20 de Maio de 2017. Ao derrotar o Boavista por 6-1, a equipa principal de Futebol feminino do Sporting CP garantiu a conquista do Campeonato Nacional – o seu 1º – na penúltima jornada da competição.
No Campo do Parque de Jogos do Inatel, na cidade do Porto, as leoas não deixaram por mãos alheias o estatuto de líderes e consumaram, ao 1º “match point”, o título, logo no regresso como modalidade oficial do Clube.
O Sporting CP chegou aos 71 pontos, mantendo os 3 de avanço sobre o Sporting de Braga, que, por ter desvantagem no confronto direto, se viu impossibilitado de discutir a contenda até final.
Solange Carvalhas, capitã e melhor artilheira da equipa, avisou aos 2 minutos, mas o remate saiu desviado. Aos 5, Ana Borges começou o festival de assistências, mas ninguém conseguiu finalizar à entrada da área.
Aos 12 minutos veio o 1º golo – Ana Borges serviu na direita e Fátima Pinto desviou de pé direito à entrada da área. O Boavista ainda incomodou Patrícia Morais com um cruzamento da direita (18′), contudo, aos 30′, a outra médio-centro leonina, Tatiana Pinto, aumentou para 2-0 – novamente Ana Borges na jogada, repetindo o centro atrasado para a finalização.
De seguida, deu-se o festival Diana Silva. Apostando na mobilidade, a dianteira aproveitou a recuperação de cabeça de Fátima Pinto, após pontapé de baliza, e encostou para o 1º do jogo (33′). Aos 40′ um dos grandes momento – Diana Silva recebeu da direita e atirou ao ângulo superior esquerdo da baliza do Boavista, culminando uma excelente troca de bola coletiva das pupilas de Nuno Cristóvão.
O Boavista retomou o jogo na 2ª parte com uma formação mais adiantada e condicionou o jogo leonino até aos 55′. Ana Paula Silva, que entrou ao intervalo, dispôs da melhor oportunidade, não conseguindo encostar ao 2º poste após cruzamento da direita. As leoas comandavam o encontro, privilegiando a posse de bola. Ainda assim, em duas arrancadas seguidas, Ana Borges e Diana Silva voltaram a pôr em sentido a defesa boavisteira. Ana Capeta desperdiçou à primeira, mas não enjeitou mais tarde a possibilidade de bisar – aos 69′ só teve de encostar ao 2º poste a passe de Diana Silva e aos 71′, desviou após combinação com a mesma Diana.
A equipa axadrezada, 5ª classificada à partida para este encontro, reduziu para 6-1 já perto do fim – nada que estragasse a festa que eclodiu no relvado, assistida de perto pelo Presidente do Sporting CP – Bruno de Carvalho e por Francisco Neto, selecionador Nacional.
Nuno Cristóvão chegou ao 4º título no Campeonato Nacional feminino, mas nem por isso deixou de valorizar a conquista histórica do Sporting CP, até por ser no regresso da modalidade mais de duas décadas depois: “21 anos depois, o Sporting CP voltou a acreditar no futuro do futebol feminino. Foram um exemplo. É claro que o último título é sempre o mais importante. O primeiro tem outro sabor, mas este é especial. Houve muita gente que acreditou em mim. Os títulos são bons para a carreira desportiva e não posso deixar de agradecer a confiança que depositaram em mim. As pessoas pensam que é o treinador, mas é muita gente. A minha equipa técnica tem 7 elementos, são 23 jogadoras, há o posto médico, o técnico de equipamentos e a estrutura diretiva. Acreditaram que poderiam voltar a trazer o futebol das mulheres ao Sporting CP e com sucesso”.
Depois de 3 campeonatos vencidos pelo 1.º de Dezembro, Cristóvão perspetivou o futuro e explicou a vontade que o move neste projeto: “Depois de ser selecionador nacional e de ganhar 3 campeonatos pelo 1.º de Dezembro, disse que só voltava para ser uma das melhores 8 equipas da Europa. Isso constrói-se paulatinamente e era fundamental ser campeão para poder lá chegar. Temos uma grande equipa com grandes jogadoras numa estrutura profissional. Esperamos ter mais equipas competitivas para poder continuar a crescer em todos os jogos. A única questão que não é própria de profissional são os horários dos treinos, que serão alterados na próxima época. É importante que outros clubes sigam o exemplo”.
Nuno Cristóvão abordou depois as incidências do 6-1 diante do Boavista, reiterando que a exibição podia ter sido ainda mais conseguida: “O jogo correu da forma como esperava. Só seis das 23 jogadoras tinham sido campeãs nacionais. Era preciso rentabilizarmos este projeto. Tivemos algumas dificuldades antes dos primeiros 2 golos porque ganhávamos a bola, mas não a conseguíamos preservar. Os golos foram aparecendo e somos uns justos vencedores”.
Poucos minutos depois de se terem sagrado campeãs nacionais, as jogadoras, comandadas pela capitã Solange Carvalhas, levaram o troféu ao líder máximo do Clube, um sinal claro de reconhecimento ao regresso aos títulos no ano de regresso do futebol feminino ao emblema verde e branco. Passaram 21 anos e o principal objetivo ficou concretizado. Juntas, em plenos pulmões, gritaram pelo emblema e festejaram um pouco por todo o recinto.
Solange Carvalhas pode considerar-se uma das mais experientes e celebrou o 6º título no Campeonato Nacional. Alegria, pois claro: “Tenho um currículo cheio de êxitos, mas acho que ser campeã por este clube é um sentimento especial. Sempre acreditámos que poderíamos ser campeãs e, aqui, sabemos que só podemos pensar em ganhar. É uma grande responsabilidade representar o Sporting CP e estou extremamente feliz naquela que foi, aliás, está a ser uma época muito difícil”.
Diana Silva foi uma das leoas em destaque, conseguindo, inclusivamente, 2 golos no jogo da consagração. A avançada valorizou o desempenho e o orgulho pela conquista: “Foi uma prestação fantástica e não foi um jogo nada fácil, mas lá conseguimos dar este título ao Sporting CP. É um regresso em grande e estamos agradecidas ao Sporting CP por nos ter proporcionado este momento”.