9 de Maio de 1982. A duas jornadas do final do Campeonato o Sporting (de Malcolm Allison) sagrou-se matematicamente Campeão Nacional ao vencer na Amoreira o Estoril (que ainda não perdera em casa) por 3-0. Os leões estiveram todo o Campeonato na frente, chegaram a ter 7 pontos de vantagem (com vitória a 2 pontos) sobre o 2º classificado, e garantiram o título na antepenúltima jornada da competição.

A equipa: Meszaros (Fidalgo); Ademar, Bastos, Eurico e Mário Jorge; Virgílio; Lito, Oliveira (Alberto) e Marinho; Manuel Fernandes (cap) e Jordão.

O campo do Estoril encheu-se pela 1ª vez essa época e o vale da Amoreira “esteve mais verde que nunca”. A partida começou animada, com o Estoril a praticar um futebol estéticamente agradável e o Sporting com um jogo mais pragmático. Cedo se percebeu, no entanto, que os leões dariam fosse o que fosse preciso para vencer, e aos 17 minutos abriram o ativo por Manuel Fernandes, que com a oportunidade habitual surgiu a concluir de recarga.

Até ao intervalo a feição do jogo não mudou. José Abrantes criou grandes dificuldades a Bastos e por duas vezes ameaçou marcar, enquanto do outro lado Jordão pareceu sofrer falta para grande penalidade quando furava entre Leo e Paris (Rosa Santos nada assinalou).

Logo no início do 2º tempo Meszaros aproveitou o vento para colocar muito bem a bola diretamente em Jordão, que se desmarcou e oportunamente fez o 2-0 de cabeça. Se as coisas pareciam mais ou menos encaminhadas, aí resolveram-se de vez. O Sporting controlou então perfeitamente o jogo.

O resultado final surgiu aos 69 minutos por Manuel Fernandes, de cabeça, concluindo muito bem um livre (tipo canto curto) apontado por Oliveira.

Eurico, Virgílio, Manuel Fernandes e Jordão foram as principais figuras da equipa leonina, que com esta vitória garantiu o seu 20º título nacional.

No final, o chefe do departamento de futebol, Jaime Lopes, era um homem particularmente felicitado. Muito emocionado, referiu: “Andam por aí vampiros a rondar que não calam a que eles dizem minha falta de experiência, mas felizmente tudo acabou em bem e este é para mim um momento muito importante da vida. A vitória é dos jogadores e do departamento de futebol, sublinhando a atitude dos suplentes, que tiveram, sem exceção, um comportamento impecável. Nesta hora inesquecível quero agradecer publicamente todo o apoio de Silva Resende, Armando Biscoito e obviamente de João Rocha, o baluarte do êxito. Para acabar digo que cedo o meu lugar a esses vampiros de que falei. Espero que eles produzam melhor trabalho do que eu…” Uma semana depois Jaime Lopes já afirmava que “vampiros… foi emoção”

Na cabina do Sporting o ambiente era de festa, e enquanto Oliveira sublinhava que “O Sporting é a melhor equipa portuguesa”, Jordão desabafou que “Esta foi a resposta ao Benfica, que quis ganhar na secretaria” – referindo-se ao protesto benfiquista após o Sporting-Benfica.

O magnífico guarda-redes Meszaros, titular da baliza do seu país em vésperas de a representar no Mundial de Espanha 82, afirmou: “ É com grande prazer que sou campeão de Portugal. Estou muito feliz e agora queremos ganhar a Taça. Estou certo que ajudei muito o Sporting a conquistar este título. Todos os jogadores deram o máximo do seu esforço e eu não fugi à regra.”

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