Nasceu a 21 de Fevereiro de 1914 em Sassoeiros, uma localidade da freguesia de Carcavelos, concelho de Cascais. As proezas de Alfredo Trindade (Sporting) e José Maria Nicolau (Benfica) despertaram nele o gosto pelo Ciclismo e aos 20 anos estreou-se no Carcavelos.
A sua 1ª vitória foi na Volta ao Barreiro em 1934. Em 1935 venceu o prémio da Montanha e terminou em 3º a Volta a Portugal.
Em 1936 surgiu em representação do Sporting (o que fez subir a sua popularidade em flecha) ao lado de Alfredo Trindade, Ezequiel Lino, Ildefonso Rodrigues, Joaquim Fernandes, Joaquim de Sousa, entre outros. Assumiu logo o posto de “chefe-de-fila” e em Abril, na sua 1ª prova pelos leões, triunfou nos 50km da União Velocipédica Portuguesa. No “Lisboa-Porto” os sportinguistas ganharam inapelavelmente com os 4 primeiros lugares (Felipe foi 4º). Em Setembro venceu a 8ª Volta dos Campeões e as 5 Voltas a Mafra. No mês seguinte ficou em 2º (ex-aequo com o vencedor Trindade) no Circuito das Beiras, contribuindo decisivamente para mais um triunfo coletivo.
No ano seguinte abandonou as provas, preparando-se em segredo para um magnífico regresso em 1938 onde fez uma época extraordinária. No início dessa temporada constituía uma incógnita devido ao ano sedentário anterior, mas em Março começou logo por mostrar ao que vinha triunfando na clássica de 100km da União Velocipédica Portuguesa. No mês seguinte, numa prova magnífica organizada pelo jornal “O Século” chamada “Corrida Chama da Pátria”, Felipe de Melo venceu individualmente e o Sporting em termos coletivos. Em Maio, na pista do Lumiar, fazendo equipa com Ildefonso Rodrigues, venceu as “Duas Horas à Americana”, o mesmo acontecendo em Julho (agora também com Alfredo Trindade) nas “24 Horas de Lisboa”.
A 24 de Julho de 1938 venceu o “Porto-Lisboa”, a maior clássica da altura, com 11h45m55s, e logo na semana seguinte foi o melhor no “2º Circuito de Vila do Conde”, uma prova que contou com ciclistas estrangeiros. Em Agosto, na Volta a Portugal, ficou no 2º lugar atrás de José Albuquerque – o “Faísca”, que mais tarde viria a alinhar no Sporting. Disse-se na altura no jornal “Os Sports” que “Felipe de Melo fez tudo o que podia para ganhar, mas não soube escolher os momentos de ataque, falhando taticamente. No entanto teve períodos de raro brilhantismo”.
Já em Novembro de 1938 o jornal “Os Sports” elegeu como habitualmente os melhores ciclistas da temporada e Felipe de Melo foi considerado o melhor! Surpreendentemente, após esta época magnífica, voltou a “desaparecer” da ribalta, deixando “no ar” a ideia de que poderia ter chegado ainda muito mais longe. Dizem dele que era capaz de aguentar o andamento mais duro, de ganhar um sprint ou de fugir numa subida. Caraterizava-se por ser um lutador, e um corredor completo.
Meu avô, um dos meus orgulhos. Uma família de gente de sucesso, uma família de boa gente uma família de colecionadores de troféus. Uma família com muitos Sportinguistas!!