Fernando Eugénio Pacheco Mamede nasceu a 1 de Novembro de 1951 em Beja. Era uma criança quando começou a adorar o desporto e tinha o sonho de ser jogador de futebol no seu clube do coração – o Sporting. Um dia foi escolhido para participar no Campeonato Distrital de Corta-Mato (Beja) e venceu. Ganhou-lhe o gosto e aí surgiu o seu espírito de campeão.
Em 1968 deu nas vistas nuns campeonatos escolares de pista e ingressou imediatamente no Sporting onde lhe arranjaram um emprego na secretaria do clube, na secção de contabilidade. Mais tarde foi para o departamento de futebol, em Alvalade, o que lhe permitiu melhorar as suas condições de treino.
Potencialmente é considerado por muitos o melhor atleta de sempre em Portugal, mas problemas psicológicos frequentes fizeram-no perder muitos momentos de possível glória, num palmarés, ainda assim, que só encontra paralelo no seu grande rival Carlos Lopes.
Segundo as suas próprias palavras: “Era, incontestavelmente, o melhor de todos. Perdi medalhas mas fiz coisas fabulosas no Atletismo. Por isso estou feliz por ter nascido, feliz por ter vivido o que vivi. Só por parvoíce poderia sentir mágoa de mim ou ter razões de queixa do destino.”
É um dos principais responsáveis por o Sporting ser um dos clubes da Europa com mais títulos europeus. Só à sua conta contribuiu decisivamente para 8 desses títulos no Crosse, triunfando inclusivamente em duas ocasiões. A nível interno foi por 6 vezes campeão nacional da especialialidade.
No que diz respeito à pista as suas proezas foram imensas. Na Taça dos Campeões Europeus venceu por 3 vezes os 10.000 metros, por duas os 5.000 e por 3 os 1.500 metros.
Arrecadou ainda 1 título de Campeão de Portugal Individual nos 800 metros, 3 nos 1.500 metros, 1 nos 4×800 e 2 nos 4X1.500 metros. Contribuiu para um vasto rol de títulos coletivos a nível nacional e regional.
Nas grandes provas internacionais não conseguiu fazer valer os seus argumentos por motivos que todos conhecem, mas em meetings brilhou como ninguém. A 30 de Maio de 1981 bateu o recorde da Europa nos 10.000 metros com a marca de 27m27,7s no Estádio José Alvalade. Em Junho do ano seguinte Carlos Lopes tirou-lho, mas Mamede “respondeu à letra” e 1 mês depois voltou a conseguir o melhor máximo com 27m22,95s. A 2 de Julho de 1984 atingiu a glória suprema ao bater o recorde do mundo da distância com 27m13,91s. Esse feito manteve-se até 18 Agosto de 1989, ano em que abandonou o clube (e foi recorde europeu por 15 anos!).
Foi também recordista nacional dos 500, 800, 1.000, 1.500, milha, 2.000, 3.000, 5.000 e 10.000 metros, para além das estafetas de 4X400, 4X800 e 4X1.500!
É sócio de mérito do Sporting Clube de Portugal, da Associação de Atletismo de Lisboa e da Federação Portuguesa de Atletismo. Foi condecorado com a Medalha de Prata da Cidade de Beja e da Cidade de Lisboa. É detentor da Medalha de Mérito desportivo, Medalha de Honra ao Mérito Desportivo e tem a Ordem do Comendador. Recebeu também o Troféu Carreira Desportiva/Prestígio pela Fundação do Desporto, o Prémio Visconde de Alvalade, o Prémio Joaquim Agostinho, o Prémio CNID e o Prémio de Melhor Atleta Mundial pela Imprensa Estrangeira (1983). Foi também, obviamente, prémio Stromp.
Continua a pertencer ao “staff” do Atletismo leonino.
Sr Mamede , você é uma máquina um grande campeão. Nunca será esquecido pelos seus feitos . Portugal e o Sporting CP agradecem-lhe para Sempre !! Muitos parabéns.