25 de Janeiro de 1931. Sporting e Belenenses degladiavam-se na luta pelo Campeonato de Lisboa. No Campo Grande (logo à 1ª jornada) os azuis ganharam, enquanto nas Salésias se verificou um empate a 2 golos. Nesta tarde os leões recebiam o Benfica, enquanto o Belenenses (com 1 ponto de avanço e esperançado numa vitória encarnada) se havia com o União Lisboa. No Campo Grande o Sporting tinha de vencer para continuar a sonhar com a reconquista do título.
A turma orientada por Filipe dos Santos alinhou com: Cipriano; Martinho (cap) e Jorge Vieira; Varela, Fernando Ferreira e Matias; Mourão, Abrantes Mendes, Oliveira Martins, Abelhinha e Eduardo Mourinha.
Num terreno enlameado pela chuva persistente os leões beneficiaram dos seus maiores índices físicos, tanto na batalha do meio-campo como no poder de remate. No 1º tempo houve uma ligeira vantagem territorial dos verdes, com um assédio sempre mais perigoso que o seu adversário. Logo aos 5 minutos, numa recarga, Mourinha (na foto – uma aquisição desta época proveniente da Naval 1º Maio e que “pegou de estaca”) fez o golo solitário da partida com um remate formidável que não tinha defesa.
Na 2ª parte o domínio foi mais alternado. Os benfiquistas prevaleceram nos primeiros 20 minutos mas o Sporting reagiu de pronto, fazendo intensos ataques à baliza de Dyson. De notar que o Benfica jogou a maior parte do tempo com 10 jogadores mercê da inutilização de Aníbal José, ainda no 1º tempo, tendo falhado também um penalty.
No final a crítica foi unânime em considerar o “resultado escasso face ao domínio sportinguista”, tendo realçado a exibição dos leões Cipriano, Martinho e Jorge Vieira. O que ninguém esperava foi o que se soube depois – o Belenenses tinha sido derrotado pelo União Lisboa. Os leões tomaram assim de assalto o comando da prova, para não mais o perder.