância feliz, era a única ‘preta’ da turma e ouvi coisas que me fizeram chorar. Até me lembro, e isto é um bocado triste, de uma vez ter posto farinha na cara para parecer branca. Não era fácil, mas os meus pais sempre me disseram para ter orgulho na minha cor, preparam-me para o que ia acontecer – o segurança vir atrás de mim no supermercado, por exemplo –, e incentivaram-me a ter boas notas na escola. Independentemente de ser preta ou branca, eu era sempre a melhor aluna da turma e isso era uma forma de resposta. Tanto pode ser bom a matemática um branco como um preto. Agora já consigo lidar muito bem com o racismo. Sei que não posso controlar o que pensam de mim. Em Portugal o racismo é um pouco mais invisível, mas nos EUA senti muito. Não para comigo, mas para com os outros. Por exemplo, os meus amigos brancos não percebiam porque tinha amigos pretos e os meus amigos pretos não percebiam como me dava com gente branca. Cada um tem a sua cultura e deviam respeitar (…) Estou felicíssima com o meu percurso. Independentemente do que vier, sei que fiz de tudo para ter a melhor performance e estou contente por me ter superado. Além disso, tive a oportunidade de conhecer vários países e várias pessoas que me inspiraram. Estou bastante agradecida por tudo isso, sobretudo porque não foi por sorte, mas sim porque trabalhei muito e isso orgulha-me (…) Acabei a bolsa nos EUA e não sabia como ia ser a minha vida, a minha carreira, e o Sporting CP convidou-me (finais de 2010). Por isso, o Clube foi essencial e bastante importante, deu-me todas as condições e juntou-me a uma equipa superforte. Quando estava na JOMA invejava o espírito de família do Sporting CP e o facto de ser o melhor. Por isso, para mim, chegar ao maior Clube de Portugal, foi incrível. Estou muito agradecida ao Sporting CP pela oportunidade que me deu de crescer como atleta e, por isso, faço tudo pelo Sporting CP (…) enquanto jovem tive de abdicar de muita coisa nessa altura: das olimpíadas da matemática, viagem de finalistas e atividades na faculdade. Foram maioritariamente coisas sociais, mas também tive de abdicar da minha família. Podia ter ido para Inglaterra e continuar a viver com eles, mas fiquei em Portugal por causa do Atletismo. Por isso, sempre que tenho oportunidade vou até lá para matar saudades (…) A conquista que deu mais gozo foi o Europeu de 2016 em Amesterdão, não só porque venci, mas pela forma como o fiz. Quase tinha falhado a final e depois conquistei a medalha de ouro no último salto. Até ao 5º salto estava em 4º, e até era a minha melhor performance em europeus, mas ficar em 4º lugar é péssimo. É aquilo a que chamamos o lugar do morto. Deste tudo e não foi suficiente para chegar ao pódio. Por isso, era preferível ficar em 5º lugar (risos). Não queria vir para casa com o 4º lugar, então saltei a pensar ‘seja o que Deus quiser, vou saltar’ e nem me lembro do salto. Quando surgiu o resultado comecei a saltar e a correr com a bandeira, que é algo que não costumo fazer, porque costumo guardar as emoções, mas não estava nada à espera desse desfecho (…) É arrepiante ouvires o Hino Nacional e saberes que és tu a razão para toda a gente o estar a ouvir é incrível. Nem sabia o que fazer. Também o ouvi nos JO do Rio, mas esse 6º lugar foi agridoce porque a distância para as medalhas foi pouca. Antes das provas também o costumo ouvir, assim como algumas músicas portuguesas e fado, para ficar logo arrepiada e emocionada (…) No final da carreira, para além das marcas e dos recordes, gostava, acima de tudo, que me recordassem como alguém que ajudou alguém a ser melhor, independente do quê e em quê. Claro que ganhar uma medalha olímpica era fantástico, porque é um objetivo pessoal, mas gostava era que esse objecivo ajudasse a inspirar alguém”.
Em Janeiro de 2023 o seu treinador, José Uva, afirmou: “Para tudo na vida é preciso sorte e ser capaz de agarrar as oportunidades. Nós tivemos a sorte de nos encontrarmos um ao outro. O que nos aconteceu foi um crescimento simultâneo (…) Ela queria ser a melhor possível. Não a melhor, mas a melhor possível. A Patrícia conseguiu passar de ser atleta 3 horas por dia para ser uma atleta de 24 horas por dia.”. O treinador de Patrícia Mamona explicou também da “importância de trabalhar com uma equipa multidisciplinar, que envolve a nutricionista do COP, Cláudia Minderico, e o professor da Faculdade da Motricidade Humana, Duarte Araújo, que trabalha a tomada de decisão, entre outros especialistas. Nós precisamos de conhecimento na nossa equipa ao nível dos resultados dela”.