24 de Janeiro de 1909. Nesse dia disputou-se no Lumiar um interessantíssimo Sporting-Benfica a contar para o Campeonato Regional. Os leões procuravam desagravar-se da derrota infligida pelos benfiquistas na 1ªvolta.

Segundo a imprensa da época “Houve luta animada, brilhante, com ataques primorosamente conduzidos de parte a parte e energia crescente em cada fase do jogo. O Sporting patenteou acentuadíssimos progressos, resistindo soberbamente ao temível adversário (que era o principal concorrente do Carcavelos nessa temporada) colocando-o muitas vezes em cheque. Os leões marcaram primeiro num pontapé alto e muito bem dirigido por António das Neves Vital (que jogou a avançado-centro) passando a bola entre a trave e as mãos do guarda-redes do Benfica, que parecia demasiado baixo para a função. Leopoldo Mocho fez o empate num golo muito parecido (…) as traves deviam estar colocadas, em altura superior à regulamentar, pois ambos os guarda-redes tiveram grandes dificuldades nas bolas altas”.

A meio da 2ª parte, de penalty, o Benfica fez 2-1, por Artur José Pereira, devido ao facto de José Bello ter dado 2 toques num pontapé de baliza… As regras de Liga não autorizavam tão rigoroso castigo mas Merick Barley, o árbitro, referiu que a irregularidade impediu António Corga de fazer golo, e que por isso, tal como se fazia em Inglaterra (segundo o juíz), marcou penalty…

O Benfica, numa atitude de grande desportivismo, não quis aceitar como legítima a vitória e oficiou à direção da Liga no próprio dia do jogo declinando os seus direitos no 2º golo e solicitando a anulação do desafio. Este procedimento ficou apontado como exemplo e atestado meritório e honroso do elevado espírito desportivo dos benfiquistas de então. No entanto, o resultado do jogo prevaleceu… para a História.

Foto de arquivo: José Bello.

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