António José Parreira do Livramento nasceu a 28 de Fevereiro de 1943 em São Mansos. Começou por jogar futebol, mas a certa altura um técnico do Futebol Benfica (Torcato Ferreira) achou que o miúdo teria muito mais talento para o hóquei em patins e após muita insistência lá o conseguiu levar a alguns treinos.

Em 1959 o Benfica conseguiu contratá-lo e logo chegou à selecão nacional de juniores. A sua ascenção foi meteórica, e começaram a surgiu inúmeros títulos com a “equipa das quinas”, que no final da sua carreira foram 3 mundiais e 7 europeus em 209 internacionalizações com 425 golos marcados.

As grandes exibições levaram-no a sair do Benfica para Itália – para jogar no Hóquei Candi Monza (foi o 2º português a sair do país depois de Solipa), mas depois regressou ao clube das águias.

Era genial e talentoso mas paradoxalmente também tinha uma alta dose de superstição. Quando um jogo lhe corria bem equipava-se da mesma maneira na partida seguinte tentando dar os mesmos passos. Em 1976 ingressou no clube do Banco Pinto e Sotto Mayor, onde era funcionário, chegando a campeão da 2ª Divisão.
Só em 1976, e muito por influência de Chana, chegou finalmente ao clube do seu coração – o Sporting, onde era o artista de uma equipa de sonho que ganhou tudo, com destaque para a Taça dos Campeões Europeus (um título que faltava no currículo do jogador e do clube). Só que a formação leonina durou pouco tempo, pois Livramento rumou depois ao Amatori Lodi – de Itália, terminando a carreira, de novo no Sporting, em 1980.

Após o abandono dos rinques iniciou um fantástico percurso de treinador pondo em prática o rigor, disciplina e a capacidade de motivar os jogadores. Implantava um jogo agressivo (ao bom estilo italiano) de procura constante da bola aliado ao tecnicismo português que tornava as suas equipas quase infalíveis.

Como técnico levou o Sporting à conquista da Taça das Taças em 1981, do Campeonato Nacional em 1982, da Taça de Portugal e Taça CERS em 1984 e de novo ao Campeonato Nacional em 1988 (o último que o clube conquistou até à retoma de 2018). Mais tarde voltou à seleção nacional (onde ganhou 2 Mundiais e 3 Europeus) e voltou a ter sucesso também no FC Porto.

O seu maior vício era o tabaco, que procurava mas não conseguia deixar. Talvez por isso, a 7 de Junho de 1999, morreu repentinamente com apenas 56 anos, vítima de uma trombose. No dia seguinte a “France Press” anunciou que acabara de falecer o Pelé do hóquei em patins. Moniz Pereira, no seu melhor, acrescentou: “Não seria Pelé o Livramento do futebol?!”

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