José Salazar Carreira nasceu a 2 de Novembro de 1894 em Lisboa. Foi um dos mais carismáticos e eclécticos atletas e dirigentes do Sporting, atingindo prestígio nacional e internacional. Como atleta iniciou a sua atividade no Ginásio Clube Português, ingressando no Sporting em 1912, e para sempre. Durante 25 anos competiu em Atletismo, Esgrima, Andebol, Natação, Raguêbi e Ténis, sempre com as cores verde e branca. Foi ele que introduziu o Râguebi em Portugal em 1922, e foi com ele que o Sporting se sagrou tetra-Campeão Regional entre 1927 e 1930. Também a ele se deveu o aparecimento das camisolas listadas a verde e branco, que começaram a ser utilizadas no Râguebi e mais tarde se estenderiam ao Futebol e a todas as modalidades do clube. O modelo foi inspirado no equipamento do Racing Clube de France (listado a azul e branco) que Carreira trouxera duma visita a Paris. Como atleta começou, no entanto, a dar nas vistas no Atletismo. Em 1913 já participara na equipa vencedora na estafeta 3X300 metros dos Jogos Olímpicos Nacionais, mas no ano seguinte arrasou ao triunfar, na mesma competição, nos 100, 200, 400 e 800 metros. Após o período conturbado da 1ª Guerra Mundial, na qual o desporto português viveu um período de grande marasmo, Salazar Carreira foi Campeão Nacional dos 400 metros barreiras do Pentatlo, em 1922. Até 1924, última época no Atletismo, conseguiu somar 3 títulos nacionais de 400 metros barreiras (batendo nesse ano o recorde nacional da distância com 1m04,6s) e 2 de 4X400 metros. No Andebol de 11 fez parte da equipa que ganhou o 1º Regional disputado no nosso...
Fernando Eugénio Pacheco Mamede nasceu a 1 de Novembro de 1951 em Beja. Era uma criança quando começou a adorar o desporto e tinha o sonho de ser jogador de futebol no seu clube do coração – o Sporting. Um dia foi escolhido para participar no Campeonato Distrital de Corta-Mato (Beja) e venceu. Ganhou-lhe o gosto e aí surgiu o seu espírito de campeão. Em 1968 deu nas vistas nuns campeonatos escolares de pista e ingressou imediatamente no Sporting onde lhe arranjaram um emprego na secretaria do clube, na secção de contabilidade. Mais tarde foi para o departamento de futebol, em Alvalade, o que lhe permitiu melhorar as suas condições de treino. Potencialmente é considerado por muitos o melhor atleta de sempre em Portugal, mas problemas psicológicos frequentes fizeram-no perder muitos momentos de possível glória, num palmarés, ainda assim, que só encontra paralelo no seu grande rival Carlos Lopes. Segundo as suas próprias palavras: “Era, incontestavelmente, o melhor de todos. Perdi medalhas mas fiz coisas fabulosas no Atletismo. Por isso estou feliz por ter nascido, feliz por ter vivido o que vivi. Só por parvoíce poderia sentir mágoa de mim ou ter razões de queixa do destino.” É um dos principais responsáveis por o Sporting ser um dos clubes da Europa com mais títulos europeus. Só à sua conta contribuiu decisivamente para 8 desses títulos no Crosse, triunfando inclusivamente em duas ocasiões. A nível interno foi por 6 vezes campeão nacional da especialialidade. No que diz respeito à pista as suas proezas foram imensas. Na Taça dos Campeões Europeus venceu por 3 vezes os 10.000 metros, por duas os 5.000...
João Pedro Cruz nasceu a 31 de Outubro de 1915 em Évora, mas foi no Vitória de Setúbal que começou a fazer-se notar. Apenas com 1m65cm, mas com 2 pés magníficos, um arranque portentoso e um domínio de bola notável, chegou ao Sporting no Verão de 1936 e logo se firmou na principal equipa do clube. Estreou-se oficialmente a 11 de Outubro de 1936 (com o técnico Wilhelm Possak) num Sporting-Carcavelinhos (2-2) para o Campeonato Regional de Lisboa, marcando o 1º golo uma semana depois numa vitória em casa do Benfica por 5-0. Logo nessa 1ª temporada “pegou de estaca” na equipa, a ponto de ser um dos mais utilizados do conjunto (a par de Mourão e Pireza). Em 1937/38 foi Campeão de Portugal pela 1ª vez (final ganha ao Benfica por 3-1) numa época em que esteve em plano altíssimo (2º melhor marcador da equipa com 23 golos, atrás apenas do “fenómeno” Peyroteo). Em 1940/41, a melhor temporada de sempre do Futebol leonino, marcou 3 golos na final da Taça de Portugal ganha ao Belenenses por 4-1. Na temporada seguinte voltou a destacar-se pela capacidade de concretização ao marcar 26 golos em 34 jogos (mais uma vez só Peyroteo marcou mais). No jogo decisivo do Campeonato Regional fez 2 golos no triunfo por 5-0 no terreno do Benfica. No ano seguinte (1942/43) marcou 25 golos em 30 jogos, confirmando a sua enorme apetência goleadora, apesar de ser um extremo. No Verão de 1943 chegou ao Sporting “um tal de” Albano com enorme potencial. O treinador Jozef Szabo optou então por fazer derivar Cruz para interior-direito. Manteve-se em boa...
Virgílio Manuel Bagulho Lopes nasceu a 27 de Outubro de 1957 em Loures. Começou a jogar muito jovem no clube da sua terra, mas, ainda juvenil, rumou ao Sporting. Estreou-se oficialmente (lançado por Jimmy Hagan) no dia 29 de Maio de 1977 num Sporting-Belenenses (4-0) para a última jornada do Campeonato Nacional. Na temporada seguinte, sob o comando de Paulo Emílio e Rodrigues Dias, jogou muito pouco, pelo que foi emprestado ao FC Famalicão. No Minho tornou-se “mais jogador” e ele próprio confessa que o técnico Mário Imbelloni o marcou para sempre. No Verão de 1981, com a chegada de Malcolm Allison ao Sporting, regressou a “casa” e constituiu uma aposta fortíssima do técnico inglês (como médio defensivo), ao ponto de ter sido o futebolista mais utilizado (43 presenças) nessa temporada de grandes sucessos (vitórias no Campeonato Nacional e Taça de Portugal). Marcou o seu 1º golo oficial pelos leões a 19 de Setembro de 1981 numa vitória frente ao Penafiel por 6-0. Na temporada 1983/84 (quase toda sob o comando de Jozef Venglos) destacou-se no plano ofensivo (apesar de ter feito toda a época a central) ao apontar 6 golos. Permaneceu em Alvalade até ao final da época 1987/88, quase sempre como um dos jogadores mais utilizados do plantel, tanto como defesa (onde “correu” as 4 posições) como no meio-campo defensivo. Aliás, a sua “imagem de marca” era mesmo a polivalência, cumprindo com eficácia qualquer posição da defesa ou do meio-campo. Jogou pela última vez a 5 de Junho de 1988 num Sporting-Penafiel (7-0) para a última jornada do Campeonato Nacional. No total esteve 10 épocas no Sporting realizando 201...
José de Sousa Cintra nasceu a 26 de Outubro de 1944 em Raposeira – Algarve numa família humilde. Desde muito cedo mostrou uma “queda” fantástica para o negócio. Vendeu caracóis, aguarelas, foi ascensorista no Hotel Tivoli em Lisboa. Depois voluntariou-se para a Marinha onde esteve 4 anos. Após o 25 de Abril viu-se sem alguns bens mas rapidamente recuperou e tornou-se um empresário de grande sucesso no ramo das águas. Chegou a presidente do Sporting em Julho de 1989 (eleições participadíssimas) numa altura em que os leões viviam uma das suas maiores crises de sempre na sequência da presidência de Jorge Gonçalves, e por lá permaneceu até Junho de 1995. Construiu grandes equipas de futebol mas nunca conseguiu ganhar um único título oficial – mesmo a Taça de Portugal conquistada em 1995 aconteceu alguns dias depois de ter saído da presidência – para onde entrou Pedro Santana Lopes. Nas outras modalidades o clube teve grandes sucessos. Com ele o Sporting ganhou 5 Taças dos Campeões Europeus de Crosse, uma Taça das Taças de Hóquei em Patins, começou a pontificar no Futsal, teve o seu melhor período de sempre no Voleibol e consolidou o domínio no Ténis de Mesa, entre outros cometimentos. Muito ambicioso, e focando-nos no Futebol. começou por ter um papel decisivo em segurar “as jóias da coroa” – Figo e Peixe, que, ao que constava, estariam a caminho do Benfica. Depois, durante os seus mandatos, contratou para o Sporting nomes com algum “peso” nacional e internacional (Ivkovic, Gomes, Luizinho, Balakov, Yordanov, Valckx, Juskowiak, Paulo Sousa, Pacheco, Vujacic, Marco Aurélio, Naybet e Amunike – entre outros) e também...
João Francisco Maia nasceu a 24 de Outubro de 1899 em Lisboa. Estreou-se na 1ª equipa leonina muito jovem (como avançado-centro), a 19 de Abril de 1918, com um triunfo por 3-1 sobre o Benfica. Na temporada seguinte derivou para interior-esquerdo (ainda sem ser 1ª opção) e ajudou a conquistar o Regional (o seu 1º título). Jogador polivalente, foi também várias vezes utilizado como médio-direito, e nessa condição voltou a ser Campeão de Lisboa, em 1921/22. A 24 de Junho de 1923 os leões chegaram ao título de Campeões de Portugal (o 1º), e João Francisco, de novo como avançado-centro, foi um dos protagonistas da equipa. Entretanto praticava também Atletismo, modalidade pela qual atingiu o ponto mais alto em 1925, ao sagrar-se Campeão Nacional dos 4X400 metros, ao lado de Afonso Salcedo, Ápio de Almeida e Salazar Carreira. Sempre com um pequeno lenço a prender os calções (o cinto da sua superstição), ficou no clube até 1928/29. Jogou pela última vez a 18 de Novembro de 1928 numa derrota por 2-0 frente ao Bom Sucesso. Marcara o último golo a 13 de Maio desse mesmo ano, num triunfo por 5-0 sobre o Barreirense. Esteve um total de 12 temporadas na equipa principal do Sporting, pela qual fez cerca de 75 jogos. Ganhou 1 Campeonato de Portugal e 5 Campeonatos Regionais de Lisboa. Em 1923/24 foi o melhor marcador da equipa com 7 golos, repetindo o feito 2 anos depois (ex-aequo com Emílio Ramos e José Manuel Martins), aí com 6 remates certeiros. Na Seleção Nacional também pontificou. A 19 Dezembro de 1921 esteve presente no 1º jogo da “equipa das quinas”, frente...
Manuel Figueiredo de Oliveira nasceu a 20 de Outubro de 1940 em Mangualde, ingressando no Sporting 19 anos depois, em Outubro de 1959. Curiosamente, chegou a Alvalade para praticar Ciclismo, mas como não levou bicicleta tentou o Atletismo – em boa hora o fez! Acumulou vitórias importantes ao serviço dos leões (sob a orientação técnica de Moniz Pereira), tornando-se numa verdadeira “lenda” do Atletismo leonino. Entre 1962 e 1968 foi por 5 vezes Campeão Nacional de Crosse. Na pista brilhou a grande altura, alcançando 4 títulos nacionais de 1.500 metros, 1 de 3.000 metros obstáculos e 5 de 5.000 metros, para além de ter contribuído com vitórias para diversos títulos coletivos e de ter alcançado inúmeros recordes nacionais. Nas olimpíadas de Tóquio em 1964, nos 3.000 metros-obstáculos, chegou à final, onde obteve o 4º lugar com a marca de 8m36,2s (melhor marca europeia do ano). Nunca estivera nem nunca voltou a estar tão perto duma medalha olímpica. Aliás, já 2 anos antes fizera um bom Campeonato da Europa em Belgrado, ao conseguir o 5º lugar nos 5.000 metros. Ainda a nível internacional será de destacar a vitória obtida em Madrid, em 1962, nos 1.500 metros da Taça da Europa, competição na qual ainda obteve o 2º lugar nos 3.000 obstáculos e 5.000 metros. Como recordes pessoais obteve os tempos de 1m56,4s nos 800 metros em 1966; 2m26,1s nos 1.000 metros em 1961; 3m48,8s nos 1.500 em 1962; 5m14,6s nos 2.000 metros em 1964; 8m02,2s nos 3.000 metros em 1966; 8m36,2s nos 3.000 metros obstáculos em 1964; 13m50,8s nos 5.000 metros em 1968 e 30m03,6s nos 10.000 metros no mesmo...
Nélson Alexandre Gomes Pereira nasceu a 20 de Outubro de 1975 em Torres Vedras. Começou a jogar aos 10 anos no clube da sua terra, primeiro como avançado e depois (num daqueles acasos em que falta um guarda-redes e alguém vai experimentar o posto) na baliza. Ficou 11 anos no Torreense antes de ingressar no Sporting, no defeso de 1997. Perante a concorrência de De Wilde e Tiago, não chegou a alinhar na 1ª época em Alvalade. Estreou-se oficialmente (com o treinador Mirko Jozic) a 25 de Abril de 1999 num Sporting-Boavista (1-1) para a 29ª jornada do Campeonato e até ganhou a titularidade na fase final dessa temporada, alinhando em 6 jogos oficiais. Para a época seguinte chegou Schmeichel, um guarda-redes consagrado internacionalmente. Nélson aprendeu muito com o dinamarquês e nas poucas vezes que jogou (9) deixou boas impressões. No final celebrou o tão festejado título de 2000. Em 2000/01 Schmeichel manteve a titularidade, mas Nelson foi uma alternativa muito mais utilizada (18 partidas), destacando-se pela forma segura como correspondia dentro do campo e pelo seu feitio conciliador e amigável fora dele, que muito contribuiam para um bom espírito de grupo. Após a saída do “Grand Danois”, Nelson alternou com Tiago na baliza. Bölöni não deu a claramente a titularidade a nenhum dos dois, a ponto de ambos terem feito 24 partidas oficiais. No final festejou a “dobradinha” e foi convocado para o Mundial da Coreia/Japão. Em 2002/03 voltou a alternar com Tiago, mas a chegada do técnico Fernando Santos e de Ricardo fizeram-no passar a uma condição clara de suplente em 2003/04 (apenas 3 jogos). No ano...
José António Ramalho de Lima nasceu a 16 de Outubro de 1966 em Lisboa. Começou por jogar no Mira de Sintra, mas muito cedo rumou ao Sporting onde fez quase toda a formação e se tornou internacional em todos os escalões. Após a saída de Futre houve quem comparasse os 2 talentos, criando a expetativa de Lima (até porque jogavam na mesma posição – bem encostados no flanco esquerdo do ataque) vir a ser uma espécie de substituto da então “estrela” do FC Porto. Estreou-se oficialmente (com Manuel José) a 24 de Agosto de 1985 num Sporting-Penafiel (6-0) para a 1ª jornada do Campeonato. Nessa temporada só acumulou mais uma presença, passando praticamente despercebido. No ano seguinte voltou a jogar pouquíssimo. Em 1987/88 marcou finalmente o seu 1º golo de verde e branco, numa deslocação à Covilhã (triunfo por 2-1). mas ainda assim jogou raramente (9 presenças). Para a temporada seguinte foi, com alguma surpresa, um dos que resistiu à revolução promovida no plantel pelo novo presidente Jorge Gonçalves. Acabou até por jogar com mais regularidade (22 jogos e 5 golos) e assumir maior protagonismo na equipa, fazendo a sua melhor temporada no Sporting. Permaneceu ainda mais 3 anos no plantel, mas nunca conquistou um lugar de habitual titular. A 22 de Dezembro de 1991 marcou pela última vez, num triunfo em Alvalade frente ao Marítimo por 2-1. A 10 de Maio de 1992 fez o jogo derradeiro de verde e branco numa receção ao Paços de Ferreira (2-1). Realizou um total de 72 jogos oficiais e marcou 8 golos de verde e branco. Ganhou uma Supertaça. Foi duas...
Júlio Américo de Sousa Rendeiro nasceu a 16 de Outubro de 1942 no Porto e começou a jogar Hóquei em Patins no Infante de Sagres com apenas 8 anos. No clube nortenho conquistou campeonatos regionais, torneios de abertura e um Campeonato Metropolitano. Em 1971 foi contratado pelo Sporting numa altura em que os leões começavam a estabelecer as bases para formar uma grande equipa. Rapidamente se tornou o “célebro” da turma verde e branca, dando a consistência necessária a uma equipa com grandes talentos como Chana ou Livramento. A sua capacidade de liderança, aliada a uma presença carismática, ofereceram-lhe condições para se tornar o “capitão” da equipa sportinguista, passando a ocupar na seleção nacional o mesmo posto a partir de 1972. Em 1975 os leões regressaram finalmente aos títulos, 36 anos depois. Esse foi o 1º de 4 títulos consecutivos (só não esteve presente no último), para além de duas taças de Portugal (1975/76 e 1976/77) e do magnífico triunfo na Taça dos Campeões Europeus em 1977, na qual o hoquista sportinguista foi uma das figuras maiores. Internacional português por 153 vezes (112 golos) abandonou como praticante a modalidade após o Europeu de 1977, assumindo o papel de selecionador nacional. Foi um dos melhores praticantes de sempre, e para além dos títulos já referidos ao serviço do Sporting, ganhou 2 campeonatos do Mundo e 5 da Europa por Portugal. A par da atividade desportiva licenciou-se em Engenharia, ramo no qual se tem destacado, assim como já tendo feito parte dos orgãos dirigentes do...