30 de Janeiro de 1944. Jogou-se a 1ª jornada da 2ª volta do Campeonato Nacional. O Sporting recebia o Belenenses (recém-campeão de Lisboa) a 1 ponto dos azuis (que lideravam a prova) e com mais 1 ponto que o Benfica (no 3º lugar).

Jozef Szabo escalou a seguinte equipa: Azevedo; Álvaro Cardoso e Manecas; Octávio Barrosa, Daniel e Eliseu; Mourão, João Cruz, Peyroteo, António Marques e Albano.

De notar a presença de Mourão (foto) no onze do Sporting, ele que se tinha despedido da competição no final da época anterior, mas que voltara (em grande plano) já no decorrer deste Campeonato Nacional. Aliás, este foi o seu 5º jogo sempre a marcar e no qual apontou o último golo da sua brilhante carreira…

O Belenenses, moralizado pela liderança, entrou no jogo com maior domínio e não foi com surpresa que inaugurou o marcador logo aos 9 minutos por Rafael, num esplêndido remate rasteiro.

O Sporting patenteava dificuldades em transportar o jogo de trás para a frente. Daniel abusava das bolas altas, mas aos 26 minutos, aproveitando alguma descoordenação na defensiva azul (por mau estado físico de Serafim), Mourão esgueirou-se pela direita e rematou certeiro fazendo o empate.

O Sporting animou e carregou sobre o adversário, tendo o árbitro, a 5 minutos do descanso, perdoado um penalty claríssimo aos azuis por carga de Feliciano a Mourão (“com os pés e com as mãos…”). O intervalo chegou assim com um empate.

Serafim não pôde entrar para o 2º tempo, colocando a sua equipa em inferioridade numérica. Logo no 1º minuto Peyroteo atirou ao poste. O Sporting parecia ir marcar mais tarde ou mais cedo, mas o seu futebol era pouco esclarecido. Finalmente, aos 72 minutos, Daniel conseguiu ganhar a bola com magnífico esforço e rematou rasteiro em corrida surpreendendo Salvador. Era o 2-1.

Este golo precipitou os acontecimentos. Os azuis desorientaram-se e o Sporting fez mais 4 golos no último quarto-de-hora. Aos 75 minutos António Marques apontou o 3-1 com um magnífico remate que surpreendeu Salvador. 10 minutos depois, com assistência de Mourão, Daniel ampliou a vantagem, para Peyroteo, aproveitando uma confusão na área, fazer 2 minutos depois o 5-1. No último minuto Peyroteo rematou de longe e sem grande força. Salvador preparava-se para defender mas falhou-lhe um pé no terreno e deixou a bola passar. Era o definitivo 6-1!

Para o jornal “Os Sports”: “Todo o trio defensivo leonino esteve muito bem, numa equipa onde o meio-campo continua a ser o calcanhar de Aquiles. Apesar disso, Daniel melhorou muito com o decorrer dos minutos, beneficiando ainda duma posição mais recuada que o habitual de João Cruz que desbaratou a defensiva contrária. No ataque todos melhoraram na parte final da contenda, mas Peyroteo, muito esforçado, foi o mais regular da equipa durante os 90 minutos”.

O Sporting alcançou assim a liderança da prova que não mais largou até final. Seria o 6º Campeonato Nacional conquistado pelos leões.

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