Nasceu a 14 de Janeiro de 1923 em Coimbra. Foi levado para o Sporting pelos magníficos atletas José Garnel e Arsénio Soares. Chegou ao Atletismo por mero acaso pois jogava futebol no Carcavelos (após ter alinhado na Naval da Figueira da Foz). As suas qualidades fizeram-no ir treinar ao Sporting, e no intervalo dum treino chegou junto de alguns elementos da equipa de Atletismo e pediu para saltar. Logo surpreendeu todos e quase de imediato mudou de modalidade!

No Atletismo não conheceu outra camisola que não fosse a verde e branca. Dedicado, humilde, leal companheiro, respeitado e querido entre todos, camaradas de equipa e adversários, Álvaro Dias era considerado o verdadeiro modelo de atleta. Para além das inúmeras qualidades humanas chegou a um patamar elevado no salto em comprimento, onde foi um dos atletas mais representativos a nível nacional de todos os tempos. Aliás, foi ele o 1º atleta de categoria internacional a ser treinado por Mário Moniz Pereira.

Conquistou o seu 1º Campeonato Nacional a 4 de Setembro de 1943 com 6m30cm. O seu 1º recorde de Portugal foi de 6m89cm, mas já nos Nacionais de 1944 estabeleceu novo máximo com 6m95cm. Na 3ª vitória nos Nacionais, em 1945, novo recorde – agora com 7m09cm (foi o primeiro português a passar dos 7 metros). A 6 de Setembro de 1947 conseguiu saltar 7m34cm, atingindo o seu máximo de sempre.

Representou Portugal em variadas provas, mas o ponto alto da sua carreira internacional verificou-se nos Campeonatos da Europa de 1950 em Bruxelas, onde foi 4º classificado, ele que vivia na Figueira da Foz e que se treinava muitas vezes por… correspondência! Nesse mesmo ano foi considerado atleta do ano pelo jornal “Diário Popular”.

De 1943 a 1951 venceu 9 Campeonatos Nacionais consecutivos! Em 1952 o Sporting não participou, retomando as conquistas em 1953, naquela que foi a sua 10ª e última vitória. Para além da dezena de títulos nacionais no Salto em Comprimento, foi ainda por duas vezes campeão nacional de 4X100 metros e uma vez de 4X400 metros.

Curiosamente, entre Atletismo e Futebol, Álvaro Dias preferia o segundo, e em Moçambique ajudou a fundar a Associação Desportiva do Limpopo onde como treinador de jovens teve êxitos importantes. Paralelamente continuou ligado ao Atletismo tendo tirado um curso de monitor.

Numa entrevista, no início dos anos 80, afirmou: “No desporto atual houve uma evolução bastante grande, não só provocada pelo aparecimento da alta competição mas também pela própria evolução do material utilizado, equipamentos, pistas, etc. Tenho pena de não poder competir agora, mas…”

Morreu a 24 de Fevereiro de 2005.

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