Jorge Gomes Vieira nasceu a 23 de Fevereiro de 1898 em Lisboa. Em Outubro de 1911 estreou-se com a camisola leonina nas camadas jovens, mas o seu 1º jogo oficial na equipa principal, com apenas 16 anos (por essa altura já trabalhava nas oficinas da Imprensa Nacional, onde ficou 38 anos), e como defesa-esquerdo (sua posição de sempre) ocorreu a 17 de Janeiro de 1915 num Benfica-Sporting (3-0) disputado em Sete Rios. Nessa época o Sporting conseguiu o seu 1º título oficial com a conquista do Regional lisboeta. Jorge Vieira tinha de caminhar a pé do Dafundo a Carcavelos para treinar, mas pelo Sporting, seu grande amor, valia a pena o esforço.

Disputou o 1º jogo da Seleção Nacional (onde alinhou 17 vezes e se tornou uma referência) – um Espanha-Portugal realizado em Madrid em Dezembro de 1921 (1-3). Ao mesmo tempo tornou-se um importante árbitro internacional (função na qual foi o 1º no nosso país, e se estreou aos 23 anos).
Ficou conhecido como o “capitão perfeito” devido à sua postura e capacidade de liderança. Era um verdadeiro desportista, respeitado por todos, um grande exemplo para os colegas que liderava com denodo, transportando o testemunho de Francisco Stromp. Para além de tudo isso era um extraordinário jogador (um dos melhores defesas de sempre) e um elemento interventivo – foram dele, por exemplo, as primeiras diligências sérias para profissionalizar os futebolistas.

A 12 de Maio de 1932 fez o seu último jogo oficial pelo Sporting num desafio frente ao Benfica (que ficou famoso por ser um dos mais violentos de sempre) que os leões venceram por 1-0.

É detentor do recorde de mais épocas de permanência no Sporting, 18. Nunca conheceu outro clube, tendo conquistado 1 Campeonato de Portugal e 7 Regionais lisboetas.

Mais tarde experimentou a carreira de treinador – no União de Lisboa e mais tarde em Luanda, para além de ter sido Selecionador Nacional de Juniores. Desempenhou ainda cargos diretivos na Comissão Central de Árbitros e na Associação de Futebol de Lisboa.

Foi condecorado diversas vezes. Em 1931 recebeu a Medalha de Mérito e Dedicação por altura das comemorações das Bodas de Prata do Sporting. Patrono do Grupo “Os Cinquentenários”, foi-lhe dada a Medalha de Mérito Desportivo pela DGD em 1979. 2 anos depois foi-lhe concedida pelo Presidente da República a Medalha da Ordem do Infante D. Henrique. Em 1982 recebeu da UEFA o Diploma de Fair-Play e em 1985 tornou-se no 1º sócio a receber o emblema de 75 anos de filiação no Sporting.

O seu prestígio ultrapassou fronteiras. Foi agraciado com a Cruz de Prata da Ordem de Mérito pelo Rei de Espanha, D. Afonso XIII devido às suas funções ao serviço do Futebol.

Morreu a 6 de Agosto de 1986 numa altura em que era o sócio número 1 do Sporting.

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